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ALGOZES PSICOLÓGICOS
O processo da evolução
ântropo-sociológica do ser humano não se fez acompanhar pelo desenvolvimento
psicológico, que deveria, pelo contrário, precedê-lo. Sendo um ser
essencialmente constituído pela energia pensante, ela teria predominância no
comportamento, imprimindo suas necessidades mais vigorosas, que se
transfeririam para o cérebro, por ela modelado, passando a conduzir a
maquinaria física, como consequência das suas expressões psicológicas. Não
obstante, em razão da sua estrutura original, simples, destituída de
complexidades, esse desabrochar de valores torna-se lento, fixando cada
conquista, de forma que a próxima se apoie na anterior que lhe passa a
constituir alicerce psíquico. Os sentimentos, por isso mesmo, surgem, a pouco e
pouco, arrebentando a concha na qual se aprisionam em latência, apresentando-se
como impulsos e tendências que se comportarão no futuro como hábitos estruturados,
formadores de novos campos vibratórios a se tornarem ação. O desconhecimento de
determinadas experiências inibem-no psicologicamente, permitindo que
verdadeiros algozes psicológicos tomem campo no comportamento, que se
transformam em conflitos perturbadores, inibidores, trabalhando para a formação
de existências fragmentadas. Às vezes se apresentam difíceis de remoção
imediata, exigindo terapia demorada e grande esforço do seu portador, caso
esteja realmente interessado na conquista da saúde emocional. Ao invés de assim
agir, pelo contrário, o indivíduo refugia-se na distância, evitando
compromissos sociais e emocionais que acredita não saber administrar, tornando
a situação mais complexa na razão direta em que evita os contatos saudáveis,
que podem arrancá-lo da situação alienante. Desequipado de coragem e de
estímulos para vencer-se e superar os algozes, mais se aflige, reflexionando
negativamente, e deixando-se embalar pelas mórbidas ideias da autocomiseração
ou da revolta, da autopunição ou do pessimismo, que passam a constituir lhe
companheiros constantes da conduta interior, que externa como amargura,
insegurança, mal-estar. Os mecanismos da evolução constituem força
propulsionadora do desenvolvimento dos germes que dormem em latência,
aguardando os fatores propiciatórios ao seu desempenho. A princípio, de forma
incipiente, depois com mais vigor, por fim, com espontaneidade, que se torna
característica da personalidade, abrindo mais espaços para a aquisição dos
valores mais elevados da inteligência e do sentimento. Para a eficiência do afã
deve ser empreendido uma bem direcionada luta interior, firmada em propósitos
de relevância em relação ao futuro, e de superação das marcas do passado. A
constituição de cada indivíduo mantém os sinais de todo o processo de
crescimento, tal como ocorre com todos os seres em a Natureza. Na botânica, a
cor das folhas e flores, o sabor dos frutos, mesmo que da mesma espécie,
expressam as características do solo no qual se encontram. O mesmo ocorre entre
os animais, que são resultado das condições climáticas e ambientais, da
alimentação e do tratamento que recebem, variando de expressões conforme os
lugares onde se movimentam. Muitos caracteres psicológicos têm a ver com os
fatores mesológicos e suas implicações na conduta. Assim, os algozes
psicológicos que afetam a um expressivo número de pessoas, aguardam decisão e
ajuda para arrebentarem as suas amarras retentivas, que impedem a plenificação
da criatura.
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