SOBRE NÓS :

VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.

MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.

Redirecionamento

quinta-feira, 23 de julho de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE - 23/07/2015, AS 20:00 - O FUTURO DO HOMEM, DO LIVRO: O HOMEM DO FUTURO - PALESTRANTE: Antônio José


Nona Parte - O FUTURO DO HOMEM
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A morte e seu problema

Fatalidade biológica, a morte é fenômeno habitual da vida. Na engrenagem molecular, associam-se e desagregam-se par­tículas, transformando-se através do impositivo que as cons­titui, face à finalidade específica de cada uma. Por efeito, o mesmo ocorre com o corpo, no que resulta o fenômeno co­nhecido como morte.
Desinformado quanto aos mecanismos da forma e da fun­cionalidade orgânica, desestruturado psicologicamente, o homem teme a morte, em razão do atavismo representativo do fim da vida, da consumpção do ser.
Em variadas culturas primitivas e contemporâneas, para fugir-se à realidade desta inevitável ocorrência, foram cria­dos cerimoniais e cultos religiosos que pretendem diminuir o infausto acontecimento, escamoteando-o, ao tempo em que se adorna o morto de esperança quanto à sobrevivência.
Em muitas sociedades do passado, era comum colocar-se entre os dentes dos falecidos uma moeda de ouro, para re­compensar o barqueiro encarregado de conduzi-lo à outra margem do rio da Vida. Na Grécia, particularmente, este uso se tornou normal, objetivando compensar a avareza de Ca­ronte, que ameaçava deixar vagando os não-pagantes, quan­do da travessia do rio Estige, segundo a sua Mitologia.
Modernamente, repetindo o embalsamamento em que se notabilizaram os egípcios, nas Casas dos Mortos, busca-se embelezar os defuntos para que dêem a impressão de vida e bem-estar, assim liberando os vivos dos temores e das remi­niscências amargas. Todavia, por mais se mascare a verdade, chega o momento em que todos a enfrentam sem escapismo, convidados a vivenciá-la.
A morte é um fenômeno ínsito da vida, que não pode ser desconsiderado.
Neuroses e psicoses graves se estabelecem no indivíduo em razão do medo da morte, paradoxalmente, nas expressões maníaco-depressivas, levando o paciente a suicidar-se ante o temor de a aguardar.
Numa análise psicológica profunda, o homem teme a morte, porque receia a vida. Transfere, inconscientemente, o pavor da existência física para o da destruição ou transforma­ção dos implementos que a constituem. Acostumado a eva­dir-se das responsabilidades, mediante os mecanismos des­culpistas, o inexorável acontecimento da morte se lhe torna um desafio que gostaria de não defrontar, por consciência, quiçá, de culpa, passando a detestar esse enfrentamento.
Para fugir, mergulha na embriaguez dos sentidos consu­midores e das emoções perturbadoras, abreviando o tempo pelo desgaste das energias mantenedoras do corpo físico.
O homem, acreditando-se previdente e ambicioso, aplica o tempo na preparação do futuro e na preservação do presen­te. Entretanto, poderia e deveria investir parte dele na refle­xão do fenômeno da morte, de modo a considerá-lo natural e aguardá-lo com tranqüila disposição emocional. Nem o de­sejando ou, sequer, evitando driblá-lo.
A educação que se lhe ministra desde cedo, face ao mes­mo atavismo apavorante da morte, é centrada no prazer. nas delícias do ego, nas vantagens que pode retirar do corpo, sem a correspondente análise de temporalidade e fragilidade de que se revestem. Graças a essa inadvertência espocam-lhe os conflitos, as fobias, a insegurança.
Um momento diário de análise, em torno da vida física, predispõe a criatura a projetar o pensamento para mais além do portal de cinza e de lama em que se deteriora a organiza­ção somática.
Tudo, no mundo físico, é impermanente, e tal imperma­nência pode ser vista sob duas formas: a exterior ou grossei­ra, e a interior ou sutil.
Nada é sempre igual, embora a aparência que preserva nos períodos de tempo diferentes. Por isto mesmo, tudo se encontra em incessante alteração no campo das micropartí­culas até o instante em que a forma se modifica — fase sutil de impermanência. Um objeto que se arrebenta e um corpo, ve­getal, animal e humano, que morre, passam pela fase da tran­sição exterior grosseira para uma outra estrutura, experimen­tando a morte.
A morte, todavia, não elimina o continuunz da consciên­cia, após a disjunção cadavérica.
Se, desde cedo, cria-se o hábito da meditação a respeito da consciência sobrevivente, independente do corpo, a morte perde o seu efeito tabu de aniquiladora, odienta destruidora do ideal, do ser, da vida.
O tradicional enigma do que acontece após a morte deve ser de interesse relevante para o homem que, meditando, en­contra o caminho para decifrá-lo. Deixar-se arrastar pelo pa­vor ou não lhe dar qualquer importância constituem compor­tamentos alienantes.
A curiosidade pelo desconhecido, a tendência de investi­gar os fenômenos novos são atrações para a mente perquiri­dora, que encontra recursos hábeis para os cometimentos.
A intuição da vida, o instinto de preservação da existên­cia, as experiências psíquicas do passado e para-psicológicas do presente atestam que a morte é um veículo de transferên­cia do ser energético pensante, de uma fase ou estágio vibra­tório para outro, sem expressiva alteração estrutural da sua psicologia. Assim, morre-se como se vive, com os mesmos conteúdos psicológicos que são os alicerces (inconsciência) do eu racional (consciência.)
Nesta panorâmica da vida (no corpo) e da morte (do cor­po) ressalta um fator decisivo no comportamento humano: o apego à matéria, com as conseqüentes emoções perturbado­ras e extratos do comportamento contaminados, jacentes na personalidade.
Sob um ponto de vista, a manifestação do instinto de con­servação é valiosa, por limitar os tresvarios do homem que, diante de qualquer vicissitude, apelaria para o suicídio, qual acontece com certos psicopatas. De certo modo, frenado, in­conscientemente, enfrenta os problemas e supera-os com a ação eficiente do seu esforço dirigido corretamente.
Por outro lado, os esclarecimentos religiosos, embora a multiplicidade dos seus enfoques, demonstrando que a morte é período de transição entre duas fases da vida, contribuem para demitizar o pavor do aniquilamento.
Definitivamente, as experiências psíquicas, parapsicoló­gicas e mediúnicas, provocadas ou naturais, têm trazido im­portante contribuição para eqüacionar o problema da morte, dando sentido à existência.
Conscientizando-se, o homem, da continuidade do ser pensante após as transformações do corpo através da morte da forma, alteram-se-lhe, totalmente, os conceitos sobre a vida e a sua conduta no transcurso da experiência orgânica.
De qualquer forma, reservar espaços mentais para o desa­pego das coisas, das pessoas e das posições, analisando a ine­vitabilidade da morte, que obriga o indivíduo a tudo deixar, éuma terapia saudável e necessária para um trânsito feliz pelo mundo objetivo.


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A controvertida comunicação dos Espíritos

O anseio inconsciente pela sobrevivência do ser consci­ente à morte física abre as portas da percepção psíquica, fa­cultando o devassar das sombras do além.
Já não aspira o homem sorver a água do Letes para o es­quecimento, porém sondar o que ocorre na sua outra mar­gem. E é de lá que têm vindo inesgotáveis informações, notí­cias, desafios novos, todos demonstrando a indestrutibilida­de da vida, a sua causalidade e seu finalismo inevitável.
Das civilizações antigas às modernas, desde as culturas mais primitivas até as mais bem equipadas de conhecimento e tecnologia, as tumbas descerram as suas lajes para, rom­pendo o enganoso silêncio e o falso repouso dos falecidos, apresentarem suas vozes e ações.
Por mais se dilatem os arquétipos jungianos até às suas nascentes, estratificadoras, a sobrevivência os precede, por­que foram aqueles que atravessaram a fronteira, que vieram para elucidar a ocorrência mortuária, falando sobre a imorta­lidade a que retornaram.
As suas lições ensejaram o surgimento da fé religiosa, dos cultos — mesmo os mais extravagantes — de algumas filosofias e se consubstanciaram nos desafios às modernas ciên­cias parapsicológicas, psicobiofísicas, psicotrônicas. ainda não superando a Doutrina Espírita, apresentada por Allan Kar­dec, resultado de acuradas observações e experimentos de laboratório, provando a sobrevivência do ser à sua disjunção cadavérica.
É inerente à estrutura da vida a sua indestrutibilidade, gra­ças à qual somente há transformações e nunca aniquilamen­to.
Partindo-se deste princípio de imanência, a consciência não se extingue por ocasião da desorganização cerebral. In­dependente dela, torna-a instrumento pelo qual se expressa, mas, não indispensável à sua existência.
Os fenômenos de ectoplasmia, vidência, psicofonia, psi­cografia e os mais hodiernamente estudados pela Metaciên­cia. que se utiliza de complexos aparelhos — spiricon, vidi­com — atestam a continuação e independência do Espírito àmorte do corpo.
Examinadas com cuidado inúmeras hipóteses para expli­cá-los, a única a resistir a todo cepticismo, pelos fatos que engloba, é a da imortalidade da alma com a sua conseqüente comunicabilidade.
Além dos produzidos pelo psiquismo humano, ressaltam aqueles que têm gênese nos seres de outras dimensões, que se fazem identificar de forma exaustiva e clara, não deixando outra alternativa exceto a sua realidade transcendental, de seres independentes e desencarnados.
Neste capítulo se enquadram diversas psicopatias, cujas gêneses resultam de influências espirituais mediante as quais se abre o campo das obsessões, igualmente conhecidas desde priscas eras com outras denominações. Esta influência dete­téria dos mortos sobre os vivos tem o seu reverso na que se opera graças à interferência dos anjos, dos serafins, dos santos, dos guias espirituais e familiares de inegáveis benefïci­os para a criatura humana, inclusive, na área da preservação e recuperação da saúde.
Cunhou-se, como efeito imediato, o brocardo que asseve­ra que “os mortos conduzem os vivos”, tal a ingerência que têm aqueles no comportamento destes. Eliminando-se, po­rém, o exagero, o intercâmbio psíquico e físico se dá com mais freqüência entre eles do que supõem os desinformados. E isto constitui bela página do Livro da Vida, facultando ao ser pensante a compreensão e certeza da sua eternidade, bem como ensejando atender as excelentes possibilidades de cres­cimento desalienante e a perspectiva de plenitude, fora das conturbações e dos desajustes que ocorrem no processo de seu amadurecimento psicológico e de seu autodescobrimen­to.
A transitoriedade assume a sua preponderância apenas enquanto vige a existência corporal de grande significação para estruturar a sobrevivência feliz, delineando as ativida­des futuras a ressurgirem como culpa-castigo, tranqüilida­de-prêmio, que governam e estatuem os destinos humanos.
A consciência, não se aniquilando através da morte, apri­mora-se mediante experiências extrafísicas, que lhe dilatam o campo de aquisição de recursos capazes de elucidar os enig­mas da genialidade e da demência, da lucidez e da idiotia congênitos.
Este inter-relacionamento entre o homem e os Espíritos desenvolve-lhe os sentidos extrafísicos, proporcionando-lhe um desdobramento paranormal, no qual a mediunidade lhe propicia uma vivência real nas duas esferas vibratórias onde a vida se apresenta.
Portador dessa percepção, embora habitualmente embo­tada, agiganta-se-lhe a área de sensibilidade psíquica ao edu­cá-la, como se lhe entorpece e turbam outros campos mentais, se a desconsidera ou se não dá conta da sua existência. O complexo homem é de natureza transcendental, corpo­rificando-se na forma física e dissociando-se através da mor­te, sem surgir de um para outro momento ao acaso ou desin­tegrar-se sob o capricho de uma fatalidade nefasta, destrui­dora.
A Psicologia profunda vai às raízes deste ser resgatando-o do lodo da terra e erguendo-o da lama do sepulcro, para conceder-lhe a dignidade que merece no concerto universal, como parte integrante do mesmo.
A única forma de demonstrar e confirmar a imortalidade da alma é mediante a sua comunicabilidade, o que oferece consolações e esperanças inimagináveis, por outro lado fa­cultando ao ser humano lutar com estoicismo graças à meta que o aguarda à frente, enquanto a consumpção, além de des­naturar a vida, retira-lhe todo o sentido, o significado, em razão da sua brevidade, isto sem nos referirmos aos desenla­ces precoces, aos natimortos...
A vida vem aplicando milhões de anos no seu aperfeiço­amento e complexidades, não se podendo evolar ao capricho da desoxigenação cerebral.
Com esta certeza esmaece o pavor da morte, desarticula-­se a neurose disto advinda, abrindo um leque de perspectivas positivas para o bem-estar durante a existência física, prelú­dio da espiritual para onde se ruma inexoravelmente. Os pla­nos agora já não se limitam nas balizas próximas impediti­vas, antes se dilatam encorajadores, no prosseguimento da evolução.
Deste modo, as controvérsias sobre a sobrevivência vão cedendo lugar à afirmação da vida, especialmente agora, quan­do se desdobram as terapias alternativas na área da saúde, que recorrem às memórias do passado, aos substratos da mente precedente ao corpo, mediante as quais o continuum da consciência não sofre interrupção com a morte orgânica nem sur­ge com o seu renascimento.
A vida predomina, prevalece em toda parte, sempre e vi­toriosa.


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O modelo organizador biológico

O homem é, deste modo, um conjunto de elementos que se ajustam e interpenetram, a fim de condensar-se em uma estrutura biológica, assim formado pelo Espírito — ser eterno, preexistente e sobrevivente ao corpo somático —, o perispíri­to — também chamado modelo organizador biológico, que é o “princípio intermediário, substância semimaterial que ser­ve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o germe, o perisperma e a casca”(*) — e o corpo — que é o envoltório material.
Estes elementos mantêm um inter-relacionamento profun­do com os respectivos planos do Universo.
O perispírito, também denominado corpo astral, é cons­tituído de vários tipos de fluidos (energia) ou de matéria hi­perfísica, sendo o laço que une o Espírito ao corpo somático.
Multimilenarmente conhecido, atravessou a História sob denominações variadas. Hipócrates, por exemplo, chamava­o Enormon, enquanto Plotino o identificava como Corpo Aé­reo ou Ígneo. Tertuliano o indicava como Corpo Vital da Alma, Orígenes como Aura, quiçá inspirados no apóstolo Paulo que o referia como Corpo Espiritual e Corpo Incorruptível. No Vedanta ele aparece como Mano-ntaya-Kosha e no Budismo Esotérico é designado por Kainarupa. Os egípcios diziam-no Ka e o Zend Avesta aponta-o por Baodhas, a Cabala hebraica por Rouach. É o Eidôlon do Tradicionalismo grego, o mia­go dos latinos, o Khi dos chineses, o Corpo sutil e etéreo de Aristóteles... Confúcio igualmente o identificou, chamando­-o Corpo Aeriforme e Leibnitz qualificou-o de Corpo fluídi­co... As variadas épocas da Humanidade defrontaram-no e por outras denominações ele passou a ser aceito.
De importância máxima no complexo humano, é o mo­derno Modelo organizador biológico, que se encarrega de plasmar no corpo físico as necessidades morais evolutivas, através dos genes e cromossomos, pois que, indestrutível, eteriza-se e se purifica durante os processos reencarnatórios elevados.
Pode-se dizer, que ele é o esboço, o modelo, a forma em que se desenvolve o corpo físico. E na sua intimidade ener­gética que se agregam as células, que se modelam os órgãos, proporcionando-lhes o funcionamento. Nele se expressam as manifestações da vida, durante o corpo físico e depois, por facultar o intercâmbio de natureza espiritual. É o condutor da energia que estabelece a duração da vida física, bem como e responsável pela memória das existências passadas que ar­quiva nas telas sutis do inconsciente atual, facultando lampe­jos ou recordações esporádicas das existências já vividas.
O filósofo escocês Woodsworth estudando-o, disse que éo Mediador plástico “através do qual passa a torrente de ma­téria fluente que destrói e reconstrói incessantemente o orga­nismo vivo.”
Na sua estrutura de energia se localizam os distúrbios nervosos, que se transferem para o campo biológico e que procedem dos compromissos negativos das reencarnações passadas.
Igualmente ele responde pelas doenças congênitas, em razão das distonias morais que conduz de uma para outra vida. Por isso mesmo, trata-se de um organismo vivo e pul­sante, sendo constituído por trilhões de corpos unicelulares rarefeitos, muito sensíveis, que imprimem nas suas intrinca­das peças as atividades morais do Espírito, assinalando-as nos órgãos correspondentes quando das futuras reencarna­ções.
Veículo sutil e organizador, é o encarregado de fixar no organismo os traumas emocionais como as aspirações da be­leza, da arte, da cultura, plasmando nos sentimentos as ten­dências e as possibilidades de realizá-las.
Graças à sua interpenetração nas moléculas que constitu­em o corpo, exterioriza, através deste, os fenômenos emocio­nais — carmas —, positivos ou não, que procedem do passado do indivíduo e se impõem como mecanismos necessários àevolução.
Comandado pelo Espírito mediante automatismos nas fai­xas menos evoluídas da Vida, pode ser dirigido consciente-mente, desde que se encontre liberado dos impositivos dos resgates dolorosos, no processo da aprendizagem compulsó­ria.
Quanto mais o homem se espiritualiza, domando as más inclinações e canalizando as forças para as aspirações de eno­brecimento e sublimação, mais sutis são as suas possibilida­des plasmadoras, dando gênese a corpos sadios, emocional e moralmente, em razão do agente causal estar liberado das aflições e limites purificadores.
O amadurecimento psicológico proporciona ao indivíduo utilizar-se das aquisições morais, mentais e culturais para estimular-lhe os núcleos fomentadores de vida, alterando sem­pre para melhor a própria estrutura física e psíquica pelo irra­diar de energias saudáveis, reconstruindo o organismo e uti­lizando-o com sabedoria para fruir da paz e da alegria de vi­ver.


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A reencarnação

Destituída de finalidade seria a vida que se diluísse na tumba, como efeito do fenômeno da morte. Diante de todas as transformações que se operam nos campos da realidade objetiva, como das alterações que se processam na área da energia, seria utópico pensar-se que a fatalidade do existir é o aniquilamento. Embora as disjunções moleculares e as mo­dificações na forma, tudo se apresenta em contínuo vir-a-ser, num intérmino desintegrar-se — reintegrando-se —, que ofere­ce, à Vida, um sentido de eternidade, além e antes do tempo, conforme as limitadas dimensões que lhe conferimos.
Nesse sentido, especificamente, o complexo humano apre­senta-se através de faixas de movimentação instável, qual ocorre com o corpo; em mecanismos de sutilização, o peris­pírito; e de aprimoramento, quando se trata do Espírito, este último, aliás, inquestionavelmente imortal.
A aquisição da consciência é o resultado de um processo incessante, através do qual o psiquismo se agiganta desde o sono, na força aglutinadora das moléculas, no mineral; à sensibilidade, no vegetal; ao instinto, no animal; e à inteligên­cia, à razão, no homem. Nesta jornada automática, funcio­nam as inapeláveis Leis da Evolução, em a Natureza, deflu­entes da Criação.
Chegando ao patamar humano, esse psiquismo, de início rudimentarmente pensante, atravessa inúmeras experiências pessoais, que o tornam herdeiro de si mesmo, em um encade­amento de aprendizagens pelo mergulho no corpo e abando­no dele, toda vez que se rompam os liames que retêm a indi­vidualidade.
Este processo de renascimentos, que os gregos denomi­navam de palingenésico, constitui um avançado sistema de crescimento intelecto-moral, fomentador da felicidade.
       Graças a ele, a existência humana se reveste de dignidade e de relevantes objetivos que não podem ser interrompidos. Toda vez que surge um impedimento, que se opera um trans­torno ou sucede uma aparente cessação, a oportunidade res­surge e o recomeço se estabelece, facultando ao aprendiz o crescimento que parecia terminado.
Face a este mecanismo, os fenômenos psicológicos apre­sentam-se em encadeamentos naturais, e elucidam-se inume­ráveis patologias psíquicas e físicas, distúrbios de comporta­mento, diferenças emocionais, intelectuais e variados acon­tecimentos, nas áreas sociológica, econômica, antropológi­ca, ética, etc.
O processamento da aquisição intelectual faz-se ao largo das experiências de aprendizagem, mediante as quais o Eu consciente adiciona conteúdos culturais, ao mesmo tempo que desenvolve as aptidões jacentes, para as diversas categorias da técnica, da arte, da ética, num incessante aprimoramento de valores.
A anterioridade do Espírito ao corpo, brinda-lhe maior soma de conhecimentos do que os apresentados pelos princi­piantes no desiderato físico.
A genialidade de que uns indivíduos são portadores, em detrimento dos limites que se fazem presentes em outros se­res do mesmo gene, demonstra que os psiquismos aí expres­sos diferem em capacidade e lucidez.
Embora herdeiro dos caracteres da raça — aparência, mor­fologia, cabelos, olhos, etc. —, os valores psicológicos, inte­lecto-morais não são transmissíveis pelos genes e cromosso­mos, antes, são atributos da individualidade eterna, que trans­fere de uma para outra existência corporal o somatório das suas conquistas salutares ou perturbadoras.
Não há como negar-se a influência genética na evolução do ser, os impositivos do meio, dos costumes e dos hábitos, entretanto, impende observar que o corpo reproduz o corpo, não a mente, a consciência, que só o Espírito exterioriza.
A introdução do conceito reencarnacionista na Psicolo­gia dá-lhe dimensão invulgar, esclarecimento das dificulda­des na argumentação em torno do Inconsciente, dos arquéti­pos, individual e coletivo, estudando o homem em toda a sua complexidade profunda e, mediante a identificação do seu passado, facultando-lhe o descobrimento e utilização das suas possibilidades, do seu vir-a-ser.
Nos alicerces do Inconsciente profundo encontram-se os extratos das memórias pretéritas, ditando comportamentos atuais, que somente uma análise regressiva consegue detec­tar, eliminando os conteúdos perturbadores, que respondem por várias alienações mentais.
No capítulo dos impulsos e compulsões psicológicas, o passado espiritual exerce uma predominância irrefreável, que leva aos grandes rasgos do devotamento e da abnegação, quan­to à delinqüência, à agressividade, à multiplicidade de perso­nificações parasitárias, mesmo excluindo-se a hipótese das obsessões.
Na imensa panorâmica dos distúrbios mentais, especial­mente nas esquizofrenias, destacam-se as interferências cons­tritoras dos desencarnados que se estribam nas leis da co­brança pessoal, certamente injustificáveis, para desforçar-se dos sofrimentos que lhes foram anteriormente infligidos, em outras existências, pelas vítimas atuais.
Diante das ocorrências do déjà-vu, os remanescentes re­encarnacionistas estabelecem parâmetros sutis de lembran­ças que retornam à consciência atual como lampejos e cli­chês de evocações, ressumando dos conteúdos da inconsci­ência — ou da memória extracerebral, do perispírito — ofere­cendo possibilidades de identificação de pessoas, aconteci­mentos, lugares e narrativas já vividos, já conhecidos, antes experimentados... Desfilam, então, os fenômenos psicológi­cos das simpatias e das antipatias, dos amores alucinantes e dos ódios devoradores, que ressurgem dos arquivos da me­mória anterior ante o estímulo externo de qualquer natureza, que os desencadeiam, tais: um encontro ou reencontro; uma associação de idéias — a atual revelando a passada — uma dis­sensão ou um diálogo; qualquer elemento que constitua pon­te de ligação entre o hoje e o ontem.
Excetuando-se os conflitos que têm sua psicogênese na vida atual, a expressiva maioria deles procede das jornadas infelizes do ser eterno, herdeiro de si mesmo, que transfere as fobias, insatisfações, consciência de culpa, complexos, dramas pessoais, de uma para outra reencarnação através de automatismos psicológicos, responsáveis pelo equilíbrio das Leis que governam a Vida.
Diante de tais acontecimentos, considerando-se os fenô­menos místicos, as ocorrências paranormais. os êxtases natu­rais e os provocados, aos quais a Psicologia organicista dava gêneses patológicas, nasceu, mais ou menos recentemente, a denominada quarta força em Psicologia — sucedendo (ou completando) o Behaviorismo, a Psicanálise e a Psicologia Humanista —, que é a Escola Transpessoal. Entretanto, já no começo do século, Burcke, desejando enquadrar em uma só denominação estes e outros eventos psicológicos, cunhou o conceito de consciência cósmico, a fim de os situar em um só capítulo, tornando-se, de alguma forma, pioneiro, na área da Psicologia Transpessoal, que abrange, entre outras, as per­cepções extra-sensoriais, além da área da consciência.
Nesta conceituação, a morte é fenômeno biológico a trans­ferir o ser de uma para outra realidade, sem consumpção da vida.
O ser humano, diante da visão nova e transpessoal, deixa de ser a massa, apenas celular, para tornar-se um complexo com predominância do princípio eterno. A decisiva contri­buição dos seus pioneiros, entre os quais, Maslow, Assagioli — com a sua Psicossíntese —, Sutich, Wilber, Grof e outros, oferece excelentes recursos para a psicoterapia, liberando a maioria dos pacientes dos seus conflitos e problemas que de­sestruturam a personalidade.
Neste admirável amálgama da integração dos mais im­portantes Insights das Doutrinas psicológicas do Ocidente com as Tradições Esotéricas do Oriente, agiganta-se o Espiritis­mo, pioneiro de uma Psicologia Espiritualista dedicada ao conhecimento do homem integral, na sua valiosa complexi­dade — Espírito, perispírito e matéria — ampliando os hori­zontes da vida orgânica, a se desdobrarem além do túmulo e antes do corpo, com infinitas possibilidades de progresso, no rumo da perfeição.



terça-feira, 21 de julho de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE TERÇA 21/07/2015 - MÚSICA "HOJE" DE RENATO RUSSO - PALESTRANTE: RENILDA CARDEAL




Hoje
Renato Russo

Deixa de lado essa pobreza
De quem insiste em julgar e explicar

Não vou poder calar meu coração
E essa saudade vem mansinha
Querendo me avisar
Acho que a gente é que é feliz

Deixa que falem
Eles não sabem
Não falo pelos outros
Só falo por mim

Ninguém vai me dizer o que senti
Acho que a gente é que é feliz

Queria ter a carta natal do universo
E ver se entendia alguma coisa
O que espero da minha vida
O que quero da minha vida

Bom tempo
Muito tempo
Acho que a gente é que é feliz
Deixa de lado essa tristeza...

sábado, 18 de julho de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO 19/07/2015 - CONDUTA ESPÍRITA NO LAR , DO LIVRO CONDUTA ESPÍRITA - PALESTRANTE: Jairo Moreira




NO LAR

Começar na intimidade do templo doméstico a exemplificação dos princípios que esposa, com sinceridade e firmeza, uniformizando o próprio procedimento, dentro e fora dele.
Fé espírita no clima da família, fonte do Espiritismo no campo social.
Calar todo impulso de cólera ou violência, amoldando-se ao Evangelho de modo a estabelecer a harmonia em si mesmo, perante os outros.
A humildade constrói para a Vida Eterna.
Proporcionar às crianças os fundamentos de uma educação sólida e bem orientada, sem infundir- -lhes medo ou fantasias, começando por dar-lhes nomes simples e naturais, evitando a pompa dos nomes famosos, suscetíveis de lhes criar embaraços futuros.
O lar é a escola primeira.
Sempre que possível, converter o santuário familiar em dispensário de socorro aos menos felizes, pela aplicação daquilo que seja menos necessário à mantença doméstica.
A Seara do Cristo não tem fronteira.
Se está sozinho com a sua fé, no recesso do próprio lar, deve o espírita atender fielmente ao testemunho de amor que lhe cabe, lembrando-se de que responderá, em qualquer tempo, pelos princípios que abraça.
A ribalta humana situa-nos sempre no papel que devamos desempenhar.
Ao menos uma vez por semana, formar o culto do Evangelho com todos aqueles que lhe co-participam da fé, estudando a verdade e irradiando o bem, através de preces e comentários em torno da experiência diária à luz dos postulados espíritas.
Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo do Cristo.
Evitar o luxo supérfluo nos aposentos, objetos e costumes, imprimindo em tudo características de naturalidade, desde os hábitos mais singelos até os pormenores arquitetônicos da própria moradia.
Não há verdadeiro clima espírita cristão, sem a presença da simplicidade conosco.

“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” — Paulo. (I TIMÓTEO, 5:4.)

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quarta-feira, 15 de julho de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE 15/07/2015 - OS FALSOS PROFETAS - CAPÍTULO XXI DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITÍSMO - Palestrante: João Moisés



 Haverá falsos cristos e falsos profetas
• Conhece-se a árvore pelo fruto
• Missão dos profetas 
• Prodígios dos falsos profetas
• Não creais em todos os Espíritos
• Instruções dos Espíritos: Os falsos profetas – Caracteres do verdadeiro profeta – Os falsos profetas da erraticidade – Jeremias e os falsos profetas
 Conhece-se a árvore pelo fruto
1. A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má; porquanto, cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos nos espinheiros, nem cachos de uvas nas sarças. O homem de bem tira boas coisas do bom tesouro do seu coração e o mau tira as más do mau tesouro do seu coração; porquanto, a boca fala do que está cheio o coração. (Lucas, 6:43 a 45.)
2. Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. Conhecê-los-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos nas sarças? Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos. Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos. (Mateus, 7:15 a 20.)
3. Tende cuidado para que alguém não vos seduza; porque muitos virão em meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e seduzirão a muitos.
Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; e porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim se salvará. Então, se alguém vos disser: “O Cristo está aqui, ou está ali”, não acrediteis absolutamente; porquanto falsos cristos e falsos profetas se levantarão e farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos. (Mateus, 24:4, 5, 11 a 13, 23 e 24; Marcos, 13:5, 6, 21 e 22.)
Missão dos profetas
4. Atribui-se comumente aos profetas o dom de adivinhar o futuro, de sorte que as palavras profecia e predição se tornaram sinônimas. No sentido evangélico, o vocábulo profeta tem mais extensa significação. Diz-se de todo enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual. Pode, pois, um homem ser profeta, sem fazer predições. Aquela era a ideia dos judeus, ao tempo de Jesus. Daí vem que, quando o levaram à presença do sumo sacerdote Caifás, os escribas e os anciães, reunidos, lhe cuspiram no rosto, lhe deram socos e bofetadas, dizendo: “Cristo, profetiza para nós e dize quem foi que te bateu.” Entretanto, deu-se o caso de haver profetas que tiveram a presciência do futuro, quer por intuição, quer por providencial revelação, a fim de transmitirem avisos aos homens. Tendo-se realizado os acontecimentos preditos, o dom de predizer o futuro foi considerado como um dos atributos da qualidade de profeta.
Prodígios dos falsos profetas
5. “Levantar-se-ão falsos cristos e falsos profetas, que farão grandes prodígios e coisas de espantar, a ponto de seduzirem os próprios escolhidos.” Estas palavras dão o verdadeiro sentido do termo prodígio. Na acepção teológica, os prodígios e os milagres são fenômenos excepcionais, fora das Leis da Natureza. Sendo estas exclusivamente, obra de Deus, pode Ele, sem dúvida, derrogá-las, se lhe apraz; o simples bom senso, porém, diz que não é possível haja Ele dado a seres inferiores e perversos um poder igual ao seu, nem, ainda menos, o direito de desfazer o que Ele tenha Haverá falsos cristos e falsos profetas feito. Semelhante princípio não no pode Jesus ter consagrado. Se, portanto, de acordo com o sentido que se atribui a essas palavras, o Espírito do mal tem o poder de fazer prodígios tais que os próprios escolhidos se deixem enganar, o resultado seria que, podendo fazer o que Deus faz, os prodígios e os milagres não são privilégio exclusivo dos enviados de Deus e nada provam, pois que nada distingue os milagres dos santos dos milagres do demônio. Necessário, então, se torna procurar um sentido mais racional para aquelas palavras. Para o vulgo ignorante, todo fenômeno cuja causa é desconhecida passa por sobrenatural, maravilhoso e miraculoso; uma vez encontrada a causa, reconhece-se que o fenômeno, por muito extraordinário que pareça, mais não é do que aplicação de uma Lei da Natureza. Assim, o círculo dos fatos sobrenaturais se restringe à medida que o da Ciência se alarga. Em todos os tempos, homens houve que exploraram, em proveito de suas ambições, de seus interesses e do seu anseio de dominação, certos conhecimentos que possuíam, a fim de alcançarem o prestígio de um pseudopoder sobre-humano, ou de uma pretendida missão divina. São esses os falsos cristos e falsos profetas. A difusão das luzes lhes aniquila o crédito, donde resulta que o número deles diminui à proporção que os homens se esclarecem. O fato de operar o que certas pessoas consideram prodígios não constitui, pois, sinal de uma missão divina, visto que pode resultar de conhecimento cuja aquisição está ao alcance de qualquer um, ou de faculdades orgânicas especiais, que o mais indigno não se acha inibido de possuir, tanto quanto o mais digno. O verdadeiro profeta se reconhece por mais sérios caracteres e exclusivamente morais. Não creais em todos os Espíritos 6. Meus bem-amados, não creais em qualquer Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. (João, 1a Epístola, 4:1.)
7. Os fenômenos espíritas, longe de abonarem os falsos cristos e os falsos profetas, como a algumas pessoas apraz dizer, golpe mortal desferem neles. Não peçais ao Espiritismo prodígios, nem milagres, porquanto ele formalmente declara que os não opera. Do mesmo modo que a Física, Química, a Astronomia, a Geologia revelaram as leis do mundo material, o Espiritismo revela outras leis desconhecidas, as que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual, leis que, tanto quanto aquelas outras da Ciência, são Leis da Natureza. Facultando a explicação de certa ordem de fenômenos incompreendidos até o presente, ele destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso. Quem, portanto, se sentisse tentado a lhe explorar em proveito próprio os fenômenos, fazendo-se passar por messias de Deus, não conseguiria abusar por muito tempo da credulidade alheia e seria logo desmascarado. Aliás, como já se tem dito, tais fenômenos, por si sós, nada provam: a missão se prova por efeitos morais, o que não é dado a qualquer um produzir. Esse um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita; pesquisando a causa de certos fenômenos, de sobre muitos mistérios levanta ela o véu. Só os que preferem a obscuridade à luz, têm interesse em combatê-la; mas a verdade é como o Sol: dissipa os mais densos nevoeiros. O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudossábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas ideias. Antes que se conhecessem as relações mediúnicas, eles atuavam de maneira menos ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, audiente ou falante. É considerável o número dos que, em diversas épocas, mas, sobretudo, nestes últimos tempos, se hão apresentado como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, sua mãe, e até como Deus. João adverte contra eles os homens, dizendo: “Meus bem-amados, não acrediteis em todo Espírito; mas experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” O Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais.
É à maneira de se distinguirem dos maus os bons Espíritos que, principalmente, podem aplicar-se estas palavras de Jesus: “Pelo fruto é que se reconhece a qualidade da árvore; uma árvore 20 Nota de Allan Kardec: Ver, sobre a maneira de se distinguirem os Espíritos: O livro dos médiuns, 2a Parte, cap. XXIV e seguintes. haverá falsos cristos e falsos profetas a árvore boa não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não os pode produzir bons.” Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos.
Instruções dos Espíritos
 Os falsos profetas
8. Se vos disserem: “O Cristo está aqui”, não vades; ao contrário, tende-vos em guarda, porquanto numerosos serão os falsos profetas. Não vedes que as folhas da figueira começam a branquear; não vedes os seus múltiplos rebentos aguardando a época da floração; e não vos disse o Cristo: “Conhece-se a árvore pelo fruto?” Se, pois, são amargos os frutos, já sabeis que má é a árvore; se, porém, são doces e saudáveis, direis: “Nada que seja puro pode provir de fonte má.” É assim, meus irmãos, que deveis julgar; são as obras que deveis examinar. Se os que se dizem investidos de poder divino revelam sinais de uma missão de natureza elevada, isto é, se possuem no mais alto grau as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia os corações; se, em apoio das palavras, apresentam os atos, podereis então dizer: Estes são realmente enviados de Deus. Desconfiai, porém, das palavras melífluas, desconfiai dos escribas e dos fariseus que oram nas praças públicas, vestidos de longas túnicas. Desconfiai dos que pretendem ter o monopólio da verdade! Não, não, o Cristo não está entre esses, porquanto os que Ele envia para propagar a sua santa doutrina e regenerar o seu povo serão, acima de tudo, seguindo-lhe o exemplo, brandos e humildes de coração; os que hajam, com os exemplos e conselhos que prodigalizem, de salvar a Humanidade, que corre para a perdição e pervaga por caminhos tortuosos, serão essencialmente modestos e humildes. De tudo o que revele um átomo de orgulho, fugi, como de uma moléstia contagiosa, que corrompe tudo em que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas principalmente nos atos, o cunho da sua grandeza ou da sua inferioridade. Ide, portanto, meus filhos bem-amados, caminhai sem tergiversações, sem pensamentos ocultos, na rota bendita que tomastes. Ide, ide sempre, sem temor; afastai, cuidadosamente, tudo o que vos possa entravar a marcha para o objetivo eterno. Viajores, só por pouco tempo mais estareis nas trevas e nas dores da provação, se abrirdes o vosso coração a essa suave doutrina que vos vem revelar as leis eternas e satisfazer a todas as aspirações de vossa alma acerca do desconhecido. Já podeis dar corpo a esses silfos ligeiros que vedes passar nos vossos sonhos e que, efêmeros, apenas vos encantavam o espírito, sem coisa alguma dizerem ao vosso coração. Agora, meus amados, a morte desapareceu, dando lugar ao anjo radioso que conheceis, o anjo do novo encontro e da reunião! Agora, vós que bem desempenhado haveis a tarefa que o Criador confia às suas criaturas, nada mais tendes de temer da sua justiça, pois Ele é pai e perdoa sempre aos filhos transviados que clamam por misericórdia. Continuai, portanto, avançai incessantemente. Seja vossa divisa a do progresso, do progresso contínuo em todas as coisas, até que, finalmente, chegueis ao termo feliz da jornada, onde vos esperam todos os que vos precederam. – Luís. (Bordeaux, 1861.)
Caracteres do verdadeiro profeta
 9. Desconfiai dos falsos profetas. É útil em todos os tempos essa recomendação, mas, sobretudo, nos momentos de transição em que, como no atual, se elabora uma transformação da Humanidade, porque, então, uma multidão de ambiciosos e intrigantes se arvoram em reformadores e messias. É contra esses impostores que se deve estar em guarda, correndo a todo homem honesto o dever de os desmascarar. Perguntareis, sem dúvida, como reconhecê-los. Aqui tendes o que os assinala: Somente a um hábil general, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército. Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes aos que Ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a Humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm de atuar, nula lhes resultaria a ação. Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, Haverá falsos cristos e falsos profetas pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra consequência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um histrião de baixo estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu.
Outra consideração: os verdadeiros missionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham a missão a que foram chamados pela força do gênio que possuem, secundado pelo poder oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado.
Numa palavra: os verdadeiros profetas se revelam por seus atos, são adivinhados, ao passo que os falsos profetas se dão, eles próprios, como enviados de Deus. O primeiro é humilde e modesto; o segundo, orgulhoso e cheio de si, fala com altivez e, como todos os mendazes, parece sempre temeroso de que não lhe deem crédito. Alguns desses impostores têm havido, pretendendo passar por apóstolos do Cristo, outros pelo próprio Cristo, e, para vergonha da Humanidade, hão encontrado pessoas assaz crédulas que lhes creem nas torpezas. Entretanto, uma ponderação bem simples seria bastante a abrir os olhos do mais cego, a de que se o Cristo reencarnasse na Terra, viria com todo o seu poder e todas as suas virtudes, a menos se admitisse, o que fora absurdo, que houvesse degenerado. Ora, do mesmo modo que, se tirardes a Deus um só de seus atributos, já não tereis Deus, se tirardes uma só de suas virtudes ao Cristo, já não mais o tereis. Possuem todas as suas virtudes os que se dão como o Cristo? Essa a questão. Observai-os, perscrutai-lhes as ideias e os atos e reconhecereis que, acima de tudo, lhes faltam as qualidades distintivas do Cristo: a humildade e a caridade, sobejando-lhes as que o Cristo não tinha: a cupidez e o orgulho. Notai, ademais, que neste momento há, em vários países, muitos pretensos Cristos, como há muitos pretensos Elias, muitos João ou Pedro e que não é absolutamente possível sejam verdadeiros todos. Tende como certo que são apenas criaturas que exploram a credulidade dos outros e acham cômodo viver à custa dos que lhes prestam ouvidos. Desconfiai, pois, dos falsos profetas, máxime numa época de renovação, qual a presente, porque muitos impostores se dirão enviados de Deus. Eles procuram satisfazer na Terra à sua vaidade; mas uma terrível justiça os espera, podeis estar certos. – Erasto. (Paris, 1862.)
Os falsos profetas da erraticidade
10. Os falsos profetas não se encontram unicamente entre os encarnados. Há-os também, e em muito maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando-lhe de través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem. E, para melhor fascinarem àqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os homens pronunciam. São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e a olharem-se com prevenção. Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar o mais formal desmentido às suas pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste. Há, porém, muitos outros meios de serem reconhecidos. Espíritos da categoria em que eles dizem achar-se têm de ser não só muito bons, como também eminentemente racionais. Pois bem: passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão e do bom senso e vede o que restará. Convinde, pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito indica, como remédio aos males da Humanidade ou como meio de conseguir-se a sua transformação, coisas utópicas e impraticáveis, medidas pueris e ridículas; quando formula um sistema que as mais rudimentares noções da Ciência contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e mentiroso. Por outro lado, crede que, se nem sempre os indivíduos apreciam a verdade, esta é apreciada sempre pelo bom senso das massas, constituindo isso mais um critério. Se dois princípios se contradizem, achareis a medida do valor intrínseco de ambos, verificando qual dos dois encontra mais ecos e simpatias. Fora, com efeito, ilógico admitir-se que uma doutrina cujo nú- mero de adeptos diminua progressivamente seja mais verdadeira do que outra que veja o dos seus em contínuo aumento. Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a confina num círculo acanhado: fá-la surgir em diferentes pontos, a fim de que por toda a parte a luz esteja ao lado das trevas. Repeli sem condescendência todos esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação e o insulamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados louvores, a fim de Haverá falsos cristos e falsos profetas  os fascinar e de tê-los dominados. São, geralmente, Espíritos sequiosos de poder e que, déspotas públicos ou nos lares, quando vivos, ainda querem vítimas para tiranizar depois de terem morrido. Em geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição. Estai certos, igualmente, de que quando uma verdade tem de ser revelada aos homens, é, por assim dizer, comunicada instantaneamente a todos os grupos sérios, que dispõem de médiuns também sérios, e não a tais ou quais, com exclusão dos outros. Nenhum médium é perfeito, se está obsidiado; e há manifesta obsessão quando um médium só é apto a receber comunicações de determinado Espírito, por mais alto que este procure colocar-se. Conseguintemente, todo médium e todo grupo que considerem privilégio seu receber as comunicações que obtêm e que, por outro lado, se submetem a práticas que tendem para a superstição, indubitavelmente se acham presas de uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador se pavoneia com um nome que todos, encarnados e desencarnados, devem honrar e respeitar e não permitir seja declinado a todo propósito. É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos Espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro. Pode um médium ser fascinado, e iludido um grupo; mas a verificação severa a que procedam os outros grupos, a ciência adquirida, a alta autoridade moral dos diretores de grupos, as comunicações que os principais médiuns recebam, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, justiçarão rapidamente esses ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos mistificadores ou maus. – Erasto, discípulo de Paulo. (Paris, 1862.) (Veja-se, na Introdução, item II: Controle universal do ensino dos Espíritos. O livro dos médiuns, 2a Parte, cap. XXIII, Da obsessão.)
Jeremias e os falsos profetas

 11. Eis o que diz o Senhor dos Exércitos: “Não escuteis as palavras dos profetas que vos profetizam e que vos enganam. Eles publicam as visões de seus corações e não o que aprenderam da boca do Senhor.” — Dizem aos que de mim blasfemam: “O Senhor o disse, tereis paz; e a todos os que andam na corrupção de seus corações: ‘Nenhum mal vos acontecerá.’” — Mas qual dentre eles assistiu ao conselho de Capítulo XXI Deus? Qual o que o viu e escutou o que Ele disse? Eu não enviava esses profetas; eles corriam por si mesmos; Eu absolutamente não lhes falava; eles profetizavam de suas cabeças. Eu ouvi o que disseram esses profetas que profetizavam a mentira em meu nome, dizendo: “Sonhei, sonhei.” — Até quando essa imaginação estará no coração dos que profetizam a mentira e cujas profecias não são senão as seduções do coração deles? Se, pois, este povo, ou um profeta, ou um sacerdote vos interrogar e disser: “Qual o fardo do Senhor?” Dir-lhe-eis: “Vós mesmos sois o fardo e Eu vos lançarei bem longe de mim”, diz o Senhor. (Jeremias, 23:16 a 18, 21, 25, 26 e 33.) É dessa passagem do profeta Jeremias que quero tratar convosco, meus amigos. Falando pela sua boca, diz Deus: “É a visão do coração deles que os faz falar.” Essas palavras claramente indicam que, já naquela época, os charlatães e os exaltados abusavam do dom de profecia e o exploravam. Abusavam, por conseguinte, da fé simples e quase cega do povo, predizendo, por dinheiro, coisas boas e agradáveis. Muito generalizada se achava essa espécie de fraude na nação judia, e fácil é de compreender-se que o pobre povo, em sua ignorância, nenhuma possibilidade tinha de distinguir os bons dos maus, sendo sempre mais ou menos ludibriado pelos pseudoprofetas, que não passavam de impostores ou fanáticos. Nada há de mais significativo do que estas palavras: “Eu não enviei esses profetas e eles correram por si mesmos; não lhes falei e eles profetizaram.” Mais adiante, diz: “Eu ouvi esses profetas que profetizavam a mentira em meu nome, dizendo: “Sonhei, sonhei.” Indicava assim um dos meios que eles empregavam para explorar a confiança de que eram objeto. A multidão, sempre crédula, não pensava em lhes contestar a veracidade dos sonhos, ou das visões; achava isso muito natural e constantemente os convidava a falar. Após as palavras do profeta, escutai os sábios conselhos do apóstolo João, quando diz: “Não acrediteis em todo Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus”, porque, entre os invisíveis, também há os que se comprazem em iludir, se se lhes depara ocasião. Os iludidos são, está-se a ver, os médiuns que se não precatam bastante. Aí se encontra, é fora de toda dúvida, um dos maiores escolhos em que muitos funestamente esbarram, mormente se são novatos no Espiritismo. É-lhes isso uma prova de que só com muita prudência podem triunfar. Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons e os maus Espíritos, para, por vossa vez, não vos tornardes falsos profetas. – Luoz, Espírito protetor. (Carlsruhe, 1861.)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

CAMPANHA - "PRECISAMOS COMPRAR A CASA SEDE DO NOSSO CENTRO ESPÍRITA" !



URGENTEEEEEEEE

A Escola da Doutrina Espírita Caminho Da Luz, seguindo a conduta espírita e orientação dos mentores da Casa, precisou decidir sobre a compra do imóvel onde funciona a sua Sede, através da sua Diretoria, pois o proprietário do mesmo não quer renovar o contrato de aluguel, necessitando vendê-lo.

Como informamos anteriormente, o nosso Centro Espírita – Escola da Doutrina Espírita Caminho da Luz, é uma instituição registrada no Cartório do 3º OFÍCIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS, sob CNPJ de Nº E 17.598.027/0001-20, tem Estatuto de Funcionamento, e administradores com responsabilidade civil.
É uma entidade sem fins lucrativos que realiza e desenvolve atividades sociais , visando auxiliar as pessoas da comunidade, buscando contribuir para a melhoria individual e coletiva, e para isso, conta com as doações e donativos dos seus frequentadores, que promovem a manutenção mensal da Sede e Atividades Sociais.

HOJE, sexta-feira (10/07), às 19:00 horas, realizaremos uma reunião com todos os trabalhadores , frequentadores da Casa e todos da comunidade de Stella Mares/Flamengo/Ipitanga/Pedra do Sol/Itapoan, interessados em ajudar nessa empreitada, pois não queremos, nem poderemos "fechar nossas portas"!.

A Pauta da Reunião será a situação do imóvel onde está instalada a Instituição, e montar estratégias para a compra do imóvel.

Aguardamos você, com idéias, sugestões e contribuições!

UNIDOS SOMOS +

A UNIÃO FAZ A FORÇA, JUNTE-SE A NÓS!

Obs: Por favor. repasse nas suas Redes Sociais!
Gratos

ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS - NOVO SERVIÇO OFERECIDO PELA ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ



















A ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ VEM CONVOCAR À TODOS PARA A NOVA ATIVIDADE QUE SERÁ DESENVOLVIDO PELO CENTRO:

* ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS
* TODAS AS QUARTAS FEIRA 
* TURNO VESPERTINO

SE VOCÊ CONHECE ALGUÉM QUE AINDA NÃO É ALFABETIZADO, INDIQUE NOSSO CENTRO.