CAPÍTULO 25
A HUMANIZAÇÃO
"Aos que desejarem
religiosamente conhecer e se mostrarem humildes perante Deus, direi,
rogando-lhes, todavia, que nenhum sistema prematuro baseiem nas minhas
palavras, o seguinte: o Espírito não chega a receber a iluminação divina, que
lhe dá, simultaneamente com o livre-arbítrio e a consciência, a noção dos seus
altos destinos, sem haver passado pela série divinamente fatal dos seres
inferiores, entre os quais se elabora lentamente a obra de sua
individualização. Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe imprime na
fronte o seu tipo augusto, o Espírito toma lugar no seio das humanidades."
A Gênese - Allan Kardec (cap. VI - item
19)
O LIVRE-ARBÍTRIO — O homem tem o
livre-arbítrio dos seus atos? — Visto que ele tem a liberdade de pensar, tem a
de agir. Sem livre-arbítrio o homem seria uma maquinei. = O Livro dos Espíritos
- Allan Kardec = (pergunta 843)
Com a humanização do princípio
inteligente, agora chamado Espírito, este passa a agir conforme o seu
livre-arbítrio, ou seja, escolherá seus caminhos e se responsabilizará por seus
sucessos e fracassos, o que determinará em seu perispírito, uma harmonização
anatômico-fisiológica no primeiro caso, ou uma deformação no segundo.
Conquistada a forma hominal, cabe ao Espírito preservá-la em constante
progresso, pois ele será o modelador do seu corpo através dos comandos mentais.
Possuindo a faculdade de análise e discernimento, pode decidir pelo que foi
planejado, alojando as conseqüências de sua decisão na intimidade
perispirítica, a qual reagirá favoravelmente pelos frutos da ação executada
quando esta for concorde com o bem, ou de maneira oposta, quando contrariar os
princípios de justiça e de amor. Jamais poderemos dizer que a opção pelo mal se
dá por efeito de pressões biológicas e ou psíquicas herdadas; ou atuantes no
corpo como resultado da interação com o meio; tão pouco por coação dos fatores
sociais, político econômicos, morais ou amorais vigentes. Podemos dizer que o
Espírito geralmente: traz tendências, e que colocado em meio agressivo,
submetido as pressões: tentações comuns nos mundos inferiores, é senhor para
ceder ou impor resistência a esses fatores, resultando daí, que ele jamais será
produto exclusivo do meio, vez que, pesa, mede e decide por si próprio o que
deverá ser feito. Mesmo nas primeiras encarnações, quando ainda não solidificou
a noção justiça ou de injustiça, o livre-arbítrio é guiado pela intuição das
leis divinas gravadas na consciência de cada ser; isto é suficiente para
responsabilizá-lo, air que em grau compatível com os seus conhecimentos e
aquisições, pelos seus at no que se infere, que a responsabilidade tem
dimensões inerentes ao progresso Espírito. É pelo uso do livre-arbítrio que o
perispírito humano atingirá mais rapidamente sua natureza diáfana ou opaca,
fixando nele, seu roteiro de dores ou alegrias futuro num determinismo por ele
imposto. Sabe-se que livre-arbítrio e determinismo coabitam com a alma,
forjando o destino sempre mutante, a depender das decisões do Espírito. Deus
impôs ao homem um destino pré-fixado que consiste na perfeição.' entanto o
deixou livre na escolha dos caminhos para o aperfeiçoamento. Nisso forma toda
infinita variedade de rumos, vielas, travessas, destinos, naufrágio escaladas
alternativas para atingir o mesmo objetivo. Aqueles que, portando o mapa do
caminho mais curto onde o lírio flores adentram-se em atalhos pedregosos sem o
seguro abrigo da fé ativa, perdendo nos pantanais umbralinos, o fazem por livre
vontade, no que devem arcar com conseqüências da escolha. O Espírito é,
portanto, senhor do seu destino; criador de suas dificuldade construtor dos
seus infortúnios e bem aventuranças; modelador do seu perispírito usando a
argamassa que o livre-arbítrio lhe permite. Os méritos e deméritos de bom ou
mau artesão, no que resulta a delicadeza dos contornos da sua obra mediocridade
conjuntural apresentada, ou ainda as deformidades degradantes que é portador,
apresentando ulcerado ou fistuloso aquilo que deveria zelar com mais belo,
aperfeiçoado e luzente, são de sua inteira responsabilidade.
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