Obsessão
Grupo
Espírita Bezerra de Menezes
O que é Obsessão?
A Obsessão é o domínio que alguns Espíritos
adquirem sobre outros, quer encarnados ou desencarnados, provocando-lhes
desequilíbrios psíquicos, emocionais e físicos É uma espécie de constrangimento
moral de um indivíduo sobre outro. Pode ser de encarnado para encarnado,
encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado e desencarnado para
desencarnado. Essa influência negativa e irracional traz para as pessoas
problemas diversos, o que as tornam enfermas da alma, necessitando de cuidados,
como toda doença. Normalmente se faz tratamento das obsessões em centros
espíritas kardecistas sérios.
Se a Obsessão é uma doença da alma,
quais são seus sintomas?
A obsessão apresenta sintomas tais
como: angústia, depressão, perturbação do sono (insônia ou pesadelos), mau
humor, desinteresse pelo estudo ou pelo trabalho, isolamento social,
pensamentos suicidas, desregramento sexual etc. Não se segue daí, que se
conclua que todos os portadores desses sintomas estejam obsediados. Há diversas
outras causas, conhecidas da ciência médica, que podem provocar sintomatologia
semelhante.
E como se pode tratar essa doença
espiritual?
A obsessão, sendo uma doença da alma,
deverá ser curada definitivamente com a melhoria do indivíduo no campo moral e
intelectual. O Espiritismo (doutrina de Allan Kardec) oferece tratamento seguro
para essas doenças, pois trata o problema abordando os dois lados da vida. Se
for um Espírito desencarnado, ele será chamado por meio de evocações
particulares, nas reuniões sérias de intercâmbio espiritual, para uma conversa
e conscientização do mal que está praticando. Do lado do encarnado, se cuidará
de tratar com a evangelização (moralização) e pela fluidoterapia (aplicação de
passes), levando-o ao entendimento do que precisa fazer para libertar-se do
mal.
Como o Espírito recém-desencarnado
recebe um novo envolvimento amoroso de sua esposa, ainda encarnada no mundo
material? Ele não o aceita? Poderá interferir nessa relação? Há um tempo de
espera, para que o cônjuge encarnado possa ter novo relacionamento sem magoar
quem já desencarnou?
Quando o Espírito se desprende da
carne, ele entra em uma outra dimensão de vida que é a vida espiritual. Lá,
terá um nova percepção das coisas, tendo um raciocínio mais livre, mais pleno,
pois não está mais confinado aos limites da matéria. Compreende que viverá
outros aprendizados e que os afetos deixados na vida terrena igualmente terão
também experiências necessárias ao progresso individual e coletivo. Entretanto,
se ele for um Espírito pouco adiantado, permanecerá preso ao seu mundo mental,
vivenciando as situações que vivia quando em vida, principalmente se cultivou
paixões e sentimentos de posse exacerbados.
Poderá com isso sofrer, se seus entes queridos agem com desinteresse afetivo
por ele, se entram em disputa por heranças ou mesmo se seus "amores"
interessam-se por outras pessoas. Poderá interferir na vida das pessoas, muitas
vezes originando processos obsessivos.
Neste caso, deve-se procurar ajuda espiritual numa casa espírita kardecista,
para que o problema seja devidamente equacionado. Claro, essas situações de
perturbações são de exceção. Normalmente o que se observa é a compreensão por
parte de quem partiu. Não há um tempo específico que seja adequado para que se
tenha novo envolvimento amoroso. Vai depender da situação de cada criatura. Nas
relações verdadeiras, sinceras e duradouras, geralmente quando um parte o outro
permanece um bom tempo sem que encontre substituição em seu coração, quando não
opta por permanecer sozinho. Entretanto, nas relações difíceis, que são maioria
esmagadora no planeta, a perda não se constitui em problema. Todas essas coisas
são regidas pelos sentimentos. O tempo, neste caso, é o que menos importa.
Gostaria de saber como se identifica
uma obsessão de encarnado para desencarnado. E como se livrar disso?
Sabe-se que a obsessão é uma espécie de
constrangimento de um Espírito sobre outro e que isso se dá através da lei das
afinidades espirituais (vide pergunta 42). Portanto, as influências ruins podem
partir dos encarnados para os desencarnados também. Geralmente isso acontece
nas situações onde entre os dois indivíduos existe uma relação em
desequilíbrio, tanto de "amor" quanto de "ódio". Pode
parecer estranho que se afirme que relações de amor possam gerar processos
obsessivos, mas o amor desmedido e possessivo entre duas pessoas (mesmo que
seja entre mãe e filho), geram desequilíbrios os mais diversos. Se um deles
desencarna é claro que o sentimento permanece o mesmo, a menos que um deles
venha a se libertar dele através do esclarecimento. Da mesma forma nos casos de
pessoas que desencarnam deixando heranças em que os herdeiros ficam
insatisfeitos e não tinham boa relação de afeto com o desencarnado, gerando
condições fluídicas mórbidas que envolvem os dois planos. A única forma de se
livrar desses problemas é buscando o esclarecimento, procurando uma casa
espírita que tenha experiência nesse tipo de atendimento. O tratamento
espiritual, esclarecendo os envolvidos no processo, aliado à mudança de postura
do indivíduo é a chave para os problemas espirituais de toda ordem.
A depressão pode estar relacionada com
obsessão? Como?
Os processos obsessivos moderados e
graves levam quase sempre a um estado mórbido mental, que favorece enormemente
os estados depressivos, com toda a sintomatologia que esta doença produz.
Entretanto, nem todos os quadros depressivos podem ser atribuídos às
influências espirituais. Existem mecanismos orgânicos, decorrentes de falhas em
sínteses hormonais que explicam cientificamente a depressão. Evidentemente que
mesmo nesses casos, pode haver influenciação espiritual por conta da atitude
mental da criatura, embora não seja esse o agente causador do processo.
Há a possibilidade de ocorrer uma
auto-obsessão, ou seja, de uma pessoa encarnada ser obsediada por ela mesma?
Sim, há essa possibilidade e não é
rara. São pessoas que se encontram numa condição mental doentia,
atormentando-se a si mesmo. Vivem em um mundo de desarmonia interior e buscam
culpar tudo o que há em sua volta, gerando cada vez mais sofrimentos para si
mesma e para quem com ela convive. As causas geralmente residem nos problemas
anímicos do indivíduo, ou seja, nos seus próprios dramas pessoais. São traumas,
remorsos, culpas e situações provindas do seu mundo íntimo e que prejudicam sua
normalidade psicológica. Certamente, por conta de sua atitude mental, entram em
sintonia com ambiente espiritual de igual teor, o que agrava o quadro, embora
não seja esta a causa determinante da enfermidade. Além da evangelização
espírita, costumam-se beneficiar-se enormemente com as psicoterapias, no que
devem ser estimulados.
Uma convulsão poderá ser sintoma de uma
obsessão?
Geralmente as convulsões não são
sintomas de obsessão (embora ela possa aparecer associada à enfermidade). As
convulsões propriamente ditas são ocasionadas por falhas na estrutura orgânica
do homem e necessita de tratamento médico especializado. As alterações do
sensório ocasionadas por influências espirituais, não configuram convulsões com
o cortejo clínico estudado pela ciência médica terrena. Portanto, há que se ter
cautela ao lidar com pessoas que tem crises convulsivas e que querem tratar-se
nas casas espíritas. Elas podem ser portadoras de enfermidade epiléptica e
necessitam de avaliação médica. Crises de subjugação possuem algumas
características das crises epilépticas, mas são bem diferentes. Na epilepsia
quase sempre o paciente perde a consciência e desfalece, com movimentos motores
involuntátios. Na crise de subjugação, não! Observa-se brusca mudança de
comportamento e o perturbado pode cair ao chão, porém, não desfalece e
comporta-se como se fosse uma outra pessoa.
Como devemos proceder junto a uma
pessoa que está sob o império da fascinação?
Casos de fascinação são muito comuns
entre encarnados, e mesmo dentro das casas espíritas que endeusam seus médiuns
ou dirigentes. Antes de concluirmos se uma pessoa está sendo vítima da terrível
fascinação, é preciso pesar na balança do bom senso. Levemos o problema ao
exame de sociedades idôneas, que não estejam sob o domínio das nossas idéias,
para opinarem. Se tivermos certeza da obsessão, devemos procurar orientar
aquele que padece. Havendo abertura, temos que ir esclarecendo o enfermo aos
poucos, fazendo-o ver a presença da má influência. O que acontece na maioria
das vezes, é a existência. O espírita é orgulhoso e, geralmente, não aceita que
esteja mal assistido. Nestes casos, o melhor é deixá-lo nas mãos da influência
em que se compraz. Só aprenderá com a dor.
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