SOBRE NÓS :

VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.

MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.

Redirecionamento

domingo, 30 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (30/10 - DOMINGO - 16:00): "E ÊLE DORMIA" DO LIVRO LUZ DO MUNDO PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES – PALESTRANTE: WELLINGTON BALBO

Duas vezes por ano, janeiro-fevereiro e março-abril, sobre as águas do mar generoso da Galiléia cintilam mais cedo as estrelas. (*)
Antes que o poente de ouro desapareça de todo perpassam os suaves favônios enquanto coruscam os astros no firmamento.

Aquêle mar cercado pelos povoados como conchas brancas nas bordas, piscoso e amado tornar-se-ía por todo o sempre o cenário incomparável que emolduraria a Sua pessoa na epopéia das Boas Novas.

Ali, nas claras manhãs ou nos entardeceres festivos, a Sua voz musicava com esperança os espíritos enfraquecidos nas lutas e os alentava.

Milhares de homens, mulheres e crianças naquelas paragens receberam das Suas mãos sublimes as fartas concessões da saúde, as dadivosas bênçãos do reconforto.

Seus lábios se entreabrindo traçaram as inconfundíveis diretrizes da legislação do amor — o fundamento essencial do Seu Messianato!

Mutilados do corpo e da alma, atormentados na forma e na essência, recorreram vezes incontáveis ao Seu concurso e receberam o auxílio lenificador de que careciam.

Nas águas plácidas e nas areias encharcadas, estavam sempre ao alcance os barcos para as jornadas às outras terras, ou para poder evadir-se, quando a insaciável avidez do povo teimava por tocá-Lo, na ânsia incontida de recolher mais auxílios e incessantes socorros...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (27/10 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "ESQUECIMENTO DO PASSADO" DO LIVRO DOS ESPÍRITOS – PALESTRANTE: EMILSON PIAU



DOUTRINÁRIA DE HOJE (26/10- QUARTA FEIRA - 16:00): "FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO, FORA DA VERDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: VERA LÚCIA

Enquanto a máxima: Fora da caridade não há salvação apóia-se num princípio universal, abrindo a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade suprema, o dogma: Fora da Igreja não há salvação apóia-se, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, mas na fé especial em dogmas particulares. É, portanto, exclusivista e absoluto. Em vez de unir os filhos de Deus, divide-os. Em vez de incitá-los ao amor fraterno, mantém e acaba por legitimar a animosidade entre os sectários dos diversos cultos, que se consideram reciprocamente malditos na eternidade, sejam embora parentes ou amigos neste mundo; e desconhecendo a grande lei de igualdade perante o túmulo, separa-os também no campo-santo. A máxima: Fora da caridade não há salvação é a conseqüência do princípio de igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo-se esta máxima por regra, todos os homens são irmãos, e seja qual for a sua maneira de adorar o Criador, eles se dão às mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma: Fora da Igreja não há salvação, anatematizam-se e perseguem-se mutuamente, vivendo como inimigos: o pai não ora mais pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que se julgam reciprocamente condenados, sem remissão. Esse dogma é, portanto, essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

Fora da verdade não há salvação seria equivalente a Fora da Igreja não há salvação, e também exclusivista, porque não existe uma única seita que não pretende ter o privilégio da verdade. Qual o homem que pode jactar-se de possuí-la integralmente, quando a área do conhecimento aumenta sem cessar, e cada dia que passa as idéias são retificadas? A verdade absoluta só é acessível aos Espíritos da mais elevada categoria, e a humanidade terrena não pode pretendê-la, pois que não lhe é dado saber tudo, e ela só pode aspirar a uma verdade relativa, proporcional ao seu adiantamento. Se Deus houvesse feito, da posse da verdade absoluta, a condição expressa da felicidade futura, isso equivaleria a um decreto de proscrição geral, enquanto que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, pode ser praticada por todos. O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo que a salvação, independente da forma de crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não estabelece: Fora do Espiritismo não há salvação, e como não pretende ensinar toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, máxima que dividiria em vez de unir, e que perpetuaria a animosidade.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (25/10 - TERÇA-FEIRA - 20:00): "PÃO DA VIDA" DO LIVRO LUZ DO MUNDO - PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES

Saiamos daqui!

As notícias da morte de João chegaram enriquecidas de detalhes...

Jesus tinha necessidade de orar e demorar-se em Soledade com o Pai.

A mensagem como grão de trigo feito luz se multiplicava, em farta sementeira por toda a parte.

Enfermos desenganados e espíritos marcados por fundas desilusões apressavam-se a buscá-Lo, depois de escutarem as narrativas empolgadas a Seu respeito. Acorriam sob os panos sombrios das aflições e, ansiosos, O envolviam com as rogativas e lamentos lancinantes. Onde quer que se encontrasse, ao Seu lado estava a multidão de mutilados do corpo, da emoção, do espírito...

Infatigável Êle socorria com amor, abnegado, gentil. Suas mãos acionadas pela misericórdia e Seus lábios cantando ternura leniam todas as exulcerações e acenavam esperanças aos magotes numerosos, á se multiplicarem incessantemente.

Saiamos daqui e atravessemos o mar, para a outra banda — falou o Senhor. . . 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (19/10- QUARTA FEIRA - 16:00): "ALIANÇA DA CIÊNCIA E DA RELIGIÃO" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: ANTÔNIO CARLOS MELO

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de idéias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.

Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas conseqüências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016


Comunicamos que o passe da IRMÃ ARMINDA no mês de outubro (26.10) será aplicado no mês de novembro (02.11). Então, no mês de novembro teremos dois passes, 02.11e 30.11.

Paz!

DOUTRINÁRIA DE HOJE (13/10 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "PESCADOR DE HOMENS" DO LIVRO LUZ DO MUNDO - PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES – PALESTRANTE: ELMO COSTA

Aquêle fim de maio estava ardente, fenômeno comum naquela quadra do ano. Logo o Astro-Rei fazia incidir diretamente o seu facho de luz, e calor asfixiante atormentava, desafiador. 

Ao longe, as encostas do Galaad, com revérberos de cobre luzido vencendo as brumas secas, são muralhas naturais e altaneiras na paisagem fronteiriça ao Lago. 

Àquela hora, porém, soprava uma brisa amena, diluindo as névoas da madrugada, enquanto albatrozes e pelicanos se demoram sobre as pedras negras que se adentram pelas águas piscosas com reflexos de prata. 

O recorte curvo da praia estava apinhado pela mole ansiosa, que a acorrera desde cedo, para ouvi-Lo e rogar-Lhe a bênção do socorro para as múltiplas aflições de que se via possuída. 

Nos dias anteriores aquela voz ecoara pelas regiões ribeirinhas como um canto de esperança, em cuja melodia as concessões do amor divino eram moduladas em convites amenos que chegaram aos ouvidos dos homens sofredores. 

Todos, portanto, necessitados e curiosos, desejavam vê-Lo de perto e receberam o benefício que Suas mãos esparziam em abundância. 

A Natureza estava calma e as ansiedades vibravam nos corações. 

* * * 

A noite fora longa e infrutífera. 

Eles estiveram por todas as horas a atirar as redes e recolhê-las vazias. As águas generosas também tinham seus caprichos. Aquela era uma noite de cansaço e desaire. 

Sem luar os barcos encalhavam nos bancos de areia e todo o esforço daqueles homens ofegantes redundara improfícuo. 

Retornavam aos penates do dia, corpos moídos, olhos ardendo, modorrentos e mal humorados... 

O magote humano na praia parecia um borrão colorido e móvel, contrastando com as areias alvas. 

Duas barcas foram deixadas vazias e as redes começaram a ser distendidas nas varas de sustentação da praia. 

"Apertado pela multidão que ouvia a palavra de Deus..." (*) 

.. . Entrando numa delas em que se encontrava Simão, o seu proprietário, falou, um pouco mais ao povo expectante. 

Seu verbo de luz clarificava as consciências inquietas e asserenava os espíritos em turbulência. 

Sua silhueta de braços abertos bordada de ouro no contraste com o dia fulgurante, parecia a de uma ave sublime que estivesse prestes a alçar vôo buscando rumos ignotos. 

Havia n'Êle um poderoso magnetismo que Lhe acompanhava as palavras conhecidas e comuns, encadeadas como outrem jamais antes as enunciara, e que tocava com estranho e vigoroso poder balsamizante. Algumas penetravam como punhais; outras rociavam como perfume precioso de lavanda no ar... 

Depois de haver consolado o povo que O buscara, voltou-se para Simão e disse: 

— "Faze-te ao largo e lança as redes para a pesca." 

— Mas retornamos de lá, agora, Senhor, sem nada conseguir. 

— Não recalcitres, Simão. 

A barca desliza cantando sobre a crista das ondas levemente encrespadas, e, ao ritmo do vento que perpassa e inflama as velas coloridas, se distância, avançando com celeridade. 

— Recolhe os panos — ordena, gentil, — e atira as redes. 

— Aí estivemos, Amigo — elucida o pescador — e tentamos até o cansaço; nossos esforços redundaram inúteis. "Porém, sobre a tua palavra, lançarei as redes." 

As redes imensas em forma de tarrafas circulares, com chumbos amarrados às pontas, se abrem no ar em leque formoso e batem sobre as águas, mergulhando as malhas resistentes, desenroladas dos braços vigorosos que as sustinham. 

Logo puxadas se apresentam abarrotadas, quase arrebentando a tecedura forte. 

O espanto, a algaravia e a explosão de júbilos dos homens espoucam em alacridade infantil. 

A carga abundante é levantada para bordo e a barca próxima é chamada, aos gritos, em socorro... 

* * * 

Na popa, recortando o disco solar esfuziante, o Mestre contempla aqueles homens de alma infantil, crestados pelas lutas diárias, inundados de alegria, emocionados até o pranto. 

"Sim, ama-os — medita o Desconhecido Mestre. — Viera ter com eles para que pudessem ascender ao Pai. Ser-lhe-ia necessário sofrê-los, dar-se em totalidade de oferenda, caminhar ao lado deles, assisti-los e perdoá-los sempre. Sim, amava-os!" 

Longe, neles, estavam as ansiedades espirituais. Desprovidos, por enquanto, de entendimentos, se atiravam ávidos ao dia-a-dia, na pesca, na conquista do pão.. . Seria necessário dilatar-lhes a percepção, ampliar-lhes os horizontes... 

Simão ergueu os olhos úmidos e fitou-O. 

Ouvira-O antes e O acompanhara desde Bèthabara, de volta de Jerusalém, mas não entendera tudo quanto Êle falara. 

Explodindo de emoção inesperada, baldoou o homem do mar: 

— "Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador", e prorrompeu em pranto espontâneo. —  A confissão ingênua, a alma desnudada, o coração ardente falavam daquele timoneiro que amava o mar e nele encontrava a segurança e a vida. 

O plâncton que chegava trazido pelas correntes subterrâneas do Jordão, ali favorecia a piscosidade das águas e êle conhecia aquelas correntezas e os mistérios do Lago que era seu berço e o amigo com quem confidenciava nas noites longas e doridas de soledade... 

"Aquêle homem, no entanto, donde o conhecia? — refletiu num átimo, vencido pela força daquela voz que ordenava sem impor e ninguém desconsiderava, e daquela face... — Êle lhe parecia tão fraco e era tão forte! Não sendo um pescador, como soubera e pudera tanto?!" — "Simão, não temas: de ora em diante seráspescador de homens." 

A mensagem ecoou na sua alma, em linguagem singular; pescador, sim, o era. "Pescador de homens!", que seria ?• Tranquilizou-se, porém. 

Toda uma festa de sons dominou-o e êle fremiu ao peso de desconhecidas vibrações. Desejou recusar, dizer da pequenez e miserabilidade, não pôde fazê-lo. Imobilizado naquele momento que parecia uma eternidade — ausência do tempo e anulamento do espaço — sentiu-se impossibilitado de cingi-Lo ou postar-se-Lhe aos pés. 

A garganta seca, estreitada, estrangulou-lhe a voz. 

Chorou, e, no íntimo, reflexionou: sabes o que fazes, Senhor! 

* * * 
As notícias alcançam as praias. 

Há uma revoada de inusitada alegria em todos corações. 

Novos grupos afluem. As carpas estremecem, ainda, em reflexos automáticos e o contentamento se generaliza. 

Pedro, João, Tiago e André que participaram mais de perto do acontecimento experimentam, todavia, desconhecido pressentimento, que os seguirá desde então... Não poderiam definir o que lhes passava, Relancearam o olhar em volta, e encontraram o Rabi, afastado, que fitava aquele amado Lago de Genesaré, enquanto o ar pesado do dia vitorioso abafava. 

Pescador de homens! 

* * * 

Desde então, abandonaram tudo, mesmo o mar amigo, e avançaram na direção do porvir sob o Seu comando, e depois foram conduzidos por Simão a "pescar homens". 



(*)    Lucas 5: 1 a 11         Nota da Autora espiritual. 

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (12/10- QUARTA FEIRA - 16:00): "MOISÉS; CRISTO; O ESPIRITISMO" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: ADILSON FREITAS

1 – Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, até que não se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o último ponto. (Mateus, V: 17- 18)


MOISÉS

2 – Há duas partes Distintas na lei mosaica: a de Deus, promulgada sobre o Monte Sinal, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisés. Uma é invariável, a outra é apropriada aos costumes e ao caráter do povo, e se modifica com o tempo.

A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

I – Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas debaixo da terra. Não adorarás nem lhes darás culto.

II – Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

III – Lembra-te de santificar o dia de sábado.

IV – Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.

V – Não matarás.

VI – Não cometerás adultério.

VII – Não furtarás.

VIII – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

IX – Não desejarás a mulher do próximo.

X – Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença.

Esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as demais são leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter pelo temor um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater abusos arraigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito. Para dar autoridade às leis, ele teve de lhes atribuir uma origem divina, como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A Autoridade do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus. Mas só a idéia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, em que o senso moral e o sentimento de uma estranha justiça estavam ainda pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que havia estabelecido em seus mandamentos: “não matarás” e “não farás mal ao teu próximo”, não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente transitório.



CRISTO

3 – Jesus não veio destruir a lei, o que quer dizer: a lei de Deus. Ele veio cumpri-la, ou seja: desenvolvê-la, dar-lhe o seu verdadeiro sentido e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens. Eis porque encontramos nessa lei o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constitui a base de sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, ele, pelo contrário, as modificou profundamente, no fundo e na forma. Combateu constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, e não podia fazê-las passar por uma reforma mais radical do que as reduzindo a estas palavras: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”, e ao acrescentar: “Esta é toda a lei e os profetas”.

Por estas palavras: “O céu e a terra não passarão, enquanto não se cumprir até o último jota”, Jesus quis dizer que era necessário que a lei de Deus fosse cumprida, ou seja, que fosse praticada sobre toda a terra, em toda a sua pureza, com todos os seus desenvolvimentos e todas as suas conseqüências. Pois de que serviria estabelecer essa lei, se ela tivesse de ficar como privilégio de alguns homens ou mesmo de um só povo? Todos os homens, sendo filhos de Deus, são, sem distinções, objetos da mesma solicitude.

4 – Mas o papel de Jesus não foi simplesmente o de um legislador moralista, sem outra autoridade que a sua palavra. Ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado o seu advento. Sua autoridade decorria da natureza excepcional do seu Espírito e da natureza divina da sua missão. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na Terra, mas no Reino dos Céus, ensinar-lhes o caminho que os conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus, e os advertir sobre a marcha das coisas futuras, para o cumprimento dos destinos humanos. Não obstante, ele não disse tudo, e sobre muitos pontos limitou-se a lançar o germe de verdades que ele mesmo declarou não poderem ser então compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos claros, de maneira que, para entender o sentido oculto de certas palavras, era preciso que novas idéias e novos conhecimentos viessem dar-nos a chave. Essas idéias não podiam surgir antes de um certo grau de amadurecimento do espírito humano. A ciência devia contribuir poderosamente para o aparecimento e o desenvolvimento dessas idéias. Era preciso, pois, dar tempo à ciência para progredir.



O ESPIRITISMO

5 – O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material. Ele nos mostra esse mundo, não mais como sobrenatural, mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e incessantemente atuantes da natureza, como a fonte de uma infinidade de fenômenos até então incompreendidos, e por essa razão rejeitados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo se refere em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que ele disse ficaram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave que nos ajuda a tudo explicar com facilidade.

6 – A lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés, a do Novo Testamento, no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da Terra e por inumerável multidão de intermediários. Trata-se, de qualquer maneira, de uns seres  coletivos, compreendendo o conjunto dos seres do mundo espiritual, cada qual trazendo aos homens o tributo de suas luzes, para fazê-los conhecer esse mundo e a sorte que nele os espera.

7 – Da mesma maneira que disse o Cristo: “Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento”. Também diz o Espiritismo: “Eu não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe cumprimento”. Ele nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir, na época predita, o que o Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (11/10 - TERÇA-FEIRA - 20:00): "GRATIDÃO A ALLAN KARDEC" DO LIVRO REFLEXÕES ESPÍRITAS PELO ESPÍRITO DO SR. VIANNA DE CARVALHO – PALESTRANTE: JERÔNIMO SILVA

Quando as ciências se afirmavam e a fé cega cedia lugar à razão, ele soube arrancar dos fenômenos curiosos das mesas girantes uma doutrina integral.

Portador de sensibilidade acurada, mantendo um alto senso crítico, dotado de inteligência rara, Allan Kardec mergulhou o bisturi da investigação no organismo da morte e estabeleceu a linha direcional para o comportamento humano responsável em torno da imortalidade.

Ele não se deteve no umbral das investigações, fascinado pelas informações espirituais que lhe chegaram. Tampouco permitiu se apaixonar, em momento nenhum, pelas conquistas enobrecedoras.

Perquiriu, com raciocínio claro, examinou com imparcialidade, investiu o tempo e a vida na busca da Verdade, para brindar à Humanidade com o Consolador que Jesus Havia prometido.

Dotado de uma óptica invulgar, soube esperar as gemas dos seixos, os diamantes estelares dos pedregulhos, com eles formando um colar de rara beleza para adornar a vida, tornando-a bem-aventurada.

Investindo o que havia de mais precioso no conhecimento, para que a Doutrina Espírita pudesse sobreviver à marcha do progresso, examinou os mais intrigantes problemas do comportamento humano à luz da reencarnação, oferecendo uma filosofia pragmática, alicerçada no cartesianismo, facultando no futuro enfrentar com altivez a derrocada da ética e da cultura, qual ocorre nestes dias.

Confrontou os dogmas religiosos com a realidade da Ciência, e, fazendo-os implodir, propôs a religião do amor universal tendo por fundamento as bases essenciais de todas elas, com os seus componentes confirmados pela investigação científica, do que resultou uma saudável filosofia comportamental.

Profetizou a evolução da humanidade e o papel que o Espiritismo deveria desempenhar na transformação do homem.

Advertiu todos aqueles que se adentrassem no comportamento espírita para que examinassem em profundidade a Doutrina, não se deixando embair pelas idéias fantasistas ou pelas profecias de arrastamento, sem conteúdo.

E hoje, quando o Espiritismo sensibiliza milhões de vidas, o seu Movimento parecer deperecer, perdendo em qualidade o que adquire em quantidade.

Adeptos precipitados tentam enxertar conceitos supersticiosos no organismo impoluto da Doutrina que dispensa apêndices, permanecendo ideal conforme foi legada por Allan Kardec.

A invigilância de alguns simpatizantes procura adaptar crendices ultramontanas ao texto doutrinário, para acomodar interesses imediatos e vazios, por falta de coragem para arrostar as conseqüências da fé na sua legitimidade.

O Espiritismo sobrepõe-se-lhes, porque nenhum exotismo pode fazer parte do seu contexto.

Teimam introduzir no seu conteúdo superior práticas que, embora respeitáveis, são do Orientalismo, não se coadunando com a tecedura da verdade de que Allan Kardec se fez intermediário consciente.

A Doutrina Espírita, não obstante, respeitando todos os comportamentos religiosos e éticos da Humanidade, permanece acima de qualquer conotação suspeita ou desfiguração nas suas bases. Portanto, a Codificação Espírita se mantém inamovível, num todo granítico, iluminando o pensamento e explicando a causalidade da vida e a realidade do homem.

O mediunismo desorganizado e sensacionalista atrai a atenção para os fenômenos corriqueiros da saúde e da fantasia, de certo modo tentando transformar o Espiritismo em uma seita de significado impreciso.

Cabe, desse modo, ao espírita consciente tolerar, mas não ser conivente; respeitar, mas não concordar com as tentativas de intromissão de seitas, de práticas, de crendices e superstições que fizeram a glória da ignorância nas gerações passadas, poupando a Doutrina Espírita desse vandalismo injustificável, ao mesmo tempo convidando todos a uma releitura das suas bases em confronto com os avanços do conhecimento hodierno, para que se reafirme a indestrutibilidade dos seus ensinamentos, confirmados, a cada momento, pelas conquistas da razão, da tecnologia e da ciência.

O Espiritismo é a Doutrina que vem de Jesus por meio dos imortais, codificada pelo pensamento ímpar de Allan Kardec para assinalar a era do Espírito imortal e permanecer traçando as diretrizes para as gerações do futuro que nos cumpre, desde agora, preservar mediante uma conduta saudável, impoluta e compatível com os postulados que fulguram nesse colosso, que é o Espiritismo, a Doutrina libertadora dos novos tempos.

A tarefa de esclarecer os homens e orientá-los, sem medo nem tergiversações, é emergente, dando prosseguimento ao ministério iniciado por Allan Kardec, que se propagará como centelha crepitante em combustível que a aguarda, para dar-se o grande amanhecer moral e espiritual para onde marchamos, nosso futuro próximo e libertador.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (05/10 - QUARTA-FEIRA - 16:00): "O PARALÍTICO DE CAFARNAUM" DO LIVRO PRIMÍCIAS DO REINO PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES – PALESTRANTE: HUMBERTO VASCONCELOS

Cafarnaum era uma cidadezinha que se situava no lado setentrional do lago de Genesaré.

Seus vales eram frescos, cortados por arroios cantantes.

Em suas praias as águas eram boas para a pesca e, por essa razão, disputadas pelos pescadores.

O casario era baixo, cercado por árvores frondosas, coloridas por trepadeiras de flores miúdas.

Jesus amava aquela cidade e a escolheu para o início de Seu ministério de amor.

Corria de boca a ouvido a notícia das curas e dos maravilhosos feitos do Mestre Nazareno, atraindo curiosos e aflitos das cercanias.

A casa de Simão Pedro havia sido invadida por grande número de pessoas que buscavam Jesus.

O sol estava alto, quando um grupo, carregando um paralítico, tentou aproximar-se da porta.

A multidão era tão compacta que não foi possível.

Porém, tamanha era a aflição do doente, há muito preso ao leito, que seus amigos ergueram-no ao terraço e desceram-no pelo teto da sala onde estava o Rabi.

Abriu-se um pequeno espaço na apinhada sala, e o Mestre, sem demonstrar qualquer surpresa, olhou demoradamente para o enfermo.

Natanael ben Elias, crês que eu possa te curar? – Perguntou Jesus, olhando-o nos olhos.

Sim, creio. – Respondeu rapidamente.

Tomado de súbito estremecimento, perguntou:

Senhor! Como sabes o meu nome? Conheces-me?

Sim, eu te conheço desde sempre. – Respondeu Jesus. – Sou o bom Pastor que conhece todas as ovelhas que o Pai me confiou.

Antes mesmo que Natanael pudesse refletir a respeito daquelas palavras, Jesus estendeu as mãos sobre ele e disse-lhe com voz firme e imperiosa:

Levanta-te, toma tua cama e vai para a tua casa.

Natanael ergueu-se e deu um grito de euforia ao perceber-se livre da moléstia que o infelicitou por longo período.

Sem muita demora abandonou a casa de Pedro, na companhia dos companheiros, ainda sem compreender bem o que lhe acontecera.

À noite, quando Jesus buscava refazimento à beira do lago de Genesaré, Pedro o encontrou com os olhos imersos em lágrimas.

Rabi, estás chorando? De felicidade, suponho, depois de tantos eventos felizes...

Choro, mas de tristeza. – Afirmou o Mestre.

Choro, Simão, porque neste momento, muitos daqueles que hoje curei se encontram entregues a antigos vícios. Recobraram o ânimo, a voz, a saúde, para se precipitarem outra vez nos despenhadeiros da insensatez.

Não tardará que se vejam enredados em novos desequilíbrios, prejudicando dolorosamente suas próprias existências.

Enquanto isso, não longe dali, Natanael ben Elias comentava sua cura, com infantil alegria, entre amigos embriagados e mulheres infelizes.

Exatamente como o Mestre descreveu, Natanael, como tantos outros, sem valorizar a nova chance que recebera, entregava-se ao equívoco e ao vício.

*   *   *

A proposta do Cristo jamais teve a intenção de oferecer ao homem alegrias superficiais.

As dores que nos chegam – usualmente causadas pela nossa própria negligência - são métodos severos, porém, eficazes para curar e disciplinar nossos Espíritos reincidentes no erro.

Somente a efetiva compreensão e aplicação dos ensinamentos do Mestre Nazareno nos possibilitarão alcançar a felicidade verdadeira.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7,  do livro Primícias do Reino,
 pelo Espírito  Amélia Rodrigues, psicografia de  Divaldo Pereira Franco,
 ed. LEAL.
Em 20.6.2016.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (04/10 - TERÇA-FEIRA - 20:00): "PASSAPORTE PARA A VIDA" DO LIVRO OFERENDA PELO ESPÍRITO DA SRA. JOANNA DE ÂNGELIS – PALESTRANTE: HIDELMO PASSOS


Na pauta das tuas atividades e reflexões diárias, inclui a questão da morte como de primacial importância. Mesmo que transites num corpo jovem e harmonioso, nenhuma garantia possuis quanto à sua durabilidade. Se a madureza das forças já caracteriza a tua jornada, de menos tempo dispões, desde que encetaste a marcha. Caminhando com os passos exauridos da senectude, já defrontas o pórtico da imortalidade em triunfo, que a todos aguarda e recebe. Em qualquer condição que te encontres: na saúde, na doença, na juventude, na velhice, convives com a morte do corpo físico, desde que o estado fisiológico, de forma alguma serve de parâmetro para considerar a dimensão da vida. Os acidentes de vária procedência, revelando-se em forma de infortúnios, chamam, a cada dia, os jovens, deixando os idosos; convocam os sadios, em detrimento dos enfermos, reconduzindo-os ao país da vida-além-da-vida.
Morrer é transformar-se molecularmente, abandonar o pesado envoltório material para movimentar-se em diferente faixa vibratória.
A morte é apenas o passaporte para a vida.
Incorporando ao cotidiano o programa de preparação para a morte, encontrarás alento para enfrentar as vicissitudes e vencer os impedimentos que, não poucas vezes, repontam pela senda redentora.
Sempre defrontarás a morte nos sucessos da vida e descortinarás a vida após o deslinde pela morte.
Aqui, é um filho querido que te precede, ou um irmão a quem te vincular pela consangüinidade carnal que se transfere do corpo; ali, é um esposo afeiçoado que rompeu as barreiras da forma somática, ou um genitor extremoso, que foi conduzido à vida nova; acolá, é um amigo que se desvencilhou dos liames fisiológicos ou um conhecido que não esperavas viajasse tão cedo e seguiu no veículo da desencarnação...
A surpresa estará presente no teu dia-a-dia, em relação aos que partem fazendo-te considerar, mesmo que não o queiras, a fragilidade da enfibratura física.
Nesse comenos, quiçá, chega o instante em que será a tua vez, o momento de abandonar o escafandro material, a fim de respirares outra atmosfera e habitares noutra faixa de vibração.
Não te deixes atemorizar pela morte nem a desconsiderares.
Ante alguém querido que rumou para o país da sobrevivência, refugia-te na oração e mergulha o pensamento na confiança irrestrita em Deus.
Lene a saudade, que a ausência dele te impõe, através da memória dos momentos felizes que fruíste ao lado desse afeto, hoje fisicamente distante... Ele receberá a tua mensagem emocional pelo telefonema do pensamento e também se renovará. Sentir-se-á evocado pelo teu carinho e estabelecerá um intercâmbio com que te nutrirará de esperança face ao reencontro que se dará oportunamente.
Colhido pela partida inesperada de um ser amado, não te revoltes, expelindo o ácido do desespero ou atirando espículos de blasfêmias injustificáveis, com ambas as atitudes atormentando-te e mais afligindo aquele que necessita das tuas reservas de forças psíquicas e morais, a fim de renovar-se e prosseguir em paz.
Todos que se encontram no corpo físico, deixa-lo-ão, atravessando a aduana da morte, na direção da imortalidade em plenitude de vida.

domingo, 2 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (02/10 - DOMINGO - 16:00): "GUARDEMOS O CUIDADO" DO LIVRO FONTE VIVA PELO ESPÍRITO SR. EMMANUEL - PALESTRANTE: LEANDRO BRESSY


O homem enxerga sempre, através da visão interior.
Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.
Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.
Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares.
Daí, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.
Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.
Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais.
Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade.
Ante o amigo chamado á carreira pública, mentalizamos a tirania política.
Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.
Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.
Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.
Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas.
Os males, contudo, sobram sempre.
Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.
Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.
Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.