SOBRE NÓS :

VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.

MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.

Redirecionamento

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

DOUTRINÁRIA MUSICAL DE HOJE (29/12 - QUINTA-FEIRA - 20:00) "NUNCA PARE DE SONHAR" - GONZAGUINHA - PALESTRANTE: CARLA VISI

"...Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será..."



"...Nunca se entregue
Nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar..."

domingo, 25 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL!

Natal! Momento de reflexão profunda sobre a nossa conduta durante todo o ano que finda. Todos tivemos momentos de acertos e enganos nessa temporada, normal, serve como amadurecimento. Essa data marca O nascimento Do Nosso Irmão Jesus, O Nosso Cristo. Que possamos meditar sobre o conteúdo do que Ele nos trouxe. Que possamos beber da água que o mesmo ofertou A Nossa irmã de Samaria. Que essa mesma água possa ser bebida para o nosso rejuvenescimento Cristão. A água na realidade são os ensinamentos trazidos na prática por Ele. Que sintamos a água como o exemplo que Ele nos legou. Paz!


Ass.: André Dias

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (22/12 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "NATAL" DO LIVRO FONTE VIVA – PELO ESPÍRITO SR. EMMANUEL - PALESTRANTE: MANOEL MESSIAS


“Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens.” – (Lucas, 2:14.)

As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.
Glória a Deus no Universo Divino.
Paz na Terra.
Boa vontade para com os Homens.
O Pai Supremo, legando a nova era de segurança e tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.
Nem castigo ao rico avarento.
Nem punição ao pobre desesperado.
Nem desprezo aos fracos.
Nem condenação aos pecadores.
Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.
Nem anátema contra o gentio inconsciente.
Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa Vontade.
A justiça do “olho por olho” e do “dente por dente” encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.
Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível...
Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria. 
O algoz seria digno de piedade.
O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.
O criminoso passaria à condição de doente.
Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície.
Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.
Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.
Natal! Boa Nova! Boa Vontade!
Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (14/12 - QUARTA-FEIRA - 16:00): "O LEGADO DA TOLERÂNCIA" DO LIVRO LUZ DO MUNDO - PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES – PALESTRANTE: PIEDADE BRASIL

A perene madrugada inebriava aquelas vidas.

Dias assinalados pela apoteose da esperança, inundados de amor, em que a cornucópia da misericórdia derramava bênçãos em abundância, constituíam uma quadra que jamais a Terra experimentara nos seus fastos passados ou voltaria a gozar no futuro...

A paisagem dos corações cada vez se multiplicava pela presença dos aflitos e angustiados que se atropelavam na expectativa de fruir os resultados felizes daqueles momentos, que, talvez, fossem interrompidos logo mais...

As conjunturas da política dominante e ignominiosa do usurpador estrangeiro produziam sulcos de revolta no solo das almas, e os bajuladores armavam ciladas nas bocas torpes dos representantes da comunidade, procurando pôr a perder o Pomicultor Sublime Onde Êle surgia, à semelhança de radiosa luz, atraía necessitados do corpo e da alma. Suas sementes de amor eram espalhadas fartamente em tentativas constantes de futura fecundação abençoada.

Os convidados ao colégio da fraternidade, que conviviam na Sua intimidade, armazenavam os grãos da vida, aprimorando a terra íntima do espírito para fecundá-los oportunamente.

Não compreendiam, porém, em toda a magnitude a grandeza da Mensagem que Êle espalhava em fortuna farta.

Assim, repontavam ciúmes em forma de zelo exacerbado, — queixas injustificáveis, — todas essas bagatelas da pequenez humana na planície das paixões, sem forças para superarem os óbices, galgando por fim o planalto da compreensão geral.

A Boa Nova seguia triunfalmente e muitos que dela se beneficiavam saíam a comunicar a outros corações o milagre da sua claridade lenificadora.

As narrações exaltadas competiam com os ódios que explodiam resultantes do despeito gratuito dos comensais da politicagem religiosa e da administração ingrata.

* * *

— Senhor, eis que encontramos um homem pelo caminho que curava em Teu Nome, expulsando Espíritos infelizes, — revelou, expedito, João, retornando de pequena viagem. (*)

— E que fizeste? — Inquiriu Jesus.

— Repreendemo-lo — protestou o discípulo inexperiente. — Expusemos que êle não tinha o direito de usar o Teu nome, pois que não privava contigo, não formava no grupo dos nossos. E fi-lo, defendendo os nossos objetivos para que os propósitos de elevação em que nos empenhamos não se entorpeçam através de pessoas incapazes de imprimir à própria vida a excelência da lição que nostransmite.

Brilhavam em júbilo os olhos do jovem companheiro, excessivamente zeloso quanto ao futuro do Evangelho nascente.

Jesus, porém, fitou-o com infinita bondade, admoestando-o, benigno:

— Fizeste mal; pois todo aquele que não é contra nós é por nós.

"Se alguém em meu nome expulsa Espíritos maus, asserenando obsessos e acalmando obsessores, cultivando nas almas o pólen da saúde que se con verte em pomar de tranquilidade, não poderá voltar-se contra nós, depois, assacando calúnias e no futuro erguendo-nos acusações. A palavra de amor é moeda de paz para aquisição do continente das almas."

E desejando expressar de maneira inolvidável o significado da tolerância e da caridade, prosseguiu:

— O servidor do Evangelho deve fiscalizar com sincera acuidade as nascentes íntimas dos sentimentos de modo a cercear no começo os adversários cruéis, que são o egoísmo e o orgulho, a inveja e o ciúme com toda a corte de nefandos sequazes. . . Os inimigos de fora não conseguem atingir o homem, senão exteriormente, pois que só alcançam a forma, sem lobrigarem mudar a constituição intrínseca do ser. Vinculado ao ideal superior da vida a que se entrega, o discípulo sincero compreende os que dormem no amolecimento das paixões, desculpa os perseguidores e não receia que outros corações, também, fascinados pela luz da verdade, desejem integrar-se no lídimo ideal da solidariedade a benefício de todos. Dia virá em que a Mensagem da Boa Nova se espalhará pelos múltiplos campos do mundo em formosa semeadura de abnegação, convocando multidões ao ministério excelso. Irmanados no ideal do serviço, todos aqueles que nos não combaterem ajudar-nos-ão, contribuindo eficientemente para a colheita dos resultados valiosos.

Como se se alongasse pelos confins dos tempos, pressentindo as dores acerbas e as lutas árduas pela implantação do Reino de Deus entre os homens, o Mestre concluiu:

— Irromperão em catadupas violentas os rios do sofrimento, de quando em quando, arrebentando represas e correndo destruidores com o objetivo de esmagar os que estejam à frente, em nome das paixões irrefreáveis, ou em caudais contínuas ameaçando arrastar os que teimem em suportar-lhes o ímpeto. .. Eu estarei vigilante, porém, acima das vicissitudes, socorrendo os timoneiros da fé e recolhendo os náufragos... No entanto, as desagregações internas, as disputas intestinas pela supremacia de uns em detrimento de outros, as lutas pela herança, esgrimindo as armas nefastas das guerras surdas e as intrigas sutis, serão mais danosas do que as agressões que procedam do mundo contra o nosso ideal de amor...

"Interliguem-se todos aqueles que sonham com a imortalidade, os que me amam, afastando barreiras e derrubando obstáculos para que mais rapidamente se implantem as realidades do amor e do perdão no solo das vidas...

"Ninguém se escandalize nunca, por encontrar fora da grei o mensageiro da saúde, o intermediário do bem, porque aparentemente estejam desvinculados das linhas conhecidas do serviço.

"Meu Pai dispõe de recursos que nos escapam e como é o Autor de tudo e de todos, cumpra cada um irrestritamente com o seu dever, transferindo para Êle, o Senhor de todos nós, os resultados do nosso trabalho."

Silenciou, tranquilo, e uma aragem de confraternização penetrou melhor nos homens que O escutavam, no reduzido grupo da amizade, como se avaliassem as responsabilidades que lhes cabiam.

Face ao dever maior, a tolerância é medida de justo progresso, tradutora das conquistas realizadas pelo discípulo fiel e afervorado da Verdade, no serviço redentor.

(*) Marcos 9:38 a 42.
Nota da Autora espiritual.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (13/12 - TERÇA-FEIRA - 20:00): "MULTIDÃO DE SOFRIMENTOS" DO LIVRO LUZ DO MUNDO - PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES – PALESTRANTE: CÉSAR PINHA

Sempre estava Jesus cercado pela multidão. Entardecia...


A multidão representava as enfermidades e mazelas que Lhe eram conduzidas pelos magotes humanos, assinalados pela dor.
Em todos os tempos o sofrimento é a cobrança do pretérito culposo dos atormentados em lapidação benéfica para a própria redenção, em clima de urgência.

A lepra, ingrata e hedionda, procede do espírito que exterioriza a degenerescência dos tecidos sutis, exsudando as misérias íntimas na faina incessante da purificação. Assim a cegueira e a surdez, a paralisia e a mudez, o câncer e tantos outros suplícios expressam o limite imposto ao devedor na faculdade cujo uso foi mal aplicado, fazendo o ser calceta em si mesmo, carecente de imediata reparação.

A falta do órgão ou membro, a desarmonia da faculdade ou função representam sempre a cobrança que chega em forma de controle e educação, predispondo o ser para a liberdade.

E como a dor tem sido a característica da vida humana, Jesus estava sempre cercado pela multidão.

Eram os atormentados de ontem ora envergando as marcas e manchas do passado, na condição de atormentados atuais, buscando, sequiosos, a água lustral do Evangelho do Reino, para lavarem as imundícies da imperfeição.

Cercado pela multidão Êle abria os braços e descerrava os lábios, socorrendo e falando...

A voz modulada em musicalidade divina derramava lições de vida em urgente profilaxia, de modo a que todo aquele que pudesse recuperar-se não tornasse aos erros trânsatos, a fim de não se acumpliciar com o crime, do que decorre sempre mais graves e danosos compromissos. E as mãos misericordiosas libertavam das amarras limitadas do padecimento, facultando agilidade e meios de crescimento superior aos beneficiados.

A multidão buscava-O sempre ansiosa...

Dos Seus lábios recolhia pérolas em luz, gemas em claridade incomparável para iluminar a senda de percalços e pedrouços. E das Suas mãos recebia o vigor em dádivas de saúde, que renovavam as peças gastas e os implementos orgânicos em desconsêrto, produzindo o refazimento e a paz.

Amava-O a multidão; ao menos necessitava d'Êle avidamente e O seguia.

Procediam de todos os rincões e se caracterizavam não raro, pela severidade e aspereza dos conceitos que, semelhantes a látego em brasa punitiva, azorragavam com doestos e ameaçavam com longas e penosas correções...

Há pouco escutara-se a Voz do Batista e a sua figura austera derramava o verbo abrasador, conclamando ao arrependimento e ao aproveitamento da hora, antes que se fizesse tarde.

Êle, porém, Aquêle suave Rabi, era a mansuetude e a abnegação. Quando o semblante se Lhe fazia grave, a meiguice e a dor exteriorizavam todo o Seu amor e ao mesmo tempo refletia as Suas esperanças, penetrando no porvir, em cujo curso incessante dos tempos o homem encontraria a paz...

Era o mês de Nisan. A tarde caía suave e calma.

A notícia da cura da sogra de Simão, cuja febre repreendida pelos Seus lábios se evadira, atraia a multidão dos necessitados.

Carreados por ventos brandos, aromas sutis balsamizavam a tarde em festa de luz.

A praia amiga, referta de esperanças, suspirando nos corações ansiosos dos homens, ali representava todos os tempos: o ontem e o amanhã da dor perseguindo a paz...

Êle aproximou-se e começou a curar.

Luz Divina em sombra densa, Sua aura reativava as forças fracas, recompondo os desgastes e desalinhos dos infelizes.

O espetáculo da alegria espontânea explodindo, comovia, e a reconstrução da saúde ante o olhar esgaseado de surpresa dos comensais do sofrimento, a rearticulação das faculdades psíquicas dos antes atormentados, os espíritos imundos expulsos pelo Seu magnetismo fascinavam, e, num crescendo, avolumavam-se as emoções à Sua volta. .. (*)

As vozes extremunhadas dos obsessores desligados das vítimas, gritavam:

— "Tu és o Filho de Deus!"

Êle, porém, sereno e pulcro, respondia:

— "Eu vos proíbo de falar. Afastai-vos daqui ..."

No desabrochar natural das alegrias, uma pausa fêz-se espontânea durante o sublime repasto da esperança. Êle, então, falou com eloquência e magnitude: .

— Todos os males promanam do espírito. Tende tento!

"O espírito é a fonte gentil e abundante onde nascem a enfermidade e a saúde, o destino e o porvir de cada ser, conforme se acumulam nas nascentes os atos que padronizam as futuras necessidades. Enquanto o homem não mergulhar na intimidade_dos seus problemas para solucioná-los à luz da razão e do amor, não conseguirá o lenitivo da

"Sois o "sal da Terra". O valor dele é mantido enquanto conserva o sabor.

"Sois a luz" da oportunidade, enquanto marchardes espargindo bênçãos e distribuindo esperanças.

"Deus, Nosso Pai, é o Criador, mas o homem, ascendendo, é o autor da sua dita ou desgraça.

"Inutilmente buscareis fora a saúde se não a mantiverdes retida no âmago do espírito, cuja perda se transforma em incessante aflição e maior tormento.

"A saúde, a seu turno, é oportunidade de evolução e de responsabilidade para com a vida.

"Buscai antes o amor e fazei todo o bem possível, para vos conservardes em paz. O amor é a candeia acesa e o bem o combustível que a mantém.

"Pacificai-vos para que vos conduzais em espírito de sabedoria, fazendo longos e proveitosos os vossos dias de júbilo na Terra e felizes, mais tarde, nos Céus."

Clara manhã. Sua presença apagava a noite sugando-a com beijos de luminosidade libertadora. E por onde andava, lá estava a multidão aflita e Êle prosseguia disseminando a saúde, por ser o Excelente Mensageiro da Vida.

Ao longe o sol declinava, caindo além dos montes, adornando a paisagem de ouro fulgurante no ar, e todos, tocados pela Sua misericórdia, os antes aflitos, debandaram na direção do lar, deixando a meditar, em profundo recolhimento sob o fulgor das primeiras estrelas, o Filho do Altíssimo.. .


(*) Lucas 5:40-41.

Nota da Autora espiritual.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (08/12 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "A FALÊNCIA DA ANTIGA FÉ RELIGIOSA" DO LIVRO REFLEXÕES ESPÍRITAS PELO ESPÍRITO DO SR. VIANNA DE CARVALHO – PALESTRANTE: EMILSON PIAU

Os filósofos racionalistas dos séculos XVIII e XIX vaticinaram, pessimistas, o descrédito, a falência da fé religiosa, porque, então, era destituída da mínima estrutura de lógica para resistir às investidas do bom-senso e das conquista científicas.
Fé lavrada na base audaciosa de decretos medievais e bulas esdrúxulas, que soterrou, por séculos a fio, as esperanças humanas da liberdade de consciência e de ação, ao tempo em que postergou as admiráveis realizações do progresso, fator inevitável no fenômeno da evolução e da destinação humana. 

Submeteu a cultura à ignorância, o fato à fantasia, escravizou, matou centenas de milhares de vidas, fomentou guerras cruéis, extorquiu e amealhou tesouros fabulosos, não obstante pregando a luz, a liberdade, a vida, a paz, a pobreza, assim escarnecendo da inteligência e do inevitável imperativo da razão humana.

Tentou impedir o raciocínio e impôs-se, a ferro e fogo, a sucessivas gerações enquanto o sopro da renovação varria as suas construções opulentas e frias, que se apresentavam indiferentes ao destino das multidões esfaimadas e desorientadas.

Formulando teses bem urdidas sobre o reino dos Céus, facultava banquetearem-se os seus príncipes, nobres e apaniguados no reino da Terra, a que sempre concedeu primazia e disputou com sofreguidão.

A partir da Reforma Protestante, e mesmo um pouco antes, com os Descobrimentos, depois com a Renascença e o dealbar dos primeiros avanços na área da Astronomia, da Física e da Química, surgiram as brechas nos seus alicerces fortes, que começaram a arrebentar- se, embora tentando silenciar as vozes que proclamavam as extraordinárias conquistas da Vida.

São irrefreáveis as leis do progresso, e o homem, destinado à glória estelar, mesmo com sacrifício, após elaborar o cárcere e as algemas da aflição, liberta-se, a pouco e pouco, avançando no rumo da sua destinação luminosa.

Sentindo o brilho da inteligência e o apelo da fé, ao invés de amparar o seu próximo, explorou-o, ne passado, tripudiando sobre a sua ingenuidade, tomando-se, depois, vítima da própria agressividade.

As construções sustentadas sobre os dogmas arbitrários, e as leis injustas que formulou ruíram, cobrindo de desalento aqueles que nelas confiaram, ferindo-os fundamente.

Desmascaradas as maquinações, a realidade desponta, poderosa, e conclama o pensamento a uma revisão histórica, a uma releitura do seu acervo cultural, com discernimento científico, a fim de eliminar as superstições e fetiches que privilegiavam uns, em detrimento de outros.

O estridor inexorável do Conhecimento, qual cinzel insuperável que gasta o bloco de mármore frio do orgulho, nele insculpe a sabedoria e o amor, de modo a assinalarem o novo momento da Humanidade, ávida de liberdade, de justiça, de paz, sem as sombras e os bloqueios da dominação medieval do passado.

Ainda remanescem algumas daquelas situações lamentáveis, decorrentes dos períodos infelizes, em que essa fé cega reinava arbitrária e soberana, como sequelas que degeneram em anarquia e descrença, violência e cinismo que ora varrem o Ocidente, considerado, equivocadamente, cristão.

Sem terem absorvido o espírito do Cristo, os povos • e nações que se diziam e afirmavam seguir-Lhe a Doutrina, apenas adaptaram-se à formalística religiosa, que foi estabelecida pelas Igrejas do passado, esquecendo-se totalmente da promoção e dignifícação da criatura humana, da elaboração de leis justas e compatíveis com as necessidades da evolução, antes gerando guerras, extorsões e condenando as pessoas às condições mínimas de vida, sem respeito, nem liberdade, em fragorosos atentados à Vida e aos ensinos do Mestre.

Constatada, pelas atuais gerações, fraude de Deus, isto é, o artifício de usar-Lhe o nome para ocultar a hediondez e o aviltamento moral daqueles que se afirmam Seus servidores, a descrença ganhou as ruas do mundo, estimulando os vícios e a desordem geral, apregoando a decadência dos valores éticos sobre os quais a sociedade erigiu as suas edificações. Proclamou-se, então, a seguir, que o matrimônio, a família, o amor e o respeito pela vida são páginas ultrapassadas da história do homem e que somente o gozo desenfreado, o poder arbitrário, a força argentária e o sexo em desalinho, podem e devem conduzir os destinos humanos em substituição aos anteriores conteúdos morais da sociedade...

Nesse báratro, porém, surpreendendo os profetas da Era da loucura e da geração sem rumo, a dor escarnece das suas arremetidas e os conduz a paroxismos e frustrações inesperadas, tomando-os galés nas barcas da ilusão com as quais pretendiam singrar os mares da existência corporal. Uma sensação de vazio domina-os, e o desencanto atormenta-os, sem conceder-lhes perspectivas de equilíbrio nas filosofias imediatistas do comportamento que abraçam. A onda do desespero cresce e os modismos sucedem-se, sem resultado, deixando-os mais pessimistas e vencidos. 

A alma, que havia sido expulsa dos seus painéis mentais, lentamente volta a apresentar-se como indestrutível na sua realidade intrínseca, e a sua presença na vida se faz tão preponderante, que passa a ser reexaminada sob óptica nova.

A escala de valores éticos e humanos é revista, e surge uma fé estribada nos fatos, induzindo a novo e inesperado comportamento emocional e social.

Cansado da descrença, da ilusão e de si mesmo, o homem moderno indaga à ciência a respeito da própria imortalidade e recebe como resposta que esta é a única realidade inevitável, fatalista. Utilizando-se de instrumentos sensíveis, quais a mediunidade humana ligada a delicados aparelhos eletrônicos, demonstram- lhe a sobrevivência do espírito à morte corporal, e a sua destinação, que é a conquista da felicidade, da perfeição.

Diante das evidências, que suportam e vencem todas as cargas de cepticismo que se lhe opõem, a fé inata, sempre presente nos seres, irrompe, ilumina-se com os testemunhos da razão e reassume o seu papel superior na construção do homem novo e da nova sociedade.

O homem redescobre-se e constata que a sua existência na Terra não transcorre ao azar, e que há, em tudo, um fatalismo inevitável, estabelecido por Deus, que será logrado em breve, médio, ou longo prazo, conforme a opção de cada qual.

O progresso moral é impostergável, nesse conjunto de Leis, e as aparentes defecções, quedas e recuos no quadro da civilização, constituem momentâneos estágios para consolidação das bases do pensamento, que sempre arrebenta as algemas com que a ignorância e a prepotência tentam retê-lo. Liberado, permite que os excessos do oposto se assenhoreiem das mentes antes aprisionadas, após o que retomam ao equilíbrio, à conduta saudável.

O Espiritismo, porque descomprometido com as Igrejas, os grupos políticos e os interesses sociais, objetivando o homem e seu progresso, é o portador da nova ética que é a mesma de Jesus-Cristo, porém consentânea com os tempos atuais, inaugurando a fé pela razão e o sentimento religioso através da consciência responsável e atuante, na construção do presente digno, pensando no futuro pleno.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (07/12 - QUARTA FEIRA - 16:00): "AS BEM AVENTURAÇAS" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: HUMBERTO VASCONCELOS

As Bem-aventuranças, dentro do Sermão da Montanha, é um longo discurso de Jesus que pode ser lido no Evangelho de São Mateus.

Este discurso pode ser considerado como um resumo dos ensinamentos de Jesus.

Mahatma Gandhi disse: "se toda a literatura espiritual da Humanidade perecesse, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido".

As bem-aventuranças representam o mais violento contraste entre os padrões do homem material e o ideal do ser espiritual.

Elas englobam uma série de situações, humanas, em que no momento que você olha para elas parece que é prejuízo. Mas atado a esse prejuízo, a sempre uma situação bonita sendo prometida.

Bem-aventurado. Qual é a tradução disso? Bem-encaminhado, feliz.


  • Imaginem chamar felizes os pobres de espírito, felizes os que choram, felizes os injustiçados, felizes os que sofrem perseguição,...

  • Quanto masoquismo e ironia!

  • Existe uma aparente contradição...

  • Jesus proclama felizes, precisamente, aqueles que o mundo considera infelizes.

  • Jesus ensinou o avesso daquilo que os homens pensavam

  • Essa contradição só pode ser superada e resolvida, se a gente chega ao final da frase, e percebe que a última palavra está sempre conectada com a primeira.

  • Bem-aventurado o que sofre, porque se alegrarão, porque deles é o reino dos Céus.

  • Vai fazendo sempre está comparação.

  • Sugere que tudo aquilo que é colocado como bem aventurado, se bem vivido, bem experimentando, o resultado final desse processo é a bem aventurança.

  • A proposta de Jesus para a nossa vida passa o tempo todo, não pela solução mágica das situações, mas pela proposta de um processo, parte por parte.

  • Se estiver amargurado hoje, então encare está amargura de maneira positiva tenha um olhar diferenciado, e ao olhar com tranqüilidade, sem desespero, você começará a compreende – lá.

  • Começará a sentir de forma diferente, aos poucos ela vai deixando de ser um peso e você alcança a leveza... que é o oposto da amargura.

  • Ninguém consegue chegar ao resultado, se não passar pelo duro processo de construção desse resultado.

  • É por isso que o contexto das bem-aventuranças nos ata a um contexto de promessas.

  • Vive bem o sofrimento de hoje, pois você vai conseguir chegar ao resultado bonito, que o sacrifício propõe...

  • Descubra aquilo que você está sofrendo hoje, identifique nisso, uma oportunidade de se transformar numa pessoa melhor.

  • A águia Americana

  • A águia perde o poder de caçar aos 40 anos, ela toma uma decisão, ela de refugia nas montanhas, nas alturas das pedras, próximos a penhascos, e entra num processo de regeneração, ela bate o bico nas pedras, para que ele caia aquela casca velha, então nasce uma casca nova, para ser um novo bico, com um bico novo ele começa um processo doloroso, de retirar as garras (Unhas) velhas dos pés, então nascem unhas novas, então com um bico novo e garras novas, ela começa a arrancar as penas velhas, todo processo dura (6) seis meses, todo processo de restauração, depois desse tempo, ela vive mais pelo menos mais 40 anos.


BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO, POIS QUE DELES É O REINO DOS CÉUS.
Não é aquele que é pobre do ponto de vista material; não é aquele que se deprecia; não é aquele que é covarde; não é aquele que esconde seu talento. Os "pobres em espírito" são os que têm a modéstia em afirmar que nada sabem que reconhecem as suas fraquezas e estão constantemente buscando o seu aperfeiçoamento e a lapidação das suas imperfeições.

BEM-AVENTURADOS QUE CHORAM, POIS QUE SERÃO CONSOLADOS.
Os que choram se encontram envolvidos num processo de crescimento. Eles serão consolados quando o valor projetado, perdido, for recuperado. Agora, os que não aceitam os períodos de dificuldades, que se revoltam e vivem reclamando de tudo e de todos, está recusando o débito do resgate, muitas vezes acaba gerando males não programados e amarguras desnecessárias.

BEM-AVENTURADOS OS FAMINTOS E OS SEQUIOSOS DE JUSTIÇA, POIS QUE SERÃO SACIADOS.
Ai dos indiferentes, dos acomodatícios, dos covardes, dos servis, que em proveito próprio aplaudem a injustiça.

BEM-AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO PELA JUSTIÇA, POIS QUE É DELES O REINO DOS CÉUS.
Refere-se aos idealistas que ousaram enfrentar as limitações e os preconceitos de suas épocas. Geralmente estas pessoas são atacadas, caluniadas, encarceradas e até mortas, por defenderem suas opiniões e ponto de vista, mas ficaram para sempre na História como precursoras de novas idéias que contribuíram para reformular a Ciência, a Religião, as Artes, a sociedade.        

BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS, PORQUE POSSUIRÃO A TERRA.
Com as mudanças previstas em nosso planeta, não mais reencarnarão pessoas rebeldes, perversas e violentas. Os brandos e pacíficos herdarão a Terra, porque continuarão a viver nela em busca do seu processo evolutivo, e não mais de quitação de dívidas do passado. Ser manso não significava ser um covarde servil, mas um crente na bondade de Deus e na benignidade do universo, mesmo quando a alma vive imersa no sofrimento e não vê razão para isso. Essa regra exprimia a aceitação da vontade de Deus.

BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS, PORQUE OBTERÃO MISERICÓRDIA.
Ser misericordioso é, acima de tudo, suportarmos os defeitos daqueles que nos rodeiam, de não guardarmos qualquer ressentimento, não alimentarmos desejos de vingança, e estarmos sempre dispostos a servir, mesmo sabendo que não obteremos nada em troca e teremos que suportar ingratidão alheia.

BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM PURO O CORAÇÃO, PORQUANTO VERÃO A DEUS.
Ter o coração puro é não dar abrigo a paixões inferiores, tais como: o ódio, a inveja, o orgulho, a maledicência,... As paixões inferiores turvam a visão espiritual.  

BEM-AVENTURADOS OS PACÍFICOS, PORQUE SERÃO CHAMADOS FILHOS DE DEUS.
Um pacificador para fazer jus à recompensa de ser chamado de filho de Deus deve ser pacífico, ainda que injuriado e perseguido.

BEM-AVENTURADOS SOIS VÓS, QUANDO VOS INJURIAREM E VOS PERSEGUIREM E, MENTINDO, DISSEREM TODO O MAL CONTRA VÓS POR MINHA CAUSA. ALEGRAI-VOS E REGOZIJAI-VOS, PORQUE SERÁ GRANDE A VOSSA RECOMPENSA NOS CÉUS, POIS FOI ASSIM QUE PERSEGUIRAM OS PROFETAS, QUE VIERAM ANTES DE VÓS.

Aos olhos de Deus mais vale ser odiado do que odiar, ser ofendido do que ofender, ser perseguido do que perseguir.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (06/12 - TERÇA-FEIRA - 20:00): "SIGAMOS A PAZ" DO LIVRO FONTE VIVA PELO ESPÍRITO SR. EMMANUEL - PALESTRANTE: JERÔNIMO SILVA

“Busque a paz e siga-a”. - Pedro. (1 Pedro, 3:11).
Há muita gente que busca a paz; raras pessoas, porém, tentam segui-la.

Companheiros existem que desejam a tranqüilidade por todos os meios e suspiram por ela, situando-a em diversas posições da vida; contudo, expulsam-na de si mesmos, tão logo lhes confere o Senhor as dádivas solicitadas.

Esse pede a fortuna material, acreditando seja a portadora da paz ambicionada, todavia, com o aparecimento do dinheiro farto, tortura-se em mil problemas, por não saber distribuir, ajudar, administrar e gastar com simplicidade.

Outro roga a bênção do casamento, mas, quando o Céu lha concede, não sabe ser irmão da companheira que o Pai lhe confiou, perdendo-se através das exasperações de toda sorte.

Outro, ainda, reclama títulos especiais de confiança em expressivas tarefas de utilidade pública, mas, em se vendo honrado com a popularidade e com a expectativa de muitos, repele as bênçãos do trabalho e recua espavorido.

Paz não é indolência do corpo. É saúde e alegria do espírito.

Se é verdade que toda criatura a busca, a seu modo, é imperioso reconhecer, no entanto, que a paz legítima resulta do equilíbrio entre os nossos desejos e os propósitos do Senhor, na posição em que nos encontramos.

Recebido o trabalho que a Confiança Celeste nos permite efetuar, é imprescindível saibamos usar a oportunidade em favor de nossa elevação e aprimoramento.

Disse Pedro: – “Busque a paz e siga-a.”

Todavia, não existe tranquilidade real sem Cristo em nós, dentro de qualquer situação em que estejamos situados, e a fórmula de integração da nossa alma com Jesus é invariável: - "Negue cada um a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me." Sem essa adaptação do nosso esforço de aprendizes humanos ao impulso renovador do Mestre Divino, ao invés de paz,  teremos sempre renovada guerra, dentro do coração.

Emmanuel
psicografia de Chico Xavier

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (30/11- QUARTA FEIRA - 16:00): "O PERDÃO" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: JERÔNIMO SILVA

Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Perdoá-lo-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete. Eis um desses ensinos de Jesus que devem calar em vossa inteligência e falar bem alto ao vosso coração. Comparai essas palavras misericordiosas com a oração tão simples, tão resumida, e ao mesmo tempo tão grande nas suas aspirações, que Jesus ensinou aos discípulos, e encontrareis sempre o mesmo pensamento. Jesus, o justo por excelência, responde a Pedro: Perdoarás, mas sem limites; perdoarás cada ofensa, tantas vezes quantas ela vos for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que nos torna invulneráveis às agressões, aos maus tratos e às injúrias, serás doce e humilde de coração, não medindo jamais a mansuetude; e farás, enfim, para os outros, o que desejas que o Pai celeste faça por ti. Não tem Ele de te perdoar sempre, e acaso conta o número de vezes que o seu perdão vem apagar as tuas faltas?

Ouvi, pois essa resposta de Jesus, e como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai a indulgência, sede caridosos, generosos, e até mesmo pródigos no vosso amor. Daí, porque o Senhor vos dará; abaixai-vos, que o Senhor vos levantará; humilhai-vos, que o Senhor vos fará sentar à sua direita.

Ide, meus bem-amados, estudai e comentai essas palavras que vos dirijo, da parte daquele que, do alto dos esplendores celestes, tem sempre os olhos voltados para vós, e continua com amor a tarefa ingrata que começou há dezoito séculos. Perdoai, pois, os vossos irmãos, como tendes necessidade de ser perdoados. Se os seus atos vos prejudicaram pessoalmente, eis um motivo a mais para serdes indulgentes, porque o mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal, e não haveria nenhum em passar por alto os erros de vossos irmãos, se estes apenas vos incomodassem de leve.

Espíritas, não vos olvideis de que, tanto em palavras como em atos, o perdão das injúrias nunca deve reduzir-se a uma expressão vazia. Se vos dizeis espíritas, sede-o de fato: esquecei o mal que vos tenham feito, e pensai apenas numa coisa: no bem que possais fazer. Aquele que entrou nesse caminho não deve afastar-se dele, nem mesmo em pensamento, pois sois responsáveis pelos vossos pensamentos, que Deus conhece. Fazei, pois, que eles sejam desprovidos de qualquer sentimento de rancor. Deus sabe o que existe no fundo do coração de cada um. Feliz aquele que pode dizer cada noite, ao dormir: Nada tenho contra o meu próximo.

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo; perdoar aos amigos é dar prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se melhora. Perdoai, pois, meus amigos, para que Deus vos perdoe. Porque, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se guardardes até mesmo uma ligeira ofensa, como quereis que Deus esqueça que todos os dias tendes grande necessidade de indulgência? Oh, infeliz daquele que diz: Eu jamais perdoarei, porque pronuncia a sua própria condenação! Quem sabe se, mergulhando em vós mesmos, não descobrireis que fostes o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por um simples aborrecimento e acaba pela desavença, não fostes vós a dar o primeiro golpe? Se não vos escapou uma palavra ferina? Se usaste de toda a moderação necessária? Sem dúvida o vosso adversário está errado ao se mostrar tão suscetível, mas essa é ainda uma razão para serdes indulgentes, e para não merecer ele a vossa reprovação. Admitamos que fosseis realmente o ofendido, em certa circunstância. Quem sabe se não envenenastes o caso com represálias, fazendo degenerar numa disputa grave aquilo que facilmente poderia cair no esquecimento? Se dependeu de vós impedir as conseqüências, e não o fizestes, sois realmente culpado. Admitamos ainda que nada tendes a reprovar na vossa conduta, e, nesse caso, maior o vosso mérito, se vos mostrardes clemente.

Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitos dizem do adversário: “Eu o perdôo”, enquanto que, interiormente, experimentam um secreto prazer pelo mal que lhe acontece, dizendo-se a si mesmo que foi bem merecido. Quantos dizem: “Perdôo”, e acrescentam: “mas jamais me reconciliarei; não quero vê-lo pelo resto da vida”! É esse o perdão segundo o Evangelho? Não. O verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado. É o único que vos será levado em conta, pois Deus não se contenta com as aparências: sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos, e não se satisfaz com palavras e simples fingimentos. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de baixeza e de inferioridade. Não esqueçais que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras.

terça-feira, 29 de novembro de 2016



DOUTRINÁRIA DE HOJE (29/11 - TERÇA - 20:00): "CIZÂNIA" DO LIVRO FLORAÇÕES EVANGÉLICAS- PELO ESPÍRITO DO SRA. JOANNA DE ÂNGELIS – PALESTRANTE: ROBSON WITZKE




domingo, 27 de novembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (27/11 - DOMINGO - 16:00): "LÂMPADAS, RECEPTORES E TRANSMISSOR" DO LIVRO FLORAÇÕES EVANGÉLICAS- PELO ESPÍRITO DO SRA. JOANNA DE ÂNGELIS – PALESTRANTE: RAILDA CHETTO

“Os fariseus, tendo­se retirado, entenderam­se entre si para enredálo com as  suas próprias palavras”
(Mateus, 22:15) 



“Sem levar em conta as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos gostos, dos pendores e das necessidades, é esse também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando­vos na caridade. Com efeito, Só a poder de  concessões e sacrifícios mútuos, podeis conservar a harmonia entre elementos tão diversos”
Espírito Protetor

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (23/11- QUARTA FEIRA - 16:00): "OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: OSVALNICE REGINA

CONSTANTINO
Espírito Protetor, Bordeaux, 1863

O trabalhador da última hora tem direito ao salário.Mas, para isso, é necessário que se tenha conservado com boa-vontade à disposição do Senhor que o devia empregar, e que o atraso não seja fruto da sua preguiça ou da sua má vontade. Tem direito ao salário, porque, desde o alvorecer, esperava impacientemente aquele que, por fim, o chamaria ao labor. Era trabalhador, e apenas lhe faltava o que fazer.

Se tivesse, entretanto, recusado o trabalho a qualquer hora do dia; se tivesse dito: “Tenham paciência; gosto de descansar. Quando soar a última hora, pensarei no salário do dia. Que me importa esse patrão que não conheço e não estimo? Quanto mais tarde, melhor!” Nesse caso, meus amigos, não receberia o salário do trabalho, mas o da preguiça.

Que dizer, então, daquele que, em vez de simplesmente esperar, tivesse empregado as suas horas de trabalho para cometer estrepolias? Que tivesse blasfemado contra Deus, vertido o sangue de seus semelhantes, perturbado as famílias, arruinado homens de boa-fé, abusado da inocência? Que tivesse, enfim, se lançado a todas as ignomínias da humanidade? O que será dele? Será suficiente dizer, à última hora: “Senhor usei mal o meu tempo; empregai-me até o fim do dia, para que eu faça um pouco, um pouquinho que seja da minha tarefa, e pagai-me o salário do trabalhador de boa-vontade!”? Não, não! Porque o Senhor lhe dirá: “Não tenho agora nenhum trabalho para ti. Esperdiçaste o teu tempo, esqueceste o que havias aprendido, não sabes mais trabalhar na minha vinha. Cuida, pois, de aprender de novo, e quando te sentires mais bem disposto, vem procurar-me e te franquearei as minhas terras, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia”.

Bons espíritas, meus bem-amados, todos vós sois trabalhadores da última hora. Bem orgulhoso seria o que dissesse. “Comecei o trabalho de madrugada e só o terminarei ao escurecer”. Todos vieram quando chamados, uns mais cedo, outros mais tarde, para a encarnação cujos grilhões carregais. Mas há quantos e quantos séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que aceitásseis o convite? Eis chegado, agora, o momento de receber o salário. Empregai bem esta hora que vos resta. Não vos esqueçais de que a vossa existência, por mais longa que vos pareça, não é mais do que um momento muito breve na imensidade dos tempos que constituem para vós a eternidade.

HENRI EINE
Paris, 1863

Jesus amava a simplicidade dos símbolos. Na sua vigorosa expressão, os trabalhadores da primeira hora são os Profetas, Moisés, e todos os iniciadores que marcaram as diversas etapas do progresso, continuadas através dos séculos pelos Apóstolos, os Mártires, os Pais da Igreja, os Sábios, os Filósofos, e, por fim, os Espíritas. Estes, que vieram por último, foram entretanto anunciados e preditos desde o advento do Messias. Receberão, pois, a mesma recompensa. Que digo? Receberão uma recompensa maior. Últimos a chegar, os Espíritas aproveitam o trabalho intelectual dos seus antecessores, porque o homem deve herdar do homem, e porque os trabalhos e seus resultados são coletivos: Deus abençoa a solidariedade.

dos antigos revivem hoje, ou  reviverão amanhã, para acabar a obra que haviam começado. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, e de um divulgador da fé cristã se encontram, entre vós. Ressurgem mais esclarecidos, mais adiantados, e já não trabalham mais nos fundamentos, mas na cúpula do edifício. Seu salário será, portanto, proporcional ao mérito da obra.

reencarnação, esse belo dogma, eterniza e precisa a filiação espiritual. O Espírito, chamado a prestar contas do seu mandato terreno, compreende a continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Vê e sente que apanhou no ar o pensamento de seus antecessores. Reinicia a luta, amadurecido pela experiência, para ainda mais avançar. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, de olhos bem abertos sobre a profundidade da Justiça de Deus, não mais se queixam, mas se põem a adorá-lo.

Este é um dos verdadeiros sentidos dessa parábola, que encerra, como todas as que Jesus dirigiu ao povo, as linhas do futuro, e também, através de suas formas e imagens, a revelação dessa magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no universo, dessa solidariedade que liga todos os seres atuais ao passado e ao futuro.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (22/11 - TERÇA-FEIRA - 20:00): "FALTAS" DO LIVRO JUSTIÇA DIVINA PELO ESPÍRITO SR. EMMANUEL - PALESTRANTE: ARIVAL NETO

Reunião pública de 6-2-61
1ª Parte, cap. VII, § 27

É possível que o constrangimento do companheiro tenha surgido do gesto impensado de tua parte.
O gracejo impróprio ou o apontamento inoportuno teria tido o efeito de um golpe.
Decerto, não alimentaste a intenção de ferir, mas a desarmonia partiu de bagatela, agigantando-se em conflito de grandes proporções.

De outras vezes, a mente adoece, conturbada.
Teremos ofendido, realmente.
A cólera ter-nos-á cegado o discernimento e brandimos o tacape da injúria.
Pretendemos aconselhar e cortamos o coração de quem ouve.
Alegando franqueza, envenenamos a língua.
No pretexto de consolar, ampliamos chagas abertas.
E começa para logo a distância e a aversão.

*

Se a consciência te acusa, repara a falta enquanto é cedo.
Chispa de fogo gera incêndio.
Leve alfinetada prepara a infecção.
Humildade é caminho.
Entendimento é remédio.
Perdão é profilaxia.
Muitas vezes, loucura e crime, dispersão e calamidade nascem de pequeninos desajustes acalentados.

Não hesites rogar desculpas, nem vacile apagar-te, a favor da concórdia, com aparente desvantagem particular, porquanto, na maioria dos casos de incompreensão, em que nos imaginamos sofrer dores e ser vítimas, os verdadeiros culpados somos nós mesmos. 

domingo, 20 de novembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (20/11 - DOMINGO - 16:00): "SE FOSSE UM HOMEM DE BEM TERIA MORRIDO" CAP V DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: WAGNER SANTANA

FÉNELON
Sens, 1861
Dizeis freqüentemente, ao falar de um malvado que escapa a um perigo: Se fosse um homem de bem, teria morrido. Pois bem, ao dizer isso, estais com a verdade, porque, efetivamente, Deus concede muitas vezes, a um espírito ainda jovem na senda do progresso, uma prova mais longa que a um bom, que receberá, em recompensa ao seu mérito, o favor de uma prova tão curta quanto possível. Assim, pois, quando empregais este axioma, não duvideis de que estais cometendo uma blasfêmia.

Se morrer um homem de bem, vizinho de um malvado, apressai-vos a dizer: Seria bem melhor se tivesse morrido aquele. Cometeis então um grande erro, porque aquele que parte terminou a sua tarefa, e o que ficou talvez nem a tenha começado. Por que, então, quereis que o mau não tenha tempo de acabá-la, e que o outro continue preso à gleba terrena? Que diríeis de um prisioneiro que, tendo concluído a sua pena, continuasse na prisão, enquanto se desse à liberdade a outro que não tinha direito? Ficai sabendo, pois, que a verdadeira liberdade está no desprendimento dos laços corporais, e que enquanto estais na Terra, estais em cativeiro.

Habitue-vos a não censurar o que não podeis compreender, e crede que Deus é justo em todas as coisas. Freqüentemente, o que vos parece um mal é um bem. Mas as vossas faculdades são tão limitadas, que o conjunto do grande todo escapa aos vossos sentidos obtusos. Esforçai-vos por superar, pelo pensamento, a vossa estreita esfera, e à medida que vos elevardes, a importância da vida terrena diminuirá aos vossos olhos. Porque, então, ela vos aparecerá como um simples incidente, na infinita duração da vossa existência espiritual, a única verdadeira existência.

domingo, 6 de novembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (06/11- DOMINGO - 16:00): "ESCLARECE AMANDO" DO LIVRO MINUTOS COM CHICO XAVIER DE JOSÉ CARLOS DE LUCCA– PALESTRANTE: JAIRO MOREIRA

SE TENS O CONHECIMENTO EXATO DISSO OU DAQUILO,NÃO MENOSPREZES QUEM O IGNORE.QUE SERÁ DE TUA VERDADE SE NÃO UTILIZAR PARA CONSTRUIR OU ABENÇOAR?
(meimei)

A orientação espiritual nos aponta o caminho da utilização do nosso saber para construir e abençoar,nunca para menosprezar aqueles que ignoram aquilo que sabemos.

Precisamos ter cuidado com o orgulho do saber.É falsa a idéia de superioridade quando analisada pelo critério da intelectualidade.Não somos superiores ao outro somente pelo fato de termos lido mais do ele.Poderemos ter mais cultura,não há dúvida,mas isso não quer dizer mais amor e mais evolução espiritual.Chico Xavier não chegou a concluir o ensino fundamental,mas foi um dos homens mais sábios do planeta terra.Além do mais,por maior que seja o nosso conhecimento,o que não sabemos é ainda maior.O verdadeiro sábio sabe que nada sabe.O pseudossábio nem imagina o que ainda desconhece.

Nosso saber deve ser um motivo de amparo ao ignorante,nunca o ridicularizá-lo.A única diferença entre o culto e o ignorante talvez seja a oportunidade que o primeiro teve de se intelectualizar,oportunidade esta,que foi concedida por Deus,exatamente,para que ele servisse de auxílio ao ignorante.

Enquanto o culto se preocupava em adquirir um livro,o analfabeto trabalhava se sol a sol para levar alimento aos filhos.

Muitos homens inteligentes que passaram pela terra,e que abusaram do conhecimento que tinham em prejuízo do próximo,aportaram no além com grandes conflitos de consciência e hoje se acham reencarnados com graves enfermidades mentais,a fim de se reeducarem interiormente.É assim que poderemos entender as palavras do Instrutor Espiritual Ferdinando:O homem abusa de sua inteligência,como de todas as suas faculdades,mas não lhe faltam lições,advertindo-o de que uma poderosa mão pode retirar-lhe o que ela lhe deu.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (02/11 - QUARTA-FEIRA - 16:00): "A INVEJA, O CIÚME E A AVAREZA" DO LIVRO DOS ESPÍRITOS – PALESTRANTE: ADILSON FREITAS

INVEJA

"- Invejais os prazeres dos que vos parecem os felizes do mundo. Mas sabeis, por acaso, o que lhes está reservado? Se não gozam senão para si mesmos, são egoístas e terão de sofrer o reverso. Lamentai-os, antes de invejá-los! Deus às vezes permite que o mau prospere, mas essa felicidade não é para se invejar, porque a pagará com lágrimas amargas. Se o justo é infeliz é porque passa por uma prova que lhe será levada em conta, desde que a saiba suportar com coragem. Lembrai-vos das palavras de Jesus: 'Bem-aventurados os que sofrem, porque serão consolados'."
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Quar­to. Capítulo I. Penas e Gozos Terrenos. Parte da resposta à pergunta 926.)



CIÚME

"— Inveja e ciúme! Felizes os que não conhecem esses dois vermes vorazes. Com a inveja e o ciúme não há calma, não há repouso possível. Para aquele que sofre desses males, os objetos da sua cobiça, do seu ódio e do seu despeito se erguem diante dele como fantasmas que não o deixam em paz e o perseguem até no sono. O invejoso e o ciumento vivem num estado de febre continua. É essa uma situação desejável? Não compreendeis que, com essas paixões, o homem cria para si mesmo suplícios voluntários, e que a terra se transforma para ele num verdadeiro inferno?"
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Quarto. Capítulo I. Penas e Gozos Terrenos. Parte da resposta à pergunta 933.)



AVAREZA

"Aquele que acumula sem cessar, e sem beneficiar ninguém, terá uma desculpa válida ao dizer que ajunta para deixar aos herdeiros? - É um compromisso com a consciência má." (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. Capítulo XII. Perfeição Moral. Pergunta 900.)

"Rico, dá do que te sobra; faze mais; dá um pouco do que te é necessário, porquanto o de que necessitas ainda é supérfluo, mas dá com sabedoria."
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritis­mo. Capítulo XVI. Não se Pode Servir a Deus e a Mamom. Emprego da Riqueza )

domingo, 30 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (30/10 - DOMINGO - 16:00): "E ÊLE DORMIA" DO LIVRO LUZ DO MUNDO PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES – PALESTRANTE: WELLINGTON BALBO

Duas vezes por ano, janeiro-fevereiro e março-abril, sobre as águas do mar generoso da Galiléia cintilam mais cedo as estrelas. (*)
Antes que o poente de ouro desapareça de todo perpassam os suaves favônios enquanto coruscam os astros no firmamento.

Aquêle mar cercado pelos povoados como conchas brancas nas bordas, piscoso e amado tornar-se-ía por todo o sempre o cenário incomparável que emolduraria a Sua pessoa na epopéia das Boas Novas.

Ali, nas claras manhãs ou nos entardeceres festivos, a Sua voz musicava com esperança os espíritos enfraquecidos nas lutas e os alentava.

Milhares de homens, mulheres e crianças naquelas paragens receberam das Suas mãos sublimes as fartas concessões da saúde, as dadivosas bênçãos do reconforto.

Seus lábios se entreabrindo traçaram as inconfundíveis diretrizes da legislação do amor — o fundamento essencial do Seu Messianato!

Mutilados do corpo e da alma, atormentados na forma e na essência, recorreram vezes incontáveis ao Seu concurso e receberam o auxílio lenificador de que careciam.

Nas águas plácidas e nas areias encharcadas, estavam sempre ao alcance os barcos para as jornadas às outras terras, ou para poder evadir-se, quando a insaciável avidez do povo teimava por tocá-Lo, na ânsia incontida de recolher mais auxílios e incessantes socorros...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (27/10 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "ESQUECIMENTO DO PASSADO" DO LIVRO DOS ESPÍRITOS – PALESTRANTE: EMILSON PIAU



DOUTRINÁRIA DE HOJE (26/10- QUARTA FEIRA - 16:00): "FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO, FORA DA VERDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: VERA LÚCIA

Enquanto a máxima: Fora da caridade não há salvação apóia-se num princípio universal, abrindo a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade suprema, o dogma: Fora da Igreja não há salvação apóia-se, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, mas na fé especial em dogmas particulares. É, portanto, exclusivista e absoluto. Em vez de unir os filhos de Deus, divide-os. Em vez de incitá-los ao amor fraterno, mantém e acaba por legitimar a animosidade entre os sectários dos diversos cultos, que se consideram reciprocamente malditos na eternidade, sejam embora parentes ou amigos neste mundo; e desconhecendo a grande lei de igualdade perante o túmulo, separa-os também no campo-santo. A máxima: Fora da caridade não há salvação é a conseqüência do princípio de igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo-se esta máxima por regra, todos os homens são irmãos, e seja qual for a sua maneira de adorar o Criador, eles se dão às mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma: Fora da Igreja não há salvação, anatematizam-se e perseguem-se mutuamente, vivendo como inimigos: o pai não ora mais pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que se julgam reciprocamente condenados, sem remissão. Esse dogma é, portanto, essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

Fora da verdade não há salvação seria equivalente a Fora da Igreja não há salvação, e também exclusivista, porque não existe uma única seita que não pretende ter o privilégio da verdade. Qual o homem que pode jactar-se de possuí-la integralmente, quando a área do conhecimento aumenta sem cessar, e cada dia que passa as idéias são retificadas? A verdade absoluta só é acessível aos Espíritos da mais elevada categoria, e a humanidade terrena não pode pretendê-la, pois que não lhe é dado saber tudo, e ela só pode aspirar a uma verdade relativa, proporcional ao seu adiantamento. Se Deus houvesse feito, da posse da verdade absoluta, a condição expressa da felicidade futura, isso equivaleria a um decreto de proscrição geral, enquanto que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, pode ser praticada por todos. O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo que a salvação, independente da forma de crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não estabelece: Fora do Espiritismo não há salvação, e como não pretende ensinar toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, máxima que dividiria em vez de unir, e que perpetuaria a animosidade.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (25/10 - TERÇA-FEIRA - 20:00): "PÃO DA VIDA" DO LIVRO LUZ DO MUNDO - PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES

Saiamos daqui!

As notícias da morte de João chegaram enriquecidas de detalhes...

Jesus tinha necessidade de orar e demorar-se em Soledade com o Pai.

A mensagem como grão de trigo feito luz se multiplicava, em farta sementeira por toda a parte.

Enfermos desenganados e espíritos marcados por fundas desilusões apressavam-se a buscá-Lo, depois de escutarem as narrativas empolgadas a Seu respeito. Acorriam sob os panos sombrios das aflições e, ansiosos, O envolviam com as rogativas e lamentos lancinantes. Onde quer que se encontrasse, ao Seu lado estava a multidão de mutilados do corpo, da emoção, do espírito...

Infatigável Êle socorria com amor, abnegado, gentil. Suas mãos acionadas pela misericórdia e Seus lábios cantando ternura leniam todas as exulcerações e acenavam esperanças aos magotes numerosos, á se multiplicarem incessantemente.

Saiamos daqui e atravessemos o mar, para a outra banda — falou o Senhor. . . 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DOUTRINÁRIA DE HOJE (19/10- QUARTA FEIRA - 16:00): "ALIANÇA DA CIÊNCIA E DA RELIGIÃO" DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: ANTÔNIO CARLOS MELO

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de idéias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.

Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas conseqüências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016


Comunicamos que o passe da IRMÃ ARMINDA no mês de outubro (26.10) será aplicado no mês de novembro (02.11). Então, no mês de novembro teremos dois passes, 02.11e 30.11.

Paz!

DOUTRINÁRIA DE HOJE (13/10 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "PESCADOR DE HOMENS" DO LIVRO LUZ DO MUNDO - PELO ESPÍRITO DA SRA. AMÉLIA RODRIGUES – PALESTRANTE: ELMO COSTA

Aquêle fim de maio estava ardente, fenômeno comum naquela quadra do ano. Logo o Astro-Rei fazia incidir diretamente o seu facho de luz, e calor asfixiante atormentava, desafiador. 

Ao longe, as encostas do Galaad, com revérberos de cobre luzido vencendo as brumas secas, são muralhas naturais e altaneiras na paisagem fronteiriça ao Lago. 

Àquela hora, porém, soprava uma brisa amena, diluindo as névoas da madrugada, enquanto albatrozes e pelicanos se demoram sobre as pedras negras que se adentram pelas águas piscosas com reflexos de prata. 

O recorte curvo da praia estava apinhado pela mole ansiosa, que a acorrera desde cedo, para ouvi-Lo e rogar-Lhe a bênção do socorro para as múltiplas aflições de que se via possuída. 

Nos dias anteriores aquela voz ecoara pelas regiões ribeirinhas como um canto de esperança, em cuja melodia as concessões do amor divino eram moduladas em convites amenos que chegaram aos ouvidos dos homens sofredores. 

Todos, portanto, necessitados e curiosos, desejavam vê-Lo de perto e receberam o benefício que Suas mãos esparziam em abundância. 

A Natureza estava calma e as ansiedades vibravam nos corações. 

* * * 

A noite fora longa e infrutífera. 

Eles estiveram por todas as horas a atirar as redes e recolhê-las vazias. As águas generosas também tinham seus caprichos. Aquela era uma noite de cansaço e desaire. 

Sem luar os barcos encalhavam nos bancos de areia e todo o esforço daqueles homens ofegantes redundara improfícuo. 

Retornavam aos penates do dia, corpos moídos, olhos ardendo, modorrentos e mal humorados... 

O magote humano na praia parecia um borrão colorido e móvel, contrastando com as areias alvas. 

Duas barcas foram deixadas vazias e as redes começaram a ser distendidas nas varas de sustentação da praia. 

"Apertado pela multidão que ouvia a palavra de Deus..." (*) 

.. . Entrando numa delas em que se encontrava Simão, o seu proprietário, falou, um pouco mais ao povo expectante. 

Seu verbo de luz clarificava as consciências inquietas e asserenava os espíritos em turbulência. 

Sua silhueta de braços abertos bordada de ouro no contraste com o dia fulgurante, parecia a de uma ave sublime que estivesse prestes a alçar vôo buscando rumos ignotos. 

Havia n'Êle um poderoso magnetismo que Lhe acompanhava as palavras conhecidas e comuns, encadeadas como outrem jamais antes as enunciara, e que tocava com estranho e vigoroso poder balsamizante. Algumas penetravam como punhais; outras rociavam como perfume precioso de lavanda no ar... 

Depois de haver consolado o povo que O buscara, voltou-se para Simão e disse: 

— "Faze-te ao largo e lança as redes para a pesca." 

— Mas retornamos de lá, agora, Senhor, sem nada conseguir. 

— Não recalcitres, Simão. 

A barca desliza cantando sobre a crista das ondas levemente encrespadas, e, ao ritmo do vento que perpassa e inflama as velas coloridas, se distância, avançando com celeridade. 

— Recolhe os panos — ordena, gentil, — e atira as redes. 

— Aí estivemos, Amigo — elucida o pescador — e tentamos até o cansaço; nossos esforços redundaram inúteis. "Porém, sobre a tua palavra, lançarei as redes." 

As redes imensas em forma de tarrafas circulares, com chumbos amarrados às pontas, se abrem no ar em leque formoso e batem sobre as águas, mergulhando as malhas resistentes, desenroladas dos braços vigorosos que as sustinham. 

Logo puxadas se apresentam abarrotadas, quase arrebentando a tecedura forte. 

O espanto, a algaravia e a explosão de júbilos dos homens espoucam em alacridade infantil. 

A carga abundante é levantada para bordo e a barca próxima é chamada, aos gritos, em socorro... 

* * * 

Na popa, recortando o disco solar esfuziante, o Mestre contempla aqueles homens de alma infantil, crestados pelas lutas diárias, inundados de alegria, emocionados até o pranto. 

"Sim, ama-os — medita o Desconhecido Mestre. — Viera ter com eles para que pudessem ascender ao Pai. Ser-lhe-ia necessário sofrê-los, dar-se em totalidade de oferenda, caminhar ao lado deles, assisti-los e perdoá-los sempre. Sim, amava-os!" 

Longe, neles, estavam as ansiedades espirituais. Desprovidos, por enquanto, de entendimentos, se atiravam ávidos ao dia-a-dia, na pesca, na conquista do pão.. . Seria necessário dilatar-lhes a percepção, ampliar-lhes os horizontes... 

Simão ergueu os olhos úmidos e fitou-O. 

Ouvira-O antes e O acompanhara desde Bèthabara, de volta de Jerusalém, mas não entendera tudo quanto Êle falara. 

Explodindo de emoção inesperada, baldoou o homem do mar: 

— "Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador", e prorrompeu em pranto espontâneo. —  A confissão ingênua, a alma desnudada, o coração ardente falavam daquele timoneiro que amava o mar e nele encontrava a segurança e a vida. 

O plâncton que chegava trazido pelas correntes subterrâneas do Jordão, ali favorecia a piscosidade das águas e êle conhecia aquelas correntezas e os mistérios do Lago que era seu berço e o amigo com quem confidenciava nas noites longas e doridas de soledade... 

"Aquêle homem, no entanto, donde o conhecia? — refletiu num átimo, vencido pela força daquela voz que ordenava sem impor e ninguém desconsiderava, e daquela face... — Êle lhe parecia tão fraco e era tão forte! Não sendo um pescador, como soubera e pudera tanto?!" — "Simão, não temas: de ora em diante seráspescador de homens." 

A mensagem ecoou na sua alma, em linguagem singular; pescador, sim, o era. "Pescador de homens!", que seria ?• Tranquilizou-se, porém. 

Toda uma festa de sons dominou-o e êle fremiu ao peso de desconhecidas vibrações. Desejou recusar, dizer da pequenez e miserabilidade, não pôde fazê-lo. Imobilizado naquele momento que parecia uma eternidade — ausência do tempo e anulamento do espaço — sentiu-se impossibilitado de cingi-Lo ou postar-se-Lhe aos pés. 

A garganta seca, estreitada, estrangulou-lhe a voz. 

Chorou, e, no íntimo, reflexionou: sabes o que fazes, Senhor! 

* * * 
As notícias alcançam as praias. 

Há uma revoada de inusitada alegria em todos corações. 

Novos grupos afluem. As carpas estremecem, ainda, em reflexos automáticos e o contentamento se generaliza. 

Pedro, João, Tiago e André que participaram mais de perto do acontecimento experimentam, todavia, desconhecido pressentimento, que os seguirá desde então... Não poderiam definir o que lhes passava, Relancearam o olhar em volta, e encontraram o Rabi, afastado, que fitava aquele amado Lago de Genesaré, enquanto o ar pesado do dia vitorioso abafava. 

Pescador de homens! 

* * * 

Desde então, abandonaram tudo, mesmo o mar amigo, e avançaram na direção do porvir sob o Seu comando, e depois foram conduzidos por Simão a "pescar homens". 



(*)    Lucas 5: 1 a 11         Nota da Autora espiritual.