Vive-se, na Terra, o momento da
grande transição de mundo de provas e de expiações, para mundo de regeneração.
As alterações que se observam são de natureza moral, convidando o ser humano à
mudança de comportamento para melhor, alterando os hábitos viciosos, a fim de
que se instalem os paradigmas da justiça, do dever, da ordem e do amor.
Anunciada essa transformação que se encontra ínsita no processo da evolução,
desde o Sermão profético anotado pelo evangelista Marcos, no capítulo XIII do
seu livro, quando o Divino Mestre apresentou os sinais dos futuros tempos após
as ocorrências dolorosas que assinalariam os diferentes períodos da evolução.
Sendo o ser humano um Espírito em processo de crescimento intelecto-moral,
atravessa diferentes níveis nos quais estagia, a fim de desenvolver o instinto,
logo depois a inteligência, a consciência, rumando para a intuição que será
alcançada mediante a superação das experiências primevas, que o assinalam
profundamente, atando-o, não raro, à sua natureza animal em detrimento daquela
espiritual que é a sua realidade. Mediante as reencarnações, etapa a etapa,
dá-se-lhe o processo de eliminação das imperfeições morais, que se transformam
em valores relevantes, impulsionando-o na direção da plenitude que lhe está
destinada. Errando e corrigindo-se, realizando tentativas de progresso e
caindo, para logo levantar-se, esse é o método de desenvolvimento que a todos
propele na direção da sua felicidade plena. Herdeiro dos conflitos em que
estorcegava nas fases iniciais, deve enfrentar os condicionamentos enfermiços,
trabalhando pela aquisição de novas experiências que lhe constituam diretrizes
de segurança para o avanço. Em face das situações críticas pelo carreiro
carnal, gerando complicações afetivas, porque distante das emoções sublimes do
amor, agindo mais pelos instintos, especialmente aqueles que dizem respeito à
preservação da vida, à sua reprodução, à violência para a defesa sistemática da
existência corporal, agride, quando deveria dialogar, acusa, no momento em que
lhe seria lícito silenciar a ofensa ou a agressão, dando lugar aos embates
infelizes geradores do ressentimento, do ódio, do desejo de desforço, esses
filhos inconsequentes do ego dominador. O impositivo do progresso, porém, é
inarredável, apresentando-se como necessidade de libertação das amarras
vigorosas que o retêm na retaguarda, ante o deotropismo que o fascina e termina
por arrebatá-lo.
Colocado, pela força do
determinismo, na conjuntura do livre-arbítrio, nem sempre lógico, somente ao
impacto do sofrimento desperta para compreender quão indispensável lhe é a
aquisição da paz, a conquista do bem-estar. Nesse comenos, dá-se conta dos
males praticados, dos prejuízos causados Transição Planetária a outros,
nascendo-lhe o anelo de recuperar-se, auxiliando aqueles que foram prejudicados
pela sua inépcia ou primitivismo em relação aos deveres que fazem parte dos
soberanos códigos de ética da vida. Atrasando-se ou avançando pelas sendas
libertadoras, desenvolve os tesouros adormecidos na mente e no sentimento, que
aprende a colocar a serviço do progresso, avançando consciente das próprias
responsabilidades. Infelizmente, esse despertar da consciência tem-se feito
muito lentamente, dando lugar aos desmandos que se repetem a todo momento, às
lutas sangrentas terríveis. Predominam, desse modo, as condutas arbitrárias e
perversas, na sociedade hodierna, em contraste chocante com as aquisições
tecnológicas e científicas logradas na sucessão dos tempos. Observam-se amiúde
os pródromos dos sentimentos bons, quando alguém é vítima de uma circunstância
aziaga, movimentando grupos de socorro, ao tempo que outras criaturas se
transformam em seres-bomba, assassinando, fanática e covardemente outros que
nada têm a ver com as tragédias que pretendem remediar por meios mais funestos
e inadequados do que aquelas que pretendem combater. Movimentos de proteção aos
animais sensibilizam muitos segmentos da sociedade, no entanto, incontáveis
pessoas permanecem indiferentes a milhões de crianças, anciãos e enfermos que morrem
de fome cada ano, não por falta de alimento que o planeta fornece, mas por
ausência total de compaixão e de solidariedade. Fenômenos sísmicos aterradores
sacodem o orbe com frequência, despertando a solidariedade de outras nações, em
relação àquelas que foram vitimadas, enquanto, simultaneamente, armas ditas
inteligentes ceifam outras centenas e milhares de vidas, a serviço da guerra,
ou de revoluções intermináveis, ou de crimes trabalhados por organizações
dedicadas ao mal. São esses paradoxos da vida em sociedade, que a grande
transição que ora tem lugar no planeta irá modificar. As criaturas que
persistirem na acomodação perversa da indiferença pela dor do seu irmão, que
assinalarem a existência pela criminalidade conhecida ou ignorada, que firmarem
pacto de adesão à extorsão, ao suborno, aos diversos comportamentos delituosos
do denominado colarinho branco, mantendo conduta egotista, tripudiando sobre as
aflições do próximo, comprazendo-se na luxúria e na drogadição, na exploração
indébita de outras vidas, por um largo período não disporão de meios de
permanecer na Terra, sendo exiladas para mundos inferiores, onde irão ser úteis
limando as arestas das imperfeições morais, a fim de retornarem, mais tarde, ao
seio generoso da mãe-Terra que hoje não quiseram respeitar. O egrégio
codificador do Espiritismo, assessorado pelas Vozes do Céu, deteve-se, mais de
uma vez, na análise dos trágicos acontecimentos que sacudiriam a Terra e os
seus habitantes, a fim de despertar os últimos para as responsabilidades para
consigo mesmos e 8 – (Manoel Philomeno de Miranda) Divaldo Pereira Franco em
relação à primeira. Em O Livro dos Espíritos, no capítulo dedicado à Lei de
destruição, o insigne mestre de Lyon estuda as causas e razões dos
desequilíbrios que se dão no planeta com frequência, ensejando as tragédias
coletivas, bem como aquelas produzidas pelo ser humano, e constata que é
necessário que tudo se destrua, a fim de poder renovar-se. A destruição,
portanto, é somente produzida para a transformação molecular da matéria, nunca
atingindo o Espírito, que é imortal. Desse modo, as grandes calamidades de uma
ou de outra procedência têm por finalidade convidar a criatura humana à
reflexão em torno da transitoriedade da jornada carnal em relação à sua
imortalidade. As dores que defluem desses fenômenos denominados como flagelos
destruidores, objetivam fazer a "Humanidade progredir mais depressa. Já
não dissemos ser a destruição uma necessidade Transição Planetária para a
regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau
na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os
resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os
apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que
vos causam. Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que
mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize
em alguns anos o que teria exigido muitos séculos".1 Eis, portanto, o que
vem ocorrendo nos dias atuais. As dores atingem patamares quase insuportáveis e
a loucura que toma conta dos arraiais terrestres tem caráter pandêmico, ao lado
dos transtornos depressivos, da drogadição, do sexo desvairado, das fugas
psicológicas espetaculares, dos crimes estarrecedores, do desrespeito às leis e
à ética, da desconsideração pelos direitos humanos, animais e da Natureza.
Chega-se ao máximo desequilíbrio, facultando a interferência divina, a fim de
que se opere a grande transformação de que todos temos necessidade urgente.
Contribuindo na grande obra de regeneração da Humanidade, Espíritos de outra
dimensão estão mergulhando nas sombras terrestres, a fim de que, ao lado dos
nobres missionários do amor e da caridade, da inteligência e do sentimento, que
protegem os seres terrestres, possam modificar as paisagens aflitivas,
facultando o estabelecimento do Reino de Deus nos corações. Reconhecemos que
essa nossa informação poderá causar estranheza em alguns estudiosos do
Espiritismo, e mesmo reações mais severas noutros. Nada obstante, permitimo-nos
a licença de apresentar o nosso pensamento após a convivência com nobres
mentores que trabalham no elevado programa da grande transição. Equipes de
apóstolos da caridade no plano espiritual também descem ao planeta sofrido, a
fim de contribuir em favor das mudanças que devem operar-se, atendendo aqueles
que se encontram excruciados pela desencarnação violenta, inesperada, ou
padecendo o jugo de obsessões cruéis, ou fixados em revolta injustificável,
considerando-se adversários da Luz, membros da sanha do Mal, a fim de melhorar
a psicosfera vigente, desse modo, facilitando o trabalho dos Mensageiros de
Jesus. Na presente obra, apresentamos três fases distintas, mas que se
interpenetram, em torno do trabalho a que fomos convocado, mercê da compaixão
do Amor, de modo a acompanharmos as ações de enobrecimento de dignos e
valorosos Benfeitores, vinculados ao programa em desenvolvimento a respeito da
transição planetária que se vem operando desde há algum tempo. Não temos outro
objetivo, senão estimular os servidores do Bem a prosseguirem no ministério, a
qualquer custo, sem desânimo nem contrariedade, permanecendo certos de que se
encontram amparados em todas as situações, por mais dolorosas se lhes apresentem.
Procuramos sintetizar as operações de socorro aos desencarnados vitimados pelo
tsunami ocorrido no Oceano Indico, devastador e de consequências graves, que
permanece ainda gerando sofrimento e desconforto, especialmente porque sucedido
de outros tantos que prosseguem ocorrendo com frequência assustadora. Logo
após, referimo-nos ao contributo especial dos Espíritos dedicados às tarefas de
reencarnação dos novos obreiros, terrestres ou voluntários de outra dimensão
cósmica, passando à análise dos tormentos que invadem a Terra, assim como da
interferência dos Espíritos infelizes, que se comprazem em manter o terrível
estado atual de aturdimento. Nada obstante, em todos os momentos, procuramos
demonstrar a providencial misericórdia de Jesus, sempre atento com os Seus
mensageiros a todas as ocorrências planetárias, minimizando as aflições humanas
e abrindo espaço ao dia radioso de amanhã, que se aproxima, rico de bênçãos e
de plenitude. Agradecendo ao Senhor de nossas vidas e aos Espíritos superiores
investidos da sublime tarefa da grande transição planetária, por haver-nos
concedido a honra do trabalho ao seu lado, sou o servidor devotado de sempre.
Salvador, 09 de abril de 2010
Manoel Philomeno de Miranda
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