Uma lei, já o dissemos, rege a evolução do pensamento, como a evolução física dos seres e dos mundos; a compreensão do Universo se desenvolve com os progressos do espírito humano. Essa compreensão geral do Universo e da vida foi expressa de mil maneiras, sob mil formas diversas no passado. Ela o é hoje em outros termos mais latos, e o será sempre com mais amplitude, à medida que a Humanidade for subindo os degraus de sua ascensão.
A Ciência vê alargar-se, sem cessar, seu campo de exploração. Todos os dias, com auxílio de seus poderosos instrumentos de observação e análise, descobre novos aspectos da matéria, da força e da vida; mas, o que esses instrumentos verificam já muito tempo havia que o espírito o discernira, porque o voo do pensamento precede sempre e excede os meios de ação da ciência positiva. Os instrumentos nada seriam sem a inteligência, sem a vontade que os dirige.
A Ciência é incerta e mutável, renova-se sem cessar. Os seus métodos, teorias e cálculos, com grande custo arquitetados, desabam ante uma observação mais atenta ou uma indução mais profunda, para darem lugar a novas teorias, que não terão maior estabilidade8. A teoria do átomo indivisível, por exemplo, que, há dois mil anos, servia de base à Física e à Química, é atualmente qualificada como hipótese e puro romance pelos nossos químicos mais eminentes. Quantas decepções análogas não têm demonstrado no passado à fraqueza do espírito científico, que só chegará à realidade quando se elevar acima da miragem dos fatos materiais para estudar as causas e as leis!
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