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Redirecionamento

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO, 13/09 - Sublime Ação - Cap 17 DO LIVRO: “Libertação pelo Amor” - Joanna de Angelis, - Palestrante: Marco A. Pinto



Sublime ação é sempre a da caridade. Toda e qualquer atividade que promove e dignifica a criatura humana é valiosa contribuição em favor do progresso da sociedade. É inerente ao homem e à mulher a generosidade , esse sentimento de prodigalidade, em face da sua procedência espiritual. Mesmo quando se encontra em fase inicial do processo evolutivo, predominando-lhe os instintos agressivos, o despertar dos sentimentos sob o comando do amor induz a essa faculdade. Inicialmente, apresenta-se como impulso desconexo, sem lucidez nem profundidade do seu significado, começando a desabrochar e expressar-se de maneira diferente, vitalizando todos os gestos edificantes. Ei-la – a generosidade – em forma de humanitarismo, no qual a presença solidária favorece a harmonia, o bem-estar, contribuindo para tornar melhor a vida daqueles que lhe são beneficiá- rios. Noutra circunstância, surge como atitude compassiva, evitando julgar com impiedade aquele que se envolve em atitudes infelizes, desculpando a ignorância que nele jaz ou o atraso que o conduz, sem permitir-lhe uma existência digna. Alonga-se em forma de altruísmo, quando adiciona a renúncia e o interesse pela recupera- ção ou promoção do seu próximo, mantendo-se feliz pela oportunidade de auxiliar.


Engrandece-se a partir do momento em que descobre a emoção superior que se deriva da ação de socorre a necessidade do rebelde ou atormentado, passando a educá-lo e a dignifica-lo, embora ele estorcegue nos cipoais da loucura a que se entregou. É o alento que sustenta o ideal de edificar o bem com desinteresse pessoal, quando medram o egoísmo e a insensatez. Ao produzir a abnegação e o devotamento que a sensibilizam, emoldurando os seus atos com ternura e amor avança triunfalmente pelo caminho de serviço e transforma-se na virtude por excelência – a caridade.

A caridade é como uma peregrina luz que necessita de combustível, a fim de que continue brilhando, derramando claridade em derredor. A sua chama crepita, esparzindo calor que altera o clima gélido da indiferença e proporciona reconforto, graças ao qual a existência humana volta a adquirir coragem e valor. A fim de que alcance o objetivo a que se destina, não pode, porém, prescindir da fé, especialmente a de natureza religiosa, pelo conteúdo de espiritualidade de que se reveste. Essa visão espiritual que dá sentido à vida torna-a grandiosa em face da sua perenidade. Enquanto se observa a transitoriedade, as modificações que experimentam os seres na sua forma física, material, a convicção a respeito do prosseguimento da vida após o túmulo, proporciona uma visão profunda e um significado transcendente para a ação caridosa. Na árvore da existência humana, podemos considerar a fé como a flor exuberante de onde se origina o fruto nutriente da caridade. Toda frutescência é antecedida pelo enflorescimento. A seiva dessa árvore, no entanto, procede do Pai Criador, que lhe dá origem e lhe preserva a continuidade, sustentando-a de acordo com a qualidade da produção. A caridade manifesta-se de forma natural, sem mesclas de ganho imediato ou remoto, não possuindo qualquer expressão egoística, mantida pelo amor que se distende generosos como dá- diva de Deus. É semelhante a perfume carregado por brisa abençoada e converte-se em alimento para a alma. Sem a presença da caridade no mundo, as conquistas da inteligência e da cultura não bastariam para arrancar o ser humano do caos de si mesmo. A caridade vela silenciosa e enriquecedora pelas vidas, apresentando-se quando tudo aparentemente se apresenta sem esperança, numa terrível conspiração contra a dignidade e a alegria. Ela ergue o tombado e caminha sustentando o trôpego. Nunca se cansa, nem exige nada. É jovial e gentil, não se jactando nem se impondo em momento algum, mantendo-se em clima de harmoniosa convivência com os fatores gerados pelo Bem. Enquanto viceje no mundo, pode-se ter certeza de que o Pai Generoso continua amparando os Seus filhos. Conforme sucede com as demais denominadas virtudes, medra espontaneamente, depois se instala no ser, acompanhando-o durante todo o seu processo evolutivo. 

Apesar disso, para que se possa estabelecer como parte integrante da existência, hábito superior de conduta, torna-se necessário exercitá-la, iniciando o ministério com pequenos gestos de bondade e de afabilidade, de compaixão e de misericórdia para com o próximo, até insculpir-se como essencial à existência. Tem como objetivo não apenas o ser humano, mas abrange todas as expressões vivas que existem, bem como a Natureza em si mesma, aos quais infunde ânimo e oferece apoio. Em relação, porém, ao próximo, tem finalidade precípua, porque exaltada por Jesus na Sua incomparável parábola do bom samaritano, quando tudo era adverso ao caído e não praticado pelo estrangeiro, que se torna o anjo dotado de amor e de bondade, que o arranca do abandono, atende-o e resguarda-o de todo e qualquer perigo, com esforço e sacrifício pessoal, sem pensar em si mesmo, embora sabendo-se detestado. A caridade jamais se detém privilegiando uns em detrimento de outros, elegendo aqueles que compartilham da mesma grei ou do mesmo grupo, antes alcançando os opositores, os adversários, aos quais trata com dignidade e sem diferença alguma em relação ao partido a que pertencem, aos interesses que cultivam, às crenças que professam. Por isso, é ação sublime. A sublime ação da caridade altera o comportamento do beneficiado, tornando-se lhe companheira afável, permanecendo como vitalidade do amor que sempre nutre. As ações de benemerência e de solidariedade revelam o nível de progresso moral do indivíduo e de um povo, avançando para a elevada expressão de caridade conforme Jesus a pregou e a viveu em todos os momentos, antes e depois da Sua morte.

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