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Redirecionamento

quarta-feira, 3 de junho de 2015

TEMA DA DOUTRINÁRIA DO DIA 04/06 - QUINTA FEIRA - 20:00 -– O LIVRE ARBÍTRIO Capítulo XXII do Livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor – Léon Denis – Palestrante: Oscar Bulcão




XXII – O LIVRE ARBÍTRIO
Denis inicia este capítulo colocando a importância da ‘Liberdade’, bem como sua relevância para humanidade. Sem ela, há um freio na busca pela evolução e pelo progresso, pois as limitações tornariam o ser um escravo de suas necessidades.
“A liberdade e a responsabilidade são correlativas ao ser e aumentam com sua elevação; é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientes: a noção de moralidade é inseparável da de liberdade.” (p. 477)[12].
“A responsabilidade é estabelecida pelo testemunho da consciência, que nos aprova ou censura segundo a natureza de nossos atos” (P. 477).
É possível deduzir que a consciência exerce o julgamento com base na bagagem moral intuitiva que carrega aquele ser a muito tempo, e que passou por muitas depurações. Mas também é justo dizer que várias alterações destes conceitos, ou até reformas, podem acontecer ao longo de uma vida.
“O livre-arbítrio é, pois, a expansão da personalidade e da consciência. Para sermos livres é necessário querer sê-lo e fazer esforço para vir a sê-lo, libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o império das sensações e dos instintos pelo da razão” (P. 478).
Eis que a vontade se apresenta novamente como ponto fundamental para o progresso do Espírito, sendo o impulso necessário para o início da Reforma Íntima e a consequente mudança para melhor no que tange às aspirações morais.
“Até agora, tanto sob o ponto de vista teológico como determinista, a questão [do livre-arbítrio] tinha ficado quase insolúvel. Nem doutro modo podia ser, pois que cada um daqueles sistemas partia do dado inexato de que o ser humano tem de percorrer uma única existência. A questão muda, porém, inteiramente de aspecto se se alargar o círculo da vida e se se considerar o problema à luz que projeta a doutrina dos renascimentos. Assim, cada ser conquista a própria liberdade no decurso da evolução que tem de perfazer” (p. 481).
A doutrina das vidas sucessivas é, mais uma vez, importante na determinação de paradigmas evolucionários da alma. É possível assumir que as produções teológicas e deterministas partiram de um erro que tornava tudo um processo cego. Passaram a dar demasiada importância à aspectos transitórios e materiais, tratando-os como definitivos e concretos em ambiente limitado. A incapacidade de lidar com a temporalidade de uma existência limitava esforços e capacidades.
Quando o elemento da atemporalidade (várias existências) é claro, o Espírito adquire não só todo o incentivo do Consolador, mas a disposição em aceitar e pensar em termos atemporais, que reduz a relevância dos erros e vidam o progresso. Visão que traz otimismo e esperança em nós mesmos, e também na Providência Divina.
As visões obscuras e viciadas do passado, não resistem a este choque filosófico.

“O livre-arbítrio, a livre vontade do Espírito exerce-se principalmente na hora das reencarnações. Escolhendo tal família, certo meio social, ele sabe de antemão quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a necessidade dessas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus defeitos, despir seus preconceitos e vícios. Estas provações podem ser também conseqüência de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele aceita-as com resignação e confiança, porque sabe que seus grandes irmãos do Espaço não o abandonarão nas horas difíceis” (p. 482).
Toda essa conjuntura elimina as “fatalidades” ou o “acaso” das vidas e do futuro. O acaso é a desculpa que a ignorância formula.
As concepções e renovações de pensamento e idéias trazidas pela idéia de livre-arbítrio e reencarnação deveriam conduzir até uma revisão das punições e das razões de criminalidade, já que a igualdade legal (humana) pressupõe o nascimento como marco zero e a maioridade legal como aptidão ao entendimento de todos os deveres e direitos.
“Muitas vezes o mau, o criminoso não é, na realidade, mais do que um Espírito novo e ignorante em que a razão não teve tempo de amadurecer. (…) É por isso que as penalidades infligidas deveriam ser estabelecidas de modo que obrigassem o condenado a refletir, a instruir-se, a esclarecer-se, a emendar-se. A sociedade deve corrigir com amor e não com ódio, sem o que se torna criminosa” (p. 483).
Jesus exemplificou melhor do que qualquer um, a capacidade de correção que o amor pode impulsionar.
“O Espírito só está verdadeiramente preparado para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se tornarem internas e conscientes pelo próprio fato de sua evolução. No dia em que ele se penetrar da lei e fizer dela a norma de suas ações, terá atingido o ponto moral em que o homem se possui, domina e governa a si mesmo” (p. 483).
Liberdade e moral caminham juntas, mas só o Espírito moralmente elevado e depurado, pode aproveitar integralmente as benesses da liberdade.
“No estado de ignorância, é uma felicidade para ela [alma] estar submetida a uma direção. Mas, quando sábia e perfeita, goza da sua liberdade na luz divina” (p. 484).
Nada mais apropriado de lembrar após essa consideração de Denis, do que o ditado muito utilizado pelo ser humano hoje: ‘A ignorância é uma bênção’. Nada mais ilustrativo de nossa condição moral. Denis encerra o capítulo com uma frase que resume bem a questão do livre-arbítrio e do ser humano em relação a ele.
“O homem é o obreiro de sua libertação” (p. 485).
Encontramos mais esclarecimentos no Livro dos Espíritos (V – LIVRE ARBÍTRIO).
843. O homem tem livre arbítrio nos seus atos?

–Pois se tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre arbítrio o homem seria uma máquina.
844. O homem goza do livre arbítrio desde o nascimento?
–Ele tem a liberdade de agir, desde que tenha a vontade de o fazer. Nas primeiras fases da vida a liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades. Estando os pensamentos da criança em relação com as necessidades da sua idade, ela aplica o seu livre arbítrio às coisas que lhe são necessárias.
845. As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer não são um obstáculo ao exercício do seu livre arbítrio?
–As predisposições instintivas são as do Espírito antes da encarnação; conforme for ele mais ou menos adiantado, elas podem impeli-lo aatos repreensíveis, no que ele será secundado por Espíritos que simpatizem com essas disposições; mas não há arrastamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (Ver item 361).
846. O organismo não influi nos atos da vida? E se influi, não o faz com prejuízo do livre arbítrio?

–O Espírito é certamente influenciado pela matéria, que pode entravar as suas manifestações. Eis porque, nos mundos em que os corpos são menos materiais do que na Terra, as faculdades se desenvolvem com mais liberdade. Mas o instrumento não dá faculdades ao Espírito. De resto, é necessário distinguir neste caso as faculdades morais das faculdades intelectuais. Se um homem tem o instinto do assassínio, é seguramente o seu próprio Espírito que o possui e que lho transmite, mas nunca os seus órgãos. Aquele que aniquila o seu pensamento para se ocupar apenas da matéria faz-se semelhante ao bruto, e ainda pior, porque não pensa mais em se premunir contra o mal. É nisso que ele se torna faltoso, pois assim age pela própria vontade. (Ver item 367 e seguintes, Influência do organismo).



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