SOBRE NÓS :

VISÃO: Ser uma Instituição voltada para a excelência nos estudos da Doutrina Espírita, visando com isso atender, de uma forma humanitária, a todos que necessitem.

MISSÃO: Exercer o que preconiza a Doutrina Espírita, visando auxiliar na mudança individual do ser, como também, do coletivo.

Redirecionamento

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (26/01 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "A FALÊNCIA DO MATERIALISMO" DO LIVRO REFLEXÕES ESPÍRITAS PELO ESPÍRITO DO SR. VIANNA DE CARVALHO – PALESTRANTE: EMILSON PIAU

O homem moderno tem medo. Porque teme, agride, enclausurado no “eu”. Cansado das utopias que elege, procura evasões que o levam a corredores escuros e sem saídas.
Apesar de tudo isto, nas sombras que se adensam sobre a Humanidade luz a compassiva promessa de Jesus a respeito do futuro, fulgurando na imortalidade em triunfo, de que ninguém se exime, e que, a pouco e pouco, fortalece os pilotis da crença espiritual cambaleante, soerguendo o edifício da civilização e lançando as seguras diretrizes para o reequilíbrio da criatura ante si mesma, o seu próximo, a vida e Deus.
Essa ingente e colossal tarefa, quase não percebida pelos que estão anestesiados na ilusão do momento, cabe ao Espiritismo, que apresenta as características do Consolador e cumpre as determinações sancionadas por Jesus. Pouco importa a dimensão da faina que todos devemos desenvolver. Desde a mais modesta à m

domingo, 22 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (22/01 - DOMINGO - 16:00): "ANIMOSIDADE" DO LIVRO OFERENDA PELO ESPÍRITO DA SRA. JOANNA DE ÂNGELIS – PALESTRANTE: ELINALDO COSTA

Viceja, ao lado da simpatia, no sentimento humano, a animosidade.

Reação psíquica, vinculada a vários fatores, atormenta a quem lhe padece o cerco e aflige a quem se lhe faz vítima, conduzindo-a n’alma.

Pode originar-se na competição inconsciente, quanto na inveja dissimulada, imiscuindo-se em várias expressões do comportamento, que envenena, a cada passo.

Toma a si a tarefa malsã de fiscal impenitente, perseguindo, à socapa, no disfarce da maledicência constante ou da crítica mordaz, não raro investindo com rigor em constante acusação.

Não desculpa os que lhe caem sob o talante, quando estes erram, nem permite que eles acertem, seguindo em paz.

Ante a atitude correta, dissemina a dúvida; em face do erro agride, insensata, quando de todos é o dever de ajudar.

Nunca te subordines às suas amarras.

Jamais a apliques contra alguém.

A animosidade é fator de desequilíbrio, sendo, já, manifestação alienadora.

Se lhe sentes as farpas, arrojadas por alguém que te antipatiza, luta para não revidar à agressão.

Não te deixes sintonizar nas faixas mentais em que se demoram os que se te apresentam animosos.

Procura ser gentil com eles, sem que te atormentes por conquistá-los.

Eles estão contra ti, impedindo-se cordialidade para contigo.

Não intentes vencê-los no tentame, a fim de que não te detenhas com eles.

Usa da afabilidade sem ser pusilânime.

O tempo logrará despertá-los, conduzindo-os corretamente.

Ninguém pretenda a simpatia geral.

Sempre há alguém que postula noutros conhecimentos, comportando-se de forma diversa ou que prefere, simplesmente, a atitude contrária.

Mesmo nas fileiras dos ideais que esposas, defrontá-los-ás.

Alguns não se dão conta que estão teledirigidos por outras mentes atormentadas interessadas no programa do divisionalismo, da perturbação.

Prossegue, porém, no teu caminho, vinculado ao compromisso que abraças, sem valorizar em demasia a animosidade dos insensatos.

Se souberes retirar a parte melhor do problema, a antipatia deles te ajudará a errar menos, porque, perseguido e vigiado, procurarás produzir com mais estímulo para o bem e para melhor.

A Sócrates, os adversários deram o vaso de cicuta, não porque ele necessitasse de punição, mas porque não o podiam submeter aos seus caprichos.

A Jesus, que também não se furtou à animosidade da sua época nem dos seus contemporâneos, ofereceram a cruz, numa tentativa de aniquilá-lo, sem, no entanto, perceberem que a trave horizontal fora transformada em asa de vitória e a vertical, em apoio para todos os ideais de enobrecimento da Humanidade como símbolo de perene vitória para quem almeja a glória espiritual.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (19/01 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "DA VOLTA DO ESPÍRITO, EXTINTA A VIDA CORPÓREA, À VIDA ESPIRITUAL" DO LIVRO DOS ESPÍRITOS, PARTE SEGUNDA, CAP. III – PALESTRANTE: ELMO COSTA

163. A alma tem consciência de si mesma imediatamente depois de deixar o corpo?

“Imediatamente não é bem o termo. A alma passa algum tempo em estado de perturbação.”

164. A perturbação que se segue à separação da alma e do corpo é do mesmo grau e da mesma duração para todos os Espíritos?

“Não; depende da elevação de cada um. Aquele que já está purificado se reconhece quase imediatamente, pois que já se libertou da matéria durante a vida do corpo, enquanto que o homem carnal, aquele cuja consciência ainda não está pura, guarda por muito mais tempo a impressão da matéria.”

165. O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação?

“Influência muito grande, porque o Espírito já antecipadamente compreendia a sua situação. Mas a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.”

Por ocasião da morte, tudo, a princípio, é confuso. De algum tempo precisa a alma para se reconhecer. Ela se acha como que aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das idéias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria que ela acaba de abandonar, e à medida que se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos.

Muito variável é o tempo que dura a perturbação que se segue à morte. Pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de muitos anos. Aqueles que, desde quando ainda viviam na Terra, se identificaram com o estado futuro que os aguardava, são os em quem menos longa ela é, porque esses compreendem imediatamente a posição em que se encontram.

Essa perturbação apresenta circunstâncias especiais, de acordo com os caracteres dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. Nos casos de morte violenta, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica surpreendido, espantado e não acredita estar morto. Obstinadamente sustenta que não o está. No entanto, vê o seu próprio corpo, reconhece que esse corpo é seu, mas não compreende que se ache separado dele. Acerca-se das pessoas a quem estima, fala-lhes e não percebe por que elas não o ouvem. Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito se reconhece e compreende que não pertence mais ao número dos vivos. Este fenômeno se explica facilmente. Surpreendido de improviso pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que nele se operou; considera ainda a morte como sinônimo de destruição, de aniquilamento. Ora, porque pensa, vê, ouve, tem a sensação de não estar morto. Mais lhe aumenta a ilusão o fato de se ver com um corpo semelhante, na forma, ao precedente, mas cuja natureza etérea ainda não teve tempo de estudar. Julga-o sólido e compacto como o primeiro e, quando se lhe chama a atenção para esse ponto, admira-se de não poder palpá-lo. Esse fenômeno é análogo ao que ocorre com alguns sonâmbulos inexperientes, que não crêem dormir. É que têm sono por sinônimo de suspensão das faculdades. Ora, como pensam livremente e vêem, julgam naturalmente que não dormem. Certos Espíritos revelam essa particularidade ainda que a morte não lhes tenha sobrevindo inopinadamente. Todavia, sempre mais generalizada se apresenta entre os que, embora doentes, não pensavam em morrer. Observa-se então o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu próprio enterramento como se fora o de um estranho, falando desse ato como de coisa que lhe não diz respeito, até ao momento em que compreende a verdade.

A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem; é calma, semelhante em tudo à que acompanha um tranqüilo despertar. Para aquele cuja consciência ainda não está pura, a perturbação é cheia de ansiedade e de angústias, que aumentam à proporção que ele se compenetra da sua situação.

Nos casos de morte coletiva, tem sido observado que os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se revêem imediatamente. No estado de perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou só se preocupa com os que lhe interessam.

Na morte natural, a perturbação começa antes da cessação da vida orgânica, perdendo o Espírito toda consciência de si no momento da morte. Segue-se daí que ele jamais testemunha o último suspiro. As convulsões da agonia são efeitos nervosos que quase nunca o afetam. Dizemos quase, porque em certos casos tais sofrimentos lhe podem ser impostos como expiação.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (18/01 - QUARTA-FEIRA - 16:00): "CARACTERES DO HOMEM DE BEM" DO LIVRO DOS ESPÍRITOS PARTE TERCEIRA, CAP. XII – PALESTRANTE: ANTONIO CARLOS MELO

918. Por que sinais se pode reconhecer no homem o progresso real que  deve elevar o seu Espírito na hierarquia espírita?
O Espírito prova a sua elevação aliando todos os atos da sua vida corpórea constituem a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.

Comentário de Kardec: O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua mais completa pureza. Se interrogar sua consciência sobre os atos praticados, perguntará se não violou essa lei, se não cometeu nenhum mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém teve de se queixar dele. Enfim, se fez para os outros tudo o que queria que lhe fizessem.

O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, e sacrifica o seu interesse pela justiça.

Ele é bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em  todos os homens, sem exceção de raças ou de crenças.

Se Deus lhe deu o poder e a riqueza, olha essas coisas como um depósito do qual deve usar para o bem, e disso não se envaidece porque sabe que Deus, que  lhos deu, também poderá retirá-los.

Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, trata-os com bondade e benevolência porque são seus iguais perante Deus; usa de sua autoridade para lhes erguer o moral e não para os esmagar com o seu orgulho.

É indulgente para com as fraquezas dos outros porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência e se recorda destas palavras do Cristo: “Que aquele  que estiver sem pecado atire a primeira pedra”.

Não é vingativo: a exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para não se lembrar senão dos benefícios, porque sabe que lhe será perdoado assim como tiver perdoado.

Respeita, enfim, nos seus semelhantes, todos os direitos decorrentes da lei  natural, como desejaria que respeitassem os seus.

domingo, 15 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (15/01 - DOMINGO - 16:00): "MERECIMENTO MAIOR" DO LIVRO JUSTIÇA DIVINA PELO ESPÍRITO DO SR. EMMANUEL – PALESTRANTE: LUCAS BOCCANERA

Divides alimento com os irmãos subnutridos.
Quanto possível, porém, oferece-lhes, sem qualquer exibição de virtude, o pão do conhecimento espiritual.
Compras agasalho para os que sofrem ao desabrigo.
Quanto possível, no entanto, movimenta as próprias mãos na costura, fabricando essa ou aquela peça de roupa, destinada aos que tremem de frio.

*

Envias remédio ao enfermo.
Quanto possível, contudo, estende-lhe alguma palavra de encorajamento e esperança.

*

Entregas, a benefício dos necessitados, os sobejos do reduto doméstico.
Quanto possível, entretanto, aproveita as sobras de tempo a fim de levar-lhes a frase de entendimento que os ajude a destrinçar os problemas da vida.

*

Ajudas ao companheiro nas horas de compreensão e harmonia ideal.
Quanto possível, porém, ampara-lhe a alma dorida, quando as provações, junto dele, não te gratifiquem o anseio de reconforto.

*


Oras, de alma tranqüila, entre os irmãos de fé, nos dias de céu azul.
Quanto possível, no entanto, descansa com eles na fonte da prece, quando as lutas e as dores se fizerem mais acirradas.

*

Exerces a beneficência em atividade manifesta.
Quanto possível, contudo, atende à renúncia silenciosa pela felicidade dos outros, partindo da própria casa.

*

Desculpas a quem te ofende.
Quanto possível, entretanto, assume a iniciativa da reconciliação, cultivando a humildade.

*

Todo bem, qualquer que ele seja, é bênção creditada a favor de quem o pratica.
Da migalha à fortuna, ofertadas por amor, há toda uma escala de alegria e luz. Contudo, todo bem praticado com sacrifício tem merecimento maior.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (12/01 - QUINTA-FEIRA - 20:00): "SEXUALIDADE E HIPNOSE COLETIVA" REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO PELO ESPÍRITO DA SRA.ERMANCE DUFAUX – PALESTRANTE: ANTONIO PEROBA

Intenso desejo acompanha a humanidade em todos os tempos: ser feliz. Entretanto, um incômodo sentimento de impotência aprisiona o homem na realização desse projeto, ou seja, a ignorância sobre como trabalhar pela sua felicidade. Como vencer esse abismo que se abre entre a necessidade de paz interior e as grandes lutas que se apresentam a cada dia, afastando-o cada vez mais desse ideal?

Estremunhado pelo cansaço em não encontrar respostas lúcidas e satisfatórias para suas metas de júbilo e harmonia, a maioria das criaturas rendem-se às propostas humanas de prazer como sendo a alternativa que mais fácil e rapidamente permitem-lhes obter alguma gratificação, ainda que passageira.

Forma-se assim, através do mecanismo mental da reflexão automática, um processo coletivo de hipnose sob o jugo da ilusão e da mentira consentidas, escravizando bilhões de almas no atoleiro dos vícios comportamentais de variados matizes.

Reflexão automática é o hábito de consumir pensamentos estabelecendo uma rotina mental sem utilização da "consciência crítica", um processo que funciona por estimulação condicionada sem a participação ativa da vontade e da inteligência, interligando todas as mentes em todas as esferas de vida. Indução, sugestão e assimilação são operações psíquicas que respondem por esse quadro que, em sã análise, constitui uma grave questão social. Fenômenos telepáticos e mediúnicos formam a radiografia básica desse "ecossistema psíquico". Patologias mentais e orgânicas, obsessões e auto-obsessões surgem nesse cenário compondo a psicosfera de bairros e cidades, estados e países, continentes e mundos.

Composta de aproximadamente 30 bilhões de almas, a população geral da Terra tem hoje um contingente de pouco mais de 1/6 de sua totalidade no corpo carnal. Considere-se que nessa extensa e vigorosa "teia de ondas", mesmo esses 5/6 de criaturas fora da matéria têm como centro de interesses o planeta das provas e expiações terrenas, influindo, sobremaneira, na economia psíquica da humanidade em perfeito regime de troca, determinando mais do que imaginais os rumos coletivos e individuais na dignidade ou na leviandade de propósitos, na paz ou no conflito armado.

Convém-nos, nesse contexto, em favor da reeducação de nossos potenciais, refletir com seriedade sobre um dos mais delicados temas da atualidade: a sexualidade.

Naturalmente, a mentira avassalou esse campo sagrado das conquistas humanas com lastimável epidemia de imitação decorrente da massificação. A palavra mentira vem do latim e, entre seus vários significados, extraímos esse: inventar, imaginar. Sob expressiva influência da mídia eletrônica, o sexo em desalinho moral obteve requintes de inferioridade e desvalor através de truanescas invencionices do relaxamento moral. Depois da televisão, a grande rede mundial, a internet, propiciou ainda mais estímulos para a "devassidão a domicílio", preenchendo o vazio dos solitários de imagens degradantes de perversidade pela pornografia sem lindes éticos.

Os costumes no lar, já que boa parcela dos educadores perdeu a noção de limite, avançam para uma derrocada nos hábitos a pretexto de modernização. Diante da beleza corporal, os pais, ao invés de ensinarem responsabilidade e pudor, quase sempre excitam a sensualidade precoce e a banalização. Porque se encontram também escravos de estereótipos de conduta, conquanto o desejo de não verem os filhos desorientados, amargam elevada soma de conflitos pessoais não solucionados que interferem na sua tarefa educacional junto à prole.

Nesse clima social, os delitos do afeto e do sexo continuam fazendo vítimas e gerando dor. Telepatias deprimentes e conúbios mediúnicos exploradores formam o ambiente astral de várias localidades, expelindo energias entorpecedoras e hipnóticas, abalando o raciocínio e instigando os instintos animalescos aos quais, a maioria de nós, ainda nos encontramos jungidos.

O desafio ético de usar o sexo com responsabilidade continua sendo superado por poucos que se dispõem ao sacrifício de vencer a si mesmo, dentro de uma proposta de profundidade nos terrenos da alma.

A força das estimulações exteriores compromete os propósitos sinceros mesmo daqueles que acalentam os ideais renovadores, exigindo do candidato à autotransformação um esforço hercúleo para colimar suas nobres metas.

A força sexual é comparável a uma represa gigantesca que, para ter seu potencial utilizado para o progresso, carece de uma usina controladora, a fim de drenar a água em proporções adequadas, evitando inundações e desastres de toda espécie nos domínios do seu curso. Se a energia criadora não for disciplinada pelas comportas da contenção, da fidelidade e do amor fraternal, dificilmente tal força da alma será dirigida para fins de crescimento e libertação.

Nesses dias tormentosos, o sexo ganha o apoio da mídia na criação de ilusões de espectros sombrios sob a análise ética-comportamental. A mentira do "amor sexual" condicionado à felicidade é uma hipnose coletiva na humanidade, gerando um lamentável desvio da saúde e alimentando as miragens da posse nas relações, fazendo com que os relacionamentos, carentes de segurança e da fonte viva da alegria, possam se chafurdar em provas dolorosas no campo do ciúme e da inveja, da dependência e do desrespeito, da infidelidade e da crueldade - algumas das vielas de fuga pelas quais percorrem os encontros e desencontros entre casais e famílias.

Face a isso, um "turbilhão energético" provido de vida e movimento permeia por toda a psicosfera do orbe. Qual se fosse uma serpente sedutora criada pelas emanações primitivas, resulta das atitudes perante a sexualidade entre todas as comunidades. Semelhante a um "enxame epidêmico e contagiante", essas aglomerações fluídicas são absorvidas e alimentadas em regime de troca por todas esferas vivas do grande "ecossistema" da psicosfera terrena.

A defesa da vida interior requer mais que contenção de impulsos. Muito além disso, faz-se urgente aprender o exercício do bem gerando novos reflexos através da consolidação de interesses elevados no reino do espírito. Decerto a disciplina dos instintos será necessária, mas somente o desenvolvimento de valores morais sólidos promover-nos-á a outros estágios de crescimento nas questões da sexualidade. A esse respeito compete-nos ponderar a postura que adotamos ante a maior fonte de apelos da energia erótica, o corpo físico. Que sentimentos e pensamentos devem nortear o cosmo mental na relação diária com o corpo? Como adquirir uma visão enobrecida sobre o instrumento carnal? Como "olhar" para o templo sagrado do corpo alheio e experimentar emoções enriquecedoras? Como impedir a rotina dos pensamentos que nos inclinam à vaidade e a lascívia ante os estímulos da estética corporal?

Zelo e cuidados necessários com o templo físico em nada podem nos prejudicar, contudo o problema surge nos sentimentos que nos permitimos perante as atrações físicas. Esmagadora parcela das almas na carne adota atitudes pouco construtivas nesse tema. Além dos estímulos pujantes dos traços anatômicos, o corpo é dotado de "elementos magnéticos irradiadores" com intensa força de impulsão. Quando acrescido da simples intenção de atrair e chamar a atenção para si, essa impulsão assemelha-se a filamentos sutis, similares a tentáculos aprisionantes expelidos pela criatura na direção daquele ou daqueles a quem deseja causar admiração, tornando-se uma "passarela de atrações" que lhe custará um ônus para a saúde e o equilíbrio emocional.

Tudo se resume à lei universal da sintonia. Veremos o corpo conforme o que trazemos na intimidade. Sabemos, todavia, à luz da visão imortalista, que além do corpo carnal, a ele encontra-se integrado o ser espiritual, repleto de valores e vivências que transcendem os limites sensoriais da matéria. Aprender a identificar-nos com essa "essencialidade" é o caminho para a reeducação das tendências eróticas. Torna-se imprescindível vivermos o "estado de oração", aprendendo a sondar o que existe para além do que os olhos podem divisar. Exupery afirmou: "o essencial é invisível aos olhos", e quando V. Monod recomenda, na frase acima transcrita, que a prece seja o primeiro ato do dia, é porque estamos retomando o contato com o corpo após uma noite de emancipação. É o preparo para que consigamos elevar-nos acima das sensações e permitir a fluência dos sentimentos nobres antes mesmo de ingressarmos no "vigoroso imã" da convivência pública. É o estado da mente alerta que vai nos ensejar "olhos de ver".

Aprender a captar a "essencialidade" do outro é perceber-lhe os eflúvios da alma, seus medos, suas dores, seus valores, suas vibrações e necessidades. É ir além do perceptível e "encontrar o mundo subjetivo" do próximo sentindo-lhe integralmente. O resultado será a sublimação de nossos sentimentos pela lei de correspondência vibracional, atraindo forças que vão conspirar a favor de nossos objetivos de ascensão.

Assim como preparamos o corpo para o despertamento, igualmente devemos nos lançar ao preparo espiritual para retomar as refregas do dia. A essa atitude chamamos de "interrupção do fluxo condicionado" da vida mental. É adentrar na "teia de correntes etéreas", para não se contaminar ou ser sugestionado pela força atrativa desse mar de vibrações pestilenciais de ambientes coletivos.

Esse "estado de oração" é a alma sintonizada com o melhor de todos, condição interior que requer, por enquanto, muita vigilância e oração de todos nós para ser atingida. Quem ora recolhe auxílio para os interesses elevados. Quem ora toma contato com o "Deus interno" ativando a "expansão" da consciência, desatando energias de alto poder construtivo e libertador sobre todos os corpos e na psicosfera ambiente. A vida conspira com os propósitos do bem, basta que nos devotemos a eles.

Estabelecido esse estado interior de dignificação espiritual, o próximo passo é lançar-se ao esforço reeducativo na transformação dos hábitos. O tempo responderá com salutares benefícios interiores de paz, com o psiquismo livre das energias enfermiças da hipnose coletiva do despudor e da lascívia, tornando a mente acessível ao trânsito das inspirações e idéias saudáveis em clima de plenitude.

Portanto, inscrevamo-nos nesse curso diário da oração preparatória tão logo despertos na carne. Faça seus cuidados fisiológicos para o despertamento sensorial, após o que amplie os cuidados com o Espírito. A oração desperta forças ignoradas que serão farta fonte de manutenção do estado de paz que carecemos, ante a empreitada sobre o dinâmico mundo das percepções e dos estímulos.

Somente dessa forma iluminaremos os nossos olhos para que tenhamos luz na visão do mundo que nos cerca, e segundo o Divino Condutor, "SE OS TEUS OLHOS FOREM BONS, TODO O TEU CORPO TERÁ LUZ". (Mateus, 6:22)

Ermance  Dufaux 
Por Wanderley Soares de Oliveira

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (11/01 - QUARTA FEIRA - 16:00): "A INGRATIDÃO DOS FILHOS E OS LAÇOS DE FAMÍLIA" CAP. XIV DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: VERA LÚCIA

A ingratidão é um dos frutos mais imediatos do egoísmo, e revolta sempre os corações virtuosos. Mas a dos filhos para com os pais tem um sentido ainda mais odioso. É desse ponto de vista que a vamos encarar mais especialmente, para analisar-lhe as causas e os efeitos. Nisto, como em tudo, o Espiritismo vem lançar luz sobre um dos problemas do coração humano.
Quando o Espírito deixa a Terra, leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza, e vai no espaço aperfeiçoar-se ou estacionar, até que deseje esclarecer-se. Alguns, portanto, levam consigo ódios violentos e desejos de vingança. A alguns deles, porém, mais adiantados, é permitido entrever algo da verdade: reconhecem os funestos efeitos de suas paixões, e tomam então boas resoluções; compreendem que, para se dirigirem a Deus, só existe uma senha – caridade. Mas não há caridade sem esquecimento das ofensas e das injúrias, não há caridade com ódio no coração e sem perdão.

É então que, por um esforço inaudito, voltam o seu olhar para os que detestaram na Terra. À vista deles, porém, sua animosidade desperta. Revoltam-se à idéia de perdoar, e ainda mais a de renunciarem a si mesmos, mas sobretudo a de amar aqueles que lhes destruíram talvez a fortuna, a honra, a família. Não obstante, o coração desses infortunados está abalado. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se a boa resolução triunfa, eles oram a Deus, imploram aos Bons Espíritos que lhes dêem forças no momento mais decisivo da prova.

Enfim, depois de alguns anos de meditação e de preces, o Espírito se aproveita de um corpo que se prepara, na família daquele que ele detestou, e pede, aos Espíritos encarregados de transmitir as ordens supremas, permissão para ir cumprir sobre a Terra os destinos desse corpo que vem de se formar. Qual será, então, a sua conduta nessa família? Ela dependerá da maior ou menor persistência das suas boas resoluções. O contacto incessante dos seres que ele odiou é uma prova terrível, da qual às vezes sucumbe, se a sua vontade não for bastante forte. Assim, segundo a boa ou má resolução que prevalecer, ele será amigo ou inimigo daqueles em cujo meio foi chamado a viver. É assim que se explicam esses ódios, essas repulsas instintivas, que se notam em certas crianças, e que nenhum fato exterior parece justificar. Nada, com efeito, nessa existência, poderia  provocar essa antipatia. Para encontrar-lhe a causa, é necessário voltar os olhos ao passado.

Oh!, espíritas! Compreendei neste momento o grande papel da Humanidade! Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que se encarna vem do espaço para progredir. Tomai conhecimento dos vossos deveres, e ponde todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus: é essa a missão que vos está confiada e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente. Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará: “Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?” Se permaneceu atrasada por vossa culpa, vosso castigo será o de vê-la entre os Espíritos sofredores, quando dependia de vós que fosse feliz. Então vós mesmos, carregados de remorsos, pedireis para reparar a vossa falta: solicitareis uma nova encarnação, para vós e para ela, na qual a cercareis de mais atentos cuidados, e ela, cheia de reconhecimento, vos envolverá no seu amor.

Não recuseis, portanto, o filho que no berço repele a mãe, nem aquele que vos paga com a ingratidão: não foi o acaso que o fez assim e que vo-lo enviou. Uma intuição imperfeita do passado se revela, e dela podeis deduzir que um ou outro já odiou muito ou foi muito ofendido, que um ou outro veio para perdoar ou expiar. Mães! Abraçai, pois, a criança que vos causa aborrecimentos, e dizei para vós mesmas: “Uma de nós duas foi culpada”. Merecei as divinas alegrias que Deus concedeu à maternidade, ensinando a essa criança que ela está na Terra para se aperfeiçoar, amar e abençoar. Mas, ah! Muitas dentre vós, em vez de expulsar por meio da educação os maus princípios inatos, provenientes das existências anteriores, entretém e desenvolvem esses princípios, por descuido ou por uma culposa fraqueza. E, mais tarde, o vosso coração ulcerado pela ingratidão dos filhos, será para vós, desde esta vida, o começo da vossa expiação.

A tarefa não é tão difícil como podereis pensar. Não exige o saber do mundo: o ignorante e o sábio podem cumpri-la, e o Espiritismo vem facilitá-la, ao revelar a causa das imperfeições do coração humano.

Desde o berço, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. É necessário aplicar-se em estudá-los. Todos os males têm sua origem no egoísmo e no orgulho. Espreitai, pois, os menores sinais que revelam os germens desses vícios e dedicai-vos a combatê-los, sem esperar que eles lancem raízes profundas. Fazei como o bom jardineiro, que arranca os brotos daninhos à medida que os vê aparecerem na árvore. Se deixardes que o egoísmo e o orgulho se desenvolvam, não vos espanteis de ser pagos mais tarde pela ingratidão. Quando os pais tudo fizeram para o adiantamento moral dos filhos, se não conseguem êxito, não tem do que lamentar e sua consciência pode estar tranqüila. Quanto à amargura muito natural que experimentam, pelo insucesso de seus esforços, Deus reserva-lhes uma grande, imensa consolação, pela certeza de que é apenas um atraso momentâneo, e que lhe será dado acabar em outra existência a obra então começada, e que um dia o filho ingrato os recompensará com o seu amor. (Ver cap. XIII, nº 19)

Deus não faz as provas superiores às forças daquele que as pede; só permite as que podem ser cumpridas; se isto não se verifica, não é por falta de possibilidades, mas de vontade. Pois quantos existem, que em lugar de resistir aos maus arrastamentos, neles se comprazem: é para eles que estão reservados o choro e o ranger de dentes, em suas existências posteriores. Admirai, entretanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Chega um dia em que o culpado está cansado de sofrer, o seu orgulho foi por fim dominado, e é então que Deus abre os braços paternais para o filho pródigo, que se lança aos seus pés. As grandes provas, — escutai bem, — são quase sempre o indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus. É um momento supremo, e é nele sobretudo que importa não falir pela murmuração, se não se quiser perder o fruto da prova e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus, que vos oferece a ocasião de vencer para vos dar o prêmio da vitória. Então quando, saído do turbilhão do mundo terreno, entrardes no mundo dos Espíritos, sereis ali aclamado, como o soldado que saiu vitorioso do centro da refrega.

De todas as provas, as mais penosas são as que afetam o coração. Aquele que suporta com coragem a miséria das privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, esmagadas pela ingratidão dos seus. Oh!, é essa uma pungente angústia! Mas o que pode, nessas circunstâncias, reerguer a coragem moral, senão o conhecimento das causas do mal, com a certeza de que, se há longas dilacerações, não há desesperos eternos, porque Deus não pode querer que a sua criatura sofra para sempre? O que há de mais consolador, de mais encorajador, do que esse pensamento de que depende de si mesmo, de seus próprios esforços, abreviar o sofrimento, destruindo em si as causas do mal? Mas, para isso, é necessário não reter o olhar na Terra e não ver apenas uma existência; é necessário elevar-se, pairar no infinito do passado e do futuro. Então, a grande justiça de Deus se revela aos vossos olhos, e esperais com paciência, porque explicou a vós mesmos o que vos parecia monstruosidade da Terra. Os ferimentos que recebestes vos parecem simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família aparecem no seu verdadeiro sentido: não mais os laços frágeis da matéria que ligam os seus membros, mas os laços duráveis do Espírito, que se perpetuam, e se consolidam, ao se depurarem, em vez de se quebrarem com a reencarnação.

Os Espíritos cuja similitude de gostos, identidade do progresso moral e a afeição, levam a reunir-se, formam famílias. Esses mesmos Espíritos, nas suas migrações terrenas, buscam-se para agrupar-se, como faziam no espaço, dando origem às famílias unidas e homogêneas. E se, nas suas peregrinações, ficam momentaneamente separados, mais tarde se reencontram, felizes por seus novos progressos. Mas como não devem trabalhar somente para si mesmos, Deus permite que Espíritos menos adiantados venham encarnar-se entre eles, a fim de haurirem conselhos e bons exemplos, no interesse do seu próprio progresso. Eles causam, por vezes, perturbações no meio, mas é lá que está a prova, lá que se encontra a tarefa. Recebei-os, pois, como irmãos; ajudai-os, e, mais tarde, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo do naufrágio os que, por sua vez, poderão salvar outros.

domingo, 8 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (08/01 - DOMINGO - 16:00): "OBRA REGENERATIVA" DO LIVRO FONTE VIVA PELO ESPÍRITO SR. EMMANUEL - PALESTRANTE: WAGNER SANTANA

"Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, orientai-o com espírito de mansidão, velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados." - Paulo. (Gálatas, 6:1).
Se tentamos orientar o irmão perdido nos cipoais do erro, com aguilhões de cólera, nada mais fazemos que lhe despertar a ira contra nós mesmos.

Se lhe impusermos golpes, revidará com outros tantos.

Se lhe destacamos as falhas, poderá salientar os nossos gestos menos felizes.

Se opinamos para que sofra o mesmo mal com que feriu a outrem, apenas aumentamos a percentagem do mal, em derredor de nós.

Se lhe aplaudimos a conduta errônea, aprovamos o crime.

Se permanecemos indiferentes, sustentamos a perturbação.

Mas se tratarmos o erro do semelhante, como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa.

Nas horas difíceis, em que vemos um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliá-lo, é tão desaconselhável a condenação, quanto o elogio.

Se não é justo atirar petróleo às chamas, com o propósito de apagar a fogueira, ninguém cura chagas com a projeção de perfume.

Sejamos humanos, antes de tudo.

Abeiremo-nos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade.

Ninguém perderá, exercendo o respeito que devemos a todas as criaturas e a todas as coisas.

Situemo-nos na posição do acusado e reflitamos se, nas condições dele, teríamos resistido às sugestões do mal. Relacionemos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, com imparcialidade e boa intenção.

Toda vez que assim procedermos, o quadro se modifica nos mínimos aspectos.

De outro modo será sempre fácil zurzir e condenar, para cairmos, com certeza, nos mesmos delitos, quando formos, por nossa vez, visitados pela tentação.

Emmanuel
psicografia de Chico Xavier

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (05/01 - QUITA-FEIRA - 20:00): "O MARTÍRIO DO MEDO" DO LIVRO LIBERTAÇÃO PELO AMOR PELO ESPÍRITO DA SRA. JOANNA DE ANGELIS - PALESTRANTE: MANOEL MESSIAS

...Tem-se medo de perder o emprego, como se não houvesse outras experiências estimuladoras, novas possibilidades de recomeço e de realização.

Receia-se a perda de amigos e de afetos, atormentando-se em presídios emocionais absurdos, em realidade, negando-se a dar-se, a entregar-se confiante na resposta do próprio amor.

...Teme-se a instalação de doenças no organismo, olvidando-se que a saúde é o estado natural da vida humana, e que esses acidentes de percurso, no corpo físico, são perfeitamente reparáveis. Mesmo quando se apresentam irreversíveis e fatais, pode-se viver plenamente cada momento, já que tudo na terra é de duração efêmera.

Detesta-se a morte pessoal e a dos seres queridos, como se a matéria não fosse corruptível e transitória.

...Em face desse comportamento, tem-se medo da vida, de novos cometimentos, de realizações dantes não tentadas.

* * *

O medo está mais na mente do que na realidade. Quanto mais é cultivado, mais terrível afigura-se, ameaçando a delicada estrutura emocional do indivíduo, que passa a sofrer distúrbios de funcionamento.

Quando o medo assenhorear-se-te na mente e no sentimento, reflexiona que estás no mundo físico para triunfar, e somente conseguirás esse objetivo se arrostares as conseqüências das lutas. Aquele que teme os combates, já perdeu uma grande parcela de vitória na batalha que um dia será travada, por mais que se queira evitar.

Diante dos desafios que a vida te propõe e dos receios que intimidam-te de dares o passo decisivo, ora e age, certo de que nunca estarás a sós na execução de qualquer programa de dignificação humana.

Por fim, se a situação apresentar-se perversa e sem saída libertadora, considera com alegria, qual o mal que te pode acontecer, se somente ele atingirá o corpo frágil, ensejando que o Espírito imortal avance totalmente livre na direção da Grande Luz?

...E não temas nunca!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

DOUTRINÁRIA DE HOJE (04/01 - QUARTA FEIRA - 16:00): "TODO AQUELE QUE SE ELEVA SERÁ REBAIXADO" CAP. VII DO EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - PALESTRANTE: JERÔNIMO SILVA

Naquela hora, chegaram-se a Jesus os seus discípulos, dizendo: Quem é o maior no Reino dos Céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles e disse: Na verdade vos digo que, se não fizerdes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus. Todo aquele, pois,que se humilhar e se fizer pequeno como este menino, esse será o maior no Reino dos Céus. E o que receber em meu nome um menino como este, a mim é que recebe. (Mateus, XVIII: 1-5).
Então se chegou a ele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e pedindo-lhe alguma coisa. Ele lhe disse: Que queres? Respondeu ela: Dize a estes meus dois filhos que se assentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda. E respondendo Jesus, disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber? Disseram-lhe eles: Podemos. Ele lhes disse: É verdade que haveis de beber o meu cálice; mas, pelo que toca a terdes assento à minha direita ou à minha esquerda, não me pertence conceder-vos, mas isso é para aqueles a quem meu Pai o tem preparado. E quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos. Mas Jesus os chamou a si e lhes disse: Sabeis que os príncipes das nações dominam os seus vassalos, e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor, e o que entre vós quiser ser o primeiro, seja o vosso escravo; assim como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em redenção de muitos. (Mateus, XX: 20-28).

E aconteceu que, entrando Jesus num sábado em casa de um dos principais fariseus, a tomar a sua refeição, ainda eles o estavam observando. E notando como os convidados escolhiam os primeiros assentos à mesa, propôs-lhes esta parábola: Quando fores convidado a alguma boda, não te assentes no primeiro lugar, porque pode ser que esteja ali outra pessoa, mais autorizada que tu, convidada pelo dono da casa, e que, vindo este, que te convidou a ti e a ele, te diga: dá o teu lugar a este; e tu, envergonhado, irás buscar o último lugar. Mas quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: amigo, senta-te mais para cima, servir-te-á isto então de glória, na presença dos que estiverem juntamente sentados à mesa. Porque todo o que se exalta será humilhado; e todo o que se humilha será exaltado. (Lucas, XIV: 1, 7-11)

Estas máximas são conseqüências do princípio de humildade, que Jesus põe incessantemente como condição essencial da felicidade prometida aos eleitos do Senhor, nas seguintes palavras: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Ele toma um menino como exemplo da simplicidade de coração, e diz: “Todo aquele, pois, que se fizer pequeno como este menino, será o maior no Reino dos Céus”;  ou seja, aquele que não tiver pretensões à superioridade ou à infalibilidade.

O mesmo pensamento fundamental se encontra nesta outra máxima: “Aquele que quiser ser o maior, seja o que vos sirva”, e ainda nesta: “Porque quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.

O Espiritismo vem confirmar a teoria pelo exemplo, ao mostrar que os grandes no mundo dos Espíritos são os que foram pequenos na Terra, e que freqüentemente são bem pequenos os que foram grandes e poderosos. É que os primeiro levaram consigo, ao morrer, aquilo que unicamente constitui a verdadeira grandeza no céu, e que nunca se perde: as virtudes; enquanto os outros tiveram de deixar aquilo que os fazia grandes na Terra, e que não se pode levar: a fortuna, os títulos, a glória, a linhagem. Não tendo nada mais, chegam ao outro mundo desprovidos de tudo, como náufragos que tudo perderam, até as roupas. Conservam apenas o orgulho, que torna ainda mais humilhante a sua nova posição, porque vêem acima deles, e resplandecentes de glória, aqueles que espezinharam na Terra.

O Espiritismo nos mostra outra aplicação desse princípio nas encarnações sucessivas, onde aqueles que mais se elevaram numa existência, são abaixados até o último lugar na existência seguinte,  se se deixaram dominar pelo orgulho e a ambição. Não procureis, pois, o primeiro lugar na Terra, nem queirais sobrepor-vos aos outros, se não quiserdes ser obrigado a descer. Procurai, pelo contrário, o mais humilde e o mais modesto, porque Deus saberá vos dar um mais elevado no céu, se o merecerdes.