SOBRE NÓS :

VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.

MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.

Redirecionamento

domingo, 29 de março de 2015

CENTRO ESPÍRITA...


    São núcleos de estudo, fraternidade, de oração e trabalho, praticados dentro dos princípios espíritas;
    São escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita;
    São postos de atendimento fraternal para todos os que os buscam com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;
    São oficinas de trabalho que proporcionam aos seus frequentadores oportunidades de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades;
    São casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidades de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo;
    São recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus frequentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “amai-vos uns aos outros”;
    São núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores; e
    São as unidades fundamentais do Movimento Espírita. 

Fonte:http://www.ceerj.org.br/

quarta-feira, 25 de março de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DO DIA 26/03/15 (QUINTA FEIRA) - TORMENTOS MODERNOS – SÉTIMA PARTE DO LIVRO: AMOR, IMBATÍVEL AMOR - JOANA DE ANGELIS, PSICOGRAFADO POR DIVALDO FRANCO. EXPOSITOR: Antônio José




TORMENTOS MODERNOS

 Os avanços da ciência aliados à tecnologia favoreceram a vida com incomparáveis contribuições: higiene e saúde, comodidade e prazer, facilidade de locomoção e de cultura, programas de solidariedade e apoio, mais amplos recursos de fraternidade e inter-relacionamentos pessoais... A globalização tornou-se inevitável, ganhando-se distâncias com velocidades expressivas e participando-se das ocorrências que têm lugar nos mais diferentes pontos do globo. Baniram da Terra várias endemias, erradicaram doenças cruéis, alteraram a face do planeta, melhorando-lhe inumeráveis condições... Não obstante, os nobres e úteis avanços não conseguiram impedir a violência urbana; as guerras, cada vez mais destruidoras; a miséria econômica e social; os fenômenos sísmicos; o surgimento de novas e calamitosas enfermidades; a corrupção de vários matizes, que campeia desenfreada; os crimes hediondos assim como a pena de morte, a eutanásia, o aborto, o suicídio, a traição... Aprofundaram a sonda na psique do ser humano e desvelaram muitos enigmas que antes desvairavam, oferecendo recursos terapêuticos para minimizar e mesmo sanar muitos transtornos. Todavia, não puderam evitar distúrbios neuróticos e de pânico, as depressões profundas e outras tantas patologias tormentosas da mente... A admirável conquista da ecologia ressalta este período, preservando a vida vegetal, animal, o meio ambiente com valiosas contribuições em favor do planeta em pré-agonia. Apesar disso, a vida humana perece pela fome, pelo abandono, por diversas doenças que ainda não foram vencidas, pelo desrespeito de que é vítima... Ocorre que o homem interior ainda não se fez conquistar. As valiosas realizações de fora o aprisionaram, por outro lado, no limite das horas, no volume esmagador dos compromissos, na multiplicidade das realizações para a sobrevivência, estressando-o ou fazendo-o indiferente ao seu próximo, tornando-o arrogante ou aturdido, falta de ideais superiores e abarrotado de coisas sem significado real. As exigências sociais tiraram-lhe a naturalidade, e os anseios de triunfos externos desestruturam-no, tornando-se lhe importantes os valores que se fazem conhecidos, embora escravizem, em detrimento àqueloutros que permanecem não vistos e que são libertadores. O temor detém-no no lar, cercado de tecnologia, mas, isolado da convivência com outras pessoas, longe do calor humano que produz relacionamentos motivadores. A exiguidade de tempo não lhe propicia mais a reflexão, levando-o a agir e a reagir por impulsos. Escasseiam-lhe os momentos para si mesmo, interiormente, em espaços mentais e emocionais de oração, de meditação, de refazimento de forças exauridas nos embates contínuos. Os medos assaltam-no, e a solidão na multidão asfixia-o.
76. 32 MASSIFICAÇÃO Ao tempo em que as informações se multiplicam, oferecendo o conhecimento de muitas ocorrências simultaneamente, aquelas que têm primazia nos veículos de comunicação — tragédias, excentricidades, violências e crimes, sexo em desvario, ameaças de morte e de guerra — deixam o indivíduo inseguro. Porque não dispõe de tempo para digerir e bem absorver as notícias, selecionando-as, abate-se com facilidade ou excita-se, armando-se emocionalmente para os enfrentamentos. Ocorre-lhe o fenômeno de ruptura da homeostase, que o perturba, física e psiquicamente. Deixando-se arrastar pelo volume, massifica-se e perde o contato com a própria identidade, passando a ser apenas mais um no grupo, no qual se movimenta-trabalho, recreios, estudos, em quaisquer atividades — submetendo-se ao estabelecido, ao gosto geral, à vontade alheia, às necessidades que os organizadores definem, sem o consultarem anteriormente. Os seus passam a ser os prazeres que outrem lhe concede, exigindo que se sinta bem e se divirta, porquanto esse é o convencionado. Membro que é do conjunto, as suas são as opções gerais. A massificação deságua na desumanização, reconduzindo o ser ao anterior estágio dos impulsos e instintos básicos, que eram próprios para a selva antiga, e agora se apresentam como necessários na moderna, que é construída de pedras, cimento e ferro. Nela, não há liberdade plena, nem harmonia gratificante, porquanto é artificial, ruidosa, agressiva, propondo contínuo, exaustivo estado de alerta contra os seus métodos e membros igualmente violentos. A massa humana, como ser grupal, é destituída de alma, de sensibilidade. Em sua marcha voluptuosa avassala, deixando escombros físicos e psicológicos por onde passa. Porque os seus membros perderam a capacidade de serem indivíduos, estouram a qualquer voz de comando, arrastados pelos que os sediciam, e assim agem, para não ficarem esmagados. Os seus tornam-se os interesses coletivos, e tudo é programado, extinguindo no homem a espontaneidade, que lhe expressa à individualidade, o nível psicológico e de consciência, no qual se encontra. O ser animal necessita do grupo, conduzido pelo instinto gregário, que o protege dos inimigos naturais e dá-lhe vida, estímulos, facultando-lhe intercâmbios. O homem, porém, não prescinde da própria intimidade, dos espaços que ocupa e lhe são fundamentais. Experimentar mergulhos no Self, fruir momentos de solidão, sem buscar isolar-se, são-lhe atitudes saudáveis, renovadoras, que lhe concedem beleza interior para contrabalançar os choques desgastantes da luta pela vida. A busca de realização é sempre pessoal e a meta é igualmente particular, correspondente ao estágio de evolução de cada qual. Não obstante haja similitudes entre as aspirações de criaturas diferentes, os valores anelados possuem características e significados muito especiais, nunca se misturando em uma generalidade comum. O ser humano é um universo com as suas próprias leis e constituição, embora em harmonia com todos os demais, formando imensa família.
77. Massificado, perde a capacidade, ou lhe é impedida, de expressar-se, de anelar e viver, conforme o seu paradigma de aspiração e progresso, pois que, do contrário, é expulso do grupo, onde não mais tem acesso. Marginalizado, deprime-se, aflige-se. Cabe-lhe, porém, amadurecer reflexões para viver no grupo sem pertencer-lhe; para estar em sociedade sem perder a sua identidade; para encontrar-se neste momento com os demais, porém, não se permitir os arrastamentos insensatos e compulsivos da massificação. Como lhe é necessário viver em grupo, é-lhe imprescindível ser ele próprio. Sua individualidade deve ser respeitada e mantida, a fim de que experiencie os acontecimentos conforme o seu estado emocional, orgânico e intelectual. O ser humano detém possibilidades inesgotáveis, que se multiplica por si mesmo. Quanto mais às desenvolve, tanto mais se apresentam aguardando ocasião de expandir-se. A aquisição da consciência de si, porém, é resultado de um esforço individual concentrado, que a massificação dificulta porquanto, no conjunto, basta seguir-se o volume no qual se está mergulhado. Quando defrontado com o Si profundo, o indivíduo opta por controlar e bem direcionar a máquina orgânica ao invés de ser conduzido pelos instintos prevalecentes. Esse empenho racional converte-se de imediato em desafio que o engrandece, oferecendo-lhe significado existencial, por cujo termo lutará com denodo. A massificação permite a liberação negativa e perturbadora dos conflitos do homem que, somados aos dos demais, torna-se um transtorno desenfreado, que mais inquieta, na razão direta em que se exterioriza. Tornando-se difícil a identificação da pessoa conflitiva, em razão do grupo que a absorve, o paciente sente-se à vontade para expandir a sua mazela, mascarando-se e parecendo estar em outra realidade. Ao escamoteá-lo, porém, mais lhe aprofundam as tenazes nos alicerces do inconsciente, aturdindo-se e infelicitando-se. A massa absorve, devora as expressões individuais e consolida as paixões perversas. A diluição terapêutica do conflito certamente obedece à sua exteriorização conscientizada, anulando-lhe a causalidade e preenchendo o seu espaço com formulações amadurecidas e realizações compensadoras. Tal a resolução, e a ação dinâmica exige humildade, reconhecendo-se o ser frágil e necessitado, por fim, encorajando-se para o cometimento libertador. Vivendo-se uma atualidade globalizada à, inevitável, pode-se no entanto, evitar a massificação, preservando-se a individualidade, sendo-se autêntico consigo mesmo, enfrentando as imposições do ego e harmonizando-as com o Self.
78.33 - PERDA DO SENSO DE HUMOR A capacidade para manter o senso de humor nas mais variadas oportunidades resulta do amadurecimento psicológico, propiciador da aquisição de valores relevantes para o perfeito equilíbrio existencial. Poder encarar as situações vexatórias sem revolta nem autocompaixão, considerando-as fenômenos naturais do processo evolutivo; identificar-se humano e passível de todas as ocorrências; aceitar com bom humor os acontecimentos inusitados e permitir-se sorrir de si mesmo, dos equívocos cometidos e dispondo-se a repará-los, constituem conquistas do auto amor. O amor, no seu elenco imenso de expressões, sustenta o senso de humor, facultando ao indivíduo possibilidades enriquecedoras, dentre as quais a alegria da vida como quer que esta se apresente, a compreensão das falhas alheias e próprias, a coragem para repetir as experiências fracassadas, até alcançar o êxito e, sobretudo, o preenchimento dos espaços íntimos com realizações edificantes. A perda do senso de humor, entre outras causas, resulta do estresse e da amargura, do desgaste das emoções e do vazio existencial, colimando em condutas pessimistas, caracterizadas pela revolta sistemática, a agressividade diante de quaisquer incidentes, ou pelo desânimo, pelo desinteresse em torno das ocorrências. Descaracterizam-se então, os valores perante si mesmo, e as aspirações cedem lugar à acomodação rebelde, conspirando contra as estruturas íntimas. O senso de humor estimula ao prosseguimento dos objetivos, vencendo dificuldades e obstáculos com o otimismo de quem confia em si, nas próprias possibilidades e na capacidade de renovar-se para não estacionar. Trata-se de um parâmetro para aquilatar-se a condição em que se encontra e as disponibilidades ao alcance para vencer. A criança, porque ainda não impregnada dos vícios sociais e das lutas malsucedidas, expressa com naturalidade o seu senso de humor, de confiança nos adultos e nas coisas que a cercam. O discernimento advindo dos fatores domésticos e sociais alterna-lhe essa faculdade espontânea tomando-a, às vezes, dissimuladora, interesseira, hábil na forma de conduzir-se para agradar. É indispensável à aceitação do propósito de agradar-se também, desde que disso não decorra qualquer tipo de prejuízo para si ou para as demais pessoas. O idealista e o esteta, o santo e o artista, o poeta e todo homem de bem possuem apurado senso de humor que os motiva a insistir e a ambicionar conseguir a meta que perseguem, alegrando-se no que realizam, e quando algo não corresponde às aspirações acalentadas ou resulta negativo, ao invés de perturbar-se, ou lamentar, ou desistir, aprendem com o erro um método que deve ser alterado, porque não os levou ao ponto estabelecido. Este senso de humor constitui riqueza íntima que se deve cultivar sob qualquer circunstância, rejubilando-se com ele e exteriorizando-se onde se estejam, a fim de melhorar os relacionamentos interpessoais, as realizações e favorecendo os resultados de todos os empreendimentos. A vida moderna, com as suas sofisticadas exigências, propicia muitos conflitos que podem ser evitados mediante a autoconsciência e a vivência do senso de humor, isto é, a forma natural e positiva para encarar as ocorrências do cotidiano. Não se trata do humor que decorre do anedotário, da chalaça, da momice, dos relatos pejorativos e de sentido pífio. Mas, dessa autêntica jovialidade para compreender-se e compreender aos demais, encarando a existência com seriedade, mas sem carranca, com alegria, mas sem vulgaridade, emocionalmente receptivo às lições e complexidades dos processos da vida. A perda desse sentido mergulha o indivíduo no fosso da autodestruição, que arquiteta, conscientemente ou não, como fuga existencial ou capricho infantil, de quem sente falta da mãe super protetora, anteriormente encarregada de solucionar todos os problemas do filho, o que deu surgimento à insegurança, ao desequilíbrio, não lhe permitindo o desenvolvimento psicológico. A aquisição como a preservação do senso de humor torna-se essenciais para a vitória do homem sobre os conflitos modernos e o direcionamento para a conquista da plenitude.
80.34 COMPORTAMENTOS AUTODESTRUTIVOS A falta de iniciativa e o medo constituem fatores relevantes para a instalação dos comportamentos autodestrutivos, decorrência natural da insegurança pessoal e da hostilidade social presente na competitividade da sobrevivência humana. Conflitos autopunitivos da consciência de culpa não superados apresentam-se de forma patológica, contribuindo para a ausência de autoestima e compulsão auto exterminadora. Nem sempre, porém, assumem a tendência para o suicídio direto, manifestando-se, entretanto, de maneira mascarada, como desinteresse pela existência, ausência de objetivos para lutar, atitudes pessimistas... Noutras ocasiões, a frequente ingestão das vibrações perniciosas do mau humor, do ressentimento, da rebeldia sistemática, do ódio, do ciúme desenvolvem transtornos psíquicos que terminam por desarmonizar as células, comprometer os órgãos e conduzir à morte. Diversas enfermidades têm causalidade psicossomática, que culminam em verdadeiros desastres orgânicos. Na raiz de toda doença há sempre componentes psíquicos ou espirituais, que são heranças decorrentes da Lei de causa e efeito, procedentes de vidas transatas, que imprimiram nos genes os fatores propiciadores para a instalação dos distúrbios na área da saúde. A vida moderna, geradora de estresses e angústias, por sua vez também desencadeia mecanismos de ansiedade e de fobias várias, que desgastam os núcleos do equilíbrio psicológico com lamentáveis disfunções dos equipamentos físicos. As pressões contínuas que decorrem do trabalho, dos compromissos sociais, das necessidades econômicas, da tensão emocional e dos impositivos psíquicos, desestabilizam o ser humano, que se torna vítima fácil de falsas necessidades de fugas, como recurso de buscar a paz, engendrando comportamentos autodestrutivos. Desequipado psicologicamente para os enfrentamentos incessantes e sentindo-se incapaz para acompanhar e absorver o desenvolvimento tecnológico e toda a parafernália dos divertimentos que induzem ao consumismo rigoroso e insensato, o indivíduo de temperamento tímido perturba-se, desistindo de prosseguir, ou se engaja na loucura generalizada, autodestruindo-se igualmente através da excitação e da insatisfação, da competitividade com os seus intervalos de fastio e amargura, buscando, nos alcoólicos, no tabaco, no sexo e nas drogas os estímulos e as compensações para substituírem o cansaço, o tédio e a saturação diante do que já haja conseguido. A velocidade que assinala os acontecimentos hodiernos supera as suas resistências emocionais, e deixa-se conduzir, a princípio, sem dar-se conta do excesso da carga psíquica, para depois automatizar-se, sem reservarem-se períodos para o auto refazimento, para a renovação, para o encontro consigo mesmo e uma análise tranquila das metas em desenvolvimento, elaborando e seguindo uma escala de valores legítimos, a fim de não consumir as horas e as forças nas buscas impostas pelo contexto social, no qual se encontra, e que não lhe correspondem às aspirações íntimas.

81. A existência terrena é portadora de valiosa contribuição ética, estética, intelectual, espiritual, e não somente dos impositivos materiais e das satisfações ligeiras do ego sem a compensação do Self. São muitos os mecanismos que levam à autodestruição, dentre os quais, a fadiga pelo adquirir e poder acompanhar tudo; estar envolvido nas armadilhas criadas pelo mercado devorador que desencadeia inquietação; a quantidade de propostas perturbadoras pela mídia, que aturde; o excesso de ruídos em toda parte, que desorienta, e a superpoluição nos centros urbanos, que desenvolve os instintos violentos e agressivos, eliminando quase as possibilidades para a aquisição da beleza, do entesouramento da paz, de ensanchas de auto- realização. O ser humano é a medida das suas aspirações e conquistas, sem o que a mediocridade o vence. Cada meta desenvolvida propicia a compensação da vitória e o estímulo para novas realizações. Quando isso não ocorre, os insucessos mal interpretados levam-no à desarmonia, da qual procedem aos fatores inibidores para novos tentames com a desistência do esforço e a perda da capacidade para recomeçar. É justo não se desfalecer jamais. Toda ascensão impõe sacrifício, toda libertação resulta de esforço. A ruptura das algemas psicológicas responsáveis pelo desprezo de si mesmo, pelo acabrunhamento e autonegação torna-se de urgência, a fim de favorecer a visão clara da realidade e os meios hábeis para bem vivê-la. Cada momento propicia renascimento, quando se está vigilante para fazê- lo. Na impossibilidade de mudar-se a vida moderna, melhor explicando, os fatores negativos que conduzem aos conflitos — desde que existem valiosos contributos para a sua valorização, aquisição do seu significado, crescimento interior e progresso individual como geral — cumpre se criem condições próprias para enfrentá-la, se elaborem programas pessoais para a auto realização e bem-estar, não se deixando atormentar com as imposições secundárias, desde que percam o significado de que desfrutam... Exercícios físicos e rítmicos — natação, caminhada, ciclismo, de acordo com a eleição de cada qual —, ao lado de exercícios mentais — boa leitura, música inspiradora, conversações instrutivas, relacionamentos estimulantes, orações, meditação, ajuda ao próximo — são excelentes terapias para a redescoberta do significado existencial e da vida, aceitando sem estresse as imposições contemporâneas, decorrentes do processo da evolução científico- tecnológica. A existência enriquecida de ideais deve ser utilizada mediante os diversos recursos hodiernos para transformar o tumulto em harmonia, a doença em saúde e a tendência à autodestruição em prolongamento da vida sob a égide do amor que a tudo deve comandar, inspirar e vencer. Face à sua presença e vitalidade, o mundo se modifica e o ser se liberta, plenificando-se.

terça-feira, 24 de março de 2015

EVANGELIZAÇÃO DA ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ - SÁBADO 09 às 10:30

TURMINHA DA EVANGELIZAÇÃO EM ATIVIDADE







VENHA PRATICAR A MEDITAÇÃO ...



Meditação Guiada (Meditação do Som para o Silêncio)

Benefícios da Meditação:

A prática de meditação tem muitos benefícios para a saúde física, mental, emocional e espiritual. Muitos destes benefícios já foram comprovados por estudos científicos.
Hoje a meditação faz parte da vida de milhares de pessoas no mundo todo, inclusive empresas, hospitais e até escolas introduziram a prática na sua rotina diária.
Vou listar alguns benefícios da meditação para você:
- Diminui dores crônicas, e a sensibilidade a dor;
- Combate a Hipertensão arterial;
- Combate a Ansiedade, Depressão e Estresse;
- Melhora a qualidade do sono (no combate a insônia);
- Diminui TPM, Sintomas da Menopausa e Alterações Hormonais;
- Dores de Cabeça, Enxaqueca e Labirintite;
- Resiliência;
- Equilíbrio Emocional;
- Mais Harmonia nos Relacionamentos;
- Melhora a Concentração;
- Melhora até mesmo o funcionamento do Intestino.
Com certeza, todos estes benefícios da meditação são bons motivos para você começar a praticar agora mesmo.
Benefícios da Meditação - Programa Globo Repórter
“Pesquisadores acreditam que meditar é um ótimo remédio para a vida.”
Segundo o neurologista do Hospital Albert Einstein, João Radvany, a prática de meditação tem muitos benefícios, entre eles: imunológicos, neurológicos, cardiovasculares e psiquiátricos.
Já para Elisa Kozasa, pesquisadora Instituto do Cérebro/Einstein, em entrevista para o mesmo programa afirma que o "grande ganho é aprender a relaxar e ao mesmo tempo manter a atenção", e ainda ser capaz de melhorar o desempenho em nossas atividades diárias.

FONTE: WWW.FELIZCOMVOCE.COM.BR
 


segunda-feira, 23 de março de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DO DIA 25/03/15 (QUARTA FEIRA) "BONDADE", DO LIVRO Ave Luz (psicografado por João Nunes Maia) pelo Espírito Shaolim."" - EXPOSITOR: Humberto Vasconcelos




BONDADE
Judas Tadeu, de certo modo, era um homem viajado. Conhecia muitos lugares. Quando rapazinho, de uns quatorze para quinze anos, acompanhou seus tios a uma excursão que se tornou inesquecível para ele. Saíram de Magdala, onde moravam os tios, foram margeando o Rio Jordão até Jericó. Daí a Betânia, Jerusalém, Emaús, Lida, chegando ao fim da linha, que é o porto de Jope, no Grande Mar Mediterrâneo. Tadeu, pelos anos que tinha, não deveria ter o corpo que possuía. Era exagerado no tamanho. O porto, para ele, significava um encanto. Teve a oportunidade de ver embarcações de outros países e pessoas com diferentes costumes, vendendo e comprando objetos que ele nunca sonhara existir. Mulheres de outras terras, de formosura incomparável, vestimentas diferentes e linguagem que ele ignorava. Os estrangeiros mais freqüentes eram os gregos e os romanos. Os tios de Tadeu ficaram em uma estalagem muito sua conhecida, pelo ramo de comércio que exploravam, mas Tadeu parava pouco na pensão, aproveitando o que Jope oferecia de estranho, para se divertir.
Em uma certa hora de distração pelas ruas de Jope, depara com um velho que estava bem posto em roupagem oriental. Pelo seu aspecto, notava-se sua posição como mago. O ancião olha para o rapagão e acena a mão, com suavidade. Tadeu, curioso, aproxima-se do mago e diz:
—     Senhor, que queres de mim?
O homem indica uma cabana e pede para segui-lo. O jovem, meio temeroso e assustado entra em uma nave improvisada. O ancião desliza uma cortina como porta e acomoda-se em um coxim de sedas coloridas. O menino assenta-se acanhado, olhando para o senhor. Pergunta o seu nome. O velho, delicado, responde:
—     Meu filho, o meu nome é Basílio. Tenho noventa e oito anos e nunca me esqueço do amor de Deus para com as criaturas. Não sei como vais receber-me na posição em que me encontro e, pelo que vou falar-te, diante da pouca idade, que tens. No entanto, é meu dever te revelar algo que a vida guarda para o teu coração.
O menino entendeu mais ou menos, pois freqüentava as sinagogas e ouvia falar muito dos destinos das pessoas e das coisas, de Deus, dos profetas e dos anjos.
Tudo passou rapidamente pela sua cabeça infantil. O homem, sereno, descobre em sua frente um volume que brilhava mais na claridade. Era um cristal muito polido e bonito. Tadeu nunca tinha visto antes uma beleza daquela. O mago fita seus olhos lúcidos em Tadeu, e fala com sabedoria:
—     Meu filho, te chamei porque, de longe, vi em volta da tua cabeça uma promessa para o teu futuro, coisa difícil de explicar por palavras. A minha posição me obrigou a te revelar algo de bom para o teu coração, mesmo se isso te custar a própria vida.
Fechando os olhos, pôs as mãos bem devagar por sobre a pedra, fala algumas palavras estranhas e o menino vê, assustado, desenrolar-se a vida de uma pessoa desde o nascimento, em uma estrebaria, até a morte, pendurado no madeiro, em um monte. Depois de assistir a todo o drama, o velho Basílio pondera com tristeza.
—     Meu filho, viste tudo? Pois tu és um desses que vai acompanhar esse Mestre. Ele vai te chamar para Seu apostolado. Ele é a luz do mundo que veio nos salvar. Ele é o Cristo anunciado pelos antigos profetas. Podemos chamá-Lo de Pai na ausência de Deus, se é que sentimos a Sua ausência de vez em quando.
O rapaz, movido pelos sentimentos de bondade, chora quase aos soluços, e o velho Basílio acrescenta:
—     Chora, meu filho, chora, para que essa advertência não saia da tua mente, e quando encontrares esse personagem divino, acompanha-0 em todos os Seus acertos e sejas portador da Sua voz, para que os homens entendam esse homem. É o homem do amor.
Tornou a cobrir a pedra com delicadeza. Serviu um doce de figo para o menino, pegou sua mão e saiu de novo pela rua, dizendo:
—     Queres ouvir um conselho, Tadeu?
—     Sim, senhor, quero. Quero ouvir muito do senhor.
—     Então não digas nada do que viste e ouviste de mim, porque a vida tem segredos dispensados a poucos e que exigem silêncio aos ouvidos de muitos.
Dá um sorriso e termina:
—     Vai, meu filho, vai à procura dos teus, que já devem se encontrar impacientes com a tua demora. Vai, Tadeu.
Por um impulso do coração Tadeu tomou as mãos do reverendo ancião e beijou-as com ternura, dizendo ao mago:
—     Deus te pague, meu velho.
E saiu correndo para a estalagem onde estavam os tios. No meio do caminho é que se lembrou de que não havia falado o seu nome ao velho. “E como ele me chamou pelo nome?” Mas logo isso passou, porque as crianças se distraem facilmente. E encontrou-se com os parentes, na porta da casa, já aflitos.
Passam-se os anos... Tadeu nunca se esquecera do velho Basílio, mas como o que ouvira dele era segredo, somente ele próprio desfrutava das lembranças da palavra do mago de Jope. No dia em que encontrou Jesus reconheceu o mesmo personagem da bola de cristal. Acendeu-se em seu coração a maior certeza da imortalidade da vida e do desempenho da missão de Cristo na Terra.
Tadeu pensava muito na Bondade. Achava essa virtude uma segurança para os sofredores. Nos caminhos da verdade, ele já havia encontrado muita gente possuidora desse clima de Deus no coração.
Na igreja dos pescadores, João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu, apruma o corpo e a mente para Deus e ora com simplicidade e amor. Judas Tadeu, acompanhando a oração do companheiro, sente, naquela noite, a obrigação de perguntar alguma coisa ao Senhor. Obedecendo à inspiração, indaga:
—     Mestre, pelo pouco que faço não cabe a mim tomar o teu precioso tempo com perguntas que podem não ser ideais. Mas ficaria agradecido se pudesses responder-me acerca do que é a Bondade e qual a sua ação benfeitora na Terra.
O Nazareno, tranqüilo, responde com alegria:
—     Judas Tadeu, a Bondade é uma marca de Deus em nossos corações. O homem bom sempre sabe de onde veio a sua Bondade e o que fazer para conservá-la. Essa virtude é uma das cordas do grande instrumento da vida, é uma das cordas do amor. Se queres irradiar uma melodia perfeita da vida que levas, deves afinar todas as cordas sonoras da alma, para que os dedos de Deus toquem em teu favor. A Bondade é, sem dúvida, um princípio da escrita divina em nós, que nos leva à procura de outras da mesma linha. Contudo, o senso de equilíbrio nos leva a disciplinar essa disposição inspirada pela caridade. A Bondade não pode querer suprir as deficiências que somente o trabalho pode fazer, ou a dor que desperta, ou a corrigenda que conscientiza as pessoas. Quem chega ao ponto de conciliar a Bondade com a justiça, faz muitos prodígios na arte de educar as criaturas e, ao invés, como pensas, de afastar as pessoas, elas sentirão, mais tarde, a eficiência de mestre daqueles que andam sempre no fio da balança divina, dando o que devem dar, na hora certa; tirando o que devem tirar, no momento exato.
Houve silêncio no salão. Muitos dos discípulos andavam exagerando nos serviços de assistência. A Bondade, em certos casos, estava virando fanatismo, que logo pode passar a ser conivência com certo tipo de vida contrária à moralidade e avessa à lei do trabalho. Jesus volta a dissertar;
—     Nós, meus filhos, temos muitas coisas que poderemos destinar aos outros, sem envernizá-las com mesquinhos interesses. Todavia, mesmo que o desprendimento acompanhe as dádivas, a sabedoria e o amor nos asseguram que deveremos vigiar o que vamos entregar aos nossos semelhantes e a quem vamos dar. A bondade, no lugar certo, é luz que se acende nas trevas, mas onde não chegou a hora, pode ser incentivo para a miséria da alma. Já pensaste em te condoeres dos insetos de todas as espécies que vivem ao léu, nos campos, e levá-los para dentro de casa? Dos animais que, por vezes, estão enfermos? Dos mendigos que encontrais pelas mas e estradas, levá-los para o vosso convívio, dos doentes, ou dos assassinos ou leprosos, ou dos inconscientes às leis do país? Pois essa seria uma Bondade que se tornaria um distúrbio muito grande, de modo a impedir que alcanceis a vossa paz no lar e na consciência. É muito grandioso ser bom, mas é muito melhor saber ser bom pelas linhas da fraternidade e da razão objetiva. Não estou querendo que esmoreçais na aquisição dessa virtude iluminada por excelência, porém que aprendais a dignificar a Deus, pela inteligência que ele vos deu, amparada pelos sentimentos. É bom que não passeis para nenhum dos extremos da sabedoria e do amor, porque nas margens sempre encontrareis desequilíbrios. No centro das correntezas dos rios, as águas são mais puras.
Após ligeira pausa, Jesus prosseguiu:
— Tadeu, se encontraste muita Bondade nos teus caminhos, e estas facilitaram o teu bom desempenho, sê grato aos teus benfeitores, não com palavras, pois nem sempre eles podem ouvir, mas sendo bom na mesma temperatura da Bondade que recebeste. Fica sabendo que toda virtude desordenada é ninho de serpentes para o futuro. Por isso é que meu Pai que está nos céus me enviou a vós, para que fundásseis na Terra um educandário onde podereis, com a ajuda da Boa Nova que vos trago da parte d’Ele, equilibrar as vossas emoções e enobrecer as vossas idéias. Controlar os pensamentos e iluminar a fala. Todas as virtudes que ensinamos já são largamente conhecidas na Terra, pois os profetas e os sábios as espalharam por toda a parte. Mas a Boa Nova de Deus é o educador comum que propicia, com mais amplitude, disciplina para todas as virtudes. Havereis de dar graças a Deus, mesmo que entregueis a vida como semente de luz para esplender nos corações, pelo sangue que derramastes, o interesse maior, de viver, mas de viver bem.
Quero e espero que todos vivais pela Bondade. Não obstante, que essa Bondade não ultrapasse as divisas do seu município, evitando perturbar a capital do coração e o comando da inteligência.

Notava-se um leve perfume no salão, aroma já familiar a todos os presentes. Todos dão graças a Deus pela manifestação de luz naquele ambiente de paz. Judas Tadeu procura sair, lembrando os seus exercícios de Bondade, para ver se algum deles não tomou rumo diferente.

domingo, 22 de março de 2015

Meditação da Chama Violeta




Aproveite para meditar, querendo fazer sob uma orientação, temos Meditação Orientada na Escola da Doutrina Espírita Caminho Da Luz : TERÇA: 20 AS 21 HS E QUINTA FEIRA: 08 AS 09 HS . APAREÇA EM NOSSA SEDE !





sexta-feira, 20 de março de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DO DIA 22/03/15 (DOMINGO) "MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO", CAPÍTULO 2 DO LIVRO "EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO" - EXPOSITOR: JOÃO MOISES



MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

A vida futura. - A realeza de Jesus. - O ponto de vista. - Instruções dos Espíritos: Uma realeza terrestre.
1. Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença, perguntou-lhe: És o rei dos judeus? - Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui.
Disse-lhe então Pilatos: És, pois, rei? - Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence a verdade escuta a minha voz. (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)
A vida futura
2. Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande principio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. E que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a justiça de Deus.
3. Apenas idéias muito imprecisas tinham os judeus acerca da vida futura.
Acreditavam nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém, que os homens podem um dia tomar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde, Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. E esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.
Jesus, porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um principio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém pode fugir. Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a idéia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.
O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os latos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.
A realeza de Jesus
4. Que não é deste mundo o reino de Jesus todos compreendem, mas, também na Terra não terá ele uma realeza? Nem sempre o título de rei implica o exercício do poder temporal. Dá-se esse título, por unânime consenso, a todo aquele que, pelo seu gênio, ascende à primeira plana numa ordem de idéias quaisquer, a todo aquele que domina o seu século e influi sobre o progresso da Humanidade. E nesse sentido que se costuma dizer: o rei ou príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, oriunda do mérito pessoal, consagrada pela posteridade, não revela, muitas vezes, preponderância bem maior do que a que cinge a coroa real? Imperecível é a primeira, enquanto esta outra é joguete das vicissitudes; as gerações que se sucedem à primeira sempre a bendizem, ao passo que, por vezes, amaldiçoam a outra. Esta, a terrestre, acaba com a vida; a realeza moral se prolonga e mantém o seu poder, governa, sobretudo, após a morte. Sob esse aspecto não é Jesus mais poderoso rei do que os potentados da Terra? Razão, pois, lhe assistia para dizer a Pilatos, conforme disse: "Sou rei, mas o meu reino não é deste mundo."
O ponto de vista
5. A idéia clara e precisa que se faça da vida futura proporciona inabalável fé no porvir, fé que acarreta enormes conseqüências sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista sob o qual encaram eles a vida terrena. Para quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é indefinida, a vida corpórea se torna simples passagem, breve estada num pai ingrato. As vicissitudes e tribulações dessa vida não passam de incidentes que ele suporta com paciência, por sabê-las de curta duração, devendo seguir-se-lhes um estado mais ditoso. A morte nada mais restará de aterrador; deixa de ser a porta que se abre para o nada e torna-se a que dá para a libertação, pela qual entra o exilado numa mansão de bem-aventurança e de paz. Sabendo temporária e não definitiva a sua estada no lugar onde se encontra, menos atenção presta às preocupações da vida, resultando-lhe daí uma calma de espírito que tira àquela muito do seu amargor.

Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona causticante pesar; um engano, uma decepção, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que seja vítima, o orgulho ou a vaidade feridos são outros tantos tormentos, que lhe transformam a existência numa perene angústia, infligindo-se ele, desse modo, a si próprio, verdadeira tortura de todos os instantes. Colocando o ponto de vista, de onde considera a vida corpórea, no lugar mesmo em que ele aí se encontra, vastas proporções assume tudo o que o rodeia. O mal que o atinja, como o bem que toque aos outros, grande importância adquire aos seus olhos. Aquele que se acha no interior de uma cidade, tudo lhe parece grande: assim os homens que ocupem as altas posições, como os monumentos. Suba ele, porém, a uma montanha, e logo bem pequenos lhe parecerão homens e coisas.
É o que sucede ao que encara a vida terrestre do ponto de vista da vida futura; a Humanidade, tanto quanto as estrelas do firmamento, perde-se na imensidade. Percebe então que grandes e pequenos estão confundidos, como formigas sobre um montículo de terra; que proletários e potentados são da mesma estatura, e lamenta que essas criaturas efêmeras a tantas canseiras se entreguem para conquistar um lugar que tão pouco as elevará e que por tão pouco tempo conservarão. Daí se segue que a importância dada aos bens terrenos está sempre em razão inversa da fé na vida futura.
6. Se toda a gente pensasse dessa maneira, dir-se-ia, tudo na Terra periclitaria, porquanto ninguém mais se iria ocupar com as coisas terrenas. Não; o homem, instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que só por pouco tempo permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou o menos mal que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com um espinho debaixo de sua mão, não a retire, para se não picar. Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar, impelido que é pelo instinto do progresso e da conservação, que está nas leis da Natureza. Ele, pois, trabalha por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos desígnios da Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância e facilmente se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda.
Deus, conseguintemente, não condena os gozos terrenos; condena, sim, o abuso desses gozos em detrimento das coisas da alma. Contra tais abusos é que se premunem os que a si próprios aplicam estas palavras de Jesus: Meu reino não é deste mundo.
Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera.
7. O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes novos. Em vez dessa visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo, mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da obra do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta assim uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma por ocasião do nascimento de cada corpo torna estranhos uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre as partes de um mesmo todo explica o que inexplicável se apresenta, desde que se considere apenas um ponto. Esse conjunto, ao tempo do Cristo, os homens não o teriam podido compreender, motivo por que ele reservou para outros tempos o fazê-lo conhecido.
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
Uma realeza terrestre
8. Quem melhor do que eu pode compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: "O meu reino não é deste mundo"? O orgulho me perdeu na Terra. Quem, pois, compreenderia o nenhum valor dos reinos da Terra, se eu o não compreendia? Que trouxe eu comigo da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E, como que para tornar mais terrível a lição, ela nem sequer me acompanhou até o túmulo! Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!
Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.
Oh! Jesus, tu o disseste, teu reino não é deste mundo, porque é preciso sofrer pira chegar ao céu, de onde os degraus de um trono a ninguém aproximam. A ele só conduzem as veredas mais penosas da vida. Procurai-lhe, pois, o caminho, através das urzes e dos espinhos, não por entre as flores.
Correm os homens por alcançar os bens terrestres, como se os houvessem de guardar para sempre. Aqui, porém, todas as ilusões se somem. Cedo se apercebem eles de que apenas apanharam uma sombra e desprezaram os únicos bens reais e duradouros, os únicos que lhes aproveitam na morada celeste, os únicos que lhes podem facultar acesso a esta.

Compadecei-vos dos que não ganharam o reino dos céus; ajudai-os com as vossas preces, porquanto a prece aproxima do Altíssimo o homem; é o traço de união entre o céu e a Terra: não o esqueçais. - Uma Rainha de França. (Havre, 1863.)

quinta-feira, 19 de março de 2015

HOJE, 19/03/2015, A XVII CARAVANA BAIANA DA FRATERNIDADE DA FEB, ESTARÁ VISITANDO O NOSSO CENTRO - ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ ÀS 20:00

TEMA DA DOUTRINÁRIA :"AMPLIANDO A CONSCIÊNCIA DE IMORTALIDADE", EXPOSITOR: EMILSON PIAU

INDICAMOS A LEITURA E A SUA PRESENÇA NA DOUTRINÁRIA !


TEXTO : AMPLIANDO A CONSCIÊNCIA DE IMORTALIDADE
André Luiz Peixinho

RESUMO: após constatar o esgotamento do materialismo e enumerar os problemas dele decorrentes, o texto situa o Espiritismo como o grande elemento de superação daquela cosmovisão. Fundamentando-se em reflexões presentes em obras básicas do Espiritismo e da sabedoria universal, além da literatura espírita subsidiária, o texto propõe maneiras de superar a visão materialista, mediante a reformulação de crenças e a aquisição de hábitos específicos. Esses hábitos de aprimoramento envolvem (i) a desidentificação, por parte do indivíduo, de atributos e formas com que se manifesta ao longo do processo evolutivo; (ii) a autodisciplina em seus aspectos físico, emocional e mental, tornada hábito mediante exercício e repetição; (iii) a experimentação e a experienciação do mundo espiritual e  o desenvolvimento de um sentido de percepção profundo da divindade, mediante a conquista da “pureza de coração” e competências espirituais correlatas. O texto indica ainda que estas propostas sugerem formas de organização das atividades do centro espírita.

1. Introdução
Consta dos escritos de Allan Kardec que uma das principais tarefas do Espiritismo é destruir o materialismo. Embora este último, como visão de mundo, ofereça grandes vantagens à civilização no plano da sobrevivência, do conforto e dos prazeres materiais, não resolve o drama humano centrado na finitude e na angústia da morte. Para manter-se coerente, o materialismo estimula o consumismo, o egocentrismo, a competição. Ao reduzir todos os fenômenos existenciais à manifestação da matéria, mesmo aqueles conhecidos como paranormais, nega qualquer possibilidade de transcendência material, de vida após o decesso físico, de espiritualidade plena. Tal concepção restringe o sentido da vida a uma auto realização transitória, através da vida sensorial e intelectiva comum, oferecendo no máximo uma transcendência de si mesmo através de um humanismo empobrecido.
A posição de Kardec é antecipada pela declaração de um guia espiritual da época, que anunciou uma invasão organizada dos espíritos no auge do sucesso materialista. E isto ocorreu, levando o mestre lionês a concluir que o Espiritismo caminhará com os homens, sem os homens e apesar dos homens.
Decorridos um século e meio, constatamos que a sociedade cada vez mais parece imbuída de uma concepção materialista, ao negar progressivamente antigas lições espirituais, religiosas e filosóficas, e se deleitar com os avanços tecnológicos. E por desconhecer realidades espirituais, centra-se na busca das posses materiais, da exaltação da juventude corporal, ou desce os despenhadeiros comportamentais através do uso de drogas.
Persistentemente, luta por direitos pessoais, mantém preconceitos de raça, cor, sexo, religião, além de experimentar a afirmação de seu poder, mediante a destruição individual ou coletiva dos outros.
Em nosso entendimento, o materialismo é forte no mundo porque a consciência do ser espiritual é frágil, incipiente e muito restrita a algumas pessoas e momentos existenciais.
Em outras palavras, o mundo reflete e reforça nosso estágio de consciência.
Isto é compreensível numa perspectiva evolucionista espírita, pois os orientadores espirituais asseveram que o princípio inteligente, criado por Deus, mergulhou na matéria para intelectualizá-la, afirmando inclusive que tudo na natureza se encadeia, do átomo ao arcanjo, que começou no átomo. Isto equivale a dizer que somos seres espirituais manifestando nosso potencial através das formas materiais em crescente evolução, ampliando a consciência através dos reinos da natureza: mineral, vegetal, animal e humano.
E se estamos ainda vivendo a experiência corporal, dando-lhe maior prevalência, é porque não expressamos plenamente nosso potencial de criação divina e de princípio inteligente do universo. Traduzir no plano das formas materiais este potencial é praticar o esforço evolutivo em direção à angelitude.
O Espiritismo não pretende retirar o indivíduo do mundo, nem privá-lo dos sucessos tecnológicos. Afinal de contas, isolado, o indivíduo estiola-se e, desprezando os avanços do mundo material pura e simplesmente, perde oportunidade e tempo de se dedicar à verdadeira auto realização espiritual; porém, entre este extremo eremítico e a hegemonia dos apelos do mundo materialista a busca de felicidade material , vai uma grande distância.
Para atender ao objetivo espírita de superar a fase materialista da consciência, transcendendo-a e aproveitando-a mediante uma inclusividade autêntica, podemos, com base no conhecimento espírita, delinear algumas propostas e atividades decorrentes, conforme veremos nas seções seguintes.

2. Conhecer a si mesmo enquanto ser imortal, transcendente à matéria, potência divina, essência.
Este conhecimento nos trará a percepção de que estamos num corpo, possuímos um veículo de manifestação modelador – o perispírito – mas não somos nenhum dos dois.
Ambos são criações evolutivas, nossas dependentes, mutáveis, transitórias. Pertencem portanto ao mundo da impermanência, e nele está contido todo o mundo materialista. E mesmo o mundo espiritual ou erraticidade é uma construção nossa, adaptada às nossas necessidades evolutivas transitórias.
Para alcançar tal objetivo – a consciência de si mesmo enquanto essência – precisamos exercitar nossa capacidade de desidentificação das formas que geramos como espíritos para nos manifestar no mundo e superarmos as leis que o regem, principalmente aquelas referentes ao espaço e ao tempo. Assim reconheceremos distintamente o que temos – corpo e perispírito – do que realmente somos: espíritos. Afirmando que “não há progresso possível sem observação atenta de nós mesmos”, Léon Denis (1987, p. 355-371) recomenda algumas práticas de auto aprimoramento:
1. Controlar o físico – “Primeiramente, regular a vida física, reduzir as exigências materiais ao necessário, a fim de garantir a saúde do corpo, instrumento indispensável para o desempenho de nosso papel terrestre.”
2. Regular as emoções – “(...) disciplinar as impressões, as emoções, exercitando-nos em dominá-las, em utilizá-las como agente de nosso aperfeiçoamento moral; aprender principalmente a esquecer, a fazer o sacrifício do ‘eu’, a desprender-nos de todo o sentimento de egoísmo.”
3. Ordenar e elevar o pensamento – Ao situar o pensamento como causa primordial de nossa elevação e de nosso rebaixamento, elemento que engendra “todas as descobertas da Ciência, todas as maravilhas da Arte, mas também todas as misérias e todas as vergonhas da Humanidade”, Denis conclui não haver “assunto mais importante que o estudo do pensamento, seus poderes e ação”. Observa que “... refletimos os mil pensamentos incoerentes do meio em que vivemos. Poucos homens sabem viver do próprio pensamento, beber nas fontes profundas, nesse grande reservatório de inspiração que cada um traz consigo, mas a maior parte ignora”. Por fim, convida a “aprender a fiscalizar os pensamentos, a discipliná-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim nobre e digno”.
Essas “fontes profundas”, presentes na alma, contêm “potências ocultas”, que “esperam nosso chamamento para emergirem e aparecerem”, e podem ser alcançadas pela meditação: “Se meditarmos em assuntos elevados, na sabedoria, no dever, no sacrifício, nosso ser impregna-se, pouco a pouco, das qualidades de nosso pensamento”. O autor acrescenta que “na meditação o espírito se concentra, volta-se para o lado grave e solene das coisas: a luz do mundo espiritual banha-o com suas ondas”.
A busca da consciência de espírito é também referendada por Joanna de Ângelis (2008), que, assim como Léon Denis, reafirma o poder da meditação, asseverando que “O empenho de manter a atenção – que observa –, a concentração – que fixa – e a meditação – que completa o equilíbrio psicofísico – tornam-se a ponte de união entre a consciência superficial e o Eu profundo (...)”.
A mentora destaca também destaca a importância da geração de automatismos superiores:

* “A repetição de atos gera hábitos e estes tornam-se memórias, que passam a funcionar automaticamente.” (ibid., p. 73-74)
* “Se eleges hábitos mentais de discernimento para o correto, agirás com segurança, e essas memórias funcionarão automaticamente, amadurecendo-o intelectiva e afetivamente, com este comportamento oferecendo-te consciência de ti mesmo, identificação com o teu EU profundo.”(id.)
Progressivamente, alcançaremos o estágio de percepção dos nossos veículos como tais, desidentificando-nos deles e manejando-os conforme as necessidades e circunstâncias;ao mesmo tempo, conscientes do ser essência que somos, compreenderemos a nossa condição de imortalidade e de criaturas nascidas do Amor Divino, que transcende as barreiras do tempo e do espaço.

3. Reconhecer e experienciar a vida da erraticidade ou mundo espiritual.
Embora saibamos que a informação não é suficiente para provocar os efeitos ou comportamentos dela decorrentes, ela é de vital importância na evolução. Segundo Allan Kardec, o progresso intelectual antecede o progresso moral, fato este constatado observando-se o comportamento das pessoas e populações ou através de pesquisas científicas na Psicologia.
Mesmo a pesquisa experimental de eventos relativos à ação dos espíritos no mundo físico não é capaz de ser convincente para todos os observadores, pois eles dependem fundamentalmente da matriz paradigmática que os faz perceber e interpretar o acontecimento.
Em que pesem tais limitações relativas à informação e à interpretação dos eventos, o contato com leituras experimentos pode ser uma primeira aproximação da realidade do mundo espiritual. Assim começa um processo de experimentação de algo além dos cinco sentidos.
As pesquisas do chamado período metapsíquico contribuíram para o questionamento do paradigma materialista, como podemos constatar lendo os principais autores da época, como Alexandre Aksakof, Gabriel Dellane, Epes Sargent, César Lombroso, Gustave Geley, William Crookes, entre outros. Muitas conversões ocorreram graças a tais pesquisas particularmente a partir de eventos que envolviam informações e vivências pessoais.
Entretanto, um número significativo de participantes das pesquisas psíquicas adotaram explicações que reduziam tudo a epifenômenos da matéria. Considerando que este método investigativo continua tendo o seu valor hoje, contamos com a transcomunicação instrumental, que não depende ostensivamente dos seres humanos, e as pesquisas anímicomediúnicas.
Observar através de aparelhos e pessoas com faculdades específicas assemelha-se a estudar uma civilização a partir do que os seus membros conseguem trazer e causar impacto em nossa vida. Em outras palavras, significa manter-se no seu mundo, à espera que lhe convençam a partir de ações específicas que consigam romper o mapa mental dominante.
Mas há outra alternativa, cujo poder de conversão parece ser maior. Trata-se da vivência ou experienciação do próprio mundo espiritual em si mesmo. Algumas práticas podem ser delineadas:
1. A observação da mente, isto é dos pensamentos, até discernir a sua origem, se pessoal ou extrapessoal.
2. O estudo através de observações sistemáticas das suas próprias capacidades paranormais, tais como a telepatia, a psicocinesia, a precognição, a premonição, a clarividência no mundo físico e outras formas incluídas no rol das interações entre a mente e a matéria.
3. O trabalho prático de conhecer o mundo espiritual através das vivências dos sonhos e dos chamados desdobramentos espirituais ou projeções astrais.
4. A identificação em si mesmo de faculdades mediúnicas e seu grau de desenvolvimento, precisão e qualidade em “laboratórios” específicos, fartamente difundidos no meio espírita, como sessões de desenvolvimento mediúnico. Neste caso, recomenda-se seguir as instruções de Allan Kardec e Léon Denis, que continuam validadas por continuadores destes estudos, tanto entre encarnados quanto entre desencarnados.

4. Identificar sua participação em Deus e tomar consciência da unidade fundamental
Esta é a solução definitiva. Como afirma Paulo, o Apóstolo, em comunicação publicada em O Livro dos Espíritos, nossa vida deveria gravitar em torno de Deus. A união com a Divindade foi divulgada por Jesus através da parábola do filho pródigo, da sua informação de que Ele era um com o Pai Celestial, bem como do seu apelo para que nEle nos uníssemos. Para nós, este estágio de consciência pode significar sentir-se espírito em plenitude. Poderíamos dizer que se trata da superação de toda separatividade, da participação na onipresença, da libertação de toda impermanência. Para buscar experienciar tal estado, é preciso:
1. Estabelecer a pureza de coração, conforme assegura Jesus, pois este estado é condição necessária para se ver a Deus em estado de bem-aventurança.
2. Aprimorar a percepção do Universo pelo estudo das suas leis e pela contemplação, pois ‘‘o Ser Supremo não existe fora do mundo, porque este é sua parte integrante e essencial. Ele é a Unidade central onde vão desabrochar e se harmonizar todas as relações”; “O Universo oferece-nos o espetáculo de uma evolução incessante, para a qual todos concorrem, da qual todos participam. A essa obra gigantesca preside um princípio imutável.” (DENIS, 1989, p. 119).
3. Desenvolver novos estados de consciência. Segundo Léon Denis, a consciência sensorial nos faz perceber Deus como múltiplo; fazemos deuses todas as forças da Natureza: “assim nasceu o Politeísmo”. Visto pela inteligência, Deus é espírito e matéria; daí o dualismo. À razão esclarecida, ele é alma, espírito e corpo, forjando-se assim as religiões trinitárias, como o Hinduísmo e o Cristianismo. “Percebido pela vontade, faculdade soberana que resume todas as outras, compreendido pela intuição íntima (...), Deus é Uno e Absoluto.” (ibid., p. 122-123).

5. Consideração final: uma proposta de ação .
Estas reflexões apontam para variadas formas de organização das atividades no Centro Espírita e, à medida que forem aplicadas, poderemos avaliar nosso trabalho na construção de comunidades de espíritos encarnados mais conscientes de sua condição de seres espirituais, vivendo uma experiência humana.
REFERÊNCIAS
ÂNGELIS, Joanna de. Consciência e Hábitos. In:______ Momentos de Consciência. 3.ed. Salvador:Cf. parte IV, capítulo 2.
LEAL, 2008. cap. 12. Psicografia de Divaldo Pereira Franco.
DENIS, Léon. A disciplina do pensamento e a reforma do caráter. In:______ O problema do ser, do destino e da dor. 14.ed. Brasília: FEB, 1987. cap. XXIV.
_______. O Universo e Deus. In:______ Depois da morte. 15.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1989. cap.IX.
PEIXINHO, André Luiz. O despertar do espírito. In:_____ A face eterna do ser. 1.ed. Salvador:Fundação José Petitinga, 2007a. cap. 17.
_______. Consciência de ser espírito. In:_____ A face eterna do ser. 1.ed. Salvador: Fundação José Petitinga, 2007b. cap. 18.

_______. Essência, existência e evolução. In:_____ A face eterna do ser. 1.ed. Salvador: Fundação José Petitinga, 2007c. cap. 58.