SOBRE NÓS :
VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.
MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.
Redirecionamento
terça-feira, 31 de março de 2015
domingo, 29 de março de 2015
CENTRO ESPÍRITA...
São escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita;
São postos de atendimento fraternal para todos os que os buscam com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;
São oficinas de trabalho que proporcionam aos seus frequentadores oportunidades de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades;
São casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidades de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo;
São recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus frequentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “amai-vos uns aos outros”;
São núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores; e
São as unidades fundamentais do Movimento Espírita.
Fonte:http://www.ceerj.org.br/
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Local:
Stella Maris, BA, Brasil
sábado, 28 de março de 2015
quarta-feira, 25 de março de 2015
TEMA DA DOUTRINÁRIA DO DIA 26/03/15 (QUINTA FEIRA) - TORMENTOS MODERNOS – SÉTIMA PARTE DO LIVRO: AMOR, IMBATÍVEL AMOR - JOANA DE ANGELIS, PSICOGRAFADO POR DIVALDO FRANCO. EXPOSITOR: Antônio José
Os avanços da ciência aliados à tecnologia
favoreceram a vida com incomparáveis contribuições: higiene e saúde, comodidade
e prazer, facilidade de locomoção e de cultura, programas de solidariedade e
apoio, mais amplos recursos de fraternidade e inter-relacionamentos pessoais...
A globalização tornou-se inevitável, ganhando-se distâncias com velocidades
expressivas e participando-se das ocorrências que têm lugar nos mais diferentes
pontos do globo. Baniram da Terra várias endemias, erradicaram doenças cruéis,
alteraram a face do planeta, melhorando-lhe inumeráveis condições... Não
obstante, os nobres e úteis avanços não conseguiram impedir a violência urbana;
as guerras, cada vez mais destruidoras; a miséria econômica e social; os
fenômenos sísmicos; o surgimento de novas e calamitosas enfermidades; a
corrupção de vários matizes, que campeia desenfreada; os crimes hediondos assim
como a pena de morte, a eutanásia, o aborto, o suicídio, a traição...
Aprofundaram a sonda na psique do ser humano e desvelaram muitos enigmas que
antes desvairavam, oferecendo recursos terapêuticos para minimizar e mesmo
sanar muitos transtornos. Todavia, não puderam evitar distúrbios neuróticos e
de pânico, as depressões profundas e outras tantas patologias tormentosas da
mente... A admirável conquista da ecologia ressalta este período, preservando a
vida vegetal, animal, o meio ambiente com valiosas contribuições em favor do
planeta em pré-agonia. Apesar disso, a vida humana perece pela fome, pelo
abandono, por diversas doenças que ainda não foram vencidas, pelo desrespeito
de que é vítima... Ocorre que o homem interior ainda não se fez conquistar. As
valiosas realizações de fora o aprisionaram, por outro lado, no limite das
horas, no volume esmagador dos compromissos, na multiplicidade das realizações
para a sobrevivência, estressando-o ou fazendo-o indiferente ao seu próximo,
tornando-o arrogante ou aturdido, falta de ideais superiores e abarrotado de
coisas sem significado real. As exigências sociais tiraram-lhe a naturalidade,
e os anseios de triunfos externos desestruturam-no, tornando-se lhe importantes
os valores que se fazem conhecidos, embora escravizem, em detrimento àqueloutros
que permanecem não vistos e que são libertadores. O temor detém-no no lar,
cercado de tecnologia, mas, isolado da convivência com outras pessoas, longe do
calor humano que produz relacionamentos motivadores. A exiguidade de tempo não
lhe propicia mais a reflexão, levando-o a agir e a reagir por impulsos.
Escasseiam-lhe os momentos para si mesmo, interiormente, em espaços mentais e
emocionais de oração, de meditação, de refazimento de forças exauridas nos
embates contínuos. Os medos assaltam-no, e a solidão na multidão asfixia-o.
76. 32 MASSIFICAÇÃO Ao tempo em
que as informações se multiplicam, oferecendo o conhecimento de muitas
ocorrências simultaneamente, aquelas que têm primazia nos veículos de
comunicação — tragédias, excentricidades, violências e crimes, sexo em
desvario, ameaças de morte e de guerra — deixam o indivíduo inseguro. Porque
não dispõe de tempo para digerir e bem absorver as notícias, selecionando-as,
abate-se com facilidade ou excita-se, armando-se emocionalmente para os
enfrentamentos. Ocorre-lhe o fenômeno de ruptura da homeostase, que o perturba,
física e psiquicamente. Deixando-se arrastar pelo volume, massifica-se e perde
o contato com a própria identidade, passando a ser apenas mais um no grupo, no
qual se movimenta-trabalho, recreios, estudos, em quaisquer atividades —
submetendo-se ao estabelecido, ao gosto geral, à vontade alheia, às
necessidades que os organizadores definem, sem o consultarem anteriormente. Os
seus passam a ser os prazeres que outrem lhe concede, exigindo que se sinta bem
e se divirta, porquanto esse é o convencionado. Membro que é do conjunto, as
suas são as opções gerais. A massificação deságua na desumanização,
reconduzindo o ser ao anterior estágio dos impulsos e instintos básicos, que eram
próprios para a selva antiga, e agora se apresentam como necessários na
moderna, que é construída de pedras, cimento e ferro. Nela, não há liberdade
plena, nem harmonia gratificante, porquanto é artificial, ruidosa, agressiva,
propondo contínuo, exaustivo estado de alerta contra os seus métodos e membros
igualmente violentos. A massa humana, como ser grupal, é destituída de alma, de
sensibilidade. Em sua marcha voluptuosa avassala, deixando escombros físicos e
psicológicos por onde passa. Porque os seus membros perderam a capacidade de serem
indivíduos, estouram a qualquer voz de comando, arrastados pelos que os
sediciam, e assim agem, para não ficarem esmagados. Os seus tornam-se os
interesses coletivos, e tudo é programado, extinguindo no homem a espontaneidade,
que lhe expressa à individualidade, o nível psicológico e de consciência, no
qual se encontra. O ser animal necessita do grupo, conduzido pelo instinto
gregário, que o protege dos inimigos naturais e dá-lhe vida, estímulos,
facultando-lhe intercâmbios. O homem, porém, não prescinde da própria
intimidade, dos espaços que ocupa e lhe são fundamentais. Experimentar
mergulhos no Self, fruir momentos de solidão, sem buscar isolar-se, são-lhe
atitudes saudáveis, renovadoras, que lhe concedem beleza interior para
contrabalançar os choques desgastantes da luta pela vida. A busca de realização
é sempre pessoal e a meta é igualmente particular, correspondente ao estágio de
evolução de cada qual. Não obstante haja similitudes entre as aspirações de
criaturas diferentes, os valores anelados possuem características e
significados muito especiais, nunca se misturando em uma generalidade comum. O
ser humano é um universo com as suas próprias leis e constituição, embora em
harmonia com todos os demais, formando imensa família.
77. Massificado,
perde a capacidade, ou lhe é impedida, de expressar-se, de anelar e viver,
conforme o seu paradigma de aspiração e progresso, pois que, do contrário, é
expulso do grupo, onde não mais tem acesso. Marginalizado, deprime-se, aflige-se.
Cabe-lhe, porém, amadurecer reflexões para viver no grupo sem pertencer-lhe;
para estar em sociedade sem perder a sua identidade; para encontrar-se neste
momento com os demais, porém, não se permitir os arrastamentos insensatos e
compulsivos da massificação. Como lhe é necessário viver em grupo, é-lhe
imprescindível ser ele próprio. Sua individualidade deve ser respeitada e
mantida, a fim de que experiencie os acontecimentos conforme o seu estado
emocional, orgânico e intelectual. O ser humano detém possibilidades
inesgotáveis, que se multiplica por si mesmo. Quanto mais às desenvolve, tanto
mais se apresentam aguardando ocasião de expandir-se. A aquisição da
consciência de si, porém, é resultado de um esforço individual concentrado, que
a massificação dificulta porquanto, no conjunto, basta seguir-se o volume no
qual se está mergulhado. Quando defrontado com o Si profundo, o indivíduo opta
por controlar e bem direcionar a máquina orgânica ao invés de ser conduzido
pelos instintos prevalecentes. Esse empenho racional converte-se de imediato em
desafio que o engrandece, oferecendo-lhe significado existencial, por cujo
termo lutará com denodo. A massificação permite a liberação negativa e
perturbadora dos conflitos do homem que, somados aos dos demais, torna-se um
transtorno desenfreado, que mais inquieta, na razão direta em que se
exterioriza. Tornando-se difícil a identificação da pessoa conflitiva, em razão
do grupo que a absorve, o paciente sente-se à vontade para expandir a sua
mazela, mascarando-se e parecendo estar em outra realidade. Ao escamoteá-lo,
porém, mais lhe aprofundam as tenazes nos alicerces do inconsciente,
aturdindo-se e infelicitando-se. A massa absorve, devora as expressões
individuais e consolida as paixões perversas. A diluição terapêutica do
conflito certamente obedece à sua exteriorização conscientizada, anulando-lhe a
causalidade e preenchendo o seu espaço com formulações amadurecidas e
realizações compensadoras. Tal a resolução, e a ação dinâmica exige humildade,
reconhecendo-se o ser frágil e necessitado, por fim, encorajando-se para o
cometimento libertador. Vivendo-se uma atualidade globalizada à, inevitável,
pode-se no entanto, evitar a massificação, preservando-se a individualidade,
sendo-se autêntico consigo mesmo, enfrentando as imposições do ego e
harmonizando-as com o Self.
78.33 - PERDA DO SENSO DE HUMOR A
capacidade para manter o senso de humor nas mais variadas oportunidades resulta
do amadurecimento psicológico, propiciador da aquisição de valores relevantes
para o perfeito equilíbrio existencial. Poder encarar as situações vexatórias
sem revolta nem autocompaixão, considerando-as fenômenos naturais do processo
evolutivo; identificar-se humano e passível de todas as ocorrências; aceitar
com bom humor os acontecimentos inusitados e permitir-se sorrir de si mesmo,
dos equívocos cometidos e dispondo-se a repará-los, constituem conquistas do auto
amor. O amor, no seu elenco imenso de expressões, sustenta o senso de humor,
facultando ao indivíduo possibilidades enriquecedoras, dentre as quais a
alegria da vida como quer que esta se apresente, a compreensão das falhas
alheias e próprias, a coragem para repetir as experiências fracassadas, até
alcançar o êxito e, sobretudo, o preenchimento dos espaços íntimos com
realizações edificantes. A perda do senso de humor, entre outras causas,
resulta do estresse e da amargura, do desgaste das emoções e do vazio
existencial, colimando em condutas pessimistas, caracterizadas pela revolta
sistemática, a agressividade diante de quaisquer incidentes, ou pelo desânimo,
pelo desinteresse em torno das ocorrências. Descaracterizam-se então, os
valores perante si mesmo, e as aspirações cedem lugar à acomodação rebelde,
conspirando contra as estruturas íntimas. O senso de humor estimula ao prosseguimento
dos objetivos, vencendo dificuldades e obstáculos com o otimismo de quem confia
em si, nas próprias possibilidades e na capacidade de renovar-se para não
estacionar. Trata-se de um parâmetro para aquilatar-se a condição em que se
encontra e as disponibilidades ao alcance para vencer. A criança, porque ainda
não impregnada dos vícios sociais e das lutas malsucedidas, expressa com
naturalidade o seu senso de humor, de confiança nos adultos e nas coisas que a
cercam. O discernimento advindo dos fatores domésticos e sociais alterna-lhe
essa faculdade espontânea tomando-a, às vezes, dissimuladora, interesseira,
hábil na forma de conduzir-se para agradar. É indispensável à aceitação do
propósito de agradar-se também, desde que disso não decorra qualquer tipo de
prejuízo para si ou para as demais pessoas. O idealista e o esteta, o santo e o
artista, o poeta e todo homem de bem possuem apurado senso de humor que os
motiva a insistir e a ambicionar conseguir a meta que perseguem, alegrando-se
no que realizam, e quando algo não corresponde às aspirações acalentadas ou
resulta negativo, ao invés de perturbar-se, ou lamentar, ou desistir, aprendem
com o erro um método que deve ser alterado, porque não os levou ao ponto
estabelecido. Este senso de humor constitui riqueza íntima que se deve cultivar
sob qualquer circunstância, rejubilando-se com ele e exteriorizando-se onde se estejam,
a fim de melhorar os relacionamentos interpessoais, as realizações e
favorecendo os resultados de todos os empreendimentos. A vida moderna, com as
suas sofisticadas exigências, propicia muitos conflitos que podem ser evitados
mediante a autoconsciência e a vivência do senso de humor, isto é, a forma
natural e positiva para encarar as ocorrências do cotidiano. Não se trata do
humor que decorre do anedotário, da chalaça, da momice, dos relatos pejorativos
e de sentido pífio. Mas, dessa autêntica jovialidade para compreender-se e
compreender aos demais, encarando a existência com seriedade, mas sem carranca,
com alegria, mas sem vulgaridade, emocionalmente receptivo às lições e
complexidades dos processos da vida. A perda desse sentido mergulha o indivíduo
no fosso da autodestruição, que arquiteta, conscientemente ou não, como fuga
existencial ou capricho infantil, de quem sente falta da mãe super protetora,
anteriormente encarregada de solucionar todos os problemas do filho, o que deu
surgimento à insegurança, ao desequilíbrio, não lhe permitindo o
desenvolvimento psicológico. A aquisição como a preservação do senso de humor
torna-se essenciais para a vitória do homem sobre os conflitos modernos e o
direcionamento para a conquista da plenitude.
80.34 COMPORTAMENTOS
AUTODESTRUTIVOS A falta de iniciativa e o medo constituem fatores relevantes
para a instalação dos comportamentos autodestrutivos, decorrência natural da
insegurança pessoal e da hostilidade social presente na competitividade da
sobrevivência humana. Conflitos autopunitivos da consciência de culpa não
superados apresentam-se de forma patológica, contribuindo para a ausência de autoestima
e compulsão auto exterminadora. Nem sempre, porém, assumem a tendência para o
suicídio direto, manifestando-se, entretanto, de maneira mascarada, como
desinteresse pela existência, ausência de objetivos para lutar, atitudes
pessimistas... Noutras ocasiões, a frequente ingestão das vibrações perniciosas
do mau humor, do ressentimento, da rebeldia sistemática, do ódio, do ciúme
desenvolvem transtornos psíquicos que terminam por desarmonizar as células,
comprometer os órgãos e conduzir à morte. Diversas enfermidades têm causalidade
psicossomática, que culminam em verdadeiros desastres orgânicos. Na raiz de
toda doença há sempre componentes psíquicos ou espirituais, que são heranças
decorrentes da Lei de causa e efeito, procedentes de vidas transatas, que
imprimiram nos genes os fatores propiciadores para a instalação dos distúrbios
na área da saúde. A vida moderna, geradora de estresses e angústias, por sua
vez também desencadeia mecanismos de ansiedade e de fobias várias, que
desgastam os núcleos do equilíbrio psicológico com lamentáveis disfunções dos
equipamentos físicos. As pressões contínuas que decorrem do trabalho, dos
compromissos sociais, das necessidades econômicas, da tensão emocional e dos impositivos
psíquicos, desestabilizam o ser humano, que se torna vítima fácil de falsas
necessidades de fugas, como recurso de buscar a paz, engendrando comportamentos
autodestrutivos. Desequipado psicologicamente para os enfrentamentos
incessantes e sentindo-se incapaz para acompanhar e absorver o desenvolvimento
tecnológico e toda a parafernália dos divertimentos que induzem ao consumismo
rigoroso e insensato, o indivíduo de temperamento tímido perturba-se,
desistindo de prosseguir, ou se engaja na loucura generalizada, autodestruindo-se
igualmente através da excitação e da insatisfação, da competitividade com os
seus intervalos de fastio e amargura, buscando, nos alcoólicos, no tabaco, no
sexo e nas drogas os estímulos e as compensações para substituírem o cansaço, o
tédio e a saturação diante do que já haja conseguido. A velocidade que assinala
os acontecimentos hodiernos supera as suas resistências emocionais, e deixa-se
conduzir, a princípio, sem dar-se conta do excesso da carga psíquica, para
depois automatizar-se, sem reservarem-se períodos para o auto refazimento, para
a renovação, para o encontro consigo mesmo e uma análise tranquila das metas em
desenvolvimento, elaborando e seguindo uma escala de valores legítimos, a fim
de não consumir as horas e as forças nas buscas impostas pelo contexto social,
no qual se encontra, e que não lhe correspondem às aspirações íntimas.
81. A existência terrena é
portadora de valiosa contribuição ética, estética, intelectual, espiritual, e
não somente dos impositivos materiais e das satisfações ligeiras do ego sem a
compensação do Self. São muitos os mecanismos que levam à autodestruição,
dentre os quais, a fadiga pelo adquirir e poder acompanhar tudo; estar
envolvido nas armadilhas criadas pelo mercado devorador que desencadeia
inquietação; a quantidade de propostas perturbadoras pela mídia, que aturde; o
excesso de ruídos em toda parte, que desorienta, e a superpoluição nos centros
urbanos, que desenvolve os instintos violentos e agressivos, eliminando quase
as possibilidades para a aquisição da beleza, do entesouramento da paz, de
ensanchas de auto- realização. O ser humano é a medida das suas aspirações e
conquistas, sem o que a mediocridade o vence. Cada meta desenvolvida propicia a
compensação da vitória e o estímulo para novas realizações. Quando isso não
ocorre, os insucessos mal interpretados levam-no à desarmonia, da qual procedem
aos fatores inibidores para novos tentames com a desistência do esforço e a
perda da capacidade para recomeçar. É justo não se desfalecer jamais. Toda
ascensão impõe sacrifício, toda libertação resulta de esforço. A ruptura das
algemas psicológicas responsáveis pelo desprezo de si mesmo, pelo
acabrunhamento e autonegação torna-se de urgência, a fim de favorecer a visão
clara da realidade e os meios hábeis para bem vivê-la. Cada momento propicia
renascimento, quando se está vigilante para fazê- lo. Na impossibilidade de
mudar-se a vida moderna, melhor explicando, os fatores negativos que conduzem
aos conflitos — desde que existem valiosos contributos para a sua valorização,
aquisição do seu significado, crescimento interior e progresso individual como
geral — cumpre se criem condições próprias para enfrentá-la, se elaborem
programas pessoais para a auto realização e bem-estar, não se deixando
atormentar com as imposições secundárias, desde que percam o significado de que
desfrutam... Exercícios físicos e rítmicos — natação, caminhada, ciclismo, de
acordo com a eleição de cada qual —, ao lado de exercícios mentais — boa
leitura, música inspiradora, conversações instrutivas, relacionamentos
estimulantes, orações, meditação, ajuda ao próximo — são excelentes terapias
para a redescoberta do significado existencial e da vida, aceitando sem
estresse as imposições contemporâneas, decorrentes do processo da evolução
científico- tecnológica. A existência enriquecida de ideais deve ser utilizada
mediante os diversos recursos hodiernos para transformar o tumulto em harmonia,
a doença em saúde e a tendência à autodestruição em prolongamento da vida sob a
égide do amor que a tudo deve comandar, inspirar e vencer. Face à sua presença
e vitalidade, o mundo se modifica e o ser se liberta, plenificando-se.
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terça-feira, 24 de março de 2015
EVANGELIZAÇÃO DA ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ - SÁBADO 09 às 10:30
VENHA PRATICAR A MEDITAÇÃO ...
Meditação
Guiada (Meditação do Som para o Silêncio)
Benefícios
da Meditação:
A
prática de meditação tem muitos benefícios para a saúde física, mental,
emocional e espiritual. Muitos destes benefícios já foram comprovados por
estudos científicos.
Hoje
a meditação faz parte da vida de milhares de pessoas no mundo todo, inclusive
empresas, hospitais e até escolas introduziram a prática na sua rotina diária.
Vou
listar alguns benefícios da meditação para você:
-
Diminui dores crônicas, e a sensibilidade a dor;
-
Combate a Hipertensão arterial;
-
Combate a Ansiedade, Depressão e Estresse;
-
Melhora a qualidade do sono (no combate a insônia);
-
Diminui TPM, Sintomas da Menopausa e Alterações Hormonais;
-
Dores de Cabeça, Enxaqueca e Labirintite;
-
Resiliência;
-
Equilíbrio Emocional;
-
Mais Harmonia nos Relacionamentos;
-
Melhora a Concentração;
-
Melhora até mesmo o funcionamento do Intestino.
Com
certeza, todos estes benefícios da meditação são bons motivos para você começar
a praticar agora mesmo.
Benefícios
da Meditação - Programa Globo Repórter
“Pesquisadores
acreditam que meditar é um ótimo remédio para a vida.”
Segundo
o neurologista do Hospital Albert Einstein, João Radvany, a prática de
meditação tem muitos benefícios, entre eles: imunológicos, neurológicos,
cardiovasculares e psiquiátricos.
Já
para Elisa Kozasa, pesquisadora Instituto do Cérebro/Einstein, em entrevista
para o mesmo programa afirma que o "grande ganho é aprender a relaxar e ao
mesmo tempo manter a atenção", e ainda ser capaz de melhorar o desempenho
em nossas atividades diárias.
FONTE:
WWW.FELIZCOMVOCE.COM.BR
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segunda-feira, 23 de março de 2015
TEMA DA DOUTRINÁRIA DO DIA 25/03/15 (QUARTA FEIRA) "BONDADE", DO LIVRO Ave Luz (psicografado por João Nunes Maia) pelo Espírito Shaolim."" - EXPOSITOR: Humberto Vasconcelos
BONDADE
Judas Tadeu, de certo modo, era
um homem viajado. Conhecia muitos lugares. Quando rapazinho, de uns quatorze
para quinze anos, acompanhou seus tios a uma excursão que se tornou
inesquecível para ele. Saíram de Magdala, onde moravam os tios, foram margeando
o Rio Jordão até Jericó. Daí a Betânia, Jerusalém, Emaús, Lida, chegando ao fim
da linha, que é o porto de Jope, no Grande Mar Mediterrâneo. Tadeu, pelos anos
que tinha, não deveria ter o corpo que possuía. Era exagerado no tamanho. O
porto, para ele, significava um encanto. Teve a oportunidade de ver embarcações
de outros países e pessoas com diferentes costumes, vendendo e comprando
objetos que ele nunca sonhara existir. Mulheres de outras terras, de formosura
incomparável, vestimentas diferentes e linguagem que ele ignorava. Os
estrangeiros mais freqüentes eram os gregos e os romanos. Os tios de Tadeu
ficaram em uma estalagem muito sua conhecida, pelo ramo de comércio que
exploravam, mas Tadeu parava pouco na pensão, aproveitando o que Jope oferecia
de estranho, para se divertir.
Em uma certa hora de distração
pelas ruas de Jope, depara com um velho que estava bem posto em roupagem
oriental. Pelo seu aspecto, notava-se sua posição como mago. O ancião olha para
o rapagão e acena a mão, com suavidade. Tadeu, curioso, aproxima-se do mago e
diz:
— Senhor,
que queres de mim?
O homem indica uma cabana e pede
para segui-lo. O jovem, meio temeroso e assustado entra em uma nave
improvisada. O ancião desliza uma cortina como porta e acomoda-se em um coxim
de sedas coloridas. O menino assenta-se acanhado, olhando para o senhor.
Pergunta o seu nome. O velho, delicado, responde:
— Meu
filho, o meu nome é Basílio. Tenho noventa e oito anos e nunca me esqueço do
amor de Deus para com as criaturas. Não sei como vais receber-me na posição em
que me encontro e, pelo que vou falar-te, diante da pouca idade, que tens. No
entanto, é meu dever te revelar algo que a vida guarda para o teu coração.
O menino entendeu mais ou menos,
pois freqüentava as sinagogas e ouvia falar muito dos destinos das pessoas e
das coisas, de Deus, dos profetas e dos anjos.
Tudo passou rapidamente pela sua
cabeça infantil. O homem, sereno, descobre em sua frente um volume que brilhava
mais na claridade. Era um cristal muito polido e bonito. Tadeu nunca tinha
visto antes uma beleza daquela. O mago fita seus olhos lúcidos em Tadeu, e fala
com sabedoria:
— Meu
filho, te chamei porque, de longe, vi em volta da tua cabeça uma promessa para
o teu futuro, coisa difícil de explicar por palavras. A minha posição me
obrigou a te revelar algo de bom para o teu coração, mesmo se isso te custar a
própria vida.
Fechando os olhos, pôs as mãos
bem devagar por sobre a pedra, fala algumas palavras estranhas e o menino vê,
assustado, desenrolar-se a vida de uma pessoa desde o nascimento, em uma
estrebaria, até a morte, pendurado no madeiro, em um monte. Depois de assistir
a todo o drama, o velho Basílio pondera com tristeza.
— Meu
filho, viste tudo? Pois tu és um desses que vai acompanhar esse Mestre. Ele vai
te chamar para Seu apostolado. Ele é a luz do mundo que veio nos salvar. Ele é
o Cristo anunciado pelos antigos profetas. Podemos chamá-Lo de Pai na ausência
de Deus, se é que sentimos a Sua ausência de vez em quando.
O rapaz, movido pelos sentimentos
de bondade, chora quase aos soluços, e o velho Basílio acrescenta:
— Chora,
meu filho, chora, para que essa advertência não saia da tua mente, e quando
encontrares esse personagem divino, acompanha-0 em todos os Seus acertos e
sejas portador da Sua voz, para que os homens entendam esse homem. É o homem do
amor.
Tornou a cobrir a pedra com
delicadeza. Serviu um doce de figo para o menino, pegou sua mão e saiu de novo
pela rua, dizendo:
— Queres
ouvir um conselho, Tadeu?
— Sim,
senhor, quero. Quero ouvir muito do senhor.
— Então
não digas nada do que viste e ouviste de mim, porque a vida tem segredos
dispensados a poucos e que exigem silêncio aos ouvidos de muitos.
Dá um sorriso e termina:
— Vai,
meu filho, vai à procura dos teus, que já devem se encontrar impacientes com a
tua demora. Vai, Tadeu.
Por um impulso do coração Tadeu
tomou as mãos do reverendo ancião e beijou-as com ternura, dizendo ao mago:
— Deus
te pague, meu velho.
E saiu correndo para a estalagem
onde estavam os tios. No meio do caminho é que se lembrou de que não havia
falado o seu nome ao velho. “E como ele me chamou pelo nome?” Mas logo isso
passou, porque as crianças se distraem facilmente. E encontrou-se com os
parentes, na porta da casa, já aflitos.
Passam-se os anos... Tadeu nunca
se esquecera do velho Basílio, mas como o que ouvira dele era segredo, somente
ele próprio desfrutava das lembranças da palavra do mago de Jope. No dia em que
encontrou Jesus reconheceu o mesmo personagem da bola de cristal. Acendeu-se em
seu coração a maior certeza da imortalidade da vida e do desempenho da missão
de Cristo na Terra.
Tadeu pensava muito na Bondade.
Achava essa virtude uma segurança para os sofredores. Nos caminhos da verdade,
ele já havia encontrado muita gente possuidora desse clima de Deus no coração.
Na igreja dos pescadores, João,
irmão de Tiago, filho de Zebedeu, apruma o corpo e a mente para Deus e ora com
simplicidade e amor. Judas Tadeu, acompanhando a oração do companheiro, sente,
naquela noite, a obrigação de perguntar alguma coisa ao Senhor. Obedecendo à
inspiração, indaga:
— Mestre,
pelo pouco que faço não cabe a mim tomar o teu precioso tempo com perguntas que
podem não ser ideais. Mas ficaria agradecido se pudesses responder-me acerca do
que é a Bondade e qual a sua ação benfeitora na Terra.
O Nazareno, tranqüilo, responde
com alegria:
— Judas
Tadeu, a Bondade é uma marca de Deus em nossos corações. O homem bom sempre
sabe de onde veio a sua Bondade e o que fazer para conservá-la. Essa virtude é
uma das cordas do grande instrumento da vida, é uma das cordas do amor. Se queres
irradiar uma melodia perfeita da vida que levas, deves afinar todas as cordas
sonoras da alma, para que os dedos de Deus toquem em teu favor. A Bondade é,
sem dúvida, um princípio da escrita divina em nós, que nos leva à procura de
outras da mesma linha. Contudo, o senso de equilíbrio nos leva a disciplinar
essa disposição inspirada pela caridade. A Bondade não pode querer suprir as
deficiências que somente o trabalho pode fazer, ou a dor que desperta, ou a
corrigenda que conscientiza as pessoas. Quem chega ao ponto de conciliar a
Bondade com a justiça, faz muitos prodígios na arte de educar as criaturas e,
ao invés, como pensas, de afastar as pessoas, elas sentirão, mais tarde, a
eficiência de mestre daqueles que andam sempre no fio da balança divina, dando
o que devem dar, na hora certa; tirando o que devem tirar, no momento exato.
Houve silêncio no salão. Muitos
dos discípulos andavam exagerando nos serviços de assistência. A Bondade, em
certos casos, estava virando fanatismo, que logo pode passar a ser conivência
com certo tipo de vida contrária à moralidade e avessa à lei do trabalho. Jesus
volta a dissertar;
— Nós,
meus filhos, temos muitas coisas que poderemos destinar aos outros, sem
envernizá-las com mesquinhos interesses. Todavia, mesmo que o desprendimento
acompanhe as dádivas, a sabedoria e o amor nos asseguram que deveremos vigiar o
que vamos entregar aos nossos semelhantes e a quem vamos dar. A bondade, no
lugar certo, é luz que se acende nas trevas, mas onde não chegou a hora, pode
ser incentivo para a miséria da alma. Já pensaste em te condoeres dos insetos
de todas as espécies que vivem ao léu, nos campos, e levá-los para dentro de
casa? Dos animais que, por vezes, estão enfermos? Dos mendigos que encontrais
pelas mas e estradas, levá-los para o vosso convívio, dos doentes, ou dos
assassinos ou leprosos, ou dos inconscientes às leis do país? Pois essa seria
uma Bondade que se tornaria um distúrbio muito grande, de modo a impedir que
alcanceis a vossa paz no lar e na consciência. É muito grandioso ser bom, mas é
muito melhor saber ser bom pelas linhas da fraternidade e da razão objetiva.
Não estou querendo que esmoreçais na aquisição dessa virtude iluminada por
excelência, porém que aprendais a dignificar a Deus, pela inteligência que ele
vos deu, amparada pelos sentimentos. É bom que não passeis para nenhum dos
extremos da sabedoria e do amor, porque nas margens sempre encontrareis
desequilíbrios. No centro das correntezas dos rios, as águas são mais puras.
Após ligeira pausa, Jesus
prosseguiu:
— Tadeu, se encontraste muita
Bondade nos teus caminhos, e estas facilitaram o teu bom desempenho, sê grato
aos teus benfeitores, não com palavras, pois nem sempre eles podem ouvir, mas
sendo bom na mesma temperatura da Bondade que recebeste. Fica sabendo que toda
virtude desordenada é ninho de serpentes para o futuro. Por isso é que meu Pai
que está nos céus me enviou a vós, para que fundásseis na Terra um educandário
onde podereis, com a ajuda da Boa Nova que vos trago da parte d’Ele, equilibrar
as vossas emoções e enobrecer as vossas idéias. Controlar os pensamentos e
iluminar a fala. Todas as virtudes que ensinamos já são largamente conhecidas
na Terra, pois os profetas e os sábios as espalharam por toda a parte. Mas a
Boa Nova de Deus é o educador comum que propicia, com mais amplitude,
disciplina para todas as virtudes. Havereis de dar graças a Deus, mesmo que
entregueis a vida como semente de luz para esplender nos corações, pelo sangue
que derramastes, o interesse maior, de viver, mas de viver bem.
Quero e espero que todos vivais
pela Bondade. Não obstante, que essa Bondade não ultrapasse as divisas do seu
município, evitando perturbar a capital do coração e o comando da inteligência.
Notava-se um leve perfume no
salão, aroma já familiar a todos os presentes. Todos dão graças a Deus pela
manifestação de luz naquele ambiente de paz. Judas Tadeu procura sair,
lembrando os seus exercícios de Bondade, para ver se algum deles não tomou rumo
diferente.
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Stella Maris, BA, Brasil
domingo, 22 de março de 2015
Meditação da Chama Violeta
Aproveite para meditar, querendo fazer sob uma orientação, temos Meditação Orientada na Escola da Doutrina Espírita Caminho Da Luz : TERÇA: 20 AS 21 HS E QUINTA FEIRA: 08 AS 09 HS . APAREÇA EM NOSSA SEDE !
sexta-feira, 20 de março de 2015
TEMA DA DOUTRINÁRIA DO DIA 22/03/15 (DOMINGO) "MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO", CAPÍTULO 2 DO LIVRO "EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO" - EXPOSITOR: JOÃO MOISES
A
vida futura. - A realeza de Jesus. - O ponto de vista. - Instruções dos
Espíritos: Uma realeza terrestre.
1.
Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença,
perguntou-lhe: És o rei dos judeus? - Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é
deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido
para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é
aqui.
Disse-lhe
então Pilatos: És, pois, rei? - Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei; não
nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que
pertence a verdade escuta a minha voz. (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)
A
vida futura
2.
Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele
apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e
como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra.
Todas as suas máximas se reportam a esse grande principio. Com efeito, sem a
vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos
morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele
apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse
dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi
colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. E que ele tem de ser o
ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena
e se mostra de acordo com a justiça de Deus.
3.
Apenas idéias muito imprecisas tinham os judeus acerca da vida futura.
Acreditavam
nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém,
que os homens podem um dia tomar-se anjos e partilhar da felicidade destes.
Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens
terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os
seus inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da
desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo
pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste
mundo. Mais tarde, Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus
segue o seu curso. E esse o mundo que ele promete aos que cumprem os
mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é
que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.
Jesus,
porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou
conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados,
visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida
futura apenas como um principio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém
pode fugir. Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a
idéia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa
em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais
do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a
incredulidade.
O
Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do
Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para
apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples
artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os latos
demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas
fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de
impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar
inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como
toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição
da vida futura é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as
condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram,
quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e
declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo,
patente fica a verdadeira justiça de Deus.
A
realeza de Jesus
4.
Que não é deste mundo o reino de Jesus todos compreendem, mas, também na Terra
não terá ele uma realeza? Nem sempre o título de rei implica o exercício do
poder temporal. Dá-se esse título, por unânime consenso, a todo aquele que,
pelo seu gênio, ascende à primeira plana numa ordem de idéias quaisquer, a todo
aquele que domina o seu século e influi sobre o progresso da Humanidade. E
nesse sentido que se costuma dizer: o rei ou príncipe dos filósofos, dos
artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, oriunda do mérito
pessoal, consagrada pela posteridade, não revela, muitas vezes, preponderância
bem maior do que a que cinge a coroa real? Imperecível é a primeira, enquanto
esta outra é joguete das vicissitudes; as gerações que se sucedem à primeira
sempre a bendizem, ao passo que, por vezes, amaldiçoam a outra. Esta, a
terrestre, acaba com a vida; a realeza moral se prolonga e mantém o seu poder,
governa, sobretudo, após a morte. Sob esse aspecto não é Jesus mais poderoso
rei do que os potentados da Terra? Razão, pois, lhe assistia para dizer a
Pilatos, conforme disse: "Sou rei, mas o meu reino não é deste
mundo."
O
ponto de vista
5.
A idéia clara e precisa que se faça da vida futura proporciona inabalável fé no
porvir, fé que acarreta enormes conseqüências sobre a moralização dos homens,
porque muda completamente o ponto de vista sob o qual encaram eles a vida
terrena. Para quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é
indefinida, a vida corpórea se torna simples passagem, breve estada num pai
ingrato. As vicissitudes e tribulações dessa vida não passam de incidentes que
ele suporta com paciência, por sabê-las de curta duração, devendo seguir-se-lhes
um estado mais ditoso. A morte nada mais restará de aterrador; deixa de ser a
porta que se abre para o nada e torna-se a que dá para a libertação, pela qual
entra o exilado numa mansão de bem-aventurança e de paz. Sabendo temporária e
não definitiva a sua estada no lugar onde se encontra, menos atenção presta às
preocupações da vida, resultando-lhe daí uma calma de espírito que tira àquela
muito do seu amargor.
Pelo
simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos
para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao
presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual
a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça
para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles
lhe ocasiona causticante pesar; um engano, uma decepção, uma ambição
insatisfeita, uma injustiça de que seja vítima, o orgulho ou a vaidade feridos
são outros tantos tormentos, que lhe transformam a existência numa perene
angústia, infligindo-se ele, desse modo, a si próprio, verdadeira tortura de
todos os instantes. Colocando o ponto de vista, de onde considera a vida
corpórea, no lugar mesmo em que ele aí se encontra, vastas proporções assume
tudo o que o rodeia. O mal que o atinja, como o bem que toque aos outros,
grande importância adquire aos seus olhos. Aquele que se acha no interior de
uma cidade, tudo lhe parece grande: assim os homens que ocupem as altas
posições, como os monumentos. Suba ele, porém, a uma montanha, e logo bem
pequenos lhe parecerão homens e coisas.
É
o que sucede ao que encara a vida terrestre do ponto de vista da vida futura; a
Humanidade, tanto quanto as estrelas do firmamento, perde-se na imensidade.
Percebe então que grandes e pequenos estão confundidos, como formigas sobre um
montículo de terra; que proletários e potentados são da mesma estatura, e
lamenta que essas criaturas efêmeras a tantas canseiras se entreguem para
conquistar um lugar que tão pouco as elevará e que por tão pouco tempo
conservarão. Daí se segue que a importância dada aos bens terrenos está sempre
em razão inversa da fé na vida futura.
6.
Se toda a gente pensasse dessa maneira, dir-se-ia, tudo na Terra periclitaria,
porquanto ninguém mais se iria ocupar com as coisas terrenas. Não; o homem,
instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que só por pouco
tempo permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou o
menos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com um espinho debaixo
de sua mão, não a retire, para se não picar. Ora, o desejo do bem-estar força o
homem a tudo melhorar, impelido que é pelo instinto do progresso e da
conservação, que está nas leis da Natureza. Ele, pois, trabalha por
necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos desígnios da
Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se
preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância e
facilmente se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda.
Deus,
conseguintemente, não condena os gozos terrenos; condena, sim, o abuso desses
gozos em detrimento das coisas da alma. Contra tais abusos é que se premunem os
que a si próprios aplicam estas palavras de Jesus: Meu reino não é deste mundo.
Aquele
que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção
uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram na vida terrestre
assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera.
7.
O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em vez dessa
visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante
que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo,
mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da
obra do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um
mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos.
Faculta assim uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a
doutrina da criação da alma por ocasião do nascimento de cada corpo torna
estranhos uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre as partes de
um mesmo todo explica o que inexplicável se apresenta, desde que se considere
apenas um ponto. Esse conjunto, ao tempo do Cristo, os homens não o teriam
podido compreender, motivo por que ele reservou para outros tempos o fazê-lo
conhecido.
INSTRUÇÕES
DOS ESPÍRITOS
Uma
realeza terrestre
8.
Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso
Senhor: "O meu reino não é deste mundo"? O orgulho me perdeu na
Terra. Quem, pois, compreenderia o nenhum valor dos reinos da Terra, se eu o
não compreendia? Que trouxe eu comigo da minha realeza terrena? Nada,
absolutamente nada. E, como que para tornar mais terrível a lição, ela nem
sequer me acompanhou até o túmulo! Rainha entre os homens, como rainha julguei
que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez
de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens
que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue
nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com
tanta avidez se requestam na Terra!
Para
se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a
caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se
vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes,
quantas lágrimas enxugastes.
Oh!
Jesus, tu o disseste, teu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer pira
chegar ao céu, de onde os degraus de um trono a ninguém aproximam. A ele só
conduzem as veredas mais penosas da vida. Procurai-lhe, pois, o caminho, através
das urzes e dos espinhos, não por entre as flores.
Correm
os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para
sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que
apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os
únicos que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem facultar
acesso a esta.
Compadecei-vos
dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os com as vossas preces,
porquanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu
e a Terra: não o esqueçais. - Uma Rainha de França. (Havre, 1863.)
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quinta-feira, 19 de março de 2015
HOJE, 19/03/2015, A XVII CARAVANA BAIANA DA FRATERNIDADE DA FEB, ESTARÁ VISITANDO O NOSSO CENTRO - ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ ÀS 20:00
TEMA DA
DOUTRINÁRIA :"AMPLIANDO A CONSCIÊNCIA DE
IMORTALIDADE", EXPOSITOR: EMILSON PIAU
INDICAMOS A LEITURA E A SUA PRESENÇA NA DOUTRINÁRIA !
TEXTO : AMPLIANDO
A CONSCIÊNCIA DE IMORTALIDADE
André Luiz Peixinho
RESUMO: após
constatar o esgotamento do materialismo e enumerar os problemas dele
decorrentes, o texto situa o Espiritismo como o grande elemento de superação daquela
cosmovisão. Fundamentando-se em reflexões presentes em obras básicas do
Espiritismo e da sabedoria universal, além da literatura espírita subsidiária,
o texto propõe maneiras de superar a visão materialista, mediante a
reformulação de crenças e a aquisição de hábitos específicos. Esses hábitos de
aprimoramento envolvem (i) a desidentificação, por parte do indivíduo, de
atributos e formas com que se manifesta ao longo do processo evolutivo; (ii) a
autodisciplina em seus aspectos físico, emocional e mental, tornada hábito
mediante exercício e repetição; (iii) a experimentação e a experienciação do
mundo espiritual e o desenvolvimento de
um sentido de percepção profundo da divindade, mediante a conquista da “pureza
de coração” e competências espirituais correlatas. O texto indica ainda que
estas propostas sugerem formas de organização das atividades do centro
espírita.
1.
Introdução
Consta dos escritos de Allan
Kardec que uma das principais tarefas do Espiritismo é destruir o materialismo.
Embora este último, como visão de mundo, ofereça grandes vantagens à civilização
no plano da sobrevivência, do conforto e dos prazeres materiais, não resolve o
drama humano centrado na finitude e na angústia da morte. Para manter-se coerente,
o materialismo estimula o consumismo, o egocentrismo, a competição. Ao reduzir todos
os fenômenos existenciais à manifestação da matéria, mesmo aqueles conhecidos como
paranormais, nega qualquer possibilidade de transcendência material, de vida
após o decesso físico, de espiritualidade plena. Tal concepção restringe o
sentido da vida a uma auto realização transitória, através da vida sensorial e
intelectiva comum, oferecendo no máximo uma transcendência de si mesmo através
de um humanismo empobrecido.
A posição de Kardec é antecipada
pela declaração de um guia espiritual da época, que anunciou uma invasão
organizada dos espíritos no auge do sucesso materialista. E isto ocorreu,
levando o mestre lionês a concluir que o Espiritismo caminhará com os homens, sem
os homens e apesar dos homens.
Decorridos um século e meio,
constatamos que a sociedade cada vez mais parece imbuída de uma concepção
materialista, ao negar progressivamente antigas lições espirituais, religiosas
e filosóficas, e se deleitar com os avanços tecnológicos. E por desconhecer
realidades espirituais, centra-se na busca das posses materiais, da exaltação
da juventude corporal, ou desce os despenhadeiros comportamentais através do
uso de drogas.
Persistentemente, luta por
direitos pessoais, mantém preconceitos de raça, cor, sexo, religião, além de
experimentar a afirmação de seu poder, mediante a destruição individual ou
coletiva dos outros.
Em nosso entendimento, o
materialismo é forte no mundo porque a consciência do ser espiritual é frágil,
incipiente e muito restrita a algumas pessoas e momentos existenciais.
Em outras palavras, o mundo
reflete e reforça nosso estágio de consciência.
Isto é compreensível numa
perspectiva evolucionista espírita, pois os orientadores espirituais asseveram
que o princípio inteligente, criado por Deus, mergulhou na matéria para
intelectualizá-la, afirmando inclusive que tudo na natureza se encadeia, do
átomo ao arcanjo, que começou no átomo. Isto equivale a dizer que somos seres
espirituais manifestando nosso potencial através das formas materiais em
crescente evolução, ampliando a consciência através dos reinos da natureza:
mineral, vegetal, animal e humano.
E se estamos ainda vivendo a
experiência corporal, dando-lhe maior prevalência, é porque não expressamos
plenamente nosso potencial de criação divina e de princípio inteligente do universo.
Traduzir no plano das formas materiais este potencial é praticar o esforço evolutivo
em direção à angelitude.
O Espiritismo não pretende
retirar o indivíduo do mundo, nem privá-lo dos sucessos tecnológicos. Afinal de
contas, isolado, o indivíduo estiola-se e, desprezando os avanços do mundo
material pura e simplesmente, perde oportunidade e tempo de se dedicar à
verdadeira auto realização espiritual; porém, entre este extremo eremítico e a
hegemonia dos apelos do mundo materialista ‒ a busca
de felicidade material ‒, vai uma grande distância.
Para atender ao objetivo espírita
de superar a fase materialista da consciência, transcendendo-a e aproveitando-a
mediante uma inclusividade autêntica, podemos, com base no conhecimento
espírita, delinear algumas propostas e atividades decorrentes, conforme veremos
nas seções seguintes.
2.
Conhecer a si mesmo enquanto ser imortal, transcendente à matéria, potência
divina, essência.
Este conhecimento nos trará a
percepção de que estamos num corpo, possuímos um veículo de manifestação
modelador – o perispírito – mas não somos nenhum dos dois.
Ambos são criações evolutivas,
nossas dependentes, mutáveis, transitórias. Pertencem portanto ao mundo da
impermanência, e nele está contido todo o mundo materialista. E mesmo o mundo
espiritual ou erraticidade é uma construção nossa, adaptada às nossas necessidades
evolutivas transitórias.
Para alcançar tal objetivo – a
consciência de si mesmo enquanto essência – precisamos exercitar nossa
capacidade de desidentificação das formas que geramos como espíritos para nos
manifestar no mundo e superarmos as leis que o regem, principalmente aquelas
referentes ao espaço e ao tempo. Assim reconheceremos distintamente o que temos
– corpo e perispírito – do que realmente somos: espíritos. Afirmando que “não
há progresso possível sem observação atenta de nós mesmos”, Léon Denis (1987,
p. 355-371) recomenda algumas práticas de auto aprimoramento:
1. Controlar o físico –
“Primeiramente, regular a vida física, reduzir as exigências materiais ao necessário,
a fim de garantir a saúde do corpo, instrumento indispensável para o desempenho
de nosso papel terrestre.”
2. Regular as emoções – “(...)
disciplinar as impressões, as emoções, exercitando-nos em dominá-las, em
utilizá-las como agente de nosso aperfeiçoamento moral; aprender principalmente
a esquecer, a fazer o sacrifício do ‘eu’, a desprender-nos de todo o sentimento
de egoísmo.”
3. Ordenar e elevar o pensamento
– Ao situar o pensamento como causa primordial de nossa elevação e de nosso
rebaixamento, elemento que engendra “todas as descobertas da Ciência, todas as
maravilhas da Arte, mas também todas as misérias e todas as vergonhas da Humanidade”,
Denis conclui não haver “assunto mais importante que o estudo do pensamento,
seus poderes e ação”. Observa que “... refletimos os mil pensamentos incoerentes
do meio em que vivemos. Poucos homens sabem viver do próprio pensamento, beber
nas fontes profundas, nesse grande reservatório de inspiração que cada um traz consigo,
mas a maior parte ignora”. Por fim, convida a “aprender a fiscalizar os
pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim
nobre e digno”.
Essas “fontes profundas”,
presentes na alma, contêm “potências ocultas”, que “esperam nosso chamamento
para emergirem e aparecerem”, e podem ser alcançadas pela meditação: “Se meditarmos
em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser
impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento”. O autor acrescenta
que “na meditação o espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das
coisas: a luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas”.
A busca da consciência de
espírito é também referendada por Joanna de Ângelis (2008), que, assim como
Léon Denis, reafirma o poder da meditação, asseverando que
“O empenho de manter a atenção – que observa –, a concentração – que fixa – e a
meditação – que completa o equilíbrio psicofísico – tornam-se a ponte de união
entre a consciência superficial e o Eu profundo (...)”.
A mentora destaca também destaca a importância da geração de
automatismos superiores:
* “A repetição de atos gera
hábitos e estes tornam-se memórias, que passam a funcionar automaticamente.”
(ibid., p. 73-74)
* “Se eleges hábitos mentais de
discernimento para o correto, agirás com segurança, e essas memórias
funcionarão automaticamente, amadurecendo-o intelectiva e afetivamente, com
este comportamento oferecendo-te consciência de ti mesmo, identificação com o
teu EU profundo.”(id.)
Progressivamente, alcançaremos o
estágio de percepção dos nossos veículos como tais, desidentificando-nos deles
e manejando-os conforme as necessidades e circunstâncias;ao mesmo tempo,
conscientes do ser essência que somos, compreenderemos a nossa condição de
imortalidade e de criaturas nascidas do Amor Divino, que transcende as barreiras
do tempo e do espaço.
3.
Reconhecer e experienciar a vida da erraticidade ou mundo espiritual.
Embora saibamos que a informação
não é suficiente para provocar os efeitos ou comportamentos dela decorrentes,
ela é de vital importância na evolução. Segundo Allan Kardec, o progresso
intelectual antecede o progresso moral, fato este constatado observando-se o
comportamento das pessoas e populações ou através de pesquisas científicas na
Psicologia.
Mesmo a pesquisa experimental de
eventos relativos à ação dos espíritos no mundo físico não é capaz de ser
convincente para todos os observadores, pois eles dependem fundamentalmente da
matriz paradigmática que os faz perceber e interpretar o acontecimento.
Em que pesem tais limitações
relativas à informação e à interpretação dos eventos, o contato com leituras experimentos
pode ser uma primeira aproximação da realidade do mundo espiritual. Assim
começa um processo de experimentação de algo além dos cinco sentidos.
As pesquisas do chamado período
metapsíquico contribuíram para o questionamento do paradigma materialista, como
podemos constatar lendo os principais autores da época, como Alexandre Aksakof,
Gabriel Dellane, Epes Sargent, César Lombroso, Gustave Geley, William Crookes,
entre outros. Muitas conversões ocorreram graças a tais pesquisas particularmente
a partir de eventos que envolviam informações e vivências pessoais.
Entretanto, um número
significativo de participantes das pesquisas psíquicas adotaram explicações que
reduziam tudo a epifenômenos da matéria. Considerando que este método investigativo
continua tendo o seu valor hoje, contamos com a transcomunicação instrumental,
que não depende ostensivamente dos seres humanos, e as pesquisas anímicomediúnicas.
Observar através de aparelhos e
pessoas com faculdades específicas assemelha-se a estudar uma civilização a
partir do que os seus membros conseguem trazer e causar impacto em nossa vida.
Em outras palavras, significa manter-se no seu mundo, à espera que lhe convençam
a partir de ações específicas que consigam romper o mapa mental dominante.
Mas há outra alternativa, cujo
poder de conversão parece ser maior. Trata-se da vivência ou experienciação do
próprio mundo espiritual em si mesmo. Algumas práticas podem ser delineadas:
1. A observação da mente, isto é dos pensamentos, até
discernir a sua origem, se pessoal ou extrapessoal.
2. O estudo através de
observações sistemáticas das suas próprias capacidades paranormais, tais como a
telepatia, a psicocinesia, a precognição, a premonição, a clarividência no
mundo físico e outras formas incluídas no rol das interações entre a mente e a
matéria.
3. O trabalho prático de conhecer
o mundo espiritual através das vivências dos sonhos e dos chamados
desdobramentos espirituais ou projeções astrais.
4. A identificação em si mesmo de
faculdades mediúnicas e seu grau de desenvolvimento, precisão e qualidade em
“laboratórios” específicos, fartamente difundidos no meio espírita, como
sessões de desenvolvimento mediúnico. Neste caso, recomenda-se seguir as instruções
de Allan Kardec e Léon Denis, que continuam validadas por continuadores destes estudos,
tanto entre encarnados quanto entre desencarnados.
4.
Identificar sua participação em Deus e tomar consciência da unidade fundamental
Esta é a solução definitiva. Como
afirma Paulo, o Apóstolo, em comunicação publicada em O Livro dos Espíritos,
nossa vida deveria gravitar em torno de Deus. A união com a Divindade foi
divulgada por Jesus através da parábola do filho pródigo, da sua informação de
que Ele era um com o Pai Celestial, bem como do seu apelo para que nEle nos uníssemos.
Para nós, este estágio de consciência pode significar sentir-se espírito em plenitude.
Poderíamos dizer que se trata da superação de toda separatividade, da participação
na onipresença, da libertação de toda impermanência. Para buscar experienciar
tal estado, é preciso:
1. Estabelecer a pureza de coração, conforme assegura Jesus,
pois este estado é condição necessária para se ver a Deus em estado de
bem-aventurança.
2. Aprimorar a percepção do
Universo pelo estudo das suas leis e pela contemplação, pois ‘‘o Ser Supremo
não existe fora do mundo, porque este é sua parte integrante e essencial. Ele é
a Unidade central onde vão desabrochar e se harmonizar todas as relações”; “O
Universo oferece-nos o espetáculo de uma evolução incessante, para a qual todos
concorrem, da qual todos participam. A essa obra gigantesca preside um princípio
imutável.” (DENIS, 1989, p. 119).
3. Desenvolver novos estados de
consciência. Segundo Léon Denis, a consciência sensorial nos faz perceber Deus
como múltiplo; fazemos deuses todas as forças da Natureza: “assim nasceu o
Politeísmo”. Visto pela inteligência, Deus é espírito e matéria; daí o
dualismo. À razão esclarecida, ele é alma, espírito e corpo, forjando-se assim
as religiões trinitárias, como o Hinduísmo e o Cristianismo. “Percebido pela
vontade, faculdade soberana que resume todas as outras, compreendido pela
intuição íntima (...), Deus é Uno e Absoluto.” (ibid., p. 122-123).
5.
Consideração final: uma
proposta de ação .
Estas reflexões apontam para
variadas formas de organização das atividades no Centro Espírita e, à medida
que forem aplicadas, poderemos avaliar nosso trabalho na construção de
comunidades de espíritos encarnados mais conscientes de sua condição de seres
espirituais, vivendo uma experiência humana.
REFERÊNCIAS
ÂNGELIS, Joanna de. Consciência e Hábitos. In:______ Momentos
de Consciência. 3.ed. Salvador:Cf. parte IV, capítulo 2.
LEAL, 2008. cap. 12. Psicografia de Divaldo Pereira Franco.
DENIS, Léon. A disciplina do pensamento e a reforma do
caráter. In:______ O problema do ser, do destino e da dor. 14.ed. Brasília:
FEB, 1987. cap. XXIV.
_______. O Universo e Deus. In:______ Depois da morte. 15.ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1989. cap.IX.
PEIXINHO, André Luiz. O despertar do espírito. In:_____ A face
eterna do ser. 1.ed. Salvador:Fundação José Petitinga, 2007a. cap. 17.
_______. Consciência de ser espírito. In:_____ A face eterna
do ser. 1.ed. Salvador: Fundação José Petitinga, 2007b. cap. 18.
_______. Essência, existência e evolução. In:_____ A face
eterna do ser. 1.ed. Salvador: Fundação José Petitinga, 2007c. cap. 58.
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