Causam estranheza, muitas vezes, as afirmativas sobre a vida espiritual, dentro da óptica de realidades antes somente atribuídas à movimentação terrestre.
Quando os Espíritos nos reportamos a cidades e colônias, vegetação e clima, veículos e estudos, escola e campus universitários no mais além, são inúmeras as pessoas que creditam os informes à imaginação exaltada dos médiuns ou à mediocridade cultural dos desencarnados. Preferem a negativa, mantendo uma atitude mental céptica, quando não zombeteira...
Aceitam a realidade física na condição de única e legítima, sem se darem conta de como deve ser a vida além das vibrações orgânicas do campo material.
Antes, admitiam o céu e o inferno como lugares estanques, dimensionados e localizados conforme as tradições teológicas. Liberando-se da crença ancestral e ortodoxa, refugiaram-se em infundada suspeita que mais facilmente nega o que desconhece, em mecanismo inconsciente de fuga irracional.
Não obstante, multiplicam-se os campos vibratórios na Terra e em sua volta, onde a vida estua dentro de condições próprias, das quais, a conhecida no mundo é sua cópia imperfeita. Certamente que, na mesma proporção, nas faixas inferiores as construções são pálidas, primitivas amostragens do que hoje frui a sociedade tecnológica.
Tomando-se a vida espiritual como sendo a primeira, portanto, a causal, a terrena é inevitável decorrência materializada por aqueles que procedem do país de origem trazendo reminiscências e evocando as paisagens de onde vieram.
Em toda parte a mente é o fator propiciatório para qualquer realização. Antes da ação, vibra a idéia que programa e plasma.
O campo mental delineia e constrói tudo quanto mais tarde se corporifica no mundo das formas.
Da mesma maneira, fora do corpo, o espírito age condensando a energia, que assume expressão material, sem dúvida mais tênue do que aquela que fere os sentidos sensoriais.
Considere-se, ao mesmo tempo, que o moderno conceito sobre a matéria molda-a ao capricho dos átomos, por sua vez, partículas de energia condensada, independentes e circunscritas aos campos vibratórios e de força nos quais se movimentam.
Face a essa condição da matéria, a energia é o elemento causai no qual se manifesta a vida e se modelam todas as expressões que se aglutinam na área das formas.
A morte, em liberando o ser espiritual dos limites do corpo físico, devolve-lhe a capacidade de movimentação na zona das ondas com as quais sintoniza, graças ás conquistas intelecto-morais que o sutilizam, ou sobrecarregam de vibrações propiciatórias para a sua vínculação.
Existem, portanto, cidades e conglomerados humanos — que variam como as conquistas morais e espirituais dos homens desencarnados — nas múltiplas esferas que circundam a Terra ou que lhe são próximas.
A vida que prossegue, impõe programas e disciplinas de educação, objetivando o futuro do ser espiritual, que tomará à reencarnação, promovendo-se, reparando males, proporcionando o progresso do seu próximo e da própria mãe-Terra, em seu processo de evolução.
De acordo com as conquistas ou atentados realizados, o espírito permanece vinculado à dinâmica a que se acostumou, ascendendo em experiências superiores, ou estagiando em redutos de dor reparadora e de sofrimento liberativo.
São incontáveis as estâncias de luz e paz, nas quais o trabalho individual e comunitário se desenvolve, e onde se inspiram os habitantes do mundo, recambiados em parcial desdobramento, pelo sono, para aprendizados; de onde partem os missionários do amor e do conhecimento conduzindo os recursos para favorecer a vida terrena; em cujos educandários e oficinas de estudos são ministrados cursos, e realizadas experiências de combate ao erro, à dor e às calamidades que um dia se materializarão na Terra, em forma de bênçãos para os homens que se demoram na retaguarda...
Igualmente, são inumeráveis os recintos de refazimento pela aflição e de despertamento para a responsabilidade, sob o guante de inomináveis processos reeducativos.
Afirmando com extraordinária sabedoria essa realidade, elucidou Jesus que “ na casa do Pai há muitas moradas”, aludindo à presença da vida em muitos pontos do Sistema Solar e fora dele, como também a esses núcleos de vida espiritual, nos quais estagiam os apóstolos do bem, profetas e santos que ali vão periódica e frequentemente, qual o acontecimento narrado pelo apóstolo Paulo, quando foi “ arrebatado até ao terceiro céu".