O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap. X – Bem-Aventurados os Misericordiosos
Cap. X – Bem-Aventurados os Misericordiosos
PERDOAI
PARA QUE DEUS VOS PERDOE
“Se teu irmão pecar contra ti, vai e
corrige-o entre ti e ele somente; se te ouvir, ganhado terás o teu irmão.
Então, chegando-se Pedro a Ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar
meu irmão contra mim, para que eu lhe perdoe? Será até sete vezes?
Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete
vezes”.
Esta passagem é por demais conhecida entre os
estudiosos do Cristianismo e mostra a necessidade do homem em compreender o
procedimento correto para executá-lo, mesmo em relação as coisas morais.
O valoroso discípulo queria aprender a perdoar.
Pedro reporta-se ao pensamento místico da época, cabalístico, e quer,
ingenuamente confirmar com Jesus se determinada quantidade de atitudes elevadas
atingiria o efeito moral desejado.
Ainda hoje esse pensamento mágico permeia o
comportamento do homem.
Entretanto a teoria do conhecimento mostra que a
aquisição do saber obedece a Leis Naturais.
Nos bancos escolares, primários, as crianças,
depois de dominarem as funções da motricidade, repetindo exaustivamente traços
e figuras geométricas simples, são conduzidas a um novo estágio do aprendizado.
Desenham as letras, entendem-nas, depois as ligam formando palavras e
posteriormente frases. Assimiladas essas fases, a escrita e a leitura se dão
automaticamente, sem esforço intelectivo.
O mesmo método ocorre com os números. As
operações matemáticas são efetuadas mentalmente depois de passarem por esse
processo de assimilação gradativa.
Essa Lei, a Lei do Aprendizado, que atua
perenemente nos processos evolutivos do ser.
Nos reinos anteriores ao hominal, pela forças
das Leis Materiais o princípio inteligente, que “intelectualiza a
matéria”, (2) por bilhões de anos, assimila
comportamentos e funções orgânicas. Forma assim seu veículo
fisiopsicossomático; que tem autonomia.
No reino hominal, portadores da palavra, do
pensamento contínuo, da razão e da vontade, entregues a si mesmos quanto as
necessidades evolutivas, o homem haure intuitivamente os estímulos que lhe
direcionam as tendências e objetivos novos de crescimento.
As primeiras execuções desses estímulos não
atendem ao almejado. A dor comparece como mediadora e reparadora. Indica-lhe o
melhor caminho. Paulatinamente, pela repetição, ao atender a Lei de Amor, ao
produzir para o bem geral, a conquista se dá automatizando a nova aptidão e
virtude.
Incorporada a conquista a mente se libera para
um novo avanço, agora munida dos novos recursos que se manifestarão em forma de
intuição, iniciando-se novo ciclo.
O Cristo ao revelar a todos nós através de Pedro
da necessidade de perdoar infinitamente, além de ensinar o homem a se desligar
das sintonias mentais mórbidas e do misticismo primitivo, faz ver que mesmo
para as aquisições morais o homem se insere na Lei do Aprendizado e sente a
necessidade de iniciativa e atividade de sublimação.
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