SOBRE NÓS :

VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.

MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.

Redirecionamento

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Adeus Ano Velho... A DEUS Ano Novo


Quando 2015 começou, ele era todo seu.
Foi colocado em suas mãos...
 Você podia fazer dele o que quisesse...
Era como um livro em branco, e nele você podia colocar um poema, um pesadelo, uma blasfêmia, uma oração.
Podia...
Hoje não pode mais; já não é seu.
É um livro já escrito... Concluído.
Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes, e você não poderá corrigi-lo.
 Estará fora de seu alcance.
Portanto, antes que 2015 termine, reflita, tome seu velho livro e o folheie com cuidado.
Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo.
 Leia tudo...
Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo.
Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito.
Não, não tente arrancá-las.
 Seria inútil.
Já estão escritas.
Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue.
Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu, e evitar repetir as ruins.
Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para preencher, toda a imensa superfície do seu mundo.
 Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije-o.
Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele e, a seguir, coloque-o nas mãos do Criador.
Não importa como esteja...
Ainda que tenha páginas negras, entregue e diga apenas duas palavras:

Obrigado e Perdão

E, quando 2016 chegar, lhe será entregue outro livro, novo, limpo, branco.
Todo seu, no qual você irá escrever o que desejar...

FELIZ LIVRO NOVO!!!

Autor desconhecido

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

DOUTRINÁRIA DE HOJE (30/12 - QUARTA-FEIRA - 20:00): "NÃO REJEITES A CONFIANÇA" DO LIVRO FONTE VIVA – PELO ESPÍRITO SR. EMMANUEL - PALESTRANTE: ADILSON FREITAS

"Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão." - Paulo. (Hebreus, 10:35).


Não lances fora a confiança que te alimenta o coração.
Muitas vezes, o progresso aparente dos ímpios desencoraja o fervor
das almas tíbias.
A virtude vacilante recua ante o vício que parece vitorioso.
Confrange-se o crente frágil, perante o malfeitor que se destaca,
aureolado de louros.
Todavia, se aceitamos Jesus por nosso Divino Mestre, é preciso
receber o mundo por nosso educandário.
E a escola nos revela que a romagem carnal é simples estágio do
espírito no campo imenso da vida.
Todos os séculos tiveram soberanos dominadores.
Muitos se erigiram em pedestais de ouro e poder, ao preço do sangue
e das lágrimas dos seus contemporâneos.
Muitos ganharam batalhas de ódio.
Outros monopolizaram o pão.
Alguns comandaram a vida política.
Outros adquiriram o temor popular.
Entretanto, passaram todos... Por prêmio terrestre às laboriosas
empresas a que se consagraram, receberam apenas o sepulcro
faustoso em que sobressaem na casa fria da morte.
Não rejeites a fé porque a passagem educativa pela Terra te imponha
à visão aflitivos quadros no jogo das convenções humanas.
Lembra-te da imortalidade - nossa divina herança!
Por onde fores, conduze tua alma como fonte preciosa de compreensão e serviço! Onde estiveres, sê generoso, otimista e diligente no bem!
A carne é apenas tua veste.
Luta e aprimora-te, trabalha e realiza com o Cristo, e aguarda,
confiante, o futuro, na certeza de que a vida de hoje te espera,
sempre justiceira, amanhã.

Emmanuel
psicografia de Chico Xavier

domingo, 27 de dezembro de 2015

DOUTRINÁRIA DE HOJE (27/12 - DOMINGO - 16:00): "EVANGELHO NO LAR" – PALESTRANTE: NILSOM ALMEIRA

"Porque onde estiverem reunidos em meu nome, lá estarei presente."  Jesus. (MATEUS, 18:20.)


Finalidade: trata-se de um encontro semanal, sendo previamente marcado o dia e a hora, (devendo ser repetido sempre no mesmo dia e hora da semana) com o objetivo de reunir a família em torno dos ensinamentos evangélicos, à luz do Espiritismo, e sob a assistência dos Benfeitores Espirituais.


Roteiro "sugestivo":

1. Escolha o dia de sua preferência. Sugerimos um dia de fácil memorização, por exemplo, segunda ou sexta-feira.
2. Escolha um aposento silencioso e agradável da casa, de preferência a sala de jantar, e que esteja com os aparelhos eletro-eletrônicos desligados.
3. Coloque uma jarra com água sobre a mesa, para fluidificação. Na falta dessa podem ser utilizados copos, qualquer um, em número correspondente aos integrantes do Evangelho.
4. Sentar-se à mesa sem alarde e sem barulho.
5. Fazer a prece de abertura, a que toque mais fundamente o sentimento familiar. Pode ser uma prece pronta ou uma prece espontânea, o importante é, repetimos, o sentimento da fé e a confiança na Proteção Divina.
6. Após, fazer uma leitura breve de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Comentar com palavras próprias o trecho lido. No início poderá existir certa timidez mas, com o correr do tempo, os comentários surgirão espontaneamente pois que os Espíritos amigos estarão auxiliando na compreensão dos textos selecionados.
7. Os demais integrantes poderão tecer comentários também, caso o desejem, mesmo que estes levem a assuntos pessoais e/ou a diálogos, naturalmente que sempre pertinentes ao tema em foco. O Evangelho no Lar é antes de tudo uma reunião de Espíritos reencarnados no mesmo ambiente, buscando através da prece, da elevação de pensamentos e do diálogo fraterno, o amparo e o auxílio do Mais Alto para seus problemas e necessidades. Não deve ser jamais solene ou ritualístico, com palavras e movimentos decorados a lembrar missas e demais cultos.
8. Para incentivar a participação dos filhos ou demais membros, com exceção do pequeninos, é conveniente pedir que leiam mensagens espíritas, para reflexão do grupo. Incentivar também, com carinho, o comentário após a leitura. Sugerimos aqui os livros Fonte Viva e/ou Pão Nosso, de Emmanuel, Agenda Cristã e/ou Sinal Verde, de André Luiz.
9. Proferir a prece de encerramento e rogar, como exemplo, pela paz, harmonia, saúde e felicidade dos membros da reunião e de todos com os quais convivem. Desejando, rogar também pelos doentes, desamparados e infelizes da Terra. Por último, pedir a bênção de Deus para os familiares desencarnados, sem temor. A lembrança da prece alegra e pacifica os que partiram.
10. É completamente desaconselhável qualquer manifestação mediúnica durante o Evangelho no Lar.
11. Servir, após a prece de encerramento, a água fluidificada.
12. Tempo: o necessário para a família. Sugerimos uma reunião de 15 a 30 minutos. Música: sim, se for do agrado de todos. Sugerimos música instrumental, em volume baixo.


Fontes:
http://www.bezerrademenezesnatal.org.br/
http://institutoandreluiz.org/

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

DOUTRINÁRIA DE HOJE (23/12 - QUARTA-FEIRA - 20:00): "SE SOUBÉSSEMOS" DO LIVRO FONTE VIVA – PELO ESPÍRITO SR. EMMANUEL - PALESTRANTE: CIDA MORATO

"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.. ." - Jesus.
(Lucas, 23:34).

Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida
lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para
desferir qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe
enlouquece a visão, observando o, sofrimento que o espera no acerto
de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria
a pena, a fim de não se confiar à acusação descabida.
Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com
que as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia feliz,
sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais
tarde, o coração, não perpetraria o delito da indiferença.
Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se
apartaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.
Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o
próprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto
invariável à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às
Leis Divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.
Perdoa, pois, a quem te fere e calunia.
Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal,
não sabem o que fazem.

Emmanuel
psicografia de Chico Xavier

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

DOUTRINÁRIA DE HOJE (16/12 - QUARTA-FEIRA - 16:00): "PROVAS VOLUNTÁRIAS O VERDADEIRO CILÍCIO" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: SUZY MOREAU

 

"Perguntais se é permitido abrandar a vossas provas. Essa pergunta lembra estas outras: É permitido ao que se afoga procurar salvar-se? E a quem se espetou num espinho, retirá-lo? Ao que está doente, chamar um médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, assim como a paciência e a resignação. Um homem pode nascer numa posição penosa e difícil, precisamente para obrigá-lo a procurar os meios de vencer as dificuldades. O médico consiste em suportar sem murmurações as conseqüências dos males que não se podem evitar, em preservar na luta, em não se desesperar quando não se sai bem, e nunca em deixar as coisas correrem, que seria antes preguiça que virtude."


"Bem-aventurados os aflitos"

 

sábado, 12 de dezembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO, 13/12, AS 16:00 - DIANTE DO SENHOR DO LIVRO FONTE VIVA - PALESTRANTE: WELLINGTON BALBO


48 - Diante do Senhor

"Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra." - Jesus. (João, 8:43).
A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha.
Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.
Emprestar sem exigir retribuição.
Desculpar incessantemente.
Amar os próprios adversários.
Ajudar aos caluniadores e aos maus.
Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.
Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores.
Crêem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas.
A preocupação da posse lhes absorve a existência.
Reclamam o ouro do solo, o pão do celeiro, o linho usável, o equilíbrio
da carne, o prazer dos sentidos e a consideração social, com tamanha
volúpia que não se recordam da posição de simples usufrutuários do mundo em que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de
todos os patrimônios materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do espírito eterno.
Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam
furiosamente a atenção aos apelos da vida primária.
Percebem, mas não ouvem.
Informam-se, mas não entendem.
Nesse campo de contradições, temos sempre espeitáveis
personalidades humanas e, por vezes, admiráveis amigos.
Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis.
São preciosas estações de serviço aproveitável, com o equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis.
Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina.

Emmanuel
psicografia de Chico Xavier

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE 10/12 - QUINTA FEIRA - 20:00 - A HUMANIZAÇÃO, CAP. 25 DO LIVRO PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES -Luiz Gonzaga Pinheiro - PALESTRANTE: EMILSON PIAU


CAPÍTULO 25 
A HUMANIZAÇÃO

 "Aos que desejarem religiosamente conhecer e se mostrarem humildes perante Deus, direi, rogando-lhes, todavia, que nenhum sistema prematuro baseiem nas minhas palavras, o seguinte: o Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção dos seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra de sua individualização. Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades."
 A Gênese - Allan Kardec (cap. VI - item 19) 
O LIVRE-ARBÍTRIO — O homem tem o livre-arbítrio dos seus atos? — Visto que ele tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem livre-arbítrio o homem seria uma maquinei. = O Livro dos Espíritos - Allan Kardec = (pergunta 843)

Com a humanização do princípio inteligente, agora chamado Espírito, este passa a agir conforme o seu livre-arbítrio, ou seja, escolherá seus caminhos e se responsabilizará por seus sucessos e fracassos, o que determinará em seu perispírito, uma harmonização anatômico-fisiológica no primeiro caso, ou uma deformação no segundo. Conquistada a forma hominal, cabe ao Espírito preservá-la em constante progresso, pois ele será o modelador do seu corpo através dos comandos mentais. Possuindo a faculdade de análise e discernimento, pode decidir pelo que foi planejado, alojando as conseqüências de sua decisão na intimidade perispirítica, a qual reagirá favoravelmente pelos frutos da ação executada quando esta for concorde com o bem, ou de maneira oposta, quando contrariar os princípios de justiça e de amor. Jamais poderemos dizer que a opção pelo mal se dá por efeito de pressões biológicas e ou psíquicas herdadas; ou atuantes no corpo como resultado da interação com o meio; tão pouco por coação dos fatores sociais, político econômicos, morais ou amorais vigentes. Podemos dizer que o Espírito geralmente: traz tendências, e que colocado em meio agressivo, submetido as pressões: tentações comuns nos mundos inferiores, é senhor para ceder ou impor resistência a esses fatores, resultando daí, que ele jamais será produto exclusivo do meio, vez que, pesa, mede e decide por si próprio o que deverá ser feito. Mesmo nas primeiras encarnações, quando ainda não solidificou a noção justiça ou de injustiça, o livre-arbítrio é guiado pela intuição das leis divinas gravadas na consciência de cada ser; isto é suficiente para responsabilizá-lo, air que em grau compatível com os seus conhecimentos e aquisições, pelos seus at no que se infere, que a responsabilidade tem dimensões inerentes ao progresso Espírito. É pelo uso do livre-arbítrio que o perispírito humano atingirá mais rapidamente sua natureza diáfana ou opaca, fixando nele, seu roteiro de dores ou alegrias futuro num determinismo por ele imposto. Sabe-se que livre-arbítrio e determinismo coabitam com a alma, forjando o destino sempre mutante, a depender das decisões do Espírito. Deus impôs ao homem um destino pré-fixado que consiste na perfeição.' entanto o deixou livre na escolha dos caminhos para o aperfeiçoamento. Nisso forma toda infinita variedade de rumos, vielas, travessas, destinos, naufrágio escaladas alternativas para atingir o mesmo objetivo. Aqueles que, portando o mapa do caminho mais curto onde o lírio flores adentram-se em atalhos pedregosos sem o seguro abrigo da fé ativa, perdendo nos pantanais umbralinos, o fazem por livre vontade, no que devem arcar com conseqüências da escolha. O Espírito é, portanto, senhor do seu destino; criador de suas dificuldade construtor dos seus infortúnios e bem aventuranças; modelador do seu perispírito usando a argamassa que o livre-arbítrio lhe permite. Os méritos e deméritos de bom ou mau artesão, no que resulta a delicadeza dos contornos da sua obra mediocridade conjuntural apresentada, ou ainda as deformidades degradantes que é portador, apresentando ulcerado ou fistuloso aquilo que deveria zelar com mais belo, aperfeiçoado e luzente, são de sua inteira responsabilidade.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, TERÇA FEIRA, 08/12, AS 20:00 - VOCÊ É O JARDINEIRO DA SUA VIDA DO LIVRO MINUTOS COM CHICO XAVIER - PALESTRANTE: ANTONIO JOSÉ


Cada criatura viverá daquilo que cultiva.
Quem se oferece diariamente à tristeza, nela se movimentará; quem enaltece a enfermidade, sofrer-lhe-á o dano.
Você já pensou que é o jardineiro da própria vida ?
Que colhemos as flores e os espinhos que cultivamos?
Que todas as emoções e sentimentos cultivados acabarão germinando na estrada de nossa vida ?
Queremos saber do nosso futuro ?
Vejamos as sementes que estamos jogando em nosso caminho de agora.
Ninguém precisa ir a cartomantes ou adivinhos.
Basta examinarmos a própria consciência e conferirmos onde nossos passos estão nos levando.
Que temos feito de bom ? No que temos omitido ?
Que excessos nós estamos nos permitindo ?
Que hábitos nós temos cultivado ?
Não pergunte às cartas a respeito de seu futuro, pergunte a você mesmo.
Nossas células se alimentam e se acostumam com o teor de nossos pensamentos habituais.
Assim surgem os vícios de ordem física e moral.
Há os dependentes de álcool, há também os dependentes de tristeza.
Há os que se viciam no fumo, há também os dependentes da queixa.
Há os que se entregam às drogas, há ainda os que cultivam a maledicência.
Paremos, portanto, de cultivar os espinhos que não queremos ver no jardim de nossa casa.
Plantemos, com palavras, sentimentos e ações, somente as sementes que desejamos ver florescer em nosso caminho.
Hoje á o melhor dia para começar a poda e a plantação.
Sejamos um bom jardineiro, portanto, porque, no fundo, estaremos sempre cuidando de nosso próprio jardim.


(Minutos com Chico Xavier - José Carlos de Lucca - pág.151)


domingo, 6 de dezembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, 06/12, DOMINGO AS 16:00 - SÁBIA PROVIDÊNCIA DO LIVRO REFORMA INTIMA SEM MARTÍRIO - PALESTRANTE: OSVALNICE REGINA



5 Sábia Providência

 “Para nos melhorarmos, outorgou-­nos Deus, precisamente, o  de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-­nos do que nos seria prejudicial”. O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Cap. V, Item 11

A natureza nos leva ao esquecimento do passado exatamente para aprendermos a descobrir em nosso mundo interior as razões profundas de nossos procedimentos, através da análise dos pendores e impulsos, interesses e atrações que formam o conjunto de nossas reações denominadas tendências. A natureza nos presenteia com o mecanismo natural do esquecimento para que tenhamos a mínima chance e condição de elaborarmos essa autorreflexão, descobrirmos as motivações que sustentam nossos vícios milenares e conseguirmos a formação de reflexos afetivos novos. Com a presença das recordações claras sobre os acontecimentos pretéritos, a mente estacionaria na vergonha e no remorso, no rancor e na maga, sem um campo  propício para o  recomeço, estabelecendo torvelinhos de desequilíbrio como os dramas que são narrados pelas vias psicográficas da literatura espírita. Agenor Pereira, devotado seareiro espírita, encontrava­-se desalentando com seus progressos na melhoria espiritual. Ansiava por ser alguém mais nobre e não  cultivar sentimentos ruins ou  permitir­-se impulsos que lhe oneravam consciencialmente. Fazia comparações com outros confrades e sentia-­se o pior de todos face às vitórias ou  ao estado de alegria que demonstravam frente à vida. Pensava ser o mais hipócrita dos espíritas. Angustiava­-se com a ideia de ter tanto  conhecimento e fazer tão pouco. Desanimado consigo mesmo após um momento de crise, pediu  ajuda aos bondosos guias espirituais. Ao anoitecer, fizera uma prece de desabafo apresentando  ao Pai o seu cansaço com a reforma interior. Ao sair do corpo físico, foi levado por  seu “amigo familiar” a uma caverna escura e fétida na qual arrastavam­-se diversos sofredores no lamaçal psíquico do vício. Agenor teve um súbito desfalecimento e foi então, por  sua vez, conduzido ao Hospital Esperança. Após recuperar­-se, foi­-lhe dado a oportunidade de consultar uma resumida ficha que dava notas sobre suas vivências reencarnatórias, o que passou a ler nos seguintes termos: “Agenor Pereira, agora reencarnado, peregrinou nas últimas seis existências por lamentáveis falências no terreno do sexo e de infidelidade afetiva. Somando­-se o  tempo, entre encarnações e desencarnações, esse período já conta seiscentos anos de viciações, desvarios e desenlaces prematuros. Foi retirado da caverna das viciações e amparado por equipes socorristas no Hospital Esperança. Sua tendência prejudicou  mulheres honradas, corrompeu autoridades para aprisionar maridos traídos, deixou  crianças abandonadas em razão da destruição de suas famílias. Sua insanidade provocou  ódio e repulsa, crimes e infelicidade. Face aos elos que os unem nos tempos, Eurípedes Barsanulfo avalizou-­lhe o regresso ao corpo físico  com a condição de ser a última existência com certas concessões para o crescimento em clima provacional­ educativo. Sua grande meta existencial nessa última chance será vencer suas tendências aventureiras e imaturas. Conhecerá a Doutrina Espírita, receberá uma companheira confidente e terá as regalias de um lar em paz. Sua única e essencial vitória será o controle de suas impulsões maléficas, a fim de que seja, em posteriores existências, recambiado ao proscênio dos crimes cometidos na reedificação das almas que prejudicou”. Na medida em que Agenor lia a ficha, imagens vivas lhe saltavam do  campo mental como se estivesse assistindo a cenas daquilo que fez. Terminada a leitura, um imenso sentimento de paz invadiu-­lhe a alma e pode perceber com clareza que seu anseio de reforma, inspirado em “modelos de perfeição espírita”, na verdade, estava lhe prejudicando o esforço. Estava desejando a santificação, eis seu  erro. Regressaria ao corpo mais feliz consigo e, embora não fosse desistir de ser  alguém melhor, retiraria contra si mesmo o hábito enfermiço das cobranças injustificáveis e ferrenhas que lhe conduziam ao desânimo e desolação. Pararia com as comparações recheadas de baixa autoestima e buscaria operar uma reavaliação  totalmente sua, singular, única. Antes de retornar, consultou seus instrutores sobre os motivos pelos quais havia sido levado àquela caverna fétida. Foi então  esclarecido: “Agenor, você foi retirado daquele lugar antes do retorno ao corpo depois de mais de quarenta anos de dor. Ali se encontra também a maioria das pessoas a quem prejudicou, presas pelo ódio e más recordações do passado. Certamente, eles dariam tudo para terem um cérebro a fim de esquecerem o que lhes sucedeu, por um minuto que seja”. Diante disso, Agenor ruborizou-­se e regressou  imediatamente ao corpo. Pensava no quanto a misericórdia o havia beneficiado, logo a ele que se fazia o pivô  de um processo de atrocidades!  Ao despertar na vida corporal trazia na alma um novo alento. Não guardava lembranças precisas, mas sabia-­se muito amparado. Valorizava agora seu esforço e desejava abandonar de vez os estereótipos, fazendo o melhor de si. Amava com mais 35 – REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO louvor o lar. Guardava na alma a impressão de que uma “missão” o aguardava para o futuro e concentraria esforço em manter­-se íntegro nos seus ideais. Suas sensações e sentimentos são sintetizados na fala sábia do codificador: “Pouco lhe importa saber  o que foi antes: se se vê punido, é que praticou o mal. Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que deve concentrar­-se toda a sua atenção, porquanto, daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará 12 . Que a historieta de nosso Agenor sirva de estímulo a todos nós em transformação. Se não conseguimos ainda eliminar certos ímpetos inferiores, mas evitamos as atitudes que deles poderiam nascer, guardemos na alma a certeza de que estamos no caminho do crescimento arando o terreno para uma farta semeadura no  futuro. Esperar colher sem plantar é ilusão. Não nos libertaremos dos grilhões do  pretérito somente apenas na base de contenção e disciplina, contudo, esse pode ser  um primeiro e muito precioso passo para muitos corações. Muitos aprendizes inspirados nas proposituras espíritas equivocam-­se ostensivamente. Querem perfeição a baixo custo e entregam­-se a “reforma de metade”. Insatisfeitos com os parcos resultados de seus esforços, atiram­-se a auto avaliações impiedosas e descabidas. Terminam em desistência, através de fugas, bem elaboradas pelas sombras dinâmicas e dotadas de “inteligência” que residem em sua subconsciência. Sábia providência, o esquecimento do passado. “...outorgou­-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas”. Com a consciência temos o rumo correto para aplicarmos o  esforço educativo, com as tendências instintivas, temos as boias sinalizadoras para que saibamos nos conduzir dentro desse rumo. Em uma temos o futuro, em outra temos o passado cooperando para não desviarmos novamente do que nos espera. Uma pálida noção do que fez Agenor em outras vidas, nessa situação  especifica, lhe fez muito bem. No entanto, imaginemos se ele, ao regressar ao corpo, trouxesse a recordação de que sua mãe teria sido uma dessas mulheres traídas, como  se sentiria? Que seus filhos fossem algumas daquelas crianças abandonadas pelas famílias por ele destruídas, como reagiria? Ou então que viesse a saber que aqueles maridos traídos estavam agora ao seu  lado, dividindo as tarefas doutrinárias em fortes crises de ciúme e ressentimento? Se lembrássemos das vivências que esculpiram no campo mental as tendências atuais, ficaríamos certamente na costumeira atitude defensiva, responsabilizando pessoas e situações pelas decisões e comportamentos que adotamos. Com isso, fugiríamos mais uma vez de averiguar com coragem nossa parcela de compromissos, nos insucessos de cada passo, e de recriar nossas reações  perante os condicionamentos. Não sabendo a origem exata das nossas tendências, ficamos entregues a nós mesmos sem poder culpar a ninguém, nem a nada. Temos em nós o resultado de nossas obras, eis a lei. Quando atribuímos ao passado algo que não conhecemos ou conseguimos compreender sobre nossas reações e escolhas, estamos nos furtando da investigação  nem sempre agradável que deveríamos proceder para encontrar  as razoes de tais sentimentos na vida presente. O que sentimos hoje, tenha raízes no pretérito distante ou  não, é do hoje e deve ser tratado como algo que guarda uma matriz na vida presente, que precisa de reeducação e disciplina. Assim nos pronunciamos porque muitos conhecedores da reencarnação, a pretexto  de distanciarem­se da responsabilidade pessoal, emprestam a teoria das vidas passadas uma explicação  para certos impulsos da vida presente, desejosos de criar um álibi para desonerá­los das consequências de seus atos hodiernos. É o medo de terem que olhar e assumir  para si mesmo que, venha do passado ou não, ainda sentem o que não gostariam de sentir  e querem o que gostariam de não querer. Além disso, com essa postura, deixamos a nós mesmos uma mensagem subliminar do tipo: “nada podemos fazer  pela identificação desse impulso”, gerando acomodação  e a possibilidade de novamente falhar. Toda vivência interior ocorre porque o nosso momento de conhecê­lo é agora, do contrário não a experimentaríamos. Para isso não se torna necessário uma regressão às vidas anteriores na busca de recordações claras. Se pensarmos bem, vivemos imersos em constante “regressão natural” controlada pela Sábia Providência. Via de regra, estamos aprisionados ainda ao palco das lutas que criamos ou fruindo os benefícios das escassas qualidades que desenvolvemos. Viver o momento é viver a realidade. Por necessidades de controlar tudo, caminhamos para frente ou para traz em lamentável falta de confiança na vida e em seus “Sábios Regimentos”. A pensadora Louise L. Hay diz que o  passado é passado e não pode ser  modificado. Todavia, podemos alterar nossos pensamentos em relação ao passado . Essa a finalidade do esquecimento: alterar o que sentimos e pensamos, sob a imensa coação dos instintos e tendências que ainda nos inclinam a retroceder e parar no  “tempo evolutivo”.  

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, 01/12, QUINTA FEIRA - CURA DA DEPRESSÃO DO LIVRO Minutos com Chico Xavier- PALESTRANTE: BERNARDINO BRITO



“A depressão pede o remédio do trabalho; a pessoa triste necessita ser motivada para as pequeninas tarefas, tarefas que consiga executar. Na depressão, o médico pode ajudar muito, mas se o deprimido não estiver disposto a se ajudar... Quem sofre de depressão deve fugir da cama, do sofá...”*
Chico Xavier nos traz uma receita espiritual para a cura da depressão, enfermidade que a cada dia vem se alastrando em todo mundo. Sem desprezar o concurso da medicina, Chico fala da importância do trabalho para o deprimido. Comenta a respeito do perigo da ociosidade, da inércia, da inatividade, do excesso de cama e sofá.
Muitas depressões estão ligadas à nossa rebeldia frente às portas que a vida fechou para nós. Esquecemos de que as portas fechadas nos conduziriam aos mesmos desequilíbrios do passado.
A rebeldia pode nos levar ao desencanto pela vida, como a criança que não quer mais brincar porque foi contrariada em algum interesse. O deprimido não está mais vendo graça na vida e por isso não tem mais gosto pelas coisas, porque foi contrariado em algum ponto de seus interesses.
Por essa razão, entendemos as advertências do médium a respeito do perigo em manter o deprimido na ociosidade, pois isso alimentará ainda mais seu desgosto pela vida.
O trabalho interrompe o circuito depressivo, pois interfere na cadeia dos pensamentos doentios que geram e alimentam a própria depressão.
Quando fala em trabalho, Chico se refere à necessidade de movimento. A cura é um movimento. E o movimento que geralmente se pede ao depressivo é o movimento de sair das valas de sua grande inconformação interior.
O depressivo precisa sair da faixa da tristeza e encontrar algo, por mais insignificante que lhe pareça, mas que lhe dê alguma motivação, que lhe ensine, trabalhando, a reinterpretar o mal sucedido e a reagir de maneira saudável, frente aos reveses que a vida lhe trouxe.
Nunca se viu alguém morrer por trabalhar. Mas, não há dúvida de que a falta de trabalho ou de alguma ocupação útil nos leva mais depressa para a desencarnação. É no espírito do trabalho que o homem encontrará forças para se curar, pois o serviço pode cansar o corpo, mas descansa a alma do tédio e da rebeldia. É nesse sentido que Chico Xavier recebeu do mundo espiritual a seguinte trova do poeta Cristóvão Barreto:
Para as tristezas da vida,
Trabalho é o grande remédio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE AMANHÃ 26/11 - QUINTA FEIRA - 20:00 - A HUMANIZAÇÃO, CAP. 25 DO LIVRO PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES -Luiz Gonzaga Pinheiro - PALESTRANTE: EMILSON PIAU



CAPÍTULO 25 
A HUMANIZAÇÃO

 "Aos que desejarem religiosamente conhecer e se mostrarem humildes perante Deus, direi, rogando-lhes, todavia, que nenhum sistema prematuro baseiem nas minhas palavras, o seguinte: o Espírito não chega a receber a iluminação divina, que lhe dá, simultaneamente com o livre-arbílrio e a consciência, a noção dos seus altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra de sua individualização. Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na fronte o seu tipo augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades."
 A Gênese - Allan Kardec (cap. VI - item 19) 
O LIVRE-ARBÍTRIO — O homem tem o livre-arbítrio dos seus atos? — Visto que ele tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem livre-arbítrio o homem seria uma maquinei. = O Livro dos Espíritos - Allan Kardec = (pergunta 843)
Com a humanização do princípio inteligente, agora chamado Espírito, este passa a agir conforme o seu livre-arbítrio, ou seja, escolherá seus caminhos e se responsabilizará por seus sucessos e fracassos, o que determinará em seu perispírito, uma harmonização anatômico-fisiológica no primeiro caso, ou uma deformação no segundo. Conquistada a forma hominal, cabe ao Espírito preservá-la em constante progresso, pois ele será o modelador do seu corpo através dos comandos mentais. Possuindo a faculdade de análise e discernimento, pode decidir pelo que foi planejado, alojando as conseqüências de sua decisão na intimidade perispirítica, a qual reagirá favoravelmente pelos frutos da ação executada quando esta for concorde com o bem, ou de maneira oposta, quando contrariar os princípios de justiça e de amor. Jamais poderemos dizer que a opção pelo mal se dá por efeito de pressões biológicas e ou psíquicas herdadas; ou atuantes no corpo como resultado da interação com o meio; tão pouco por coação dos fatores sociais, político econômicos, morais ou amorais vigentes. Podemos dizer que o Espírito geralmente: traz tendências, e que colocado em meio agressivo, submetido as pressões: tentações comuns nos mundos inferiores, é senhor para ceder ou impor resistência a esses fatores, resultando daí, que ele jamais será produto exclusivo do meio, vez que, pesa, mede e decide por si próprio o que deverá ser feito. Mesmo nas primeiras encarnações, quando ainda não solidificou a noção justiça ou de injustiça, o livre-arbítrio é guiado pela intuição das leis divinas gravadas na consciência de cada ser; isto é suficiente para responsabilizá-lo, air que em grau compatível com os seus conhecimentos e aquisições, pelos seus at no que se infere, que a responsabilidade tem dimensões inerentes ao progresso Espírito. É pelo uso do livre-arbítrio que o perispírito humano atingirá mais rapidamente sua natureza diáfana ou opaca, fixando nele, seu roteiro de dores ou alegrias futuro num determinismo por ele imposto. Sabe-se que livre-arbítrio e determinismo coabitam com a alma, forjando o destino sempre mutante, a depender das decisões do Espírito. Deus impôs ao homem um destino pré-fixado que consiste na perfeição.' entanto o deixou livre na escolha dos caminhos para o aperfeiçoamento. Nisso forma toda infinita variedade de rumos, vielas, travessas, destinos, naufrágio escaladas alternativas para atingir o mesmo objetivo. Aqueles que, portando o mapa do caminho mais curto onde o lírio flores adentram-se em atalhos pedregosos sem o seguro abrigo da fé ativa, perdendo nos pantanais umbralinos, o fazem por livre vontade, no que devem arcar com conseqüências da escolha. O Espírito é, portanto, senhor do seu destino; criador de suas dificuldade construtor dos seus infortúnios e bem aventuranças; modelador do seu perispírito usando a argamassa que o livre-arbítrio lhe permite. Os méritos e deméritos de bom ou mau artesão, no que resulta a delicadeza dos contornos da sua obra mediocridade conjuntural apresentada, ou ainda as deformidades degradantes que é portador, apresentando ulcerado ou fistuloso aquilo que deveria zelar com mais belo, aperfeiçoado e luzente, são de sua inteira responsabilidade.

sábado, 21 de novembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE AMANHÃ, DOMINGO, 22/11 AS 16:00 - O QUE PROCEDE DO CORAÇÃO DO LIVRO REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO - PALESTRANTE: HELENICE SANTANA



O que Procede do Coração

“Escutai e compreendei bem isso: – Não é o que entra na boca que macula o homem; O que sai da boca do homem é que o macula. – O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem;” (S. Mateus, Capitulo XV v.11) O Evangelho Segundo Espiritismo Capítulo VIII – item 8 Dentre os velhos inimigos a burilar na caminhada evolutiva, as tendências que assinalam no nosso estágio de aprendizado espiritual constituem fortes impulsos da alma que desviam o ser de seu trajeto natural na aquisição das virtudes. Tendências são inclinações, pendores que determinam algumas características comportamentais da personalidade. Muitas delas foram adquiridas em várias etapas reencarnatórias e sedimentam o sistema de valores, com o qual a criatura faz suas escolhas na rotina da existência. Entre essas inclinações, vamos encontrar a adoração exterior como sendo hábito profundamente arraigado na mente determinando forte vocação para a ritualiza- ção, o místico e a valorização de tradições religiosas, através da qual o homem faz seu encontro com Deus. Muito natural que nos dias atuais as manifestações exteriores em relação à divindade prevaleçam na humanidade terrena, considerando que o seu trajeto espiritual se encontra bem mais perto da animalidade que da angelitude. Nesse sentido, é interessante analisar que, mesmo nas fileiras da doutrina da fé raciocinada, encontra-se a maioria de seus adeptos engalfinhados em vigorosas reminiscências que fizeram parte das movimentações da alma nas vivências das religiões tradicionais. Atrofiamento do raciocínio, supervalorização dos valores institucionais, engessamento de conceitos, sensação de missionarismo religioso, atitude de supremacia da verdade, idolatria a seres “superiores”, submissão de conveniência a líderes, relação de absolvição ou penitência com práticas espíritas, desvalorização de si mesmo em razão da condição de pecador, condutas puritanas perante a sociedade e seus costumes, cultivo de comportamentos moralistas, confusão entre pureza exterior e renova- ção íntima, essas são algumas tendências que se apresentam junto aos nossos celeiros espirituais, remanescentes de fortes condicionamentos psíquicos. Semelhantes caracteres imprimiram um padrão de práticas e conceitos no movimento espírita que, de alguma forma, estipulam referências a serem adotadas pelos seus seguidores. Com todo respeito e fraternidade, necessitamos urgentemente a coragem de avaliar com sinceridade as influências “éticas” perniciosas dessas tendências no quadro de nossas vivências espíritas. São reflexos inevitáveis do crescimento evolutivo que ninguém pode negar, mas daí a aceitá-las sem quaisquer esforços de melhoria, é conivência e pusilanimidade. Torná- -las uma referência religiosa pela qual se deva reconhecer o verdadeiro seguidor do Espiritismo é uma atitude recheada de ancestralismo e hipocrisia. A comunidade espírita, que tantas benfeitorias tem prestado ao mundo, carece de uma reavaliação global em sua estrutura no que tange à noção de comprometimento. Convém que os líderes mais sensibili- zados instiguem a formação da cultura da franqueza com fraternidade e clareza, no intuito de estabelecer uma oxigenação na sementeira para obtenção de mais qualidade nos frutos. Muitos companheiros, os quais merecem nossa compreensão, costumam disseminar a concepção de que tudo deve correr conforme os acontecimentos, e justificam- -se com a frase: “se fazendo assim está dando certo, porque mudar?” Em verdade, o que deveríamos pensar é: se fazendo assim estamos colhendo algo, então quanto não colheríamos se fizéssemos melhor, se nos abríssemos às renovações que a hora reclama?!!! Há uma acomodação lamentável que precisa ser aferida. A noção espírita de comprometimento foi acintosamente assaltada pelas velhas tendências de conseguir o máximo fazendo o mínimo. É a devoção exterior, a influência marcante da personalidade impregnada de religiosismo estéril querendo tomar conta da cabeça e do coração daqueles que estão sendo chamados a novos e mais altaneiros compromissos, na espiritualização de si mesmos e da comunidade onde florescem. Frágil padrão de avaliação da conduta espírita tem tomado conta dos costumes entre os idealistas. Enraizou-se o axioma “espírita faz isto e não faz aquilo” que tenta enquadrar o valor das ações em esteriótipos de insustentável bom senso. Estereótipos, como seria óbvio, que sofrem as fantasias do “homem velho” habituado a sempre rechear com facilidades os seus caminhos em direção ao Pai, a fim de não ter que se enfrentar e assumir a árdua batalha contra suas ilusões enfermiças. É assim que vamos notando uma supervalorização em coisas, como a não adoção de alimentação carnívora, a impropriedade de frequentar certos ambientes sociais, a fuga da ação política, a análise da vida dissociada das ciências e conquistas humanas, a interminável procura do passe como instrumento de melhoria espiritual ao longo de anos a fio, não chorar em velórios, distanciamento da riqueza como se fosse um mal em si mesma, cenho carregado como sinônimo de responsabilidade, silêncio tumular nos ambientes espíritas. Se fumar, não é espírita; se separar matrimonialmente, tem a reencarnação fracassada; Se ingerir alcoólicos, não pode ser considerado alguém em reforma; se for homossexual, não pode entrar no centro, e assim prossegue as idiossincrasias que são estipuladas umas aqui, outras acolá. Absolutamente não devemos desprezar o valor de todas essas questões, quando bem orientadas para o bom senso e a ló- gica. Entretanto, nenhuma dessas posturas é referência segura sobre a qualidade de nossos sentimentos, o que parte do coração. O que sai do coração e passa pela boca é o critério de validação de nossa realidade espiritual. Por ele se conhece a verdadeira pureza, a pureza interior que é determinada pela forma como sentimos a vida que nos rodeia. E sobre esse assunto temos condições de avaliar o que se pas- sa no nosso íntimo, jamais o que “vai” no coração do outro. Sem dúvida alguma, a pureza exterior pode ser um ensaio, um primeiro passo para o ingresso definitivo da Verdade em nosso coração. Todavia, amigos de ideal, pensemos se não estamos passando tempo demais na confortável zona do desculpismo, desejosos de facilitar para a consciência nossa noção sobre o que é “ser espírita”. A quem muito recebeu, muito será pedido. Em conclusão, convenhamos que há muitos companheiros queridos do nosso ide- ário satisfeitos com o fato de apenas evitarem o mal, entretanto, estejamos alertas para a única referência ética que servirá a cada um de nós no reino da alma liberta da vida física: fazer todo bem que pudermos no alcance de nossas forças. Para isso, somente trabalhando por uma intensa metamorfose nos reinos do coração de onde procedem todos os males.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, QUINTA FEIRA, 12/11, AS 20:00 - CAPÍTULO XIV - OS FLUIDOS DO LIVRO GÊNESES - PALESTRANTE: ANTÔNIO JOSÉ



Capítulo XIV

Os Fluidos 

I. Natureza e propriedades dos fluidos 

• Elementos fluídicos. Formação e propriedades do perispírito 

• Ação dos Espíritos sobre os fluidos. Criações fluídicas. Fotografia do pensamento

• Qualidades dos fluidos

sábado, 10 de outubro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO, 11/10 AS 16:00 - PROJETO DE VIDA DO LIVRO: REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO - PALESTRANTE: ADILSON FREITAS



Projeto de Vida


“O amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes óbices ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destruís a vossa faculdade de amar, com as aplicardes todas às coisas materiais.” Lacordaire – (Constantina, 1863) O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capitulo XVI –item 14 Materialismo é o estado íntimo que estabelece a rotina mental da esmagadora maioria das mentes no plano físico, focando os interesses humanos, exclusivamente, naquilo que fere os cinco sentidos. Posturas e noções culturais se desenvolvem a partir desse estado levando a criatura a adotar o mundo das sensações corporais como sendo a única realidade. O materialismo tem como base afetiva o sentimento de segurança e bem-estar, expresso comumente por vínculos de apego e posse. Os reflexos mais conhecidos desses vínculos afetivos com a vida material são a dependência e o medo, respectivamente. Em essência, o interesse central de todo materialista é tornar a vida uma permanência, manter para sempre o elo com todas as criações que lhe “pertençam”, sejam coisas ou pessoas. Contudo, a vida é regida pela Lei da Impermanência. Tudo é transformação e crescimento. Alguma palavras que asseguram uma linha moral condizente com essa Lei são: maleabilidade, incerteza, relativização, diversidade, ecletismo, pluralismo, alteridade, desprendimento, fraternidade amor. A volta do homem à vida corporal tem por objetivo o seu melhoramento, o engrandecimento de seus conceitos ainda tão reduzidos pela ótica das ilusões terrenas. Compreender que é um binômio corpo-alma, que tem um destino, a perfeição, e que a vida na Terra é um aprendizado são as lições que lhe permitirão romper com os estreitos limites da visão materialista. Semelhantes conquistas interiores exigem preparo e devotamento a fim de consolidarem-se como valores morais, capazes de levá-lo a cultivar projetos enobrecedores com os quais possa, pouco a pouco, renovar seus hábitos de vida. Muito esforço será pedido para o desenvolvimento dessas qualidades espirituais no coração humano. Uma semana na Terra é composta por dez mil e oitenta minutos. Tomando por base noventa minutos como o tempo habitual de uma atividade espiritual voltada para a aquisição de noções elevadas, e ainda levando em conta que raramente alguém ultrapassa o limite de duas ou três reuniões semanais, encontramos um coeficiente de no máximo duzentos e setenta minutos de preparo para implementação da renovação mental, ou seja, pouco menos de três por cento do volume de tempo de uma semana inteira. São nesses momentos que se angaria forças para interromper a rotina mental do homem comum. Por isso necessitamos tanto das tarefas espíritas para fixar valores, desenvolver novos hábitos e alimentar a mente de novas forças, tendo em vista a espiritualização a qual todos devemos buscar em favor da felicidade e da paz. A superação da rotina materialista exige esforço, mas também metas, ideais, comprometimento. 7 Por isso a melhoria espiritual não pode circunscrever-se a práticas religiosas ou a momentos de estudos e oração. Imperioso será assumirmos o compromisso de mudanças e elevação conosco mesmo, senão tais iniciativas podem reduzir-se facilmente a experiências passageiras de adesão superficial, sem raízes profundas nas matrizes do sentimento. A reforma íntima solicita fazer de nossas vidas um projeto. Um projeto de cumplicidade e amor! Projeto de vida é o outro nome da “religião íntima”, a “religião da atitude”, do comprometimento. Sem isso, como esperar que a simples freqüência aos serviços do bem, nas fileiras da caridade e da instrução, sejam suficientes para renovar a nossa personalidade construída em milênios de repetição no “amor” aos bens terrenos? E um projeto de mudança espiritual não será tarefa infantil de traçar metas imediatistas de fácil alcance para causar-nos a sensação de que aprimoramos com rapidez, mas sim o resultado do esforço pessoal em sacrificar-se por ideais que motivem o nosso progresso e que, a um só tempo, constituam a segurança contra o desânimo e a invigilância. Ideais esses que se apresentam sempre à nossa caminhada como convites da Divina Providência para que possamos sair do “lugar comum” à maioria das criaturas. Razão pela qual sempre encontraremos obstáculos e pedregais nas sendas da renovação espiritual. Isso porque aquele que realmente se eleva não deixa de causar mudança no meio onde estagia, atraindo para si todas as reações favoráveis e desfavoráveis aos ideais de ascensão. Isso faz parte de todo processo de espiritualização. Não há como não haver reações que, por fim, podem, algumas vezes, ser sinais de que nos encontramos em boa direção. Cumplicidade e comprometimento são as palavras de ordem no desafio do autoburilamento. Evitemos, assim, confundir a simples adesão a prática doutrinária ou ainda o acúmulo de cultura espiritual como sendo iluminação e adiantamento, quando nada mais são que estímulos valorosos para o crescimento. Lembremos que só terão valor real, na nossa libertação, se deles soubermos extrair a parte essencial que nos compete interiorizar no fortalecimento de nosso projeto de vida no bem. Lacordaire é muito lúcido ao afirmar que destruímos as faculdades de amar quando as reduzimos aos bens materiais. O cultivo da paixão ao adiantamento espiritual é a solução para todos os problemas de humanidade terrena, e o único caminho para um mundo melhor. Quando aprendemos isso, verificamos que a existência, mesmo que salpicada de problemas e dores, tem luz e vida porque plantamos na intimidade a semente imperecível do idealismo superior, o qual ninguém pode nos roubar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, 07/10 (QUARTA FEIRA) AS 16:00 - PROBLEMAS DO AMOR - CAPÍTULO 91 DO LIVRO: FONTE VIVA - Palestrante: ARACI MARTINS



CAPÍTULO 91 
Problemas do amor

“…que vosso amor cresça cada vez mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento.”
Filipenses, 1:9
O amor é a força divina do Universo.
É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a desviemos na justa aplicação.
Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis, essa energia, no coração dele, denomina-se “avareza”; quando se atormenta, de modo exclusivo, pela defesa do que possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma força converte-se nele em “egoísmo”; quando só vê motivos para louvar o que representa, o que sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos valores alheios, o sentimento que predomina em sua órbita chama-se “inveja”.
Paulo, escrevendo à amorosa comunidade filipense, formula indicação de elevado alcance.
Assegura que “o amor deve crescer, cada vez mais, no conhecimento e no discernimento, a fim de que o aprendiz possa aprovar as coisas que são excelentes.”
Instruamo-nos, pois, para conhecer.
Eduquemo-nos para discernir.
Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que nos aproxima de Deus.

Atendamos ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade, porque, muitas vezes, o nosso amor é simplesmente querer e tão somente com o “querer” é possível desfigurar, impensadamente, os mais belos quadros da vida.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO DIA 04/10 as 16:00 - Perante Nós Mesmos, Capitulo 18 do Livro: CONDUTA ESPÍRITA - Palestrante:


Capítulo 18

Perante Nós Mesmos

Vigiar as próprias manifestações, não se julgando indispensável e preferindo a autocrítica ao autoelogio, recordando que o exemplo da humildade é a maior força para a transformação das criaturas.
Toda presunção evidencia o afastamento do Evangelho.
*
Agir de tal modo a não permitir, mesmo indiretamente, atos que signifiquem profissionalismo religioso, quer no campo da mediunidade, quer na direção de instituições, na redação de livros e periódicos, em traduções e revisões, excursões e visitas, pregações e outras quaisquer tarefas.
A exploração da fé anula os bons sentimentos.
*
Render culto à amizade e à gentileza, estendendo-as, quanto possível, aos companheiros e às organizações, mas sem escravizar-se ao ponto de contrariar a própria verdade, em matéria de Doutrina, para ser agradável aos outros.
O Espiritismo é caminho libertador.
*
Recusar várias funções simultâneas nos campos social e doutrinário, para não se ver na contingência de prejudicar a todas, compreendendo, ainda, que um pedido de demissão, em tarefa espírita, quase sempre equivale a ausência lamentável.
O afastamento do dever é deserção.
*
Efetuar compromissos apenas no limite das próprias possibilidades, buscando solver os encargos assumidos, inclusive os relacionados com as simples contribuições e os auxílios periódicos às instituições fraternais.
Palavra empenhada, lei no coração.
*
Libertar-se das cadeias mentais oriundas do uso de talismãs e votos, pactos e apostas, artifícios e jogos de qualquer natureza, enganosos e prescindíveis.
O espírita está informado de que o acaso não existe.
*
Esquivar-se do uso de armas homicidas, bem como do hábito de menosprezar o tempo com defesas pessoais, seja qual for o processo em que se exprimam.
O servidor fiel da Doutrina possui, na consciência tranquila, a fortaleza inatacável.
*
“Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos.”

Paulo. (2ª epístola aos coríntios, capítulo 13, versículo 5.)

sábado, 26 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO, 27/09 AS 16:00 - DIÁLOGO SOBRE ILUSÃO DO LIVRO REFORMA INTIMA SEM MARTÍRIO - PALESTRANTE: Dilson Moura



15. Diálogo Sobre Ilusão

“Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre!” – Uma rainha de França. (Havre, 1863) O Evangelho Segundo Espiritismo Capítulo 11 – item 8 O que são as ilusões? Definamos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São percepções que nos distanciam da verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto ilusão. Qual a causa das ilusões? As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas. Por que a senhora citou que a auto ilusão é a pior das ilusões? O iludido pensa muito o mundo “negando” sentí-lo, um mecanismo natural de defesa face às dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconde-se atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor qualquer que deseje manter. O objetivo da reencarna- ção consiste em desiludir-nos sobre nós mesmos através da criação de uma rela- ção libertadora com o mundo material. Se não buscamos essa meta então caminhamos para a falência dos planos de ascensão individual. Conforme a resposta anterior, o iludido esconde-se de quê? De si mesmo. Criando um “eu ideal” para atenuar o sofrimento que lhe causa angústia de ser o que é a criatura foge de si e vive em “esconderijos psíquicos”. Mas, por que se esconde de si mesmo? Devido ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que, pouco a pouco, vamos extinguindo. Negar o que se sente e o que se deseja e o objetivo desse mecanismo. Uma forma que a mente aprendeu para camuflar o sentimento de inferioridade da qual o espírito se conscientizou em algum instante de sua peregrinação evolutiva. Então, iludimo-nos para nos sentirmos um pouco melhores, seria isso? auto ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psí- quica resultante da desconexão entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que criamos no campo mental. É aquilo que pensamos que somos e desejamos que os outros creiam sobre nós. Nós espíritas, temos ilusões? Responderei com clareza e fraternidade: sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da usura; Quando dominador, chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos pícaros do exclusivismo ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõem possuir. Poderia dizer a nós, espíritas, algo sobre nossas ilusões? Existe uma tendência à autossuficiência entre os depositários do conhecimento espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposto a isso, agem como se fossem “salvadores do mundo” com todas as respostas para a humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do papel do espírita no mundo... O espiritismo é excelente, nós espíritas, nem tanto... Nossa condição real, para quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a de almas que apenas começamos a sair do primitivismo moral. Alegremo-nos por isso! Essa autossuficiência seria orgulho? O orgulho promove essa condição, é a mais enraizada manifestação da ilusão, é a ilusão de querer ser o que imaginamos que somos. Essa é a pior ilusão, a autoimagem falsa e superdimensionada de nós mesmos. Essa auto ilusão é sustentada por uma “cultura de convenções” acerca do que seja ser espírita, um resquício do velho hábito religioso de criar “estampas” pelas quais serão reconhecidos os seguidores de alguma doutrina. Nesse caso, a ilusão desenvolvida chama-se “ideia de grandeza”. Muitas pessoas desejariam sair prontas para testemunho após pequenos exercícios de espiritualização no centro espírita, entretanto, por ignorarem sua real condição espiritual, fazem da casa doutriná- ria um templo de aquisição da angelitude imediata. Querem sair prontos e perfeitos das tarefas e estudos, quando o objetivo de tais iniciativas é capacitar de valores intelecto-morais para repensar caminhos e encontrar respostas para as encruzilhadas da alma, nas refregas da existência. O que é essa autoimagem falsa? Uma construção mental que se torna a referência para nossas movimentações perante a vida. É uma cristalização mental, uma irradiação que cria uma rotina escravizante nos sentimentos permitindo-nos viver somente as emoções em uma “faixa de segurança”, a fim de não perdermos o status da criatura que supomos ser e queremos que os outros acreditem que somos. O que pensamos sobre nós, portanto, determina a imagem mental indutora dos valores íntimos. Se o raciocínio sofre distorções da ilusão, então viveremos sem saber quem somos. Como é construída essa autoimagem? Através das vivências intelecto-afetivas de todos os tempos dessa criação. Onde ela permanece? No corpo mental. Sua maior expressão é conhecida pelas operações do departamento da imagina- ção no reino da mente. Quer dizer que além da autoimagem temos um “eu real”, diferente do “eu crístico”, que ainda não conhecemos? Sim. Temos um “eu real” que estamos tentando ignorar há milênios. Essa “parcela” de nós é a “sombra” da qual queremos fugir. Todavia, o contato com essa “zona incons- ciente” revela-nos não só motivos de dor e angústia mas igualmente, a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera de nossa vontade para utilizá-la. Aqui chamamos a atenção dos nossos parceiros de ideal para o cuidado com o processo da reforma interior. Existe muita idealização confundindo aprendizes que imaginam estar dando “saltos evolutivos” em direção a esse “eu real”, entretanto, em verdade, estão se movimentante na esfera do “eu idealizado”... Poderia explicar mais profundamente essa questão dos “saltos evolutivos”? É um tipo de ilusão que normalmente assalta os religiosos de todos os tempos. Imaginam- -se muito melhorados a partir do contato com alguma diretriz ou prática religiosa e, então, passam a viver uma vida idealizada, um projeto de “vir-a-ser”. É uma ilusão de que se está fazendo a renovação, apenas uma idealização. Uma forma de comportar desconectada do sentimento, um adorno moral para nossas atitudes; é o discurso sem a vivência. O nome mais conhecido deste comportamento é puritanismo. Como distinguir idealização de mudança verdadeira? Na idealização pensamos o que somos e, como consequência, vivemos o que gostaríamos de ser, mas ainda não somos. E o hábito das aparências. Na reforma íntima sentimos o que somos, e como consequência vivemos a realidade do que somos com harmonia, ainda que nos causem muitos desconfortos. É o processo da educação paulatina. Na idealização vive-se em permanente conflito por se tratar, em parte, de uma negação da realidade, enquanto na reforma autêntica a criatura consegue penetrar os meandros dos “sentimentos-causais”, encontrando uma convivência pacífica consigo e aceitando-se sem se acomodar em direção a melhoras mensuráveis. Como vencer nossas ilusões? Dessa pegando da falsa autoimagem falsas que fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do “eu”. Para isso somente autoconhecimento. Havendo esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas experiências com o mundo e consequentemente com nosso “eu profundo”. Isso desencadeará um processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição de reféns de nosso passado escravizante, saindo da “roda viciosa das emoções” perturbadoras, quais sejam o medo, a culpa e a insegurança. O processo da desilusão custa sorver o fel da angústia de saber quem somos, e carregar o peso do sacrifício de cuidar dessa personalidade nova que renasce exuberante. Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá- la no corpo a ter que purgá-la na vida espiritual. Assinalemos alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela imagem irreal que criamos de nós mesmos: • Fazer as pazes com as imperfeições. • Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar com respeito. • Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão. • Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos. • Exercitar a autoaceitação através do perdão. • Munir-se de informações sobre a natureza de suas provas. • Aprender a ouvir com atenção o que se passa à sua volta. • Dominar o perfeccionismo nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna mais inferiores. • Valorizar afetivamente as suas vitórias. • Descobrir qualidades, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de crescimento. Paulo, o apóstolo da renovação, nos indica uma sublime recomendação que nos compele a meditar na natureza de nossos sentimentos em torno da mensagem do amor; sugerimos que esse seja nosso roteiro na vitória sobre as ilusões: “olhai para as coisas segundo as aparências? Se alguém confia em si mesmo que de Cristo, pense outra vez isto consigo”... II Coríntios, 10: 7