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Redirecionamento

quinta-feira, 12 de março de 2015

Fundamentos espíritas para a vivência do sagrado – A organização das atividades de templo do centro espírita


A organização das atividades de templo do centro espírita –

A Cosmovisão Espírita estruturou-se a partir da noção de Deus, Causa Primária Universal, Gênese e Destinação da Criação. Propõe como lei moral primeira a Lei da Adoração. Assim, assegura-se uma progressiva realização do ideal descrito pelo apóstolo Paulo, em mensagem a Allan Kardec, de fazer da vida uma gravitação em torno de Deus. Ou nos permite compreender e aproximar-se de nosso finalismo: tornar-se espírito de 1ª. ordem, executando os desígnios divinos como co-criadores universais, conforme encontra-se exarado em O Livro dos Espíritos. A vida centrada em Deus é também uma revivescência dos ideais evangélicos explicitados nas máximas do Cristo: sede perfeitos como perfeito é o Pai Celestial; eu e o Pai somos um; está escrito: vós sois deuses; Deus deve ser adorado em Espírito e Verdade. O Reino de Deus está em vosso interior.  Assim podemos afirmar que  a finalidade primordial de existência é a aquisição de uma consciência  do Criador e da natureza divina da criatura. Nestes termos compreendemos  o sagrado e sua importância para alcançarmos a plenitude.

- Nas atividades de divulgação espírita a instituição destaca a importância de focarmos nossa vida na realização divina, de buscarmos as experiências do sagrado e de subordinarmos a existência à vontade perfeita  de Deus?

 Os estudos espirituais posteriores à Codificação, como por exemplo, as lições do Instrutor Calderaro, na obra no Mundo Maior, abaixo citado entre aspas, detalharam nossa psique, para efeitos didáticos, em três instâncias: o subconsciente ou “a residência de impulsos automáticos simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados”; o consciente onde “localizamos o domicílio das conquistas atuais” ; o superconsciente  ou “a casa das noções superiores indicando eminências que nos competem atingir”. No primeiro moram o hábito e o automatismo; no segundo residem o esforço e a vontade; no último estão o ideal e a meta superior.  Para que ocorra o desenvolvimento psíquico adequado é necessário que a psique se equilibre “valendo-se das conquistas passadas para orientar os serviços presentes e amparando-se, ao mesmo tempo, na esperança que flui, da fonte superior do idealismo elevado; através desta fonte ela pode captar do plano divino as energias restauradoras assim construindo o futuro edificante. Destes ensinos derivamos a noção de que os anseios religiosos mais avançados, no momento evolutivo atual, são expressões inerentes ao superconsciente, usualmente pouco utilizado e, por este motivo, privamo-nos do mais rico manancial de energias.

Faz parte dos objetivos de sua instituição estimular a tomada de consciência dos ideais mais elevados,  nas práticas exercidas, tornando, cada uma delas, um momento de captação do plano divino de energias restauradoras?

A oração é reconhecida universalmente como a atitude de busca do sagrado ou da comunhão com Deus. Sabemos pelos informes espirituais que através dela podemos pedir, agradecer e louvar.  Sua  potência  e seus  resultados variam  conforme o grau de “expansão íntima da alma para Deus”, assevera Léon Denis. Assim pode variar desde um débil balbuciar de palavras sem convicção, um repetir mecânico de frases decoradas,  ou “uma elevação acima de todas as coisas terrestres, um ardente apelo à potências superiores”. Neste último caso o efeito é de um banho fluídico reconfortante e regenerador e uma percepção ampliada do Invisível, das harmonias celestiais.  Pedir e agradecer constituem um aprendizado pois para que a resposta seja obtida é preciso solicitar o estritamente necessário, realizar seu próprio esforço contributivo para a obtenção, aguardar com fé e paciência. Mais difícil ainda é adentrar no clima do louvor, considerado uma entrega a Deus e Sua vontade Perfeita em estado de alegria genuína, quando a alma independe das circunstâncias, e vive cada vez mais intensamente experiências de bem-aventurança.  O ato de orar, pode, portanto, ser motivo de aprendizagem específica.

Em seus trabalhos espíritas,  há  espaço apropriados  e tempo destinados  à aprendizagem específica do ato de orar a exemplo  de círculos de oração como grupo de desenvolvimento da capacidade de orar?

 A religião é necessária e indestrutível porque se baseia na própria natureza do ser humano sendo igualmente um reflexo das leis eternas. No momento atual, para tornar-se incitante e salutar deve despojar-se  de suas formas exteriores, de suas expressões míticas e mágicas , de rituais e cultos, de intermediários, fórmulas,  e imagens; a religião verdadeira é um sentimento e no coração humano é que está o melhor templo do Eterno, afirma Léon Denis. Na Cosmovisão Espírita há lugar para uma religiosidade centrada na fé capaz de encarar a razão em todas as épocas da humanidade, portanto, superando as atitudes pré-racionais, ainda comuns, por uma vivência do sentimento que denominamos pós-racional.

Na sua instituição trabalha-se a evolução da fé mágica e mítica centrada em fórmulas exteriores, ainda dominante em nossa cultura, para o estágio pós-racional, do sentimento interior? Em caso afirmativo de que maneira isto ocorre?

 A compreensão de Deus pode ser alcançada observando a sua criação. Pelos efeitos se conhece a causa afirma-se comumente. Esta criação pode ser percebida de várias maneiras, ou melhor, utilizando-se de várias faculdades psíquicas. As percepções  sensorial e intelectual nos ofereceram a ciência e sua descrição do mundo e suas leis. O intelecto frequentemente analisou as causas primárias e construiu uma Cosmologia Filosófica. Entretanto não esgotaram as possibilidades de apreensão do universo e seu princípio criador. A via proposta pela dimensão sagrada ou espiritual  é a contemplação. Assim como a ciência exercita-se através do empirismo sensorial e a filosofia utiliza-se do empirismo racional nas suas validações, a religião como ciência em sentido amplo trabalha com o seu empirismo espiritual através da atitude contemplativa.  Todos os modos empíricos possuem sua  importância e revelam um aspecto da realidade. Ela porém só se completará e atingirá culminâncias do saber se exercitar o uso do “olho da contemplação” para perceber  o que o “olho da carne” da ciência e o olho da mente da filosofia não alcançam.

A contemplação permite enxergar o Cosmos além das formas, dos fenômenos de superfície, das causa mais imediatas indo a essência do seu existir, do seu vir a ser até alcançar sua substância primordial, a grande Lei  e finalmente Deus enquanto realidade Imanente.

Quem melhor e mais escreveu para o Espiritismo sobre esta via de acesso a Deus foi Léon Denis que, em seu livro o Grande Enigma, nos mostra literariamente os efeitos do ato de contemplar o céu estrelado, a montanha, a floresta, o mar. Suas palavras despertam sentimentos elevados ligados ao Belo e uma convicção intensa sobre a ordem cósmica ou Deus.

A atitude contemplativa da criação  é capaz de nos conectar com as mais elevadas expressões de espiritualidade e mesmo proporcionar experiências de integração da consciência  com a natureza em fenômenos que superam a identidade egoica e nos permitem compreender a imanência divina.

Nas suas atividades espíritas há estímulo a contemplação, através de palavras e de eventos?

Há espaço para relatos de experiências pessoais?

Uma outra alternativa para nos tornarmos conscientes  da presença divina consiste no desenvolvimento da capacidade de meditar. Muitas  escolas de meditação existem no mundo, laicas ou religiosas, demonstrando o valor desta atividade. Na Cosmovisão Espírita meditar é o caminho de acesso ao superconsciente,  sendo nele delineado nosso futuro evolutivo  até o desvelamento do reino dos céus presente desde sempre em nós mesmos. É, portanto, um ato de introspecção, atividade bastante recomendada para o conhecimento de si mesmo até a completa desidentificação de todos os veículos de manifestação do espírito quando se consegue perceber-se como essência, imortal, permanente, de natureza divina, partícipe do Criador, sua imagem e semelhança.  Pela meditação desenvolvemos habilidades de ordenação de idéias  tomando uma delas como estruturante, a atenção concentrada, o silêncio mental e entramos em estágios elevados de consciência como o  intuitivo-sintético e o não-dual. Nestas condições torna-se factível a presença de Deus no seu aspecto transcendente.

Você desenvolve atividades de meditação regularmente em caráter individual ou institucional?

Consegue perceber, em caso afirmativo os benefícios, e o estágio de consciência mais elevado?

Uma variante da meditação como método para perceber Deus é a elevação dos sentimentos, sua plena purificação, pois como assevera o Sermão da Montanha o acesso à Divindade depende desta condição.  Sabemos que o sentimento mais estruturante, orgânico é o Amor. Entretanto sua manifestação varia num espectro amplo nas faixas evolutivas humanas  desde o egocentrismo até o mais elevado altruísmo incondicional. Podemos variar desde um amor que coloca o mundo e Deus a nosso serviço até a condição de servir sem exigências e apegos ao mundo e a Deus. Como a arte de amar é um trabalho evolutivo, portanto passível de educabilidade, podemos nos apropriar de métodos de desenvolvimento da amorosidade que incluem a conscientização do estágio de nossos sentimentos e práticas introspectivas de autotransformação  que podem se compartilhadas em grupos de crescimento até nos sentirmos amorosamente unificados em Deus que como afirma João Evangelista é Amor.

Em seus labores espíritas há espaço para observações e reflexões sobre a evolução do Amor em si mesmo?  E há possibilidade de compartilhamento dos seus experimentos?

O sagrado também pode ser focado pela leitura de textos especiais que falam dele, principalmente quando são dissertações de mestres que exemplificaram os seus ensinos. No seio do  movimento espírita  o Novo Testamento, em especial, os textos de Mateus, Marcos, Lucas e João, são a fonte primordial de inspiração. Trata-se de uma prática que vai além da compreensão do conteúdo literário. É preciso utilizá-lo de forma a provocar reflexões progressivamente mais aprofundadas indo além da letra que mata. E realizar introspecções sobre a vivência dos mesmos. Além disso para maior ganho poderemos estar atentos em momentos específicos às inspirações que brotam quando fazemos pausas mentais. Aos poucos as vibrações mentais se elevarão até provocarem devaneios espirituais de alto quilate. Nestas oportunidades podemos contactar com as consciências pioneiras da evolução em  asceses que nos farão sintonizar com elas como se encontram, ou seja sem reduzirem sua expressividade para tornarem-se percebidas por nós.

Você trabalha com os textos sagrados como forma de transcender a consciência normal e buscar Deus?  Em caso afirmativo reúne-se para em comunhão partilhar esta experiência?

Em caso afirmativo já detecta na prática os benefícios supramencionados?

 A literatura sobre espiritualidade  demonstra que a Arte  pode ser consignada como a expressão suprema  da alma humana. Pode ser graça e suavidade simplicidade e potência, ora expressando a profundidade das vivências de um espírito elevado ora apresentando-se como ouropel de formas vazias. Assim a Arte como manifestação do Belo, este último entendido como aproximações sucessivas da Lei de Deus até a apreensão da Harmonia Suprema, é também um caminho para o sagrado. Quando toma como inspiração o Infinito e a Eternidade e os dramas evolutivos do espírito em sua marcha ascensional para Deus  ela se faz desveladora dos segredos do ser e motivadora das experiências de unificação com Deus. Todas as manifestações artísticas, música, dança, teatro, poesia, escultura, pintura, arquitetura,  fotografia, podem  e devem  estar a serviço da elevação para Deus. Para tanto é preciso saber distinguir o que é impulsos do subconsciente que se utilizam da Arte para atiçar as forças psíquicas primitivas  aprisionando-nos mais ainda em nosso passado evolutivo, daquilo que é atração do superconsciente  que nos faz devotos do transcendental.

Em suas práticas espíritas há utilização da Arte? Em caso afirmativo há escolha criteriosa do que eleva e aproxima de Deus?

A convivência com quem já alcançou estados mais elevados de vivência de aproximação com Deus é fator de impulso evolutivo para a realização plena. Nos ambientes espíritas isto pode ocorrer a través de contatos mediúnicos com entidades espirituais ao término de reuniões onde o amor benevolência atendeu sofredores,  em reuniões específicas de exercícios de iluminação espiritual  ou em viagens mentais com treinamento da vontade espiritual para participação em encontros espirituais em atividades do sono, ou ainda em viagens pela imaginação a fatos históricos de alta elevação espiritual como o encontro de Jesus e os quinhentos da Galiléia.

Você pratica algumas destas atividades em sua rotina espírita?

Fonte : Site da FEEB - Federação Espírita do estado da Bahia

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