SOBRE NÓS :

VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.

MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.

Redirecionamento

sábado, 26 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO, 27/09 AS 16:00 - DIÁLOGO SOBRE ILUSÃO DO LIVRO REFORMA INTIMA SEM MARTÍRIO - PALESTRANTE: Dilson Moura



15. Diálogo Sobre Ilusão

“Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre!” – Uma rainha de França. (Havre, 1863) O Evangelho Segundo Espiritismo Capítulo 11 – item 8 O que são as ilusões? Definamos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São percepções que nos distanciam da verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto ilusão. Qual a causa das ilusões? As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas. Por que a senhora citou que a auto ilusão é a pior das ilusões? O iludido pensa muito o mundo “negando” sentí-lo, um mecanismo natural de defesa face às dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconde-se atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor qualquer que deseje manter. O objetivo da reencarna- ção consiste em desiludir-nos sobre nós mesmos através da criação de uma rela- ção libertadora com o mundo material. Se não buscamos essa meta então caminhamos para a falência dos planos de ascensão individual. Conforme a resposta anterior, o iludido esconde-se de quê? De si mesmo. Criando um “eu ideal” para atenuar o sofrimento que lhe causa angústia de ser o que é a criatura foge de si e vive em “esconderijos psíquicos”. Mas, por que se esconde de si mesmo? Devido ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que, pouco a pouco, vamos extinguindo. Negar o que se sente e o que se deseja e o objetivo desse mecanismo. Uma forma que a mente aprendeu para camuflar o sentimento de inferioridade da qual o espírito se conscientizou em algum instante de sua peregrinação evolutiva. Então, iludimo-nos para nos sentirmos um pouco melhores, seria isso? auto ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psí- quica resultante da desconexão entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que criamos no campo mental. É aquilo que pensamos que somos e desejamos que os outros creiam sobre nós. Nós espíritas, temos ilusões? Responderei com clareza e fraternidade: sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da usura; Quando dominador, chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se às vivências da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos pícaros do exclusivismo ostentando qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que supõem possuir. Poderia dizer a nós, espíritas, algo sobre nossas ilusões? Existe uma tendência à autossuficiência entre os depositários do conhecimento espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposto a isso, agem como se fossem “salvadores do mundo” com todas as respostas para a humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do papel do espírita no mundo... O espiritismo é excelente, nós espíritas, nem tanto... Nossa condição real, para quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a de almas que apenas começamos a sair do primitivismo moral. Alegremo-nos por isso! Essa autossuficiência seria orgulho? O orgulho promove essa condição, é a mais enraizada manifestação da ilusão, é a ilusão de querer ser o que imaginamos que somos. Essa é a pior ilusão, a autoimagem falsa e superdimensionada de nós mesmos. Essa auto ilusão é sustentada por uma “cultura de convenções” acerca do que seja ser espírita, um resquício do velho hábito religioso de criar “estampas” pelas quais serão reconhecidos os seguidores de alguma doutrina. Nesse caso, a ilusão desenvolvida chama-se “ideia de grandeza”. Muitas pessoas desejariam sair prontas para testemunho após pequenos exercícios de espiritualização no centro espírita, entretanto, por ignorarem sua real condição espiritual, fazem da casa doutriná- ria um templo de aquisição da angelitude imediata. Querem sair prontos e perfeitos das tarefas e estudos, quando o objetivo de tais iniciativas é capacitar de valores intelecto-morais para repensar caminhos e encontrar respostas para as encruzilhadas da alma, nas refregas da existência. O que é essa autoimagem falsa? Uma construção mental que se torna a referência para nossas movimentações perante a vida. É uma cristalização mental, uma irradiação que cria uma rotina escravizante nos sentimentos permitindo-nos viver somente as emoções em uma “faixa de segurança”, a fim de não perdermos o status da criatura que supomos ser e queremos que os outros acreditem que somos. O que pensamos sobre nós, portanto, determina a imagem mental indutora dos valores íntimos. Se o raciocínio sofre distorções da ilusão, então viveremos sem saber quem somos. Como é construída essa autoimagem? Através das vivências intelecto-afetivas de todos os tempos dessa criação. Onde ela permanece? No corpo mental. Sua maior expressão é conhecida pelas operações do departamento da imagina- ção no reino da mente. Quer dizer que além da autoimagem temos um “eu real”, diferente do “eu crístico”, que ainda não conhecemos? Sim. Temos um “eu real” que estamos tentando ignorar há milênios. Essa “parcela” de nós é a “sombra” da qual queremos fugir. Todavia, o contato com essa “zona incons- ciente” revela-nos não só motivos de dor e angústia mas igualmente, a luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera de nossa vontade para utilizá-la. Aqui chamamos a atenção dos nossos parceiros de ideal para o cuidado com o processo da reforma interior. Existe muita idealização confundindo aprendizes que imaginam estar dando “saltos evolutivos” em direção a esse “eu real”, entretanto, em verdade, estão se movimentante na esfera do “eu idealizado”... Poderia explicar mais profundamente essa questão dos “saltos evolutivos”? É um tipo de ilusão que normalmente assalta os religiosos de todos os tempos. Imaginam- -se muito melhorados a partir do contato com alguma diretriz ou prática religiosa e, então, passam a viver uma vida idealizada, um projeto de “vir-a-ser”. É uma ilusão de que se está fazendo a renovação, apenas uma idealização. Uma forma de comportar desconectada do sentimento, um adorno moral para nossas atitudes; é o discurso sem a vivência. O nome mais conhecido deste comportamento é puritanismo. Como distinguir idealização de mudança verdadeira? Na idealização pensamos o que somos e, como consequência, vivemos o que gostaríamos de ser, mas ainda não somos. E o hábito das aparências. Na reforma íntima sentimos o que somos, e como consequência vivemos a realidade do que somos com harmonia, ainda que nos causem muitos desconfortos. É o processo da educação paulatina. Na idealização vive-se em permanente conflito por se tratar, em parte, de uma negação da realidade, enquanto na reforma autêntica a criatura consegue penetrar os meandros dos “sentimentos-causais”, encontrando uma convivência pacífica consigo e aceitando-se sem se acomodar em direção a melhoras mensuráveis. Como vencer nossas ilusões? Dessa pegando da falsa autoimagem falsas que fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do “eu”. Para isso somente autoconhecimento. Havendo esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas experiências com o mundo e consequentemente com nosso “eu profundo”. Isso desencadeará um processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição de reféns de nosso passado escravizante, saindo da “roda viciosa das emoções” perturbadoras, quais sejam o medo, a culpa e a insegurança. O processo da desilusão custa sorver o fel da angústia de saber quem somos, e carregar o peso do sacrifício de cuidar dessa personalidade nova que renasce exuberante. Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá- la no corpo a ter que purgá-la na vida espiritual. Assinalemos alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela imagem irreal que criamos de nós mesmos: • Fazer as pazes com as imperfeições. • Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar com respeito. • Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão. • Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos. • Exercitar a autoaceitação através do perdão. • Munir-se de informações sobre a natureza de suas provas. • Aprender a ouvir com atenção o que se passa à sua volta. • Dominar o perfeccionismo nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna mais inferiores. • Valorizar afetivamente as suas vitórias. • Descobrir qualidades, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de crescimento. Paulo, o apóstolo da renovação, nos indica uma sublime recomendação que nos compele a meditar na natureza de nossos sentimentos em torno da mensagem do amor; sugerimos que esse seja nosso roteiro na vitória sobre as ilusões: “olhai para as coisas segundo as aparências? Se alguém confia em si mesmo que de Cristo, pense outra vez isto consigo”... II Coríntios, 10: 7

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, 24/09, AS 20:00 - REVELAÇÃO PELA DOR DO LIVRO : O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR - LEON DENIS - PALESTRANTE: DANILO CRUZ



Capítulo XXVII

Revelação pela dor

 É principalmente perante o sofrimento que se mostra a necessidade, a eficácia de uma crença robusta, poderosamente assente, ao mesmo tempo, na razão, no sentimento e nos fatos, e que explique o enigma da vida, o problema da dor. Que consolações podem o materialismo e o ateísmo oferecer ao homem atacado de um mal incurável? Que dirão para acalmar os desesperos, preparar a alma daquele que vai morrer? De que linguagem usarão com o pai e com a mãe ajoelhados diante do berço do filhinho morto, com todos aqueles que vêem descer à cova os esquifes dos entes queridos? Aqui se mostra toda a pobreza, toda a insuficiência das doutrinas do Nada. A dor não é somente o critério, por excelência, da vida, o juiz que pesa os caracteres, as consciências, e dá a medida da verdadeira grandeza do homem. É também um processo infalível para reconhecer o valor das teorias filosóficas e das doutrinas religiosas. A melhor será, evidentemente, a que nos conforta, a que diz por que as lágrimas são quinhão da humanidade e fornece os meios de estancá-las. Pela dor descobre-se com mais segurança o lugar onde brilha o mais belo, o mais doce raio da verdade, aquele que não se apaga. Se o universo não é mais do que um campo fechado, unicamente acessível às forças caprichosas e cegas da Natureza, uma odiosa fatalidade nos esmaga; se não há nele nem consciência, nem justiça, nem bondade, então a dor não tem sentido, não tem utilidade, não comporta consolações; só resta impor silêncio ao nosso coração despedaçado, porque seria pueril e vão importunar os homens e o Céu com os nossos lamentos! Para todos aqueles cuja vida é limitada pelos estreitos horizontes do materialismo, o problema da dor é insolúvel; não há esperança para aquele que sofre. Não é verdadeiramente coisa estranha a impotência de tantos sábios, filósofos, pensadores, há milhares de anos, para explicarem e consolarem a dor, para no-la fazerem aceitar quando é inevitável? Uns a negaram, o que é pueril; outros aconselharam o esquecimento, a distração, o que é vão e covarde, quando se trata da perda dos que amamos. Em geral, têm-nos ensinado a temê-la, a receá-la e detestá-la. Bem poucos a têm compreendido, bem poucos a têm explicado. Por isso, em torno de nós, nas relações cotidianas pobres, banais e infantis se têm tornado as palavras de simpatia, as tentativas de consolação prodigalizadas àqueles que a desgraça tocou! Que frias palavras nos lábios, que falta de calor e de luz nos pensamentos e nos corações! Que fraqueza, que inanidade nos processos empregados para confortar as almas enlutadas, processos que antes lhes agravam e redobram os males, a tristeza. Tudo isso resulta unicamente da obscuridade que envolve o problema da dor, dos falsos dados vulgarizados pelas doutrinas negativistas e por certas filosofias espiritualistas. Com efeito, é próprio das teorias errôneas desanimarem, acabrunharem, ensombrarem a alma nas horas difíceis, em vez de lhe proporcionarem os meios de fazer frente ao destino com firmeza. “E as religiões?” podem perguntar-nos. Sim, sem dúvida, as religiões acharam socorros espirituais para as almas aflitas; todavia, as consolações que oferecem assentam numa concepção demasiadamente acanhada do fim da vida e das leis do destino, como já por nós foi suficientemente demonstrado. As religiões cristãs, principalmente, compreenderam o papel grandioso do sofrimento, mas exageram-no, desnaturam-lhe o sentido. O paganismo exprimia a alegria; seus deuses coroavamse de flores e presidiam às festas; entretanto, os estóicos e, com eles, certas escolas secretas, consideravam já a dor como elemento indispensável à ordem do mundo. O Cristianismo glorificou-a, deificou-a no pessoa de Jesus. Diante da cruz do Calvário, a humanidade achou menos pesada a sua. A recordação do grande supliciado ajudou os homens a sofrer e a morrer; todavia, levando as coisas ao extremo, o Cristianismo deu à vida, à morte, à Religião, a Deus, aspectos lúgubres, às vezes terrificantes. É necessário reagir e restituir as coisas a seus termos, porque, em razão dos próprios excessos das religiões, estas vêem a cada dia restringir-se o seu império. O materialismo vai conquistando pouco a pouco o terreno que elas têm perdido; a consciência popular se obscurece e a noção do dever desfaz-se por falta de uma doutrina adaptada às necessidades do tempo e da evolução humana. Diremos, por isso, aos sacerdotes de todas as religiões: Alargai o círculo de vossos ensinamentos; dai ao homem uma noção mais extensa de seus destinos, uma vista mais clara do Além, uma idéia mais elevada do alvo que ele deve atingir. Fazei-lhe compreender que sua obra consiste em construir por suas próprias mãos, com a ajuda da dor, a sua consciência, a sua personalidade moral, e isso através do infinito do tempo e do espaço. Se, na hora atual, vossa influência se enfraquece, se vosso poder está abalado, não é por causa da moral que ensinais, é por causa da insuficiência de vossa concepção da vida, que não mostra nitidamente a justiça nas leis e nas coisas e, por conseguinte, não mostra Deus. Vossas teologias encerraram o pensamento num círculo que o abafa; fixaram-lhe uma base demasiadamente restrita e, sobre essa base, todo o edifício vacila e ameaça desabar. Cessai de discutir textos e de oprimir as consciências; saí das criptas onde sepultastes o pensamento; caminhai e agi! Ergue-se, cresce e se alastra uma nova doutrina, que vem ajudar o pensamento a executar sua obra de transformação. Esse novo espiritualismo contém todos os recursos necessários a consolar as aflições, enriquecer a filosofia, regenerar as religiões, atrair conjuntamente a estima do discípulo mais humilde e o respeito do gênio mais altivo. Pode ela satisfazer aos mais nobres impulsos da inteligência e às aspirações do coração, explica, ao mesmo tempo, a fraqueza humana, o lado obscuro e atormentado da alma inferior entregue às paixões e proporciona-lhe os meios de elevar-se ao conhecimento e à plenitude. Finalmente, constitui o remédio moral mais poderoso contra a dor. Na explicação que dá, nas consolações que vem oferecer ao infortúnio, acha-se a prova mais evidente, mais tocante de seu caráter verídico e de sua solidez inabalável. Melhor que qualquer outra doutrina filosófica ou religiosa, revela-nos o grande papel do sofrimento e ensina-nos a aceitá-lo. Fazendo dele um processo de educação e reparação, mostra-nos a intervenção da justiça e do amor divinos em nossas próprias provações e males. Em vez dos desesperados, que as doutrinas negativistas fazem de nós, em vez de decaídos, de réprobos ou malditos, o Espiritismo apresenta, nos desgraçados, simples aprendizes, simples neófitos que a dor ilumina e inicia, candidatos à perfeição, à felicidade. Dando à vida um alvo infinito, o novo Espiritualismo oferece-nos uma razão de viver e de sofrer que nos faz reconhecer meritório se viva e sofra, numa palavra, um objetivo digno da alma e digno de Deus. Na desordem aparente e na confusão das coisas, mostra-nos a ordem que, lentamente, se vai esboçando e realizando, o futuro que se vai elaborando no presente e, acima de tudo, a manifestação de uma imensa e divina harmonia! E vede as conseqüências desse ensinamento. A dor perde o seu aspecto terrífico; deixa de ser um inimigo, um monstro temível; torna-se um auxiliar e o seu papel é providencial. Purifica, engrandece e refunde o ser em sua chama, reveste-o de uma beleza que não se lhe conhecia. O homem, a princípio admirado e inquieto com o seu aspecto, aprende a conhecê-la, a apreciá-la, a familiarizar-se com ela; acaba quase por amá-la. Certas almas heróicas, em vez de se afastarem dela, de a evitarem, vão-lhe ao encontro para nela livremente se embeberem e regenerarem. O destino, em virtude de ser ilimitado, prepara-nos possibilidades sempre novas de melhoramento. O sofrimento é apenas um corretivo aos nossos abusos, aos nossos erros, incentivo para a nossa marcha. Assim, as leis soberanas mostram-se perfeitamente justas e boas; não infligem a ninguém penas inúteis ou imerecidas. O estudo do universo moral enchenos de admiração pelo poder que, mediante o emprego da dor, transforma pouco a pouco as forças do mal em forças do bem, faz sair do vício a virtude, do egoísmo o amor! Daí em diante, certo do resultado de seus esforços, o homem aceita com coragem as provas inevitáveis. Pode vir a velhice, a vida declinar e rolar pelo declive rápido dos anos; sua fé ajuda-o a atravessar os períodos acidentados e as horas tristes da existência. À medida que esta decai e se vai envolvendo de névoas, vai-se fazendo mais viva a grande luz do Além e os sentimentos de justiça, de bondade e de amor, que presidem ao destino de todos os seres, tornam-se para ele força nas horas de desalento e tornam-lhe mais fácil a preparação para a partida. * Para o materialista e até para muitos crentes, o falecimento dos seres amados cava entre eles e nós um abismo que nada pode encher, abismo de sombra e treva onde não brilha nenhum raio, nenhuma esperança. O protestante, incerto do destino deles, nem mesmo por seus mortos ora. O católico, não menos ansioso, pode recear para os seus o juízo que para sempre separa os eleitos dos réprobos. Aí está, porém, a nova doutrina com suas certezas inabaláveis. Para aqueles que a têm adotado, a morte, como a dor, não traz pavores. Cada cova que se abre é uma porta de libertação, uma saída franca para a liberdade dos Espaços; cada amigo que desaparece vai preparar a morada futura, balizar a estrada comum em que todos nos havemos de reunir; só aparentemente há separação. Sabemos que essas almas não nos deixarão para sempre; íntima comunhão pode estabelecer-se entre elas e nós. Se suas manifestações na ordem sensível encontram obstáculos, podemos pelo menos corresponder-nos com elas pelo pensamento. Conheceis a lei telepática; não há grito, lágrima, apelo de amor, que não tenha sua repercussão e sua resposta. Solidariedade admirável das almas por quem oramos e que oram por nós, permutas de pensamentos vibrantes e de chamamentos regeneradores, que atravessam o espaço e embebem os corações angustiados em radiações de força e esperança e nunca deixam de chegar ao alvo! Julgáveis sofrer sozinhos, mas não é assim. Junto de vós, em torno de vós e até na extensão sem limites, há seres que vibram ao vosso sofrer e participam de vossa dor. Não a torneis demasiadamente viva, por amor deles. À dor, à tristeza humana, deu Deus por companheira a simpatia celeste, e essa simpatia toma, muitas vezes, a forma de um ser amado que, nos dias de provação, desce, cheio de solicitude, e recolhe cada uma das nossas dores para com elas nos tecer uma coroa de luz no espaço. Quantos esposos, noivos, amantes, separados pela morte, vivem em nova união mais apertada e infinita! Nas horas de aflição, o Espírito de um pai, de uma mãe, todos os amigos do Céu se inclinam para nós e nos banham as frontes com seus fluidos suaves e afetuosos; envolvem-nos os corações em tépidas palpitações de amor. Como nos entregarmos ao mal ou ao desespero, em presença de tais testemunhas, certos de que elas vêem as nossas inquietações, lêem nossos pensamentos, nos esperam e se aprontam para nos receberem nos portões da imensidade! Ao deixarmos a Terra, iremos encontrá-los todos e, com eles, ainda maior número de Espíritos amigos, que havíamos esquecido durante a nossa estada na Terra, a multidão daqueles que compartilharam das nossas vidas passadas e compõem nossa família espiritual. Todos os nossos companheiros da grande viagem eterna agrupar-se-ão para nos acolherem, não como pálidas sombras, vagos fantasmas, animados de uma vida indecisa, mas na plenitude das suas faculdades aumentadas, como seres ativos, continuando a interessar-se pelas coisas da Terra, tomando parte na obra universal, cooperando em nossos esforços, em nossos trabalhos, em nossos projetos. Os laços do passado reatar-se-ão com maior força. O amor, a amizade, a paternidade, outrora esboçados em múltiplas existências, cimentar-se-ão com os compromissos novos tomados, em vista do futuro, a fim de aumentar incessantemente e de elevar à suprema potência os sentimentos que nos unem a todos. E as tristezas das separações passageiras, o afastamento aparente das almas, causados pela morte, fundir-se-ão em efusões de felicidade no enlevo dos regressos e das reuniões inefáveis. Não deis, pois, crédito algum às sombrias doutrinas que vos falam de leis ferrenhas, ou então de condenação, de inferno e paraíso, afastando uns dos outros e para sempre aqueles que se amaram. Não há abismo que o amor não possa encher. Deus, que é todo amor, não podia condenar à extinção o sentimento mais belo, o mais nobre de todos os que vibram no coração do homem. O amor é imortal como a própria alma. Nas horas de sofrimento, de angústia, de acabrunhamento, concentrai-vos e, por invocação ardente, atraí a vós os seres que foram, como nós, homens e que são agora Espíritos celestes, e forças desconhecidas penetrarão em vós e ajudar-vos-ão a suportar vossos males e misérias. Homens, pobres viajantes que trilhais penosamente a subida dolorosa da existência, sabei que por toda parte em nosso caminho seres invisíveis, poderosos e bons, caminham a nosso lado. Nas passagens difíceis seus fluidos amparadores sustentam nossa marcha vacilante. Abri-lhes vossas almas, ponde vossos pensamentos de acordo com os seus e logo sentireis a alegria de sua presença; uma atmosfera de paz e bênção envolver-vos-á; suaves consolações descerão para vós.
* Em meio às provações, as verdades que acabamos de recordar não nos dispensam das emoções e das lágrimas; seria contra a Natureza. Ensinam-nos pelo menos a não murmurarmos, a não ficarmos acabrunhados sob o peso da dor, afastam de nós os funestos pensamentos de revolta, de desespero ou de suicídio que muitas vezes enxameiam no cérebro dos niilistas. Se continuamos a chorar, é sem amargura e sem blasfêmia. Mesmo quando se trata do suicídio de mancebos arrebatados pelo ardor de suas paixões, diante da dor imensa de uma mãe, o Neo-Espiritualismo não fica impotente, derrama também a esperança nos corações angustiados, proporcionando-lhes, pela oração e pelo pensamento ardente, a possibilidade de aliviarem essas almas, que flutuam nas trevas espirituais entre a Terra e o espaço, ou permanecem confinadas, por seus fluidos grosseiros, aos meios em que viveram; atenua-lhes a aflição, dizendo-lhes que nada há de irreparável, nada definitivo no mal. Toda evolução contrariada retoma seu curso quando o culpado pagou sua dívida à justiça. Em tudo essa doutrina nos oferece uma base, um ponto de apoio, donde a alma pode levantar o vôo para o futuro e se consolar das coisas presentes com a perspectiva das futuras. A confiança e a fé em nossos destinos projetam em nossa frente uma luz que ilumina o carreiro da vida, fixa-nos o dever, alarga nossa esfera de ação e nos ensina como devemos proceder com os outros. Sentimos que há no universo uma força, um poder, uma sabedoria incomparáveis e sentimos também que nós mesmos fazemos parte dessa força e desse poder de que descendemos. Compreendemos que as vistas de Deus sobre nós, seu plano, sua obra, seu objetivo, tudo tem princípio e origem no seu amor. Em todas as coisas Deus quer nosso bem e para alcançá-lo segue caminhos, ora claros, ora misteriosos, mas constantemente apropriados a nossas necessidades. Se nos separa daqueles que amamos, é para fazer-nos achar mais vivas as alegrias do regresso. Se deixa que passemos por decepções, abandonos, doenças, reveses, é para obrigar-nos a despregar a vista da Terra e elevá-la para Ele, a procurar alegrias superiores àquelas que podemos provar neste mundo. O universo é justiça e amor. Na espiral infinita das ascensões, a soma dos sofrimentos, divina alquimia, converte-se, lá em cima, em ondas de luz e torrentes de felicidade. Não tendes notado no âmago de certas dores um travo particular e tão característico em que não é possível deixar de reconhecer uma intervenção benfazeja? Algumas vezes a alma ferida vê brilhar uma claridade desconhecida, tanto mais viva quanto maior é o desastre. Com um só golpe da dor levanta-se a tais alturas onde seriam necessários vinte anos de estudos e esforços para chegar. Não posso resistir ao desejo de citar dois exemplos, entre muitos outros que me são conhecidos. Trata-se de dois indivíduos que depois foram meus amigos, pais de duas meninas encantadoras que eram toda a sua alegria neste mundo e que a morte arrebatou brutalmente em alguns dias. Um é oficial superior na Região de Leste. Sua filha mais velha possuía todos os dotes de inteligência e de beleza. De caráter sério, desprezava, de bom grado, os prazeres da sua idade e tomava parte nos trabalhos de seu pai, escritor, militar e publicista de talento. Havia-lhe ele dedicado, por essa razão, um afeto que ia até ao culto. Em pouco tempo uma doença irremediável arrebatava a donzela à ternura dos seus. Entre os seus papéis foi encontrado um caderno com o seguinte título: “Para meu pai quando eu já não existir.” Posto que gozasse de perfeita saúde no momento em que traçara essas páginas, tinha o pressentimento de sua morte próxima e dirigia ao pai consolações comovedoras. Graças a um livro que este descobriu na secretária da filha, entramos em relações. Pouco a pouco, procedendo com método e persistência, fez-se médium vidente e hoje possui, não somente a graça de estar iniciado nos mistérios da sobrevivência, mas também a de tornar a ver muitas vezes a filha perto de si e de receber os testemunhos do seu amor. Yvonne (Espírito) comunica-se igualmente com seu noivo e com um de seus primos, oficial subalterno no Regimento de seu pai. Essas manifestações completam-se e verificam-se umas pelas outras e são também percebidas por dois animais domésticos, assim como o atestam as cartas do general.
O segundo caso é o do negociante Debrus, de Valence, cuja única filha, Rose, nascida muitos anos depois do matrimônio, era ternamente amada. Todas as esperanças do pai e da mãe concentravam-se na filha estimada; mas, aos doze anos, foi a menina bruscamente atacada de uma meningite aguda, que a levou. Inexprimível foi o desespero dos pais e a idéia do suicídio mais de uma vez visitou o espírito do pobre pai. Cobrou, porém, ânimo devido a alguns conhecimentos que tinha do Espiritismo e teve a alegria de tornar-se médium. Atualmente, comunica com a filha sem intermediário, livremente e com segurança. Esta intervém freqüentes vezes na vida íntima dos seus e produz, às vezes, ao redor deles, fenômenos luminosos de grande intensidade. Uns e outros nada sabiam do Além e viviam numa culpada indiferença a respeito dos problemas da vida futura e do destino. Agora, fez-se para eles a luz. Depois de haverem sofrido, foram consolados e consolam, por sua vez, os outros, trabalhando por difundir a verdade em volta de si, impressionando todos os que deles se aproximam pela elevação de suas vistas e pela firmeza de suas convicções. Suas filhas voltaram-lhes transfiguradas e radiantes. E eles chegaram a compreender por que Deus os havia separado e como lhes prepara uma vida comum na luz e na paz dos espaços. Eis a obra da dor!

 * Para o materialista, convém repeti-lo, não há explicação para o enigma do mundo nem para o problema da dor. Toda a magnífica evolução da vida, todas as formas de existência e de beleza lentamente desenvolvidas no decurso dos séculos, tudo isto, a seus olhos, é devido ao capricho de um acaso cego e não tem outra saída além do nada. No fim dos tempos será como se a humanidade nunca tivesse existido. Todos os seus esforços para elevar-se a um estado superior, todas as suas queixas, sofrimentos, misérias acumuladas, tudo se desvanecerá como uma sombra, tudo terá sido inútil e vão. Nós, porém, que temos a certeza da vida futura e do mundo espiritual, em vez da teoria da esterilidade e do desespero, vemos no universo o imenso laboratório onde se afina e apura a alma humana, através das existências alternativamente celestes e terrestres. O objetivo das últimas é um só: a educação das Inteligências associadas aos corpos. A matéria é um instrumento de progresso: o que nós chamamos o mal, a dor, é simplesmente um meio de elevação. O “eu” é coisa odiosa, tem-se dito; todavia, permita-se-me uma confissão. De cada vez que o anjo da dor me tocou com a sua asa, senti agitarem-se em mim potências desconhecidas, ouvi vozes interiores entoarem o cântico eterno da vida e da luz; agora, depois de ter compartilhado de todos os males de meus companheiros de viagem, bendigo o sofrimento. Foi ele que amoldou meu ser, que me fez obter um critério mais seguro, um sentimento mais exato das altas verdades eternas. Minha vida foi mais de uma vez sacudida pela desgraça, como o carvalho pela tempestade; mas, nenhuma prova deixou de me ensinar a conhecer-me um pouco mais, a tomar maior posse de mim. Chega a velhice; aproxima-se o termo da minha obra. Após cinqüenta anos de estudos, de trabalho, de meditação, de experiência, é-me grato poder afirmar a todos aqueles que sofrem, a todos os aflitos deste mundo que há no universo uma justiça infalível. Nenhum de nossos males se perde; não há dor sem compensação, trabalho sem proveito. Caminhamos todos através das vicissitudes e das lágrimas para um fim grandioso fixado por Deus e temos a nosso lado um guia seguro, um conselheiro invisível para nos sustentar e consolar. Homem, meu irmão, aprende a sofrer, porque a dor é santa! Ela é o mais nobre agente da perfeição. Penetrante e fecunda, é indispensável à vida de todo aquele que não quer ficar petrificado no egoísmo e na indiferença. Esta é uma verdade filosófica: Deus envia o sofrimento àqueles a quem ama. “Eu sou escravo – dizia Epicteto –, aleijado, um outro Irus em pobreza e miséria e, todavia, amado dos deuses.” Aprende a sofrer. Não te direi: procura a dor. Mas, quando ela se erguer inevitável em teu caminho, acolhe-a como uma amiga. Aprende a conhecê-la, a apreciar-lhe a beleza austera, a entender-lhe os secretos ensinamentos. Estuda-lhe a obra oculta. Em vez de te revoltares contra ela ou de ficares acabrunhado, inerte e fraco debaixo de sua ação, associa tua vontade, teu pensamento ao alvo a que ela visa, procura tirar dela, em sua passagem por tua vida, todo o proveito que ela pode oferecer ao espírito e ao coração. Esforça-te por seres a teu turno um exemplo para os outros; por tua atitude na dor, pelo modo voluntário e corajoso por que a aceites, por tua confiança no futuro, torna-a mais aceitável aos olhos dos outros. Numa palavra, faze a dor mais bela. A harmonia e a beleza são leis universais e nesse conjunto a dor tem o seu papel estético. Seria pueril enraivecermo-nos contra esse elemento necessário à beleza do mundo. Exaltemo-la antes, com vistas e esperanças mais elevadas! Vejamos nela o remédio para todos os vícios, para todas as decadências, para todas as quedas! Vós todos que vergais sob o peso do fardo de vossas provações ou que chorais em silêncio, aconteça o que acontecer, nunca desespereis. Lembrai-vos de que nada sucede debalde, nem sem causa; quase todas as nossas dores vêm de nós mesmos, de nosso passado e abrem-nos os caminhos do Céu. O sofrimento é um iniciador; revela-nos o sentido grave, o lado sério e imponente da vida. Esta não é uma comédia frívola, mas uma tragédia pungente; é a luta para a conquista da vida espiritual e, nessa luta, o que há de maior é a resignação, a paciência, a firmeza, o heroísmo. No fundo, as lendas alegóricas de Prometeu, dos Argonautas, dos Niebelungem, os mistérios sagrados do oriente não têm outro sentido. Um instinto profundo faz-nos admirar aqueles cuja existência não é senão um combate perpétuo contra a dor, um esforço constante para escalarem as abruptas ladeiras que conduzem aos cimos virgens, aos tesouros inviolados; e não admiramos somente o heroísmo que se patenteia, as ações que provocam o entusiasmo das multidões, mas também a luta obscura e oculta contra as privações, a doença, a miséria, tudo o que nos desata dos laços materiais e das coisas transitórias. Dar tensão às vontades; retemperar os caracteres para os combates da vida; desenvolver a força de resistência; afastar da alma da criança tudo o que pode amolentá-la; elevar o ideal a um nível superior de força e grandeza – eis o que a educação moderna deveria adotar como objetivo essencial; mas, em nossa época, tem-se perdido o hábito das lutas morais para se procurarem os prazeres do corpo e do espírito; por isso a sensualidade extravasa de nós, os caracteres aviltam-se, a decadência social acentua-se. Ergamos os pensamentos, os corações, as vontades! Abramos nossas almas aos grandes sopros do espaço! Levantemos nossas vistas para o futuro sem limites; lembremo-nos de que esse futuro nos pertence, nossa tarefa é conquistá-lo. Vivemos em tempos de crise. Para que as inteligências se abram às novas verdades, para que os corações falem, serão necessários avisos ruidosos; serão precisas as duras lições da adversidade. Conheceremos dias sombrios e períodos difíceis. A desgraça aproximará os homens; só a dor verdadeiramente lhes faz sentir que são irmãos. Parece que as sociedades seguem um caminho orlado de precipícios. O alcoolismo, a imoralidade, o suicídio, o crime e a anarquia fazem as suas devastações. A cada instante surgem escândalos, despertando curiosidades novas, remexendo o lodo onde fermentam as corrupções; o pensamento rasteja. A alma da França, que foi muitas vezes a iniciadora dos povos, o seu guia na via sagrada, sofre por sentir que vive num corpo viciado. Ó alma viva da França, separa-te desse invólucro gangrenado, evoca as grandes recordações, os altos pensamentos, as sublimes inspirações do teu gênio. Porque o teu gênio não está morto, dormita. Amanhã despertará! A decomposição precede a renovação. Da fermentação social sairá outra vida, mais pura e mais bela. Ao influxo da Idéia Nova, a sociedade humana encontrará de novo a crença e a confiança. Levantar-se-á maior e mais forte para realizar sua obra neste mundo. 

sábado, 19 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE AMANHÃ, DOMINGO, 20/09 - CAPÍTULO 17 ANTE À DOR DO LIVRO FLORAÇÕES EVANGÉLICAS - PALESTRANTE: Renilda Lemos


CAPÍTULO 17

ANTE À DOR

Quando a alma mergulhou na carne referta de vibrações, desejou transmitir toda a musicalidade que conduzia virgem, e para que o tumulto do ambiente não lhe perturbasse a evocação, perdeu, paulatinamente, os registros auditivos para somente escutar nas telas da mente os acordes sublimes da natureza e de Deus — e Beethoven ficou surdo! Para expressar a melancolia suave e a pungente saudade de algo que não se pode identificar, Chopin experimentou a amargura do coração perdido entre desejos e decepções. Destinado a ferir as cordas da emoção e tangê-las com habilidade, o espírito retornou ao palco de antigas lutas para defrontar-se com inimigos acirrados e vencê-los através da auto-doação, enchendo a Terra de musicalidade superior. Inquieto, todavia, fraquejando sem cessar, Schumann deixou-se arrastar pela caudal da obsessão, conquanto fizesse incomparável legado, através do Lied e das nobres melodias para piano - * * * Oh! dor bendita, libertadora de escravos, discreta amiga dos orgulhosos, irmã dos santos, mensageira da verdade, tanto necessitamos do teu concurso, que se nos afiguras um anjo caído, a serviço da misericórdia para sustentar nos na luta redentora! Ensina-nos a descobrir a rota da humildade para avançarmos com acerto.
* * * A dor é a mensageira da esperança que após a crucificação do Justo vem ensinando como se pode avançar com segurança. Recebamo-la, pacientes, sejam quais forem às circunstâncias em que a defrontemos nesta hora de significativas transformações para o nosso espírito em labor de sublimação. O sofrimento de qualquer natureza, quando aceito com resignação — e toda aflição atual possui as suas nascentes nos atos pretéritos do espírito rebelde — propicia renovação interior com amplas possibilidades de progresso, fator preponderante de felicidade. A dor faculta o desgaste das imperfeições, propiciando o descobrimento dos valiosos recursos, inexoráveis, aliás do ser. Após a lapidação fulgura a gema. Burilada a aresta ajusta-se a engrenagem. Trabalhado, o metal converte-se em utilidade. Sublimado pelo sofrimento reparador o espírito liberta-se. * “De tal modo brilhe a vossa luz diante dos homens, para que êles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus. Mateus: capítulo 5º, versículo 16. *

 “Daí se segue que nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal”. Capítulo 5º — Item 5.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

CELEBRANDO OS 05 ANOS DA ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ
















TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, 17/09, AS 20:00 - SACRIFÍCIO, CAPÍTULO 27 DO LIVRO FLORAÇÕES EVANGÉLICAS - JOANA DE ANGELIS - PALESTRANTE: Wenceslau Alonso



CAPÍTULO 27

 SACRIFÍCIO

Não cogites de eliminar da órbita das atividades a que te vinculas, objetivando a redenção do próprio espírito, o sacrifício, que é cantinho de redenção. Todos os pés que transitam pelas dificuldades aprendem a contornar obstáculos e a vencer impedimentos. As mãos que se calejam no afã sublime da produtividade perdem a sensibilidade às coisas vãs que agradam a cobiça e a insensatez, e o corpo, em geral, disciplinado pela continência e educado na contenção, transforma-se em veículo dúctil e nobre ao cumprimento dos deveres superiores da vida. Sacrifício é, também, atestado inequívoco de devoção ao bem e à verdade. Examina a história dos crucificadores e vê-los-ás triunfantes sob o aplauso da ilusão enlouquecida, carregados em triunfo momentaneamente, enquanto os crucificados permanecem em silêncio. Logo, porém, êles passam e aquêles que foram as suas vítimas levantam-se do olvido para perpetuarem, através do martírio de que foram instrumento, os ideais nobilitantes da vera Humanidade. * * * Falar-te-ão da necessidade de poupares as tuas energias quando aplicadas ao Bem; conclamar-te-ão à inutilidade do nada e à vaidade enganosa, como explicando a nulidade do investimento homem, nos turbulentos dias da atualidade; estimular-te-ão emoções grosseiras, o cultivo de idiossincrasias, fazendo-te aferrado ao azedume, à intolerância e à perniciosidade. Outras bõcas apresentarão aos teus ouvidos os convites da felicidade, qual estupefaciente que absorvido produz o sonho ilusório, antecedendo o despertar da crua e inditosa realidade... Quando, porém, fascinado pela quimera perceberes o engôdo em que caíste e desejares retornar; quando descobrires que tudo não passou de um sonho de loucura acalentado numa hora de angústia; ao perceberes que estes na Terra e que por enquanto o Planêta se mantém sob o fragor das provações e o sôpro dos sofrimentos e desejares buscar aquêles que foram comparsas da tua desdita, possivelmente não os encontrarás receptivos nem ateveis ao teu lado... Consultados dir-te-ão: “Não sabias? Que esperavas do mundo, tu que emboscaste o Cristo no coração e o atiraste fora, no lôdo da paixão? Agora, caro amigo, é contigo”. Verificarás, então, somente na via da soledade, o pêso do remorso e o travo de amargura sem nome. Nessa hora, todavia, com sacrifício te imporás o recomêço difícil e necessário. Sacrifica-te, pois, antes, renunciando, não cedendo ao mal, olvidando vaidades e superstições. Sacrifica à vida a tua vida para que a paz te entesoure as moedas da harmonia interior. Chegarás, depois, à conclusão do porque Ele, teu Amigo Divino, preferiu o sacrifício a todo instante, desde as palhas úmidas de um estábulo pobre, às jornadas a pé sob sol causticante, o encontro e a convivência com as pessoas mal cheirosas dos caminhos, em regime de misericórdia para com os 60 pecadores e infelizes até a hora da cruz de ignomínia e de horror, sacrificandose sempre para a fulguração perene como Rei Excelso em plena Glória Solar. * “O reino dos céus é tomado à fôrça, e os que se esforçam, são os que o conquistam”. Mateus: capítulo 11º, versículo 12.

 * “O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte, quando se trate de ser útil, em afrontar o perigo, em fazer, de antemão e sem pesar, o sacrifício da vida se fôr necessário” Capítulo 5º — Item 29, parágrafo 2.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO, 13/09 - Sublime Ação - Cap 17 DO LIVRO: “Libertação pelo Amor” - Joanna de Angelis, - Palestrante: Marco A. Pinto



Sublime ação é sempre a da caridade. Toda e qualquer atividade que promove e dignifica a criatura humana é valiosa contribuição em favor do progresso da sociedade. É inerente ao homem e à mulher a generosidade , esse sentimento de prodigalidade, em face da sua procedência espiritual. Mesmo quando se encontra em fase inicial do processo evolutivo, predominando-lhe os instintos agressivos, o despertar dos sentimentos sob o comando do amor induz a essa faculdade. Inicialmente, apresenta-se como impulso desconexo, sem lucidez nem profundidade do seu significado, começando a desabrochar e expressar-se de maneira diferente, vitalizando todos os gestos edificantes. Ei-la – a generosidade – em forma de humanitarismo, no qual a presença solidária favorece a harmonia, o bem-estar, contribuindo para tornar melhor a vida daqueles que lhe são beneficiá- rios. Noutra circunstância, surge como atitude compassiva, evitando julgar com impiedade aquele que se envolve em atitudes infelizes, desculpando a ignorância que nele jaz ou o atraso que o conduz, sem permitir-lhe uma existência digna. Alonga-se em forma de altruísmo, quando adiciona a renúncia e o interesse pela recupera- ção ou promoção do seu próximo, mantendo-se feliz pela oportunidade de auxiliar.


Engrandece-se a partir do momento em que descobre a emoção superior que se deriva da ação de socorre a necessidade do rebelde ou atormentado, passando a educá-lo e a dignifica-lo, embora ele estorcegue nos cipoais da loucura a que se entregou. É o alento que sustenta o ideal de edificar o bem com desinteresse pessoal, quando medram o egoísmo e a insensatez. Ao produzir a abnegação e o devotamento que a sensibilizam, emoldurando os seus atos com ternura e amor avança triunfalmente pelo caminho de serviço e transforma-se na virtude por excelência – a caridade.

A caridade é como uma peregrina luz que necessita de combustível, a fim de que continue brilhando, derramando claridade em derredor. A sua chama crepita, esparzindo calor que altera o clima gélido da indiferença e proporciona reconforto, graças ao qual a existência humana volta a adquirir coragem e valor. A fim de que alcance o objetivo a que se destina, não pode, porém, prescindir da fé, especialmente a de natureza religiosa, pelo conteúdo de espiritualidade de que se reveste. Essa visão espiritual que dá sentido à vida torna-a grandiosa em face da sua perenidade. Enquanto se observa a transitoriedade, as modificações que experimentam os seres na sua forma física, material, a convicção a respeito do prosseguimento da vida após o túmulo, proporciona uma visão profunda e um significado transcendente para a ação caridosa. Na árvore da existência humana, podemos considerar a fé como a flor exuberante de onde se origina o fruto nutriente da caridade. Toda frutescência é antecedida pelo enflorescimento. A seiva dessa árvore, no entanto, procede do Pai Criador, que lhe dá origem e lhe preserva a continuidade, sustentando-a de acordo com a qualidade da produção. A caridade manifesta-se de forma natural, sem mesclas de ganho imediato ou remoto, não possuindo qualquer expressão egoística, mantida pelo amor que se distende generosos como dá- diva de Deus. É semelhante a perfume carregado por brisa abençoada e converte-se em alimento para a alma. Sem a presença da caridade no mundo, as conquistas da inteligência e da cultura não bastariam para arrancar o ser humano do caos de si mesmo. A caridade vela silenciosa e enriquecedora pelas vidas, apresentando-se quando tudo aparentemente se apresenta sem esperança, numa terrível conspiração contra a dignidade e a alegria. Ela ergue o tombado e caminha sustentando o trôpego. Nunca se cansa, nem exige nada. É jovial e gentil, não se jactando nem se impondo em momento algum, mantendo-se em clima de harmoniosa convivência com os fatores gerados pelo Bem. Enquanto viceje no mundo, pode-se ter certeza de que o Pai Generoso continua amparando os Seus filhos. Conforme sucede com as demais denominadas virtudes, medra espontaneamente, depois se instala no ser, acompanhando-o durante todo o seu processo evolutivo. 

Apesar disso, para que se possa estabelecer como parte integrante da existência, hábito superior de conduta, torna-se necessário exercitá-la, iniciando o ministério com pequenos gestos de bondade e de afabilidade, de compaixão e de misericórdia para com o próximo, até insculpir-se como essencial à existência. Tem como objetivo não apenas o ser humano, mas abrange todas as expressões vivas que existem, bem como a Natureza em si mesma, aos quais infunde ânimo e oferece apoio. Em relação, porém, ao próximo, tem finalidade precípua, porque exaltada por Jesus na Sua incomparável parábola do bom samaritano, quando tudo era adverso ao caído e não praticado pelo estrangeiro, que se torna o anjo dotado de amor e de bondade, que o arranca do abandono, atende-o e resguarda-o de todo e qualquer perigo, com esforço e sacrifício pessoal, sem pensar em si mesmo, embora sabendo-se detestado. A caridade jamais se detém privilegiando uns em detrimento de outros, elegendo aqueles que compartilham da mesma grei ou do mesmo grupo, antes alcançando os opositores, os adversários, aos quais trata com dignidade e sem diferença alguma em relação ao partido a que pertencem, aos interesses que cultivam, às crenças que professam. Por isso, é ação sublime. A sublime ação da caridade altera o comportamento do beneficiado, tornando-se lhe companheira afável, permanecendo como vitalidade do amor que sempre nutre. As ações de benemerência e de solidariedade revelam o nível de progresso moral do indivíduo e de um povo, avançando para a elevada expressão de caridade conforme Jesus a pregou e a viveu em todos os momentos, antes e depois da Sua morte.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ, CELEBRANDO 05 ANOS DE TRABALHOS E SERVIÇOS À COMUNIDADE ! VAMOS CELEBRAR...

VIVA O MÊS DE SETEMBRO, 

CELEBRAMOS  A PRIMAVERA 


OS 05 ANOS DE TRABALHOS REALIZADOS PELA ESCOLA DA DOUTRINA ESPÍRITA CAMINHO DA LUZ,

A SERVIÇO DO BEM NO PETROMAR - STELLA MARES !

É UM MÊS MUITO ESPECIAL, POIS FOI QUANDO NASCEU E SE IMPLANTOU ESSA GOTA DE AMOR E ESPERANÇA EM MUITAS ALMAS E CORAÇÕES...

CONTINUAMOS NA CAMINHADA, JUNTE-SE A NÓS!




TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE : OBSESSÃO - LIVRO: VÁRIOS - Palestrante: Paulo de Tarso



Obsessão
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
O que é Obsessão?
A Obsessão é o domínio que alguns Espíritos adquirem sobre outros, quer encarnados ou desencarnados, provocando-lhes desequilíbrios psíquicos, emocionais e físicos É uma espécie de constrangimento moral de um indivíduo sobre outro. Pode ser de encarnado para encarnado, encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado e desencarnado para desencarnado. Essa influência negativa e irracional traz para as pessoas problemas diversos, o que as tornam enfermas da alma, necessitando de cuidados, como toda doença. Normalmente se faz tratamento das obsessões em centros espíritas kardecistas sérios.


Se a Obsessão é uma doença da alma, quais são seus sintomas?
A obsessão apresenta sintomas tais como: angústia, depressão, perturbação do sono (insônia ou pesadelos), mau humor, desinteresse pelo estudo ou pelo trabalho, isolamento social, pensamentos suicidas, desregramento sexual etc. Não se segue daí, que se conclua que todos os portadores desses sintomas estejam obsediados. Há diversas outras causas, conhecidas da ciência médica, que podem provocar sintomatologia semelhante.

E como se pode tratar essa doença espiritual?
A obsessão, sendo uma doença da alma, deverá ser curada definitivamente com a melhoria do indivíduo no campo moral e intelectual. O Espiritismo (doutrina de Allan Kardec) oferece tratamento seguro para essas doenças, pois trata o problema abordando os dois lados da vida. Se for um Espírito desencarnado, ele será chamado por meio de evocações particulares, nas reuniões sérias de intercâmbio espiritual, para uma conversa e conscientização do mal que está praticando. Do lado do encarnado, se cuidará de tratar com a evangelização (moralização) e pela fluidoterapia (aplicação de passes), levando-o ao entendimento do que precisa fazer para libertar-se do mal.


Como o Espírito recém-desencarnado recebe um novo envolvimento amoroso de sua esposa, ainda encarnada no mundo material? Ele não o aceita? Poderá interferir nessa relação? Há um tempo de espera, para que o cônjuge encarnado possa ter novo relacionamento sem magoar quem já desencarnou?
Quando o Espírito se desprende da carne, ele entra em uma outra dimensão de vida que é a vida espiritual. Lá, terá um nova percepção das coisas, tendo um raciocínio mais livre, mais pleno, pois não está mais confinado aos limites da matéria. Compreende que viverá outros aprendizados e que os afetos deixados na vida terrena igualmente terão também experiências necessárias ao progresso individual e coletivo. Entretanto, se ele for um Espírito pouco adiantado, permanecerá preso ao seu mundo mental, vivenciando as situações que vivia quando em vida, principalmente se cultivou paixões e sentimentos de posse exacerbados.
Poderá com isso sofrer, se seus entes queridos agem com desinteresse afetivo por ele, se entram em disputa por heranças ou mesmo se seus "amores" interessam-se por outras pessoas. Poderá interferir na vida das pessoas, muitas vezes originando processos obsessivos. 
Neste caso, deve-se procurar ajuda espiritual numa casa espírita kardecista, para que o problema seja devidamente equacionado. Claro, essas situações de perturbações são de exceção. Normalmente o que se observa é a compreensão por parte de quem partiu. Não há um tempo específico que seja adequado para que se tenha novo envolvimento amoroso. Vai depender da situação de cada criatura. Nas relações verdadeiras, sinceras e duradouras, geralmente quando um parte o outro permanece um bom tempo sem que encontre substituição em seu coração, quando não opta por permanecer sozinho. Entretanto, nas relações difíceis, que são maioria esmagadora no planeta, a perda não se constitui em problema. Todas essas coisas são regidas pelos sentimentos. O tempo, neste caso, é o que menos importa.


Gostaria de saber como se identifica uma obsessão de encarnado para desencarnado. E como se livrar disso?
Sabe-se que a obsessão é uma espécie de constrangimento de um Espírito sobre outro e que isso se dá através da lei das afinidades espirituais (vide pergunta 42). Portanto, as influências ruins podem partir dos encarnados para os desencarnados também. Geralmente isso acontece nas situações onde entre os dois indivíduos existe uma relação em desequilíbrio, tanto de "amor" quanto de "ódio". Pode parecer estranho que se afirme que relações de amor possam gerar processos obsessivos, mas o amor desmedido e possessivo entre duas pessoas (mesmo que seja entre mãe e filho), geram desequilíbrios os mais diversos. Se um deles desencarna é claro que o sentimento permanece o mesmo, a menos que um deles venha a se libertar dele através do esclarecimento. Da mesma forma nos casos de pessoas que desencarnam deixando heranças em que os herdeiros ficam insatisfeitos e não tinham boa relação de afeto com o desencarnado, gerando condições fluídicas mórbidas que envolvem os dois planos. A única forma de se livrar desses problemas é buscando o esclarecimento, procurando uma casa espírita que tenha experiência nesse tipo de atendimento. O tratamento espiritual, esclarecendo os envolvidos no processo, aliado à mudança de postura do indivíduo é a chave para os problemas espirituais de toda ordem.


A depressão pode estar relacionada com obsessão? Como?
Os processos obsessivos moderados e graves levam quase sempre a um estado mórbido mental, que favorece enormemente os estados depressivos, com toda a sintomatologia que esta doença produz. Entretanto, nem todos os quadros depressivos podem ser atribuídos às influências espirituais. Existem mecanismos orgânicos, decorrentes de falhas em sínteses hormonais que explicam cientificamente a depressão. Evidentemente que mesmo nesses casos, pode haver influenciação espiritual por conta da atitude mental da criatura, embora não seja esse o agente causador do processo.


Há a possibilidade de ocorrer uma auto-obsessão, ou seja, de uma pessoa encarnada ser obsediada por ela mesma?
Sim, há essa possibilidade e não é rara. São pessoas que se encontram numa condição mental doentia, atormentando-se a si mesmo. Vivem em um mundo de desarmonia interior e buscam culpar tudo o que há em sua volta, gerando cada vez mais sofrimentos para si mesma e para quem com ela convive. As causas geralmente residem nos problemas anímicos do indivíduo, ou seja, nos seus próprios dramas pessoais. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas do seu mundo íntimo e que prejudicam sua normalidade psicológica. Certamente, por conta de sua atitude mental, entram em sintonia com ambiente espiritual de igual teor, o que agrava o quadro, embora não seja esta a causa determinante da enfermidade. Além da evangelização espírita, costumam-se beneficiar-se enormemente com as psicoterapias, no que devem ser estimulados.


Uma convulsão poderá ser sintoma de uma obsessão?
Geralmente as convulsões não são sintomas de obsessão (embora ela possa aparecer associada à enfermidade). As convulsões propriamente ditas são ocasionadas por falhas na estrutura orgânica do homem e necessita de tratamento médico especializado. As alterações do sensório ocasionadas por influências espirituais, não configuram convulsões com o cortejo clínico estudado pela ciência médica terrena. Portanto, há que se ter cautela ao lidar com pessoas que tem crises convulsivas e que querem tratar-se nas casas espíritas. Elas podem ser portadoras de enfermidade epiléptica e necessitam de avaliação médica. Crises de subjugação possuem algumas características das crises epilépticas, mas são bem diferentes. Na epilepsia quase sempre o paciente perde a consciência e desfalece, com movimentos motores involuntátios. Na crise de subjugação, não! Observa-se brusca mudança de comportamento e o perturbado pode cair ao chão, porém, não desfalece e comporta-se como se fosse uma outra pessoa.


Como devemos proceder junto a uma pessoa que está sob o império da fascinação?
Casos de fascinação são muito comuns entre encarnados, e mesmo dentro das casas espíritas que endeusam seus médiuns ou dirigentes. Antes de concluirmos se uma pessoa está sendo vítima da terrível fascinação, é preciso pesar na balança do bom senso. Levemos o problema ao exame de sociedades idôneas, que não estejam sob o domínio das nossas idéias, para opinarem. Se tivermos certeza da obsessão, devemos procurar orientar aquele que padece. Havendo abertura, temos que ir esclarecendo o enfermo aos poucos, fazendo-o ver a presença da má influência. O que acontece na maioria das vezes, é a existência. O espírita é orgulhoso e, geralmente, não aceita que esteja mal assistido. Nestes casos, o melhor é deixá-lo nas mãos da influência em que se compraz. Só aprenderá com a dor.



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, 09/09 Enxertia Divina DO LIVRO :FONTE VIVA - PELO ESPÍRITO EMMANUEL - PALESTRANTE: Amanda Burgos


"Se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.” – Paulo. (Romanos, 11:23.)
Toda criatura, em verdade, é uma planta espiritual, objeto de minucioso cuidado por parte do Divino Semeador.
Cada homem, qual ocorre ao vegetal, apresenta diferenciados períodos na existência.
Sementeira, germinação, adubação, desenvolvimento, utilidade, florescência, frutificação, colheita…
Nas vésperas do fruto, desvela-se o pomicultor, com mais carinho, pelo aprimoramento da árvore.
É imprescindível haja fartura e proveito. Na luta espiritual, em identidade de circunstâncias, o Senhor adota iguais normas para conosco.
Atingindo o conhecimento, a razão e a experiência, o Pomicultor Celeste nos confere preciosos recursos de enxertia espiritual, com vistas à nossa sublimação para a vida eterna.
A cada novo dia de tua experiência humana, recebes valioso concurso para que os resultados da presente encarnação te enriqueçam de luz divina pela felicidade que transmites aos outros.
És, contudo, uma “árvore consciente”, com independência para aceitar ou não os elementos renovadores, com liberdade para registrar a bênção ou desprezá-la.
Repara, atentamente, quantas vezes te convoca o Sublime Semeador ao engrandecimento de ti mesmo.
A enxertia do Alto procura-nos através de mil modos.
Hoje, é na palestra edificante de um companheiro.
Amanhã, será num livro amigo.
Depois, virá por intermédio de uma dádiva aparentemente insignificante da senda.
Se guardas, pois, o propósito de elevação, aproveita a contribuição do Céu, iluminando e santificando o templo íntimo. Mas, se a incredulidade por enquanto te isola a mente, enovelando-te as forças no carretel do egoísmo, o enxerto de sublimação te buscará debalde, porque ainda não produzes, nos recessos do espírito, a seiva que favorece a Vida Abundante.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE DOMINGO 06/09 - FIRMEZA E CONSTÂNCIA - CAPITULO 69 DO LIVRO FONTE VIVA - Palestrante: Virgílio Borba


Livro: Fonte Viva - Capítulo 69 -
Titulo: Firmeza e Constância
“Muita gente acredita que abraçar a fé será confiar-se ao êxtase improdutivo. A pretexto de garantir a iluminação da alma, muitos corações fogem à luta, trancando-se entre as quatro paredes do santuário doméstico, entre vigílias de adoração e pensamentos profundos acerca dos mistérios divinos, esquecendo-se de que todo o conjunto da vida é Criação Universal de Deus” (Um trecho do capítulo 69 - "Firmeza e Constancia" - Livro Fonte Viva - Emmanuel/Chico Xavier)
Reflexão: O papel de adoração e de prece no intimo de nossos lares e instituições religiosas tem seu papel importante para nos sustentarmos com o banho interior de silêncio, restaurando as próprias forças nas correntes sublimes que fluem dos Mananciais Celestes. Emmanuel porem nos adverte dizendo que “Quem penetrou a terra espiritual da verdade, encontrou o trabalho por graça maior”.
A Prece e a reflexão são nossos lubrificantes do veiculo que temos por empréstimo para viver no mundo escola. Mas é imperioso recordar que o Mestre e os discípulos lutaram, serviram e sofreram na lavoura do bem diária, em sua exemplificação.
Acrescenta ainda o benfeitor: “Aceitar o Cristianismo é renovar-se para as Alturas e só o clima do serviço consegue reestruturar o espírito e santificar-lhe o destino”
Que possamos nós então agir ajudando! Criar com alegria e concórdia as novas esperanças, abrindo horizontes ao conhecimento superior e melhorar a vida onde estivermos. Para isto é preciso acordar em nós a FIRMEZA e CONSTÂNCIA.
Esta é a fé viva que remove montanhas, está é uma fé com visão de conhecimento e capacidade de auxiliar. Colocando em tudo isso o Amor na base, logo estaremos em um mundo melhor, pois limparemos o lodo que vive dentro de nossos vasos, com a água viva que jorra do coração augusto de Deus.
Emmanuel termina este capítulo lindamente, que para mim cai como um convite a todos nós, diz ele: “Jesus reclama(pede com insistência) obreiros diligentes(cuidadosos) para a edificação de seu Reino em toda a Terra.” 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DE HOJE, 03/09, PERANTE OS FATOS MOMENTOSOS, CAP.39 DO LIVRO: CONDUTA ESPÍRITA - PALESTRANTE: Camila Góes


39

Perante os fatos momentosos


Em tempo algum empolgar-se por emoções desordenadas ante
ocorrências que apaixonem a opinião pública, como, por exemplo, delitos,
catástrofes, epidemias, fenômenos geológicos e outros quaisquer.
Acalmar-se é acalmar os outros.
Nas conversações e nos comentários acerca de notícias terrificantes,
abster-se de sensacionalismo.
A caridade emudece o verbo em desvario.
Guardar atitude ponderada, à face de acontecimentos considerados
escandalosos, justapondo a influência do bem ao assédio do mal.
A palavra cruel aumenta a força do crime.
Resguardar-se no abrigo da prece em todos os transes aflitivos da
existência.
As provações gravitam na esfera da Justiça Divina.
Aceitar nas maiores como nas menores decepções da vida humana, por
mais estranhas ou desconcertantes que sejam, a manifestação dos Desígnios
Superiores atuando em favor do aprimoramento espiritual.
Deus não erra.
Ainda mesmo com sacrifício, entre acidentes inesperados que lhe firam
as esperanças, jamais desistir da construção do bem que lhe cumpre realizar.
Cada Espírito possui conta própria na Justiça Perfeita.